terça-feira, 18 de maio de 2021

DEPORTAÇÃO DOS TÁRTAROS DA CRIMÉIA - 18/05/1944

 DIA DA MÉMORIA DA DEPORTAÇÃO DOS TÁRTAROS DA CRIMÉIA


A data de 18 de maio é o dia da memória da deportação dos Tártaros da Criméia que teve lugar no ano de 1944. A ação conduzida na noite de 17 à 18 de maio de 1944 pelo Ministério da Defesa Soviético e pelo NKVD resultou em deportação de perto de 200 mil tártaros da Crimeia sob ordens de Stalin.

Em preparação essa data de memória, em 14 de maio de 2021, os membros do Comitê de Direitos Humanos do Congresso Mundial Ucraniano (UWC) se reuniram com a liderança Mejlis do Povo Tártaro da Crimeia - Chefe do Mejlis Refat Chubarov e membros do Mejlis Riza Shevkiyev e Gayana Yüksel. A reunião também contou com a presença de Mustafa Dzhemilev, líder nacional dos tártaros da Crimeia. O UWC foi representado pelo Presidente do Comitê de Direitos Humanos do UWC, Borys Wrzesnewskyj, e pelos membros do Comitê - Chefe do Escritório de Representação do UWC I Ucrânia Serhiy Kasyanchuk e o Conselheiro Político do UWC Tymish Martynenko.

Durante a reunião, as partes discutiram a cooperação entre o Congresso Mundial Ucraniano e Mejlis e a coordenação de esforços para proteger os direitos humanos na Crimeia ocupada, em particular, os direitos de certos indivíduos, perseguidos pelas autoridades de ocupação russas, presos políticos e o povo tártaro da Crimeia.
As partes também discutiram a cooperação em termos da iniciativa da Ucrânia para estabelecer a Plataforma da Crimeia - um formato de negociação internacional que visa alcançar a desocupação da Península da Crimeia por meios diplomáticos e políticos.

Hoje, as ações dos ocupantes russos na Crimeia são um exemplo das piores e mais brutais violações dos direitos humanos no continente europeu. Isto, em primeiro lugar, aplica-se aos representantes das comunidades tártaras da Crimeia e da Ucrânia, que são perseguidos por motivos nacionais e religiosos e pelas suas convicções. Essas violações só podem ser encerradas com a união de forças e a união da comunidade internacional contra o agressor.

GENOCÍDIO DO POVO TÁRTARO

Segundo dados, 191.400 pessoas foram deportadas da Crimeia nos primeiros dois dias da operação de deportação em 1944, enquanto 5.989 foram acusadas de cooperar com a Alemanha nazi e outros "elementos anti-soviéticos" foram detidos e enviados para os gulag, campos de trabalho soviéticos.

Os Tártaros da Crimeia foram deportados para áreas inóspitas da Sibéria, Ural e Ásia Central, onde ficaram sem documentos e em condições de toque de recolher, sem o direito de viajar e até mesmo para procurar famílias perdidas durante a deportação.

As condições difíceis de vida em assentamentos especiais, complicados ainda mais pelo clima desacostumado, doenças infecciosas e falta do serviço médico provocaram doenças e a morte em massa. De acordo com o Movimento Nacional dos Tártaros da Crimeia, durante os primeiros 4 anos da deportação morreram 46,2% das pessoas.

No ano 1956 o Partido Comunista condenou abertamente a política de deportações, em 1967 foram revogadas as acusações de traição, e em 1974 - a proibição de voltar aos seus antigos lugares de residência na Crimeia, e em 1989 foram declarados ilegais e criminosos todos os atos de repressão contra os povos submetidos ao deslocamento forçado.

Em 2019 o Parlamento da Ucrânia reconheceu como genocídio a deportação dos tártaros da Crimeia e os Mejlis, assembleia popular dos tártaros da Crimeia fez uma carta que enviou à Organização das Nações Unidas (ONU) para que os países membros que a integram reconheçam também o genocídio.

A REPRESSÃO AOS TARTAROS PELO REGIME DESPÓTICO DE VLADIMIR PUTIN

Desde a ilegal ocupação da Criméia em 2014 pelo regime despótico de Vladimir Putin os tártaros voltaram a sofrer o regime de perseguição política.

A maioria dos tártaros não reconheceu a anexação em 2014 e continua sem aceitar a ocupação russa agora" afirmou Efe Narian Dzhelial, representante da minoria tártara na península, à imprensa. Dzhelial afirmou que os tártaros, que representam pouco mais de 10% da população da Crimeia, boicotaram desde então todas as eleições realizadas na península, entre elas as presidenciais, nas quais o chefe do Kremlin, Vladimir Putin, foi reeleito há um ano.

O líder histórico dos tártaros, Mustafa Dzhemilev, exilado em Kyiv, acredita que seu povo está pior com Putin do que durante a União Soviética. "Desde 2014 não se vê nenhuma melhoria na situação do meu povo e também não esperamos avanços. Os tártaros são discriminados. As autoridades locais se limitam a recorrer ao terror e à repressão", denuncia Dzhemilev.

BELICISMO RUSSO
 
Fora dos continentes europeu-asiático, poucos são os que sabem como são os russos. Um povo belicista, dominador, cruel e sangüinário. Mesmo tendo o território mais extenso do mundo (17.075.400 Km2), nunca se satisfaz. Está sempre a busca de novas dominações, sejam elas territoriais, psicológicas ou ideológicas. A cronologia apresentada a seguir, demonstra e comprova a assertiva.
 

CRONOLOGIA DO BELICISMO RUSSO: UM POVO VORAZ, DOMINADOR E IMPERIALISTA

 
Período Histórico
 
1471 - 1496
- Guerra contra Novhorod-Siversky

1499
- marcha para Ural.

1500 - 1503
- Guerra contra Lituânia.

1512
- Guerra contra Polônia

1550
- Guerra contra o Khan de Kazan

1550
- Segunda guerra contra Kazan

1556
- Guerra contra Astrakhan

1557
- Guerra contra Criméia

1558 - 1563
- Guerra contra Linflandia (?)

1579
- Guerra contra Polônia

1581
- Marcha para Sibéria

1590 - 1595
- Guerra contra Suécia

1598
- Guerra contra Khan da Sibéria - Kutchma

1600
- Marcha ao rio Ob na Sibéria

1608 - 1618
- Guerra contra Polônia

1610 - 1617
- Guerra contra Suécia

1632 - 1634
- Guerra contra Polônia

1637
- Guerra contra Azov

1643 - 1652
- Guerra contra China

1654 - 1667
- Guerra contra Polônia, início da ocupação da Ucrânia

1656 - 1661
- Guerra contra Suécia

1668 - 1669
- Guerra contra Pérsia - Iran

1671
- marcha para Astrakhan

1676 - 1681
- Guerra contra Turquia, Criméia, Moldova (Moldávia)

1687
- guerra contra Criméia

1689
- marcha para Criméia

1695
- Marcha para Azov

1695 - 1697
- Marcha para Kamtchatka

1700 - 1721
- Guerra contra Suécia, início do extermínio do Hetmanato.

1711
- Guerra contra Turquia

1722 - 1724
- Guerra contra Pérsia - Iran

1733 - 1739
- Guerra contra Polônia

1735 - 1739
- Guerra contra Turquia, Criméia, Moldava

1741
- Guerra contra Polônia

1741 - 1743
- Guerra contra Suécia

1756 - 1762
- Guerra contra Alemanha

1764
- Catarina II liquida o país dos Hetmane

1768 - 1774
- Guerra contra Turquia e Moldava

1787 - 1792
- Guerra contra Turquia e Moldava. Ocupação da Criméia

1788 - 1790
- Guerra contra Suécia

1792
- Guerra contra Polônia

1794
- Guerra contra Polônia

1769
- Guerra contra Pérsia - Iran

1799
- guerra contra a França

1800
- Guerra contra a Inglaterra

1804 - 1807
- Guerra contra França

1805 - 1812
- Guerra contra Turquia e Moldava

1806
- Marcha para Sakhalin

1808 - 1809
- Guerra contra Suécia

1812 - 1814
- Guerra contra Suécia

1812 - 1814
- Guerra contra França

1813
- Guerra contra Geórgia

1820
- Marcha para Kazaquistão

1826 - 1828
- Guerra contra Pérsia - Iran

1828 - 1829
- Guerra contra Turquia, Moldava, Valakhia

1833
- Marcha contra Constantinopla

1839
- Marcha para Khiva (?)

1843 - 1859
- Guerra contra Chechênia, Daguistão, Tcherkacia

1847
- Marcha para Cazaquistão

1850
- Marcha para KoshKurgan

1853
- Marcha para Ak-Metsheth (?)

1853 - 1856
- Guerra contra Turquia, França e Inglaterra , na Criméia

1850 - 1856
- Marcha para Kokand

1865
- Ocupação de Tashkend

1866 - 1868
- Marcha para Bukhar

1868
- Ocupação de Samarkand

1873 - 1875
- Marcha para Khiva

1877 - 1878
- Guerra contra Turquia

1880 - 1881
- Marcha para Turkmenistan

1884 - 1885
- Marcha para Afeganistão

1901
- Ocupação da Manchúria

1904 - 1905
- Guerra contra Japão

1914 - 1917
- Guerra contra Alemanha, Austro - Hungria, Bulgária e Turquia

1917
- Guerra contra a Finlândia

1918
- Guerra contra a Ucrânia

1918
- Marcha para Lituânia, Letônia e Estônia

1919
- Marcha para Bielorrússia

1919 - 1921
- Guerra contra Ucrânia

1920 - 1921
- Ocupação da Geórgia, Birmânia e Azerbaijão

1939
- Guerra contra Polônia

1939 - 1940
- Guerra contra Finlândia

1939
-Ocupação das terras ocidentais ucranianas

1940
- Ocupação da Bessarábia e sul da Bucovina

1941 - 1945
- Guerra contra Alemanha

1941
- Ocupação militar da Pérsia - Iran

1944
- Ocupação da República de Tubinsk

1994
- Deportação dos Tártaros da Criméia

1945
- Marcha para Japão

1956
- Marcha para Hungria

1968
- Marcha para Tchecoslováquia

1979 - 1990
- Guerra em Afeganistão

1992
- Guerra em Moldava

1991 - 1994
- Guerra em Ossétia do Sul e Abhkazia, contra Geórgia

1992 - 1996
- Guerra em Tadgiguistão

1994 - 2000
- Guerra em Chechênia

2008
- Guerra contra Geórgia

2014
- Invasão da Criméia
 
 
QUEM SERÁ O PRÓXIMO ???

Fonte: Jornal ucraniano virtual "Vessokiy Zamok" - http://www.wz.lviv.ua/
 
Decididamente este povo não gosta de paz. São 95 guerras ou conflitos militares em 537 anos. É muita coisa.
 
Nota: É possível que alguns países, regiões ou localidades se defrontem com a dificuldade de transliteração do ucraniano para o português.