quarta-feira, 27 de junho de 2012

NO "PAIS DOS SONHOS"

Amigas leitoras:

Este post, à pedido da nossa especialista de moda ucraniana, será dedicado inteiramente às nossas leitoras.
Esperamos que gostem e divulguem para suas amigas!
O Cossaco.

 
No "país dos sonhos" - em bordados e entrada paga
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana, 25.06.2012) e Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 24.06.2012
Oksana Nehoda e Ihor Savchuk

Em Kyiv aconteceu o etnofestival "país dos sonhos". Este festival é famoso porque reune pessoas preocupadas com as tradições nacionais. Realizam-se diversas oficinas de aprendizado e confecção de lembranças, presentes, artezanato, feira de livros com participação dos escritores nos palcos literários e parquinhos infantis.

Infelizmente a frequência este ano foi menor que nos anos anteriores quando compareciam famílias inteiras. Será que isto aconteceu devido ao pagamento da entrada, ou o apoio à comanda de Yanukovych por Oleh Skrypka, um dos organizadores. As ações literárias realizam-se no "território gratuito" devido a exigência dos irmãos Kapranov.

Tradicionalmente muitos vêm ao festival em trajes ukrainianos bordados. Busca-se no armário a própria camisa bordada ou até aquela da vovó, a pequena coroa de flores para embelezar o rosto juvenil, ou o lenço para as mais idosas. Os jovens, atualmente, modernizam os bordados e os combinam com jeans ou shorts. As pessoas de idade usam trajes completos com saia, avental (bordado), corpete ou colete.

A seguir algumas fotos de jovens com atuais trajes bordados:


A jovem usa um vestido branco com bordado de rosas vermelhas no peito e mangas compridas, e tom sobre tom na finalização.

Espigas de trigo (riqueza ukrainiana) formam este chapéu. O colar azul completa as cores da Bandeira Nacional (amarelo e azul) Blusa com bordado nas mangas.

Camisa fina bordada em tom sobre tom combinando com saia plissê comprida e atual. Combinando com as cores um cinto largo de couro e acessórios étnicos adequados.

A combinação do bordado com jeans já se tornou clássica entre os trajes modernos. Mas, dadas as recentes tendências vale propor uma combinação de blusas bordadas com saias largas e longas, plissadas, ou calças largas com corte "banana" ou "alladin"" semelhante às antigas calças masculinas (sharavary).

Ou ainda, simplesmente longas camisas apenas cingindo a cintura com cintos largos de tecido ou couro. Não é correto desprezar os acessórios. Os mais tradicionais são de argila, miçangas ou madeira. E colar vermelho com várias voltas é indispensável a cada mulher ukrainiana moderna.

Os quatro modelos finais são da coleção "Casa de Modas RITO".






A seguir os bordados ucranianos.


BORDADOS UCRANIANOS
















Tradução: Oksana Kowaltschuk
Foto formatação: AOliynik
Imagens: Ukrainska Pravda.

domingo, 24 de junho de 2012

AS TRÊS VIDAS DE PAVLIV MOROZOV

Escrito por Fernando Díaz Villanueva | 22 Junho 2012
Artigos - Cultura
PavlikNo dia 4 de setembro de 1932, foram descobertos os cadáveres de dois meninos num bosque perto de Gerasimovka, uma aldeia esquecida por Deus na zona central dos Urais. Os meninos Fiodor, de nove anos, e Pavel, de treze, eram filhos de um camponês local que pouco antes tinha tido problemas com a polícia por questões ideológicas.

Pavel, um jovem pioneiro da Juventude Comunista, tinha denunciado seu pai, Trofim Morozov, por atividades contrarrevolucionárias. Aparentemente, o pai se opunha à coletivização de terras que estava sendo feita pelas autoridades soviéticas naquele momento e, não contente com isso, tinha se dedicado a falsificar documentação para entregá-la aos inimigos do Estado. Isto o levou à prisão e a um julgamento sumário que lhe custou dez anos de trabalhos forçados no gulag.
Alguns parentes dos meninos quiseram vingar a memória de Trofim e levaram os meninos para o bosque, onde os assassinaram a sangue frio, cortando seus pescoços com uma serra. A polícia seguiu as pistas, prendeu os assassinos e, depois de arrancar-lhes a confissão, condenou-os a morrer no paredão. Pouco depois apareceu a mãe, Tatyana Morozova, que garantiu ser uma mulher tremendamente infeliz e continuamente espancada por seu marido.

As revelações de Tatyana fecharam o círculo. Trofim era, além de um espião que traficava informações privilegiadas a serviço dos inimigos da União Soviética, uma pessoa má de caráter amargo e habituado a maltratar os seus. Esta última prova dada por sua esposa transformou a benigna pena de dez anos que as autoridades lhe tinham imposto em execução imediata. A justiça revolucionária havia sido feita. O caso estava encerrado.

Logo alguém em Moscou percebeu as infinitas possibilidades oferecidas por uma história como a de Pavel, rebatizado às pressas com o diminutivo de nome seu nome, Pavlik (“Paulinho”), para instruir as massas sobre o grau de perversidade a que poderia chegar a reação antissoviética. Serviria também para mostrar a todo o país os benefícios e as oportunidades de uma denúncia feita a tempo, inclusive dentro da família. A União Soviética seria generosa com todos, não importando a idade ou a condição, que descobrissem os contrarrevolucionários escondidos que tentavam destruir paraíso socialista através de truques sujos.
O jovem Pavlik se converteu em uma celebridade nacional. O governo o declarou mártir e promoveu seu culto cívico mediante estampas e cartazes que enfeitaram as paredes de todo o país. Erigiram-se estatuas do menino herói e muitos colégios e centros juvenis adotaram seu nome. Inaugurou-se um museu dedicado à sua pessoa em Sverdlovsk (atual Yekaterinburgo), capital de seu estado natal, ao qual peregrinavam grupos de jovens do Partido para comprar souvenires e tirar fotos numa réplica da sala de aula em que o menino tinha estudado.

Crianças de todas as escolas escreviam poemas sobre o acontecido, poemas que mais tarde competiram em certames celebrados. Chegou-se mesmo a se compor uma ópera sobre a epopeia trágica, que foi muito representada. Sergei Eisenstein dirigiu um filme, “O Prado de Bezhin”, inspirado em sua história. Curiosamente, o filme nunca chegou a ser lançado porque as autoridades acharam que o diretor tratava as personagens hostis ao regime com uma luz muito favorável.
crianças e Pavlik
Crianças soviéticas diante do busto de Pavlik Morozov.
O culto ao camarada Pavlik foi intenso durante o stalinismo, especialmente entre a infância. Manteve-se durante os anos de Khrushchev e Brezhnev e depois, já nos anos 80, quando o sonho soviético se havia evaporado das mentes dos russos sem que o Partido pudesse fazer nada para evitá-lo, foi perdendo força até praticamente desaparecer.

Foi então que Yuri Druzhnikov, um escritor maldito que mais tarde se exilaria na Áustria, investigou a fundo o assunto para dar com a verdade do caso Pavlik. Foi um trabalho lento e custoso cujos capítulos circulavam pela Rússia sob a forma de “samizdat”, textos clandestinos que passavam de mão em mão para ludibriar a censura. Esses samizdats cruzaram a cortina de ferro e chegaram ao Reino Unido. Ali apareceu, em 1988, a primeira edição de “Informer 001: The Myth of Pavlik Morozov”, que não tardou a ser traduzido para várias línguas.
A tese de Druzhnikov foi baseada na existência mesmo de um único Pavlik – que bem poderia ter sido vários, já que na propaganda soviética os retratos do menino eram muito diferentes. No entanto, o autor acreditava que, sim, houve um Pavel Morozov, natural de Gerasimovka, que viveu no início dos anos trinta. Mas ele não foi morto por sua família, e sim por um agente da Cheka com quem o próprio Druzhnikov chegou a ter contato. Os avós também existiram, mas não foram os assassinos, e sim vítimas inocentes de uma montagem grosseira da NKVD que teve como objetivo fabricar um herói camponês que servisse de exemplo para os aldeões daquela província, Tobolsk, que muito relutava em adotar a coletivização agrícola.
Segundo a investigação, o avô, abalado depois do desaparecimento de Pavlik, chegou a organizar uma equipe de busca camponesa para procurar o menino nas florestas próximas. Nesta segunda vida de Pavlik Morozov, o menino nem mesmo militava na Juventude Comunista nem integrava as brigadas locais de pioneiros para o socialismo. Druzhnikov, com uma avalanche de dados inéditos, exclui qualquer hipótese de denúncia contra o pai e, é claro, de vingança posterior. Tinha sido tudo uma mentira. Um simples e miserável homicídio da polícia política numa aldeia remota no coração da Rússia foi espertamente convertido pela publicidade numa bela história de heroísmo revolucionário – muito coerente, além disso, com os valores antifamiliares e antitradicionais defendidos pelos líderes soviéticos.

Anos depois, quando a história de Pavel Morozov estava praticamente esquecida, Catriona Kelly, uma professora de russo da Universidade de Oxford, reviveu-a com outro livro: “Comrade Pavlik: The Rise and Fall of a Soviet Boy Hero”. Kelly, baseando-se em grande parte nas investigações de Druzhnikov, vislumbrou uma terceira vida. Morozov não foi assassinado pela NKVD, mas morreu acidentalmente numa briga de rua pela posse de uma arma. Kelly obteve permissão para meter o nariz nos arquivos da FSB (sucessora da KGB, que por sua vez era sucessora da NKVD), pelo que a polêmica com os partidários da segunda vida de Pavlik Morozov estava formada: a FSB não aceitaria um assassinato assim, sem mais nem menos, de maneira que teriam ocultado a culpa da agência, deixando o resto intacto.

monumento Pavlik

Kelly teve muitos problemas para reviver o Pavlik histórico, já que, depois de meio século de culto martirológico, tudo a seu redor estava distorcido. Encontrou uma foto, a única autentica, do verdadeiro Pavlik. Ele não era, como aparecia nos cartazes de propaganda, um menino de belas e equilibradas feições com um cachecol de pioneiro ao redor do pescoço, mas um pobre garotinho mal nutrido e de aspecto miserável. Ou seja, com a mesma aparência que nos anos da coletivização apresentavam quase todos os meninos do interior da União Soviética.
Pavel Morozov, o camarada Pavlik, continua sendo um enigma histórico. Sabemos com certeza que existiu e que morreu em circunstâncias misteriosas no final do verão de 1932, num esquecido lugarejo dos confins da Rússia. Sabemos também que a polícia montou em torno de sua morte uma mórbida história de crime familiar, da qual o Partido se aproveitou para sustentar certas verdades revolucionárias. Pavlik Morozov foi o primeiro homem novo, um indivíduo puro, sem mácula, sem vestígios da era burguesa, disposto a imolar-se pela causa do socialismo. Um produto tão atrativo que, como nunca existiu, tiveram que inventá-lo.


Do Libertad Digital.

Tradução: Jorge Nobre
Publicado originalmente no website Midia sem Máscara

sexta-feira, 22 de junho de 2012

RUSSIFICAÇÃO EM MARCHA

Tyzhden (Semana), 07.06.2012
Serhii Hrabovskyi
Parece que muitos ainda hoje continuam acreditando, que exatamente em 5 de junho, entre e sob as paredes do Parlamento ocorreu e foi perdida a principal batalha contra recente russificação da Ukraina. Então na Internet de forma rápida e até nervosa discutem-se as peripécias desta batalha, sua disposição inicial, suas possíveis variações, condenam-se ações (ou melhor, omissões) dos líderes oposicionistas, ouvem-se ofensas direcionadas aos cidadãos - assim fala-se que, se ao Conselho viesse um milhão de pessoas tudo seria diferente - e assim por diante, e assim por diante. Enquanto isso, a batalha em torno do projeto de lei do idioma é apenas um episódio, e, é provável que não é a mais importante ofensiva dos atuais russificadores.

Paradoxalmente, este ataque, não foi lançado dois anos e meio atrás, com a chegada ao poder de Viktor Yanukovych, mas muito antes, exatamente - nos últimos anos do Presidente Kuchma (quando sua administração encabeçou Viktor Medvedchuk, o qual não precisa caracterizar mais uma vez) e durante "o maior presidente ukrainiano" Viktor Yushchenko. O nível de esclarecimento econômico do último lhe permitiu repetidamente fazer declarações sobre a necessidade de atrair à Ukraina qualquer capital estrangeiro, independentemente de sua origem, à pertinência e subordinação nacional. Enquanto isso o ABC científico compreende a presença de capital usurário nacional, neoimperialismo e neocolonialismo econômico...

Então não é surpresa, que desde 2002, e, em seguida, (dando um tempo para as eleições) de 2005 o grande capital russo - capital da antiga metrópole - em ritmo intensificado começou mover-se para Ukraina. E não apenas capital, mas também conhecidas empresas russas, incluindo aquelas que são claramente controladas pelo comando "tchequista de Kremlin". Portanto, dirija sua atenção para o ramo, que tem importância estratégica, diretamente relacionada à segurança nacional e desenvolve-se em ritmo acelerado - a comunicação móvel. Hoje a posição dominante de russos no mercado ukrainiano tornou-se um fato incontestável. A eles pertencem, total ou parcialmente as companhias: MTS, "Kyivstar", "Beeline", "Golden Telecom". E isto significa que no mercado móvel da Ukraina dominam regras russas, e em caso de situações de crise o controle sobre este extremamente importante sistema de comunicação no mundo atual pode estar nas mãos da antiga metrópole.

E mais um ramo estratégico: precisamente no governo Yushchenko a maioria de ativos da construção naval na Ukraina incluindo o militar firmou-se nas mãos dos russos. Sobre o espaço cultural-informativo nem é bom falar: 80-90% dele trabalham no fortalecimento dos ideais do "Mundo russo". A Internet na Ukraina é geralmente no idioma russo. E não é de admirar: sobre variedade de jogos, e podemos apenas sonhar sobre jogos on-line dos mundos virtuais ukrainianos. É verdade que houve a tentativa de dublagem para ukrainiano de filmes ocidentais para distribuição nacional, mas ainda não se sabe se ela foi proveitosa: porque a permanência dos filmes russos permaneceu inalterável, e juntamente com seriados russos na televisão eles criaram oposição ao "nosso", "eslavo", "pátrio","estrangeiro", europeu, ocidental. Em outras palavras, sem uma forte ascensão do ukrainiano (não no censo econômico, mas cultural) a produção de filmes e séries esta dublagem pairou no ar, não se enraizou no solo nacional. E foi do que se serviram os novos atuais governantes. Tornando a tal dublagem, em poucos passos, desvantajosa.

O novo governo copia o estilo russo de administração pública e doutrinação ideológica da população. O Parlamento, que nunca foi muito eficaz, mas, ao menos, durante duas décadas defendeu uma plataforma de discussão e coordenação de diferentes pontos de vista, hoje justifica plenamente a frase do ex-presidente da Duma (Federação Russa): "Parlamento - não é local de discussão". A isso pode-se acrescentar - e não é para legislar, pois até mesmo os projetos de lei, nominalmente apresentados pelos deputados do Partido das Regiões, na verdade são escritos pela administração de Yanukovych ou nas brenhas do Conselho de Ministros. Tudo em estilo russo, até a "votação macaqueada", quando um deputado, com as mãos e com os pés vota por cinco; verdade, isto ainda não é a Duma, onde cada deputado da "Rússia Unida", durante uma votação de emergência do projeto de lei que efetivamente proibe comícios, agia por dez membros de seu partido, mas tudo está na frente, não é mesmo? Além disso, o copiado do modelo russo projeto de lei já está no Conselho, e ele também legaliza qualquer atividade pública cívica (apenas um exemplo: multa ou prisão ameaça aos organizadores da manifestação, se houver, ao menos, 10 pessoas a mais, ou a menos, do declarado...) Eu já não falo sobre a origem e etnocultural conduta dos cabeças do governo, dirigentes dos ministérios de segurança e outras agências chave - o quanto vale apenas a "caminhada-culto" dos ministros encabeçados pelo primeiro-ministro Azarov ao túmulo do "devorador" assassino dos ukrainianos e antissemitas Stolypin, um inimigo declarado da democracia e um defensor do despotismo imperial.

Em suma, a nova legislação linguística é apenas um "traço" no processo sequencial da destruição de tudo ukrainiano e plantio do russo-soviético pelo atual governo. O "traço", é claro, é visível - mas não é o primeiro e, infelizmente, não é o último. Porque a ativa oposição mesmo em aliança com as estruturas da sociedade civil, não pode parar este processo, no máximo desacelerar. Atualmente aqui é necessário um movimento multimilionário, com um programa claro de ação e vontade para cumpri-lo. Não se trata de tesouros filológicos, de curiosidades etnográficas ou mesmo obras-primas de ficção - trata-se pela própria perspectiva da vida na Ukraina.

Tradução: Oksana Kowaltschuk

terça-feira, 19 de junho de 2012

LABIRINTOS DA MAFIA

Guarda do "Myzhyhiria" como um parceiro de Rinat Akhmetov, ou esconderijo do dinheiro do Yanukovych

Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 31.05.2012
Serhii Lyshchenko, Serhii Shcherbyna

Valores familiares?

Certa vez, na metade dos anos noventa o padrinho da corrupção ukrainiana Paulo Lazarenko introduziu nas empresas uma regra de governo: 50-50. Para você ter a possibilidade de ganhar, você teria que dar ao governante a metade de seus lucros.


E foi devido a esta exigência que Lazarenko se queimou. Seu principal companheiro Petró Kyrychenko também lhe dava metade dos lucros. Ele, praticamente endeusava Lazarenko, chamava-o de irmão, pediu para ser padrinho da netinha amada...
Mas, quando Lazarenko perdeu o poder, declarou no tribunal da Califórnia, EUA, que foi vítima de extorsão, após o que o ex-primeiro-ministro foi condenado a mais de oito anos em prisões americanas.
Passaram-se décadas, mas os princípios não mudaram. (A Universidade "União Soviética" foi eficaz - OK). As relações entre Viktor Yanukovych e Rinat Akhmetov são muito mais profundas do que parece à primeira vista. No transcorrer dos últimos anos, alguns especialistas cultivam o mito de que "Akhmetov pode recusar-se a Yanukovych", que "Akhmetov está insatisfeito com Yanukovych", etc.
Na verdade, Akhmetov durante os mandatos de Yanukovych (como primeiro-ministro e como presidente) encarna seus sonhos mais íntimos de amealhar as propriedades do Estado. E Akhmetov e Yanukovych estão unidos por laços muito mais fortes que amizade ou instituições partidárias - eles são parceiros de negócios.
Em uma das áreas mais pitorescas de Kyiv, na estrada do Parque, há duas belas construções, semi-arruinadas. Elas estão localizadas em frente ao local onde está sendo construído o heliporto (para locomoção de Yanukovych) que deturpou a paisagem da capital.
Poucos lembram como se processou a alienação da estatal residência do lendário "Myzhyhiria". Dinheiro por ele o orçamento não recebeu. Pagaram com estes dois edifícios de paredes necessitando reparos, e que foram entregues ao governo por uma empresa falida de Donetsk - em troca da residência às margens do "mar de Kyiv" (Devido a represa no rio Dnieper foi alagada uma grande extensão de terras e passaram chamá-la de "mar de Kyiv" - OK) a qual tornou-se sede de corrupção da Ukraina. O presidente anterior não tomou nenhuma providência.


Durante esses quase cinco anos da exclusão do "Myzhyhiria" os dois edifícios na estrada do Parque continuaram a deteriorar-se. Sua condição técnica atual impede o uso de acordo com as exigências da legislação relativa à proteção do patrimônio cultural", - diz a resposta da administração presidencial.

Prédios que foram dados em pagamento do Myzhyhiria.






















A razão é simples - o Estado não tem dinheiro para sua restauração. Mas o proprietário do "Myzhyhiria" tem dinheiro - nesses cinco anos lá foi erguido um paraíso pessoal com "Khonka" (palacete de 5 andares), instalações para golfe, iate clube, clube de equitação, instalações para avestruzes, quadras de tênis e boliche, heliporto, ancoradouro, outros.
De onde a família Yanukovych pega dinheiro para construir tudo isso no "Myzhyhiria"? Resposta - graças a exploração das propriedades estatais de ontem em seus interesses. Particularmente, a par de Rinat Akhmetov.

Pergunta histórica

Ainda em 1998, durante o governo do primeiro-ministro Valerii Pustovoitenka, o Conselho de Ministros criou a empresa estatal "Ukrtransleasing". Tudo começou com o objetivo de "garantir o transporte ferroviário com componentes móveis", e também "apoiar empresas nacionais de transporte com construção de maquinário.”
Com resolução do primeiro-ministro Viktor Yanukovych, em 2003 o capital autorizado de "Ukrtransleasing" foi aumentado para 630 milhões de UAH (aproximadamente 80 milhões de USD no câmbio atual) - incluindo vagões ferroviários estatais em valor não inferior a 230 milhões.
A imprensa noticiava, que "Ukrtransleasing" recebeu aproximadamente 20% da composição móvel da "Ukrzaliznetsi". (Estrada de Ferro da Ukraina).
Os proprietários de "Ukrtransleasing" não mudaram desde o tempo do primeiro-ministro Yanukovych: 47,7% das ações pertencem ao Estado, 49,9% à empresa "Lemtrans" de Donetsk, sobre a qual falaremos com detalhes.
Paralelamente o fundo de bens estatais, por algum tempo permanecia entre os fundadores e "Lemtrans" - o Estado contribuiu com 3.789 vagões no valor de 313 milhões de UAH (39.125.000 USD). Hoje, Lemtrans" não possui ações do Estado.
Agora a união de "Ukrtransleasing" - "Lemtrans" constituiu-se como o maior provedor de serviços de locação na Ukraina. Conforme relatado no site da companhia, o lucro líquido de "Ukrtransleasing" para 2011 ascendeu a mais de 27 milhões de UAH (3.375.000 USD), que é um terço mais do que em 2010. Além do mais não apenas "Lemtrans", mas também "Ukrtransleasing" - esta em parte companhia estatal - permanece na gestão operacional dos "reis" de Donbass. O atual diretor-geral de "Ukrtransleasing" Petró Tatarets antes disso trabalhava no "Metinvest Holding" de Rinat Akhmetov, e também em seus conjuntos industriais de mineração. E o presidente de "Uktransleasing" Volodymyr Mezentsev é diretor geral de "Lemtrans" de Donetsk.

"Lemtrans" conto de Donetsk

Companhia "Lemtrans", proprietária de 49,9% de Ukrtransleasing, registrada na capital de Donbass, na rua Artem, 7. Em seu site "Lemtrans" se jacta que é a maior companhia particular expedidora no tráfego de cargas da Ukraina.
As principais atividades de "Lemtrans": serviço de tráfego de cargas, manutenção do material circulante, informação de apoio e também organização das declarações de trânsito de carga que passam pela Ukraina.
Atualmente, "Lemtrans" opera mais de 12 mil unidades - isto é metade do mercado de carros particulares. Planos - aumento do parque para 20 mil vagões - Transporte anual de carga do "Lemtrans" é de 40 milhões de toneladas.
Mas dado o fato que "UZ" (Estrada de ferro da Ukraina") não renova o material circulante, o destino do "Lemtrans" vai crescer no mercado. Mais que isso, o presidente Yanukovych perde a motivação para o desenvolvimento do setor de carga da "UZ", porque, como foi estabelecido, sua "família" recebe rendimentos de uma operadora privada.
A quem pertence este milagre de Donetsk? A biografia do "Lemtrans" revelou-se mais que interessante.
Na época da criação em 1997 os fundadores da empresa eram TOV (sociedade de responsabilidade limitada) "Embrol Ukraine Ltd", dirigida por pessoas do círculo de Rinat Akhmetov e TOV Ukrynterstroy" que faliu em 2007. Entre os proprietários desta última empresa era próximo de Akhmetov Zhugan Taktashev e... Volodymyr Artiukh.
O mesmo Artiukh, cuja empresa - "AK Engenharia - após a inauguração de Yanukovych, sem concorrência, foi nomeada empreiteiro geral para reconstrução do NCK "Olympic" (Complexo nacional desportivo "Olympic" - Estádio de futebol de Kyiv) e figurou no caso de desvios de recursos do banco "Rodovid", sobre o que escrevia detalhadamente a "Verdade Ukrainiana".
Durante 13 anos os proprietários nominais de "Lemtrans" repetidamente mudavam. E agora podemos dizer que "Lemtrans" e também "Ukrtransleasing", - é um grandioso negócio conjunto de Rinat Akhmetov e a família do presidente Yanukovych.

"Lemtrans" hoje

"Verdade Ukrainiana" recebeu um extrato unificado do Registro Estatal de pessoas jurídicas, o que revela que, no momento "Lemtrans" é regido por cinco empresas com partes aproximadamente iguais de 20%.
Os proprietários da Companhia "Lemtrans" apresentam-se assim estruturadas: (LTD é forma abreviada de sociedade de responsabilidade limitada. UAB é sociedade acionária).


LTD "SPS-Group" (20%)
LTD "UkrPromInvestAktyv" (20%)
LTD "Service-Public Transport" (20%)
UAB "ARS (20,5%)
UAB "SCM" (19,5%)

As três últimas companhias posicionam-se na esfera de influência da mais rica pessoa da Ukraina (Akhmetov).

"SCM" mais "ARS" = 40% de Lemtrans.

Como é sabido, "SCM" é propriedade pessoal de Rinat Akhmetov. E, próximo a ele deputado-regional Serhii Kyi tem 62,5% de ações UAB "ARS", e o foco principal de sua atividade é comércio atacadista de produtos de carvão e principais compradores são as empresas de Akhmetov "Metinvest Holding" e "Fábrica Avdyeyevskyy de coqueria-química.
"Service-Public Transport", anteriormente pertencia ao deputado Anton Pryhodskyi através da empresa austríaca. Mas esse, outrora todo poderoso regional perdeu sua influência. Agora esta porcentagem de "Lemtrans" foi levada para quatro offshore nas ilhas Virgens Britânicas, cujos nomes de quebrar a língua são: "Telnet Holdings Limited", "OMNI Interneshnel Vencherz Limited", "Mel Services Limited" e "Dzhassen Enterprayzez Corp".
Essas quatro empresas no ano passado também figuravam entre os acionistas das lojas de departamentos NOC ("Kyiv Central Departament Store") depois que a instalação passou para controle de Akhmetov.
Essas mesmas empresas - "Telnet", "Omni" e "Mel - aparecem no cadastro do Serviço de Impostos do Estado como empresas não residentes no grupo de Akhmetov "SCM", apesar de que na sede de Akhmetov isso não reconhecem. No entanto, a referida "Mel" junto com ex-assistente de Akhmetov é acionista do mesmo "ARS", que é especializada no fornecimento de carvão "SCM".
Assim 60% do capital social do "Lemtrans" já estão concentrados nas mãos de Akhmetov e estruturas de parceria a ele. Quem detém os restantes 40% do potencialmente maior transportador da Ukraina?

"SPS"-Group = "Lemtrans". Quem está por trás dele?

Encontrar os beneficiários finais dos dois outros beneficiários do "Lemtrans" - "SPS- Group e "Ukrprominvestaktyv" - foi objeto de nossa pesquisa. Rinat Akhmetov não deu resposta concreta para o nosso pedido, de quem são as pessoas físicas os seus parceiros no negócio de transporte ferroviário.
Nós decidimos focar nos detalhes da companhia "SPS-Group, que detém 20% do "Lemtrans". E eis o porquê...
Esta empresa já figurou em nossas pesquisas sobre negociatas ao redor do "Myzhyhiria" - além do que, através dela em quantias milionárias transportavam-se guarnecimentos para residência, como portas de cedro do Líbano de 64 mil dólares. Com estórias sobre "feito" Yanukovych depois chocava os círculos intelectuais alemães de Berlim.
O escritório do "SPS-Group" localiza-se em Brovary, rua Kyrov, 90, apartamento 16. O proprietário desta dependência é a esposa do mordomo do Yanukovych Andrii Kravets - ela é diretora do cinema "Star". Neste mesmo ofício tem outra empresa - "Dom Lesnyka", que tem o domínio da residência de caça de Yanukovych em "Sukholuchchi perto de Kyiv.
O diretor de "SPS-Group" - senhor desconhecido cujo nome é Viktor Rizanov. Nossa tarefa foi determinar, interesses de quem ele representa? Afinal de contas "SPS-Group" são parceiros de Akhmetov em "Lemtrans".
Nós não tivemos preguiça e fomos cavar mais fundo. "UkrKyivResurs" em 99% pertence a empresa londrina "Ricomfin Limited", aproveitando colocações britânicas - isto não é uma nova tecnologia da família Yanukovych. Exatamente num escritório fictício de Londres é organizada a residência do "Myzhyhiria" e também a residência de caça em Sukholuchchi. Então precisavamos continuar a pesquisa.
Nós adquirimos um registro da "Ricomfin Limited" e soubemos que esta empresa é simplesmente uma caixa de correio. Ela lançou uma ação de uma libra esterlina, cujo proprietário é a empresa "Morshtern Limited" das Ilhas Virgens Britânicas.
Nós até encontramos esta empresa - "Morshtern Limited". Seu estatuto foi assinado, em confiança, por Andrew Svapp, gerente do escritório Conyers Dill & Pearman, que é responsável pela criação de empresas de fachada nas Ilhas Cayman, Bermudas e Ilhas Virgens Britânicas.
Justamente, a esse Andrew Svapp pessoas desconhecidas encomendaram a criação de empresas-matryochkas que esconderiam o beneficiário final do "SPS-Group", que domina "Lemtrans". (Matryoshka são, geralmente, sete bonecas de madeira. A maior contém a menor, e assim sucessivamente. Estas bonecas que representam a "alma misteriosa russa" não passam de plágio porque originaram-se de protótipos de figuras de sete deuses da sorte, japoneses. - OK).
Parece tudo, o início da cadeia está submerso no fundo da água. Mas, como sempre, os pupilos da "Escola de Gestão de Donetsk" conseguiram trair-se nos detalhes.
Como se sabe, o outro acionista de Brovary "UkrKyivResurs" que comanda "SPS-Group" e, através dele 20% das ações de "Lemtrans", é o desconhecido senhor Viktor Rizanov. A fração dessa pessoa em "UkrKyivResurs" é 0,5%. Mas o mencionado Rizanov é diretor de "SPS-Group". Então a pessoa é próxima.
O Sr. Rizanov está registrado na aldeia Novi-Petrivtsi - área habitada em Vyshhorod, onde está localizada a residência "Myzhyhiria". Para lá nos dirigimos.


O endereço de Viktor Rizanov - Lermontov Street. É uma rua quebrada, ao longo da qual apenas casas simples. A casa onde reside o nosso herói - típica de aldeias ukrainianas coberta com ardósia. Cortinas fechadas. Não há ninguém.

Em nosso auxílio vem os moradores da rua. Eles contam - Viktor Rizanov, co-fundador "SPS-Group" e "Lemtrans", trabalha... como guarda em "Myzhyhiria". Trabalhava lá ainda antes da vinda de Yanukovych, e sempre se conduziu bem. Agora nele confiam para trabalho responsável - às vezes leva o iate do Yanukovych para o Mar de Kyiv. (A simplicidade no julgamento do povo é simplesmente de estarrecer, e disso se aproveitam os canalhas. - OK)
Deste modo, decifrar quem é o diretor e co-proprietário do "SPA-Group" foi banal, como tudo ao redor do "Myzhyhiria". Esta - apenas uma pessoa substituta. Mas há uma certa ironia - o parceiro de Rinat Akhmetov no transporte ferroviário - é um simples guarda do "Myzhyhiria".
Um vive numa cobertura de Londres (um dos lugares mais caros) ou em palácio de Donetsk - outro em uma simples casinha de aldeia, com cachorro dentro... E sua função - apenas colocar sua assinatura onde precisa - e para esconder seu verdadeiro patrão, enquanto este encabeça o país de 46 milhões de pessoas.

UkrPromInvestAktyv - últimos 20% do "Lemtrans".

A empresa UkrPromInvestAktyv, à qual pertem os últimos 20% do "Lemtrans", também controla-se pela "família" Yanukovych. Isto é um pouco mais fácil de provar do que no caso do "SPS-Group".
Por exemplo, entre os fundadores do UkrPromInvestAktyv" estava Tatyana V. Halenko. Até 27.04.2012 ela trabalhou como chefe da empresa "Corporação Edifício Capital", que pertence diretamente ao filho mais velho do presidente Alexandr Yanukovych. O mesmo, no transcorrer de uma semana, não respondeu à nossa pergunta, enviada ao seu escritório de imprensa.
Deste modo, é claro, que hoje o destino da empresa "Lemtrans" está dividido assim: 60% - a Akhmetov, em parceria com suas estruturas, e 40% - ao guarda da residência de Yanukovych e empresas do pool presidencial.
Fica um pouco aquém das proporções de Lazarenko. Mas os destinos são diversos. Enquanto um completa seus últimos meses atrás das grades em Los Angeles, o outro constrói para si uma gaiola de ouro no Mar de Kyiv, convencido de que é seu - para sempre.
Renda estável lhe traz o uso do serviço público, e fé no próprio futuro - a apatia dos cidadãos, função dos quais - pagar impostos. Bem, e ainda manter "Myzhyhiria".
P.S. No dia seguinte, após a publicação desse material, a redação da "Verdade Ukrainiana" recebeu a resposta do serviço de imprensa de Aleksandr Yanukovych, sobre a questão de "Lemtrans".
A secretária do filho mais velho do presidente comunicou, que as estruturas associadas com Aleksandr Yanukovych não são participantes da "Lermtrans", e ele próprio não é beneficiário desta empresa.

Um pouco sobre Rinat Leonidovych Akhmetov.

Akhmetov nasceu em Donetsk, (União Soviética) hoje Ukraina, em 1966, de nacionalidade tártara. Deputado do Partido das Regiões. Empresário e deputado desde 2006. (Nestes últimos dias anuncia que não mais será candidato ao Parlamento). É presidente do clube de futebol de Donetsk, Shakhtar, e proprietário da "System Capital Management, da Fundação Beneficente "Desenvolvimento da Ukraina" e Fundação "Governo Efetivo".
Em 2001 terminou a Faculdade de Economia; em 1995 iniciou a criação do banco da cidade de Donetsk; desde 1996 é presidente do Shakhtar, após a morte de Akhatia Brahin.
De 530 sessões no Parlamento compareceu somente uma vez, quando precisou fazer o registro. O motivo oficial de suas faltas consta "desconhecido" (Não tem importância, os fiéis amigos votam com seu cartão - OK). Doa a totalidade de seus vencimentos de parlamentar.

Negócios

Em 2000 fundou a empresa Capital Management System e em 2007 tornou-se o único acionista da empresa. Como resultado da restauração da CMS detém o controle acionário em mais de 100 empresas que trabalham na mineração, energia, telecomunicações, bancos, seguros, negócios da mídia, comércio, e outros ramos da economia.
No ranking do jornal "Korespondente" TOP - 50 os mais ricos ukrainianos, Akhmetov ocupa o primeiro lugar desde 2006. E, de acordocom "Forbs", em 2011 colocou-se no 39º internacionalmente, com 16 bilhões de dólares.

Controversia a respeito de atividades criminosas de Akhmetov.

Segundo o livro: "Mafia de Donetsk", o pesquisador ukrainiano Serhii Kuzin afirma que Akhmetov desempenhou o papel de "bandido da mafia". Ainda em 1986 Rinat e seu irmão Ihor estiveram envolvidos em atividades criminosas.
Em 2008, 0 livro foi declarado plágio do Tribunal de Recursos de Donetsk, e os autores foram condenados a pagar indenização por violação de direitos autorais.
Em 1980, Akhmetov foi assistente de Akhat Brahinn num negócioo duvidoso de tecidos; em 1990 Akhmetou começou comprar imóveis em Donetsk, o que seria por exigência de Maleshev, tenente-general do Presidente do Ministério do Interior de Donetsk. Maleshev, como membro do Parlamento ukrainiano da Comissão de Aplicação da Lei é acusado no livro de Kuzin, de usar sua posição para destruir documentos de Akhmetov que encontravam-se nos órgãos policiais. Posteriormente Maleshev se tornou chefe de segurança da empresa de Akhmetov.
Andrew Wilson, cientista e especialista em política ukrainiana caracteriza Akhmetov como antigo "Enforcer" e "Lider" do clã tártaro de "Akhat Brahin", responsáveis pela utilização da Máfia para afastamento de "diretores vermelhos" da União Industrial de Donbass.
Em outubro de 1995 Brahin, seu antigo treinador e o presidente do Clube de Futebol Shakhtar foram explodidos com seis guarda-costas, no estádio, durante um jogo. Brahin teve longo conflito com grupos mafiosos e empresários concorrentes, e sobreviveu a várias tentativas à sua vida. Brahin, que desempenhou um papel de liderança na mafia ukrainiana, foi substituído por Akhmetov no cargo de presidente de Shakhtar. Alguns relacionam Akhmetov com a morte de Brahin e que ele recebeu, após assassinato, uma grande herança de império financeiroo após a morte de Brahin.
Em 2010 Akhmetov respondeu a estas acusações durante uma entrevista "... eu ganhei meu primeiro milhão no comércio de carvão e coque... Era um risco, mas valeu a pena".

Tradução: Oksana Kowaltschuk
Foto formatação: AOliynik
Imagens: Ukrainska Pravda - http://www.pravda.com.ua/articles/2012/05/31/6965750/

domingo, 17 de junho de 2012

O IDIOMA RUSSO PREDOMINA NO LESTE DA UCRÂNIA

Na Ukraina - Euro 2012 - o entretenimento é com canções russas
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 14.06.2012

Após o buffet para visitantes VIP dos camorotes do estádio "Donbass Arena", que aconteceu após o jogo Inglaterra - França, o programa de entretenimento foi por conta de conjunto que executou músicas e danças russas.

Os artistas vestiam trajes nacionais russos, com acordeões e balalaicas, e cantavam músicas folclóricas russas.

Tradução: Oksana Kowaltschuk
Video formatação: AOliynik
Fonte do vídeo: http://www.pravda.com.ua/news/2012/06/14/6966729/

Oportuno recordar as palavras do poeta Taras Shevchenko:
"Aprendei o que é dos outros,
Mas não vos afastei do que é próprio!
Porque quem esquece a sua mãe -
Por Deus será castigado!"

"sua mãe", no caso, é a pátria Ucraniana.
O Cossaco.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

PUTIN E O MOVIMENTO EURASIANO

Putin 3: perspectivas do império eurasiano
Natsionalistychnyi portal (Portal nacionalista), 23.05.2012
Oleksandr Salizhenko

Ainda antes do início da campanha presidencial na Rússia, no domínio da informação e esfera política, foi iniciado um intenso debate das perspectivas da construção da União Eurasiana, como projeto principal de política externa no território pós-soviético depois do colapso da União Soviética e o fim da "Guerra Fria".

Além de uma série de declarações dos dirigentes russos sobre "vantagens geopolíticas da união confederal" e "interesse pragmático de todos os países da região na união", este tema foi predominante na maioria das conferências de estudo que foram realizadas, neste período, nas universidades russas. Ou seja, o conceito de construção da união eurasiana foi tema fundamental não apenas entre as elites políticas russas, como ativamente foi fixado em círculos científicos.

Porque, como sabemos, se há um discurso constante e respectiva atualização, então, com o tempo realizar-se-á a implementação das idéias propagadas.

Na verdade, que a integração política do espaço eurasiano tornar-se-á a principal direção da política externa do presidente Vladimir Putin emergia de seus artigos "Novo projeto integracional para Eurasia - futuro que nasce hoje" e "Rússia e o mundo em mudança".

Claro que um olhar mais realista mostra que os artigos não foram escritos por Putin após longa e cuidadosa análise da situação geopolítica no mundo, mas por especialistas de política externa e participação ativa dos ideólogos do Eurasionismo. Particularmente o lider do movimento Alexandr Dugin que repetidamente consultava o alto comando russo e o partido "Rússia Unida", durante a conferência internacional "Geopolítica do mundo multipolar" que, simbolicamente, foi realizada no dia da publicação de um dos artigos de Vladimir Putin, inadvertidamente deixou escapar que era o natural partícipe do artigo.

Os defensores da Eurasia fixam suas esperanças na presidência de Putin que, em sua opinião, é a personificação ideal de um lider político e com o auxílio do qual o projeto de multipolaridade ocupará um nível mais elevado de debate internacional.

Realmente, já no dia de sua inauguração Putin deu um passo claro nesse sentido e assinou o decreto sobre as medidas relativas à execução da política externa da Federação Russa, no qual se reforça a política aprofundada de integração do espaço euroasiático. Os radicais russos já apelidaram esse decreto como ato de proclamação do novo império continental eurasiano. Mas os analistas políticos e os especialistas imediatamente se focaram no debate das posições chaves de materiais, as prognosticadas ações da política externa e potenciais modelos de comportamento.

No entanto, muitas vezes durante esta análise ignora-se a base filosófica e ideológica do próprio eurasionismo, e seus ideais geopolíticos, objetivos e métodos, visões para o sistema de relações mútuas com outros participantes nas relações internacionais.

Base ideológica

 
Se durante os dois primeiros períodos da presidência de Putin, e seu primeiro -ministro, o restabelecimento da situação imperial ocorria como complemento, - agora para condução de tal política é preparada uma completa base teórica. Teorias existentes de relações internacionais não se encaixam nos limites da política de reimperialização da Rússia, por isso decidiu-se criar uma teoria alternativa.

Em sua base foram colocados pontos de vista dos clássicos do Eurasionismo - Trumbetskoy, Savitskiy e outros, - que recebeu o nome de multipolaridade. Nos círculos acadêmicos, esta teoria foi consolidada em uma série de conferências acadêmicas internacionais, publicação de livros e coleções diversas sobre o assunto.

Deve notar-se, que a utilização do conceito do Eurasionismo nas atuais relações internacionais não é acidental. Porque a abordagem é muito conveniente ao Kremlin conquanto na sua base prevê-se a condução de uma política agressiva para o indivíduo, assim como para países inteiros, e também o nivelamento dos direitos políticos tradicionais e liberdades cidadãs.

Na verdade, a restauração do status imperial da Rússia, e na atual interpretação - aquisição do pólo geopolítico, é a aquisição principal dos teóricos russos. Sua posição imperial os eurasianos justificam. Dizem eles, que EUA tem posição dominante na arena internacional. Isto, por sua vez, levou à criação de seu próprio conceito de multipolaridade, a qual se opõe à dominante polaridade do atlantismo.

Pela primeira vez a idéia de criação do projeto de integração no espaço eurasiano declarou em 1994 o presidente de Cazaquistão Nursultan Nezarbayev numa conferência em Moscou. Mas, imediatamente, ela não foi levada a sério. No entanto, posteriormente, o lado russo avaliou suas linhas principais, que não contradiziam, e em alguns pontos até continuavam a política de Kremlin.

Então, os políticos e cientistas passaram da teorização para o tema da integração do espaço euroasiático - o ciclo ativo de sua construção. A proposição de Nazarbayev com muito sucesso inseriu-se na fórmula de Putin, o qual no início de seu primeiro mandato presidencial declarou, que "Rússia pode ser grande ou nenhuma".

Portanto, o projeto integrado do espaço euroasiático tem em sua base "filosofia da multipolaridade", que é claramente eclética e baseia-se numa série de princípios fundamentais: outra interpretação da pessoa, sociedade, país, civilização, política, etc.

Primeiro de tudo, de acordo com a teoria da multipolaridade, o mapa político mundial deve ser dividido em quatro zonas, quadripolarismo: Americano, Euro-Africano, Eurasia e Pacífico. Neste modelo teórico os eurasianos colocam Ukraina em sua esfera de influência. As zonas, por sua vez são divididas em subzonas, que correspondem à compreensão da civilização.

Estes polos em perspectiva devem representar as metas civilizacionais. Cada zona deve ser exclusiva em seus valores culturais, religiosos, políticos, econômicos e outros sistemas de valores.

É necessário notar que, ao contrário das interpretações clássicas da civilizações, os eurasianos a tratam como um espaço grande, o qual em sua base tem um sistema comum, ou similar de valores. De fato, a civilizaçãoo - é o principal fator das relações internacionais, de acordo com o projeto russo de multipolaridade, ao contrário de outras teorias clássicas, onde o assunto principal da geopolítica são Estados Nacionais, sociedades democráticas e corporais transnacionais.

Um dos conceitos-chave, com o qual opera a "filosofia da multipolaridade" é um maximalismo sociológico. Centra-se na existência de sociedades radicalmente diferentes de pessoas que não podem ser comparadas a uma amostra hipotética de "ideal" da sociedade ocidental. Então, o que vai ser bom para algumas sociedades, nem sempre é assim para outras.

O olhar sobre a pessoa, suas características, direitos e lugar no sistema político e na "filosofia da multipolaridade" também são distintos dos estabelecidos. Por isso os eurasistas aproveitam conceitos antropológicos de pluralismo, segundo os quais em cada comunidade e cultura particular existe visão própria sobre a pessoa. Assim, os critérios comuns para uma pessoa da civilização ocidental - direitos da pessoa, direitos naturais, etc. - não são obrigatórios e orgânicos para representantes de outras civilizações.

Conclui-se que a inobservância ou violação desses direitos, além das comunidades da civilização ocidental não pode ser considerada como um fenômeno negativo.

Os eurasianos também negam, categoricamente, a existência de um único sistema universal de valores para a maioria das pessoas do mundo. Eles propõem um universalismo plural que nega a existência de valores universais e normas únicas. Além disso os eurasianos consideram errônea a observância da sequência clara das fases do desenvolvimento humano que é exigido para qualquer comunidade.

Essa "filosofia" prevê uma série de outros conceitos teóricos polêmicos que são inerentes à teoria da política externa da Rússia atual. No entanto, todos eles não vamos comentar.

Putin 3 e os riscos para Ukraina

Obviamente, o terceiro mandato presidencial de Vladimir Putin vai caracterizar-se com evidente agressividade de princípios pragmáticos, categóricos e expansionistas.

Na verdade, isso ficou claro já depois de sua posse, quando ele recusou-se ostensivamente a participar da cimeira da OTAN e "Oito Grandes". O boicote de Putin não é mais que uma visão clara dos EUA, pelo lado russo, da política de "carregamento" que foi proclamada no tempo de Dmitry Medvedev.

Por sua vez, as autoridades ukrainianas devem esperar riscos externos, que resolver-se-ão no aspecto sistemático, econômico, energético e pressão política.

Por outro lado, a deterioração das relações entre dois "fraternos" países percebem-se dos mesmos artigos do novo presidentee da Federação Russa e de seu primeiro decreto, que lista os principais países parceiros - mas nem uma palavra palavra sobre as futuras relações com Ukraina, sua importância e necessidades.

Então, deve-se esperar, que o lado russo vai tentar por todos os meios atrair o oficial Kyiv aos processos integracionais, aos territórios pós-soviéticos.

Ao mesmo tempo para Ukraina, a participação na União Eurasiana, CSTO (Organização do Tratado de Segurança Coletiva, e EEE (Espaço Econômico Europeu ou União Aduaneira parece muito pouco atraente, e às vezes até perigosa. Porque tal participação tem inúmeras desvantagens desproporcionais, já que todas estruturas da Federação Russa tem uma base maior de recursos que estas comunidade juntas.

Particularmente, Rússia tem uma área extremamente maior, mais pessoas, maior estoque de recursos materiais. Rússia - o único país da Eurasia que tem acesso ao oceano. Isto é, os componentes geopolíticos principais encontram-se na realização da Rússia. Portanto, esta união terá um enorme desequilíbrio e evidente dominação russa.

Além disso, o lado ukrainiano deve levar em conta que segundo a avaliação de Freedom House, todos os países da União Eurasiana não são "livres". Permanecem nas últimas posições no ranking de percepção da corrupção. Na avaliação do Fórum Econômico Global de 2011-2012, estes países estão em último lugar.

É também significativo que em todos os países da União Eurasiana foram estabelecidos regimes políticos autoritários ou totalitários. Alguns analistas políticos denominam a União Eurasiana - clube de países ditatoriais.

Apesar de constantes apelos da liderança russa para os fatos que beneficiariam economicamente Ukraina caso ela aderisse à União Eurasiana, de acordo com o levantamento do Instituto de Pesquisas Econômicas e Consultoria Política, aderindo à União Aduaneira, Ukraina vai perder 0,5% no bem estar total a médio prazo e 3,7% no longo prazo.

Por outro lado, o ideólogo do Eurasionismo, Dugin reconhece que "na Rússia não há economia. Em qualquer país onde a principal fonte do orçamento é a exportação de recursos naturais, a economia em si, no sentido pleno da palavra, não existe".

Portanto, é evidente que os processos de integração, os quais agora ativamente Rússia pretende executar, são necessários primeiramente a seus interessess nacionais e à manutenção do status de "Império Eurasiano".

 
Tradução: Oksana Kowaltschuk
Foto formatação: AOliynik