segunda-feira, 26 de abril de 2021

DESASTRE DE CHERNOBYL: 35 ANOS

 35º aniversário do desastre de Chernobyl



Em 26 de abril de 1986, uma tragédia de magnitude indescritível ocorreu na usina nuclear de Chernobyl, no norte da Ucrânia. À 1h23min, uma explosão na usina arrancou o telhado de concreto do Reator 4, lançando grandes quantidades de partículas radioativas tóxicas na atmosfera. Além das tentativas imediatas dos trabalhadores da Chernobyl de apagar o incêndio causado pela explosão, não houve reação oficial do governo a esta catástrofe - nenhum anúncio foi feito, nenhum aviso foi dado - nada que mostrasse a menor preocupação para a população da Ucrânia ou para a comunidade global em geral. Em um ato deliberado do que só pode ser visto como negligência e desprezo pela segurança de milhões, as autoridades soviéticas permaneceram em silêncio.

Nesse ínterim, o povo da Ucrânia desconhecia completamente o perigo iminente para as suas vidas. As autoridades soviéticas não iniciaram as evacuações da área circundante de Chernobyl até 36 horas após a explosão. Só depois que grandes quantidades de radioatividade foram detectadas em partes da Europa e depois que especialistas escandinavos determinaram que a fonte era a Ucrânia, o Kremlin se apresentou para anunciar que havia ocorrido um acidente em Chernobyl e que Moscou estava cuidando da situação. A reação deles dificilmente foi apropriada para a magnitude da situação. E, como tal, cinco dias após a catástrofe, milhares de cidadãos desavisados, muitos deles crianças, desfilaram nas ruas de Kiev, a apenas 60 milhas ao sul de Chernobyl, em comemoração ao Primeiro de Maio, alheios ao perigo silencioso e invisível que se infiltrou sua cidade.

O Brasil e a solidariedade com as vítimas de Chernobyl.

 A comunidade ucraniana no Brasil não ficou alheia aos acontecimentos. Na gestão de Jose Welgacz como Presidente da Representação Central Ucraniano Brasileira, entre os anos de 1990 e 2001 vieram ao Brasil para tratamento médico 15 crianças ucranianas vítimas da radiação de Chornobyl. As crianças ficaram alojadas em casas de desce descendentes de ucranianos e foram tratadas no Hospital Evangélico por iniciativa do ex-deputado André Zacharow. Nos anos seguintes a Representação Central Ucraniano Brasileira realizou trabalho de parceria com o Hospital de Clinicas da UFPR e foram treinados 10 médicos e enfermeiras ucranianas para a realização de transplantes de medula óssea sob a direção do Dr. Ricardo Pasquini. Com a aquisição da técnica da UFPR os médicos ucranianos no retorno passaram a realizar os transplantes de medula óssea na Ucrânia. 

A Ucrânia e a desnuclearização. 

 Um dos reflexos do acidente de Chernobyl foi a importante participação da delegação da Ucrânia na Conferencia sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento no Rio de Janeiro em 1992 que contou com a presença do presidente do parlamento Ucraniano Alexandr Moroz, do Ministro do Meio Ambiente Yuri Tcherbak e do Deputado que havia presidido a comissão de investigação do acidente Volodymyr Iavoriskiy. Textos da resolução final da Conferencia refletem as reflexões mundiais sobre o acidente. 

 E, em 5 de dezembro de 1994, é assinado o Memorando de Budapeste onde a Ucrânia que era a terceira potência nuclear do planeta abandona o uso de armas nucleares. O memorando de Budapeste sobre Garantias de Segurança é um acordo político assinado em Budapeste, Hungria, em 5 de dezembro de 1994, oferecendo garantias de segurança por seus signatários com relação à adesão da Ucrânia ao Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares. O Memorando foi originalmente assinado por três potências nucleares: a Federação Russa, os Estados Unidos e o Reino Unido. China e França mais tarde deram declarações individuais de garantia também. 

O memorando inclui garantias de segurança contra ameaças ou uso da força contra a integridade territorial ou a independência política da Ucrânia, assim como as da Bielorrússia e do Cazaquistão. Como resultado, a Ucrânia cedeu o terceiro maior arsenal de armas nucleares do mundo entre 1994 e 1996.  

Durante a Crise da Crimeia de 2014, os Estados Unidos afirmaram que o envolvimento russo é em violação das suas obrigações para com a Ucrânia no âmbito do Memorando de Budapeste, e em clara violação da soberania e da integridade territorial da Ucrânia.

Laboratório de Pesquisas e Turismo.

 Hoje na região protegida no raio de 30 km do entorno desenvolveu-se a flora e a fauna que é objeto de acompanhamento científico e pesquisas. 

Atualmente, os turistas são transportados para a área por cerca de duas dezenas de agências de viagens de Kyiv, várias operadoras da Polônia e de outros países. Também existe turismo ilegal, onde guias levam estrangeiros por algumas centenas de dólares para aldeias abandonadas em Pripyat.

Existem muitos locais exclusivos na área: a própria usina nuclear de Chernobyl com um novo abrigo acima do 4º reator e enormes torres de resfriamento, a estação de radar de arco horizontal "Duga", dezenas de antigas vilas com cemitérios abandonados e uma igreja na aldeia de Krasno, a estação ferroviária Yaniv e, de fato, a lenda - o epicentro do mito turístico de Chernobyl.

           Em 2019, a zona de Chernobyl foi visitada por mais de 120 mil turistas. Esse número tinha todas as chances de ultrapassar 200 mil em 2020, se não fosse o coronavírus.

Crédito: Vitório Sauchuk

domingo, 11 de abril de 2021

UCRÂNIA - HOMENAGEM À MEMÓRIA DAS VÍTIMAS DOS CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO NAZISTA EM LVIV

 


"O Dia Internacional pela Libertação dos Prisioneiros do Campo Nazista em 11 de abril é uma lembrança da história do grande sofrimento de milhões de pessoas. Afinal, durante a Segunda Guerra Mundial, 18 milhões de pessoas passaram pelos campos de extermínio. Entre eles estavam ucranianos, cujas vidas foram interrompidas pelo arame farpado do infernal "Stalag".

Para manter prisioneiros em Lviv em 1941, os alemães alocaram 30 hectares de terra no coração da cidade, na Cidadela. Todo o território do campo, assim como as quatro torres, foram cercados por arame farpado e novos prisioneiros eram trazidos para cá todos os dias.

De acordo com testemunhas oculares, os prisioneiros foram conduzidos em colunas ou trazidos para a Cidadela em caminhões. Por fome, as pessoas comiam toda a grama do acampamento, roíam velhas acácias. Havia tantos prisioneiros no campo que dormiam agachados.

Em 1941-44, mais de 140.000 pessoas de várias nacionalidades morreram aqui.

A guerra gera crueldade e ódio, e as vítimas e reféns do mal tornam-se inocentes. Os fatos da história são uma lição importante para o futuro. É tão importante nunca repetir crimes terríveis contra a humanidade novamente."