segunda-feira, 22 de novembro de 2021

SEMANA HOLODOMOR 1932-2021: 89 ANOS

SEMANA HOLODOMOR

22 a 28/11/2021

A Grande Fome aconteceu em 1932-1933. Morreram de fome 7 milhões de ucranianos. Ficou registrado na Historia como o Holodomor, que em ucraniano significa Morte pela Fome.

http://noticiasdaucrania.blogspot.com/2011/02/ucrania-vitima-do-comunismo-russo.html?m=1 


Embaixada da Ucrânia no Brasil

Holodomor - genocídio Ucraniano pela fome

O termo Holodomor significa um massacre pela fome, do qual não havia salvação. Com esta palavra, os ucranianos chamam a Fome deliberadamente organizada nos anos 1932 – 1933 pelo regime totalitário de Stalin no território da Ucrânia soviética, que levou mais de 7 milhões de vidas de conterrâneos nossos, dos quais a maioria eram crianças.

 A Ucrânia é o segundo maior país da Europa e era considerada «o celeiro da Europa». Na véspera da Primeira Guerra Mundial, as fazendas ucranianas camponesas e senhoriais coletavam 43% da safra mundial de cevada, 20% de trigo e 10% de milho.

Em 1919, na Ucrânia ocupada, os bolcheviques começaram a implementar uma política de "comunismo militar". Ela previa a nacionalização da indústria, a redução das relações de mercado, e a sua substituição pela regulamentação estatal, a ditadura alimentar, a mobilização de trabalho. Os bolcheviques alcançavam seus objetivos usando métodos de terror.

Nos anos de 1921-1923, para a supressão da resistência na Ucrânia, os bolcheviques, pela primeira vez, testaram o terror com a fome, privando a população dos meios de sobrevivência.

No final de 1927, o regime adotou uma decisão de coletivizar a agricultura. Em 1931, mais de 352 mil fazendas "desapropriadas" foram liquidadas na Ucrânia. No total, cerca de 1,5 milhão de pessoas foram roubadas pelo regime comunista.

As ações do regime causaram insatisfação com a população em várias regiões da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), especialmente na Ucrânia. Aqui, os camponeses começaram a fazer a mais aguda resistência. A resistência do campesinato ucraniano cresceu de forma sincronizada com a aceleração da taxa de coletivização. O pico foi alcançado em março de 1930. Naquela época, na Ucrânia, o governo, através da chantagem e do terror, obrigou mais de dois terços das fazendas a entrarem para as fazendas coletivas (kolgosp).

Até outubro de 1931, na Ucrânia, 68% das fazendas camponesas e 72% das terras aráveis foram coletivizadas.

Na república, no verão de 1932, uma enorme onda de protestos camponeses e rebeliões de fome estavam surgindo novamente. Os camponeses que já começavam a sofrer de fome em massa, lutaram não só por suas terras, mas também por suas próprias vidas. Durante sete meses, em 1932, mais de 56% dos protestos na URSS ocorreram na Ucrânia. As fazendas camponesas começam um novo êxodo em massa de kolgosps.

Stalin exigiu que todos os problemas fossem resolvidos de uma só vez - superar a resistência dos camponeses, intelectuais e comunistas nacionais no poder, punir os desobedientes e transformar aqueles que restarem no povo «soviético». Isso só poderia ser feito através do extermínio em massa.

O Holodomor foi o resultado de uma política bem planejada do Kremlin. A primeira etapa do crime foi o confisco em massa de todos os alimentos da aldeia, e não apenas os cereais, como antes. O confisco exigia um recurso humano significativo, de modo que os funcionários do aparato do Partido Comunista e os membros credenciados dos centros industriais foram envolvidos nos requisitos.

As pessoas começaram a fugir das áreas afetadas pela fome. Então, a segunda ferramenta foi o isolamento dos afetados.

Em janeiro de 1933, o regime proíbe a partida de camponeses do território da Ucrânia e do Kuban, habitada principalmente por ucranianos.

A parte constituinte do genocídio foi o bloqueio consciente de informações sobre a fome. O horror do Holodomor foi a mortalidade extremamente elevada entre as crianças. As crianças morriam antes dos adultos.

O Holodomor levou milhões de vidas humanas. Como resultado do crime de genocídio, além do assassinato físico de milhões de pessoas, aconteceu a destruição do estilo de vida tradicional ucraniano. A fome tornou-se uma arma na destruição biológica em massa de ucranianos, para muitas décadas seguidas enfraqueceu o fundo genético do povo, e levou a mudanças morais e psicológicas na consciência dos sobreviventes.

Holodomor é um dos eventos mais importantes da história não somente da Ucrânia, mas também da história mundial no século XX, e sem entendê-lo não seria possível entender a natureza do totalitarismo e dos crimes cometidos tanto pelo totalitarismo soviético quanto nazista.

No entanto, as tentativas de negar o caráter genocida e anti-ucraniano da fome de 1932-1933 foram continuadas pelas forças que se autoproclamam como herdeiros do regime stalinista. A Ucrânia no cenário internacional continua a envidar esforços significativos para divulgar informações e reconhecer o Holodomor como crime de genocídio.


Para obter mais informações sobre esta tragédia recomendamos os seguintes sites:

http://www.holodomoreducation.org/index.php/id/158/lang/en, 
     
http://www.infoukes.com/history/famine/, 

http://www.gis.huri.harvard.edu/historical-atlas/the-great-famine.html, 

http://www.faminegenocide.com/resources/findings.html, 
  
http://www.sharethestory.ca/ 
    
Documentário «The Soviet Story» (2008), escrito e dirigido por Edvins Snore - https://www.imdb.com/title/tt1305871/ 

O filme «Bitter Harvest» (2017), diretor George Mendeluk (Canadá) - https://www.imdb.com/title/tt3182620/ 

O filme «Mr. Jones: A Verdade da Mentira» (2019) da diretora Agnieszka Holland (Trailer Legendado PT) - https://www.youtube.com/watch?v=adF4WroR4Is 

O livro «A fome vermelha: A guerra de Stalin na Ucrânia» da jornalista e economista Anne Applebaum - https://www.amazon.com.br/fome-vermelha-guerra-Stalin-Ucr%C3%A2nia-ebook/dp/B07ZWTJ762/ref=tmm_kin_swatch_0?_encoding=UTF8&qid=&sr= 




Fonte: materiais do Centro Ucraniano da Memória Nacional.


Embaixada da Ucrânia no Brasil

SHIS, QІ-05, Conjunto-04, Casa-02, LAGO SUL CEP 71615-040 Brasília-DF, BRASIL
+55-61-33-65-14-57+55-61-33-65-12-27
emb_br@mfa.gov.ua consul_br@mfa.gov.ua
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Créditos:
https://www.facebook.com/watch/?extid=WA-UNK-UNK-UNK-AN_GK0T-GK1C&v=203810025233778  

domingo, 21 de novembro de 2021

UCRANIA DENUNCIA "GUERRA ENERGETICA" DA RUSSIA

 GUERRA ENERGÉTICA

Retaliação Russa: Stalin assassinou 7 milhões de ucranianos com a fome. Putin quer repetir o feito com o frio.

Um novo genocídio aos moldes de Stalin/Putin à vista


 


sexta-feira, 19 de novembro de 2021

O APOIO DA DIÁSPORA À UCRÂNIA

 O APOIO DA DIÁSPORA À UCRÂNIA

Palestra por: Engene Czolij

Tradutor: Mariano Czaikowski



Eugene Czolij - Presidente do Congresso Mundial dos Ucranianos de 1998 a 2008 e Presidente da Associação Ucrânia 2050. Cônsul Honorário da Ucrânia em Montreal - Canadá. Tradutor : Mariano Czaikowski, Cônsul Honorário da Ucrânia em Curitiba. Promoção da Representação Central Ucraniana Brasileira - RCUB e do Núcleo de Estudos Eslavos - NEES da Universidade Estadual do Centro-Oeste - UNICENTRO - Campus Irati (PR).

O APOIO DA DIÁSPORA À UCRÂNIA
Palestra por: Engene Czolij
Tradução: Mariano Czaikowski
https://youtu.be/XX66xLOJ9AU

Palestra Virtual de Eugene Czolij – advogado, ex-presidente do Congresso Mundial dos Ucranianos 2008-2018, Presidente da Organização Ucrânia 2050 e Consul Honorário da Ucrânia em Montreal – Canada. Organizada pela Representação Central Ucraniana Brasileira no dia 19 de novembro de 2021.

Em primeiro lugar, gostaria de parabenizar Sua Eminência Bispo Volodymyr Kovbych, Sua Eminência Bispo Myron Mazur, Cônsul Honorário da Ucrânia em Curitiba Marian Tchaikovsky, Professor Clodogil Fabiano Ribeiro Dos Santos e Vice-Presidente Regional da Ucrânia e Vice-Presidente da Central e da Ucrânia Vice-presidente e Sociedade Central de Educação da República Argentina de Yuri Danylyshyn.

Também gostaria de parabenizar o Vice-Presidente do Congresso Mundial dos Ucranianos e o Presidente da Representação Central Ucraniano-Brasileira, Vitório Sorotiuk, e agradeço sinceramente a organização deste evento.

Também parabenizo a comunidade ucraniana no Brasil pelo 130º aniversário da imigração ucraniana ao Brasil.

Recordo com prazer as minhas três viagens ao Brasil como Presidente do Congresso Mundial de Ucranianos, nomeadamente em 2009 quando estive em Curitiba, União da Vitória, Prudentópolis e na aldeia de Dorizon (perto de Malet) em 2011 e 2017, quando estive em Curitiba. O principal organizador das minhas viagens ao Brasil foi Vitorio Sorotiuk, a quem agradeço mais uma vez.

Gostaria de parabenizar a todos, em particular ao Presidente da Representação Central Ucraniano-Brasileira Vitório Sorotiuk, por um notável feito, a saber, em 5 de outubro de 2021, a Câmara Municipal de Prudentópolis decidiu por unanimidade que o ucraniano é a língua co-oficial do município de Prudentópolis.

Este ano, os ucranianos e nossos amigos de todo o mundo celebraram o 30º aniversário da restauração da independência da Ucrânia, que é, sem dúvida, um dos eventos geopolíticos mais importantes do século XX, o que o ex-presidente dos EUA Ronald Reagan corretamente chamou de fim do "império do mal" e permitiu ao povo ucraniano sair do colonialismo e entrar no círculo dos povos livres do mundo.
A proclamação da independência restaurada da Ucrânia também foi muito útil para a diáspora ucraniana, pois o Ocidente agora reconhece que os ucranianos na diáspora têm raízes em um país chamado Ucrânia, e não em algum território desconhecido que faz parte da Áustria-Hungria, Polônia, Romênia , ou a União Soviética.
Por sua vez, a diáspora ucraniana também contribuiu para esta grande história de sucesso, apoiando ativamente a nação ucraniana e seus lutadores pela liberdade e, assim, defendendo a independência da Ucrânia e estabelecendo um Estado ucraniano.

Para os céticos de tal afirmação, primeiro gostaria de lembrá-los de informações estatísticas extremamente convincentes.

Durante o período de agressão russa de 6 anos entre 2015 e 2020, o Fundo Monetário Internacional concedeu empréstimos à Ucrânia no valor de 12 bilhões de dólares americanos.

Para efeito de comparação, de acordo com o Banco Mundial, para o mesmo período de 6 anos, entre 2015 e 2020, ucranianos que vivem fora da Ucrânia, incluindo trabalhadores migrantes ucranianos que sustentam suas famílias em casa, foram transferidos para o sistema financeiro da Ucrânia 74 bilhões de dólares americanos.

Durante a difícil agressão russa e a pandemia COVID-19 apenas em 2020, o Fundo Monetário Internacional concedeu US $ 2,1 bilhões em empréstimos à Ucrânia, enquanto a diáspora ucraniana transferiu quase US $ 14 bilhões. Além disso, a diáspora ucraniana, liderada pelo Congresso Mundial de Ucranianos, deu uma contribuição significativa para:

reconhecimento pela comunidade internacional da restauração da independência da Ucrânia;

●a compra de instalações para a Embaixada e residência do Embaixador da Ucrânia no Canadá, para os Consulados Gerais da Ucrânia em Nova York e Chicago e para a Missão Permanente da Ucrânia nas Nações Unidas em Nova York;

● garantir o apoio da Ucrânia por parte dos estados ocidentais e da comunidade internacional, que forneceu assistência econômica, técnica, militar e humanitária à Ucrânia, bem como impôs e manteve sanções direcionadas contra a Rússia por violar a integridade territorial da Ucrânia;

●levantar a questão dos prisioneiros políticos ucranianos e reféns mantidos pelas autoridades russas em vários fóruns internacionais e pedir a sua libertação, bem como enfatizar as violações graves dos direitos humanos, nacionais e religiosos e das liberdades dos ucranianos e dos tártaros da Crimeia nos territórios ocupados ilegalmente territórios da Crimeia e no leste da Ucrânia, bem como na Rússia;

●combater a desinformação russa, que visa retratar a Ucrânia como um país falido, e disseminar informações verdadeiras sobre a Ucrânia, incluindo seu progresso na reforma e modernização;

● em apoio às aspirações da Ucrânia de integração europeia e eventual adesão à União Europeia, incluindo: (1) assinatura, ratificação e implementação do Acordo de Associação UE-Ucrânia; e (2) a introdução de um regime de isenção de visto para a Ucrânia no espaço Schengen. Como resultado dessas conquistas de integração europeia, a União Europeia é atualmente o maior parceiro comercial da Ucrânia. O volume do comércio entre a Ucrânia e a União Europeia em 2020 é quase 41% do volume total do comércio da Ucrânia com o mundo;

● em apoio ao curso euro-atlântico da Ucrânia e sua eventual adesão à OTAN;

● auxiliar no fornecimento do Tomos na autocefalia da Igreja Ortodoxa da Ucrânia;
● em reconhecimento do Holodomor como genocídio do povo ucraniano, que agora foi oficialmente cometido por mais de 15 países; e
● observar as eleições presidenciais e parlamentares na Ucrânia.

Como alguém pensa que isso é um exagero da contribuição de ações coordenadas da diáspora na defesa e desenvolvimento do estado ucraniano - quero chamar a atenção para como a própria Rússia, país agressor da Ucrânia, avalia tal contribuição do ucraniano diáspora liderada pelo Congresso Mundial de Ucranianos (CMU).

Em 11 de julho de 2019, a Procuradoria-Geral da Rússia decidiu declarar indesejáveis as atividades do Congresso Mundial de Ucranianos no território da Federação Russa.

Em 17 de julho de 2019, o Ministério da Justiça russo incluiu o CMU em sua lista de organizações não governamentais internacionais estrangeiras cujas atividades são consideradas indesejáveis no território da Federação Russa.

Em 9 de outubro de 2019, o CMU entrou com uma ação judicial contra o Gabinete do Procurador-Geral e o Ministério da Justiça da Rússia no Tribunal Distrital de Tver em Moscou.

Em 11 de março de 2020, o Tribunal Distrital de Tver de Moscou referiu-se a uma carta do Serviço de Segurança Federal da Rússia (ou FSB) afirmando que "as atividades do Congresso Mundial de Ucranianos são destrutivas e ameaçam os alicerces da ordem constitucional e da segurança da Federação Russa. "O tribunal, portanto, decidiu rejeitar a reclamação do CMU e declarou que os seguintes exemplos de atividades do CMU eram suficientes para justificar a decisão do Gabinete do Procurador-Geral:

1) promoção de iniciativas políticas anti-russas para devolver a Crimeia à Ucrânia, fortalecendo as sanções contra a Rússia, conduzindo uma campanha para revisar a "história comum da Rússia e da Ucrânia" e minando a Ortodoxia canônica na Ucrânia;

2) O presidente do CMU conduziu 147 viagens internacionais a 51 países de 2013 a 2018, onde ocorreram cerca de 1.500 reuniões bilaterais, durante as quais ele chamou o negócio principal do CMU - proteger a integridade territorial da Ucrânia da agressão russa e apelar a uma ação eficaz. com a ocupação da Crimeia e parte do leste da Ucrânia, incluindo a prestação de assistência militar, bem como o reforço das sanções contra a Federação Russa e a suspensão da construção do gasoduto Nord Stream-2;

3) levantar em 2018 nos eventos da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, o Fórum Econômico Mundial em Davos, a Comissão Europeia, as Nações Unidas e outras plataformas internacionais a questão da agressão russa, ocupação da Crimeia, Nord Stream 2 e a necessidade de sanções contra a Rússia; e

4) iniciar a ação global "Cartão Vermelho para Putin" durante a Copa do Mundo FIFA 2018, que teve como objetivo pressionar as autoridades russas.

Como resultado, todos os tribunais de apelação e cassação da Rússia rejeitaram as queixas do CMU e consideraram o Tribunal Distrital de Tver de Moscou legal e razoável. Assim, todos os tribunais da Rússia concordaram que tais "atividades do Congresso Mundial dos Ucranianos são destrutivas e representam uma ameaça aos fundamentos da ordem constitucional e da segurança da Federação Russa".

Todos estes fatos e estatísticas devem, antes de mais nada, nos fazer sentir que a diáspora ucraniana é uma parte integrante do povo ucraniano, que a diáspora ucraniana pode realmente e concretamente ajudar na construção do Estado ucraniano e que a diáspora ucraniana realmente o fez no últimos 30 anos desde a independência da Ucrânia.

Todos esses fatos e estatísticas devem nos encorajar a ser ainda mais sacrificiais com nosso tempo e finanças para ajudar ainda mais o povo ucraniano nestes tempos difíceis, porque a Rússia - embora reconhecesse a independência da Ucrânia pelo nome - nunca aceitou a realidade geopolítica que surgiu. como resultado da restauração da independência da Ucrânia.

É por isso que a Rússia invadiu a Crimeia em fevereiro de 2014, e logo depois - no leste da Ucrânia. Desde então, a Rússia tem travado uma guerra híbrida contínua contra a Ucrânia com o objetivo claro de recuperar o controle dela.

Esta agressão militar já destruiu cruelmente pessoas e propriedades.

Nos últimos sete anos de agressão russa, mais de 14.000 pessoas foram mortas e mais de 30.000 feridas, incluindo civis e soldados ucranianos, apenas nos oblastos ocupados de Donetsk e Luhansk, e mais de 1,5 milhão de deslocados internos estão atualmente na Ucrânia.
Infelizmente, enquanto o Ocidente apóia a Ucrânia e condena as violações flagrantes da ordem mundial pela Rússia, os líderes ocidentais ainda não sabem que o plano de Putin vai muito além da Crimeia e das regiões de Donetsk e Luhansk, e visa a independência da Ucrânia para recriar um novo e ameaçador império russo.

Portanto, devemos pedir de forma conjunta e convincente à comunidade internacional que ajude efetivamente a Ucrânia a restaurar e proteger totalmente a sua integridade territorial - não apenas para a Ucrânia - mas também para a comunidade internacional, porque uma Ucrânia independente e territorialmente integrada com plena participação na OTAN e a União Europeia, é a melhor garantia de paz e estabilidade no mundo.

Em particular, neste momento crítico, a diáspora ucraniana, incluindo a comunidade ucraniana no Brasil, deve continuar seu trabalho de defesa de direitos para que a comunidade internacional possa tomar medidas concretas para:

(1) A OTAN forneceu à Ucrânia um Plano de Ação para a Adesão à OTAN;

(2) a Rússia não poderia contornar a Ucrânia no fornecimento de gás à Europa e continuar a usar o gás como arma política contra o Ocidente; e

(3) A Rússia foi proibida de usar o sistema de pagamento SWIFT, a menos que desocupasse a Ucrânia dentro de um determinado período de tempo estabelecido pelo Ocidente.

Seis anos atrás, em 3 de novembro de 2015, durante seu depoimento perante o Subcomitê de Cooperação para a Segurança Europeia e Regional do Comitê de Relações Exteriores do Senado dos Estados Unidos, O ex-subsecretário de Estado adjunto dos Estados Unidos Benjamin Zif disse sobre os incríveis esforços do Kremlin para semear incerteza, confusão e suspeita e questionar nossas verdades mais básicas:

"O Kremlin está patrocinando o esforço com um sofisticado aparato de propaganda de US $ 1,4 bilhão por ano em seu território e no exterior, que estima chegar a 600 milhões de pessoas em 130 países, em 30 idiomas. O governo russo também está financiando centros de pesquisa e organizações em países vizinhos para ajudar a atingir seus objetivos de espalhar falsas narrativas do Kremlin; a imagem do Ocidente como ameaça; e minando a confiança na mídia independente, bem como nas instituições e valores ocidentais ".

Diante disso, um desafio extremamente importante para a comunidade internacional é aumentar a conscientização sobre essa desinformação entre as autoridades, a sociedade civil e a população em geral dos países ocidentais.

A este respeito, a Ucrânia e os seus 20 milhões de diáspora ucranianos devem envidar todos os esforços para conter essa desinformação e, assim, garantir que a comunidade internacional forme a sua opinião e tome decisões sobre a Ucrânia e a diáspora ucraniana com base em informações verdadeiras.

Atualmente, esta é provavelmente uma das tarefas mais importantes da diáspora ucraniana no combate à agressão híbrida russa contra a Ucrânia. Além disso, a diáspora ucraniana tem a oportunidade e os meios para combater de fato essa desinformação em vários fóruns e redes sociais, a começar pela maior rede do Facebook, que foi usada por 2,89 bilhões de usuários no segundo trimestre de 2021.

Portanto, aproveito a oportunidade para agradecer a todos os participantes deste evento que já aderiram à Missão Permanente de Monitoramento da Mídia Internacional da ONG "Ucrânia-2050" para combater a desinformação contra a Ucrânia e a diáspora ucraniana. Hoje, a missão conta com 166 membros de 56 países, incluindo o Brasil, que monitoram em 42 idiomas de forma voluntária e combatem a desinformação.

Também convido sinceramente a todos a se juntarem à nossa missão e ajudar concreta e diariamente a Ucrânia a lutar contra a agressão híbrida russa e a afirmar ainda mais sua condição de Estado.

Muito obrigado pela atenção!
Eugene Czolij
19 de novembro de 2021.

domingo, 29 de agosto de 2021

130 ANOS: IMIGRAÇÃO UCRANIANA PARA O BRASIL

Mensagem do Presidente do Congresso Mundial dos Ucranianos nas comemorações dos 130 anos da Imigração Ucraniana para o Brasil.

O Congresso Mundial dos Ucranianos é a entidade que representa os 20 milhões de ucranianos da diáspora ucraniana, congregando representações de 33 país, entre elas a Representação Central Ucraniana Brasileira, presente em 56 países, com assento na Comissão de Assuntos Econômicos da ONU e atualmente presidida por Paul Grod.


"Caros amigos,
Em nome do Congresso Mundial dos Ucranianos tenho o grande prazer de parabenizar a grande comunidade ucraniana do Brasil pelo 130º aniversário de sua imigração e desejar-lhe força, inspiração e boa saúde para realizar os seus planos. Agradeço a cada um de vós que trabalham ativamente para construir a vida pública ucraniana no Brasil e por apoiar а nossa pátria espiritual - a Ucrânia.
О nosso especial agradecimento à Representação Central Ucranianо-Brasileira, que une os ucranianos do Brasil e há muitos anos coopera frutuosamente com o Congresso Mundial dos Ucranianos. Nós valorizamos imensamente o vosso grande trabalho no seio da nossa grande família global, que hoje reúne ucranianos em mais de 60 países. O meu especial agradecimento ao presidente dа vossa Representação, Sr. Vitório Sorotiuk, que também é vice-presidente do Congresso Mundial dos Ucranianos e trabalha ativamente na direção do nosso Congresso.
O vosso Jubileu coincide com o 30º aniversário do nosso maior feriado nacional, Dia da Independência da Ucrânia. Como mostra a história, independentemente do tempo e do lugar, onde encontra-se a diáspora ucraniana, a independência da Ucrânia sempre foi a sua prioridade, tarefa e fundamento que une gerações de ucranianos.
Hoje, é impossível medir quanto tempo e esforços foram dedicados pela vossa representação para apoiar a Ucrânia na restauração e consolidação de seu Estado, mas sem dúvida nenhuma é um trabalho colossal das várias gerações da comunidade ucraniano-brasileira. Desde a imigração em 1891, a vossa comunidade fez o possível para construir uma pequena Ucrânia em solo brasileiro e para que as gerações que se sucederam pudessem recordar as suas raízes, conhecer a história do seu povo e continuar a causa de seus pais. E eles foram capazes de fazer isso.
Há trinta anos, no dia 2 de dezembro, os ucranianos do Brasil tomaram a praça em Curitiba e pediram ao governo para que reconhecesse a independência da Ucrânia e, no dia 3 de dezembro, o Presidente do Brasil declarou que estabeleceria laços diplomáticos com a Ucrânia.
Hoje, a 5ª geração dos ucranianos no Brasil assumiu a batuta dos primeiros imigrantes, promove os interesses ucranianos perante as autoridades brasileiras e preserva os nossos valores nacionais: a língua, a cultura, as tradições ucranianas, bem como transmite ao seu meio social a verdadeira história da Ucrânia.
A vossa comunidade faz parte de uma voz global de ucranianos da diáspora liderada pelo Congresso Mundial de Ucranianos. A nossa principal tarefa comum é apoiar a Ucrânia, onde na fronteira da qual os seus melhores filhos e filhas morrem há anos e a escalada da ação militar pela agressão russa está se intensificando. Continuamos a contar com o vosso apoio para promover os interesses da Ucrânia a nível internacional. Afinal, somente juntos podemos ser fortes e influentes.
Glória aos ucranianos do Brasil!"

            "Glória à Ucrânia! Glória aos heróis"

Дорогі друзі,
Від імені Світового Конґресу Українців (СКУ) маю велику приємність привітати чисельну українську громаду в Бразилії із 130-літтям поселення на своїх теренах та побажати сили, надхнення і доброго здоровля для здійснення ваших планів. Дякую кожному з вас, хто віддано працює задля розбудови українського громадського життя в Бразилії та підтримки нашої духовної батьківщини України.
Слова нашої особливої вдячності Українсько-Бразилійській Центральній Репрезентації, яка об'єднує українців у Бразилії та довгі роки плідно співпрацює із Світовим Конґресом Українців. Ми високо оцінюємо вашу велику працю у складі нашої великої світової родини, яка сьогодні об'єднує українців з понад 60 країн світу. Моя особлива подяка очільнику вашої Репрезентації пану Віторіо Сиротюку, який також є Віце-Президент СКУ та активно працює у проводі Конґресу.
Ваш Ювілей співпадає з 30-літтям Ювілею нашого найбільшого національного свята Дня Незалежності України. Як свідчить історія, незалежно від часу та місця проживання української діяспори, незалежність України завжди була її пріоритетом, завданням та тією основою, яка єднає навколо себе покоління українців.
Сьогодні неможливо виміряти скільки часу і сили ваше членство доклало до підтримки України у відновлення та утвердження своєї державності, але без жодного сумніву це колосальна праця не одного покоління українсько-бразилійської громади. Під час свого поселення в 1891 році, ваша громада невідступно робила все, щоб розбудувати на бразилійській землі свою маленьку Україну та щоб доступні покоління пам'ятали своє коріння, знали історію свого народу та продовжували справу своїх батьків. І вони змогли це зробити.
Тридцять років тому, 2-го грудня, українці в Бразилії вийшли на площу в Курітибі і закликали уряд визнати Незалежність України, а вже 3-го грудня Президент Бразилії заявив, що встановлення з нею дипломатичних зв'язків.
Сьогодні естафету перших поселенців перейняло вже 5-те покоління українців у Бразилії. Воно просуває перед бразилійською владою українські інтереси та зберігає наші національні ціності: українську мову, культуру, традиції, а також доносить до свого суспільства правдиву історію України.
Сьогодні ваша громада є частиною одного глобального голосу українців діяспори під проводом Світівого Конґресу Українців (СКУ).  І нашим основним, спільним завданням є підтримка України на кордоні якої вже котрий рік гинуть її найкращі сини і дочки та посилюється ескалація військової дії агресії Росії. Ми і далі покладаємося на вашу підтримку з просування українських інтересів на міжнародньому рівні. Адже тільки разом ми можемо бути сильними і впливовими.
Слава українцям у Бразилії!
Слава Україні! Героям слава.

terça-feira, 24 de agosto de 2021

24 DE AGOSTO: ANIVERSÁRIO DA RENOVAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA DA UCRÂNIA E 130 ANOS DA IMIGRAÇÃO PARA O BRASIL

 24 de Agosto

A Independência da Ucrânia foi elaborada pela Verkhovna  Rada  (Parlamento ucraniano) em 24 de agosto de 1991.

O referendo sobre o Ato de Declaração da Independência foi realizado na Ucrânia no dia 1 de dezembro de 1991. Uma maioria de 92,3% dos eleitores aprovou a Declaração de Independência elaborada pelo Parlamento ucraniano.


O referendo:

A seguinte pergunta foi feita aos eleitores: "Apoia o Ato de Declaração da Independência da Ucrânia?”. A Declaração foi usada como um preâmbulo para o questionamento. O referendo foi convocado pelo Parlamento da Ucrânia para confirmar o Ato de Independência adotado pelo mesmo em 24 de agosto de 1991. Os cidadãos ucranianos manifestaram um apoio enorme à independência. O número de eleitores registrados que participaram do referendo foi de 31.891.742 (ou 84,18% do eleitorado do país), e dentre eles 28.804.071 (ou 92,3%), votaram a favor.

No mesmo dia, foram realizadas as eleições presidenciais do país. Todos os seis candidatos à presidência fizeram campanha a favor do referendo de independência. Leonid Kravchuk, o presidente do Supremo e chefe de estado de facto, foi eleito como primeiro presidente da Ucrânia. 

A Ucrânia foi então globalmente reconhecida como um Estado independente (por outros países) em 2 de dezembro de 1991. Àquela data, o presidente da República Socialista Federativa Soviética da Rússia, Boris Yeltsin, também confirmou o reconhecimento da nação russa à independência da Ucrânia. Um telegrama de felicitação foi enviado pelo presidente soviético Mikhail Gorbachev a Kravchuk logo após o referendo. Gorbachev declarou que desejava cooperação e compreensão da Ucrânia para com a formação da união dos estados soberanos.

A Ucrânia era a segunda república mais poderosa da União Soviética, tanto econômica quanto politicamente (atrás da Rússia), e a sua separação eliminou a possível existência de qualquer chance de Gorbachev continuar com a União Soviética. Em meados de dezembro de 1991, todas as Repúblicas Sovéticas, exceto a República Socialista Federativa Soviética da Rússia e a República Socialista Soviética Cazaque, tinham formalmente se separado da União. Uma semana após a sua eleição, Kravchuk se uniu a Yeltsin e ao líder da Bielorússia, Stanislav Shushkevich para assinarem o Pacto de Belaveja, o qual declarava que a União Soviética deixava de existir. A União Soviética dissolveu-se oficialmente em 26 de dezembro.

Fonte: Wikipedia


130 anos da Imigração Ucraniana para o Brasil. 30 anos da Renovação da Independência da Ucrânia.


Neste ano comemoramos 130 anos da Imigração Ucraniana para o Brasil e a Ucrânia inteira e a Diáspora em mais de 56 países comemoram o 30º Aniversário da Renovação da Independência da Ucrânia. 

Revela um depoimento histórico que um dos dois primeiros grupos que chegou ao Brasil no ano de 1891 e instalou-se na Colônia Rio Claro no Município de Mallet chegou à cidade do Rio de Janeiro no dia 23 de agosto daquele ano. 

A data de 24 de agosto é o dia da comunidade ucraniana pela Lei Estadual do Paraná de n. Lei Nº 14.496 de 11/08/2004 (Publicada no Diário Oficial nº. 6792 de 12 de agosto de 2004), pela Lei Estadual de Santa Catarina Lei Nº 14.302 de 11 de janeiro de 2008. e dia Nacional da Comunidade Ucraniana no Brasil pela Lei nº 12.209 de 19/01/2010 / PL - Poder Legislativo Federal (D.O.U. 20/01/2010). Na mesma data o governo da Ucrânia celebra o 30º aniversário da renovação de sua independência.

A maioria de nossa imigração tem uma origem na região ocidental da Ucrânia - a Halytchyna - e tem como razão de fundo a crise agrária, a falta de terra para o plantio e a necessidade de buscar melhores condições de vida para as famílias. A minoria vem no período da primeira grande guerra e além das razões econômicas agora também por razões políticas e a terceira por razões mais políticas após a segunda grande guerra. A sua maioria se instala no centro sul do Estado do Paraná e na parte norte do Estado de Santa Catarina. A partir dos anos de 1940 começa a migração interna principalmente para o norte e oeste do Estado do Paraná e para os grandes centros urbanos do país com o ingresso no serviço público federal e forças armadas. No Estado do Paraná em 10 municípios os ucranianos representam mais de 20% da população local e estão em 80 municípios expressivamente. A partir dos anos de 1970 novamente os ucranianos migram internamente para os estados de Mato Grosso, Rondônia, Minas Gerais e outros estados da federação. 

Atualmente a maioria dos 600 mil brasileiros descendentes de ucranianos vive em regiões urbanas e ascenderam economicamente e formam uma legião de profissionais de nível médio e universitário. É imenso o seu legado cultural ao Brasil. Só a estrutura da Igreja Greco Católica Ucraniana é composta de 27 paróquias, aproximadamente 240 igrejas, com 26 padres seculares (1 no exterior) e 60 padres da Ordem de São Basílio Magno atuando no Brasil e 8 no exterior e 4 congregações religiosas femininas A Igreja Ortodoxa Ucraniana no Brasil, sob a jurisdição do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, tem 1 arcebispo, 2 protopresbíteros mitrados e 8 padres, 4 subdiáconos, 18 igrejas e 2 padres atuando fora o Brasil. São dezenas sociedades e 30 grupos folclóricos, escolas do sábado e grupos de artesãos. 

Os ucranianos que se estabeleceram no Brasil sempre mantiveram sonho da Ucrânia como estado livre e soberano. Em suas atividades sempre entoaram o hino atual da Ucrânia e utilizaram o seu emblema nacional, criaram associações culturais, jornais e preservaram a cultura dos antepassados. Já em 12 de abril de 1917 dirigiram-se ao Exmo. Sr. Dr. Affonso Alves de Camargo Presidente do Estado do Paraná. Dizendo serem brasileiros e dispostos a defender a nova pátria com seu próprio sangue, solicitavam a intervenção do Governo Brasileiro no futuro Congresso da Paz para que seja restabelecida a independência da Ucrânia. Em 1991 no dia 24 de agosto a comunidade ucraniana brasileira ocupou a praça da Ucrânia em Curitiba em festejo pela renovação da Independência. No dia 2 de dezembro realizou plebiscito simbólico e solicitou e obteve apoio do Governo do Estado que manifestou já no dia 3 de dezembro ao Presidente da República do Brasil pelo pronto estabelecimento de relações diplomáticas entre o Brasil e a Ucrânia. 

A comunidade ucraniana brasileira sempre foi ativa, principalmente junto ao governo do Estado do Paraná, tendo em vista que neste estado localiza-se a imensa maioria dos descendentes de ucranianos brasileiros para a implementação das relações entre o Brasil e a Ucrânia. Assim que o Governo do Estado do Paraná convida e recebe em outubro de 1991 o Primeiro Ministro da Ucrânia Vitold Fokin e delegação e depois em 1992 o Presidente do Parlamento Ucraniano Alexander Moroz e delegação, Também  por influência da Representação Central Ucraniano Brasileira em 1994 o Governador Mário Pereira recebe em Palácio o Embaixador Asdrubal Pinto de Ulyssea – primeiro embaixador do Brasil na Ucrânia, no ano de 2000 o Governador Jaime Lerner visita a Ucrânia e a cidade de Sokal de onde imigraram seus pais ao Brasil. Em 2008 o Senador Alvaro Dias representando o Senado Federal participa das comemorações do 17º aniversário da independência da Ucrânia. Em agosto de 2011 o Governador Carlos Alberto Richa acompanhou uma delegação governamental e 180 descendentes de ucranianos a Ucrânia nas comemorações dos 120 anos da Imigração Ucraniana para o Brasil. Agora se articula também em uma Câmara de Industria Comércio e Inovação para buscar implementar mais as relações comerciais entre o Brasil e a Ucrânia. Mantemos viva a nossa solidariedade com a Ucrânia. Mantivemos vivo o apoio à Maidan durante a revolução da dignidade em que pese as orientações em contra das autoridades ucranianas, organizamos junto com os Escoteiros do Brasil a Dnipro Gold e a Representação Central a solidariedade às crianças vítimas da agressão russa no Leste da Ucrânia. 

A Ucrânia que se formou como estado após a revolução de 1917, renovou a sua Independência em 1991 após a dissolução da União Soviética. Era a terceira potência nuclear no planeta. Em 5 de dezembro de 1994 assinou O Memorando de Budapeste cedendo o arsenal nuclear. O Memorando foi originalmente assinado por três potências nucleares: a Federação Russa, os Estados Unidos e o Reino Unido. China e França mais tarde deram declarações individuais de garantia também. O memorando inclui garantias de segurança contra ameaças ou uso da força contra a integridade territorial ou a independência política da Ucrânia Por isso a anexação da Criméia e agressão no Leste que já custou milhares de vidas de ucranianos e deslocamento de mais de um milhão de pessoas descumpre esse memorando e significa, como revelou o recente artigo de Putin sobre o povo russo e ucraniano, o renascimento do velho espírito imperial do tsarismo russo. 

Todavia a independência e soberania sobre todo o seu território dependem antes de tudo da vontade soberana do povo ucraniano residente no território da Ucrânia e dos ucranianos da diáspora. Há que se superar os entraves da corrupção e da dominação dos oligarcas, aprofundar a democracia no judiciário e instituições democráticas para viabilizar a integração europeia e euro-atlântica ao construir um Estado reformado, próspero e economicamente viável. Nesse sentido, o Congresso Mundial dos Ucranianos, organização onde participa a Representação Central Ucraniano Brasileira, trabalha com o Governo da Ucrânia, governos e organizações internacionais, a diáspora ucraniana e a sociedade civil para solidificar a rede de amigos e apoiadores da Ucrânia.

Слава Украіні ! Героям Слава ! 

 Vitório Sorotiuk

 Presidente da Representação Central Ucraniano Brasileira.

quinta-feira, 12 de agosto de 2021

PRIMEIRA CANÇÃO NO ESPAÇO SIDERAL

EU OLHO PARA O CÉU É PENSO 

HOJE 12 DE AGOSTO 2021 -  SÃO 59 ANOS QUE PELA PRIMEIRA VEZ O HOMEM CANTOU NO ESPAÇO SIDERAL. 

(Acompanhe: Letra em Português no final deste Post)

Foi a canção ucraniana que se tornou a primeira no espaço sideral. A autor da façanha é Pavlo Popovych cosmonauta ucraniano que conduziu a nave Vostok 4

Ele era para ser o primeiro homem no espaço. Em lugar dele foi Gagarin.


Quando no espaço Pavlo Popovych cantou a canção ucraniana “Eu olho para o céu e penso”


LETRA EM UCRANIANO

Михайло Петренко

* * *Дивлюсь я на небо та й думку гадаю:

Чому я не сокіл, чому не літаю,

Чому мені, Боже, ти крилець не дав?

Я б землю покинув і в небо злітав.

Далеко за хмари, подальше од світу,

Шукать собі долі, на горе привіту

І ласки у зірок, у сонця просить,

У світлі їх яснім все горе втопить.

Бо долі ще змалку здаюсь я нелюбий,

Я наймит у неї, хлопцюга приблудний;

Чужий я у долі, чужий у людей:

Хіба ж хто кохає нерідних дітей?

Кохаюся з лихом, привіту не знаю

І гірко і марно свій вік коротаю,

І в горі спізнав я, що тільки одна —

Далекеє небо — моя сторона.

І на світі гірко, як стане ще гірше, —

Я очі на небо, мені веселіше!

Я в думках забуду, що я сирота,

І думка далеко, високо літа.

Коли б мені крилля, орлячі ті крилля,

Я б землю покинув і на новосілля

Орлом бистрокрилим у небо польнув

І в хмарах навіки от світу втонув!

* * *

 Mikhail Petrenko

* * *


LETRA EM PORTUGUÊS – TRADUÇÃO LIVRE

Eu olho para o céu e penso:

Por que não sou um falcão, por que não estou voando,

Por que, Deus, você não me deu uma asa?

Eu deixaria a terra e voaria para o céu.


Muito além das nuvens, longe do mundo,

Busque seu destino, saudações

E a graça das estrelas, o sol implora,

À luz de sua clareza, toda dor se afogará.


Pois desde cedo eu pareço não amado,

Sou um mercenário para ela, um menino vadio;

Eu sou um estranho no destino, um estranho nas pessoas:

Alguém ama crianças não nativas?


Eu me apaixonei pelo desastre, não sei olá

E amargamente e em vão encurto minha vida,

E no luto eu aprendi que apenas um -

O céu distante está do meu lado.


E o mundo está amargo, à medida que fica pior -

Estou de olho no céu, estou mais feliz!

Vou esquecer na minha mente que sou um órfão,

E o pensamento está longe, alto verão.


Se eu tivesse asas, aquelas asas de águia,

Eu deixaria a terra por uma nova casa

Uma águia veloz voou para o céu

E nas nuvens para sempre afogou o mundo!


Créditos: Vitório Sauchuk

segunda-feira, 28 de junho de 2021

28 DE JUNHO: DIA DA CONSTITUIÇÃO DA UCRÂNIA

 

HOJE NA UCRÂNIA É O DIA DA CONSTITUIÇÃO.


A Constituição da Ucrânia é a Lei Básica do Estado da Ucrânia. Adotado em 28 de junho de 1996 na 5ª sessão da Verkhovna Rada da Ucrânia. A Constituição da Ucrânia entrou em vigor no dia da sua adoção. Em memória da adoção da Constituição na Ucrânia, um feriado nacional é celebrado anualmente - o Dia da Constituição da Ucrânia.

Preambulo


A Verkhovna Rada da Ucrânia em nome do povo ucraniano - cidadãos ucranianos de todas as nacionalidades, expressando a vontade soberana do povo, com base na história centenária do Estado ucraniano e com base na nação ucraniana, o direito de todos Povo ucraniano à autodeterminação, zelando pelo fortalecimento da harmonia civil na Ucrânia e reafirmando a identidade europeia do povo ucraniano e a irreversibilidade do curso europeu e euro-atlântico da Ucrânia, esforçando-se para desenvolver e fortalecer um processo democrático, social, jurídico estado, ciente da responsabilidade para com Deus, consciência, passado, presente e futuro O Ato de Proclamação da Independência da Ucrânia de 24 de agosto de 1991, aprovado por voto popular em 1º de dezembro de 1991, adota esta Constituição - a Lei Básica da Ucrânia.

Mas a Ucrânia reclama ser a pátria da primeira constituição européia em 1710.  A Constituição de Pylyp Orlyk é um acordo de Hetman do Exército Zaporizhzhya. A  constituição de Orlyk  definiu os direitos e responsabilidades de todos membros do Exército. Concluído em 1710. Aprovado pelo Rei Carlos XII da Suécia. Escrito em latim e ucraniano antigo. É composto por um preâmbulo e 16 artigos. Segundo historiadores ucranianos, é uma das primeiras constituições europeias dos tempos modernos. Não entrou em vigor porque foi escrita no exílio. Já previa a moderna separação dos poderes entre executivo, legislativo e judiciário.

Créditos: Vitório Sautchuk.

terça-feira, 18 de maio de 2021

DEPORTAÇÃO DOS TÁRTAROS DA CRIMÉIA - 18/05/1944

 DIA DA MÉMORIA DA DEPORTAÇÃO DOS TÁRTAROS DA CRIMÉIA


A data de 18 de maio é o dia da memória da deportação dos Tártaros da Criméia que teve lugar no ano de 1944. A ação conduzida na noite de 17 à 18 de maio de 1944 pelo Ministério da Defesa Soviético e pelo NKVD resultou em deportação de perto de 200 mil tártaros da Crimeia sob ordens de Stalin.

Em preparação essa data de memória, em 14 de maio de 2021, os membros do Comitê de Direitos Humanos do Congresso Mundial Ucraniano (UWC) se reuniram com a liderança Mejlis do Povo Tártaro da Crimeia - Chefe do Mejlis Refat Chubarov e membros do Mejlis Riza Shevkiyev e Gayana Yüksel. A reunião também contou com a presença de Mustafa Dzhemilev, líder nacional dos tártaros da Crimeia. O UWC foi representado pelo Presidente do Comitê de Direitos Humanos do UWC, Borys Wrzesnewskyj, e pelos membros do Comitê - Chefe do Escritório de Representação do UWC I Ucrânia Serhiy Kasyanchuk e o Conselheiro Político do UWC Tymish Martynenko.

Durante a reunião, as partes discutiram a cooperação entre o Congresso Mundial Ucraniano e Mejlis e a coordenação de esforços para proteger os direitos humanos na Crimeia ocupada, em particular, os direitos de certos indivíduos, perseguidos pelas autoridades de ocupação russas, presos políticos e o povo tártaro da Crimeia.
As partes também discutiram a cooperação em termos da iniciativa da Ucrânia para estabelecer a Plataforma da Crimeia - um formato de negociação internacional que visa alcançar a desocupação da Península da Crimeia por meios diplomáticos e políticos.

Hoje, as ações dos ocupantes russos na Crimeia são um exemplo das piores e mais brutais violações dos direitos humanos no continente europeu. Isto, em primeiro lugar, aplica-se aos representantes das comunidades tártaras da Crimeia e da Ucrânia, que são perseguidos por motivos nacionais e religiosos e pelas suas convicções. Essas violações só podem ser encerradas com a união de forças e a união da comunidade internacional contra o agressor.

GENOCÍDIO DO POVO TÁRTARO

Segundo dados, 191.400 pessoas foram deportadas da Crimeia nos primeiros dois dias da operação de deportação em 1944, enquanto 5.989 foram acusadas de cooperar com a Alemanha nazi e outros "elementos anti-soviéticos" foram detidos e enviados para os gulag, campos de trabalho soviéticos.

Os Tártaros da Crimeia foram deportados para áreas inóspitas da Sibéria, Ural e Ásia Central, onde ficaram sem documentos e em condições de toque de recolher, sem o direito de viajar e até mesmo para procurar famílias perdidas durante a deportação.

As condições difíceis de vida em assentamentos especiais, complicados ainda mais pelo clima desacostumado, doenças infecciosas e falta do serviço médico provocaram doenças e a morte em massa. De acordo com o Movimento Nacional dos Tártaros da Crimeia, durante os primeiros 4 anos da deportação morreram 46,2% das pessoas.

No ano 1956 o Partido Comunista condenou abertamente a política de deportações, em 1967 foram revogadas as acusações de traição, e em 1974 - a proibição de voltar aos seus antigos lugares de residência na Crimeia, e em 1989 foram declarados ilegais e criminosos todos os atos de repressão contra os povos submetidos ao deslocamento forçado.

Em 2019 o Parlamento da Ucrânia reconheceu como genocídio a deportação dos tártaros da Crimeia e os Mejlis, assembleia popular dos tártaros da Crimeia fez uma carta que enviou à Organização das Nações Unidas (ONU) para que os países membros que a integram reconheçam também o genocídio.

A REPRESSÃO AOS TARTAROS PELO REGIME DESPÓTICO DE VLADIMIR PUTIN

Desde a ilegal ocupação da Criméia em 2014 pelo regime despótico de Vladimir Putin os tártaros voltaram a sofrer o regime de perseguição política.

A maioria dos tártaros não reconheceu a anexação em 2014 e continua sem aceitar a ocupação russa agora" afirmou Efe Narian Dzhelial, representante da minoria tártara na península, à imprensa. Dzhelial afirmou que os tártaros, que representam pouco mais de 10% da população da Crimeia, boicotaram desde então todas as eleições realizadas na península, entre elas as presidenciais, nas quais o chefe do Kremlin, Vladimir Putin, foi reeleito há um ano.

O líder histórico dos tártaros, Mustafa Dzhemilev, exilado em Kyiv, acredita que seu povo está pior com Putin do que durante a União Soviética. "Desde 2014 não se vê nenhuma melhoria na situação do meu povo e também não esperamos avanços. Os tártaros são discriminados. As autoridades locais se limitam a recorrer ao terror e à repressão", denuncia Dzhemilev.

BELICISMO RUSSO
 
Fora dos continentes europeu-asiático, poucos são os que sabem como são os russos. Um povo belicista, dominador, cruel e sangüinário. Mesmo tendo o território mais extenso do mundo (17.075.400 Km2), nunca se satisfaz. Está sempre a busca de novas dominações, sejam elas territoriais, psicológicas ou ideológicas. A cronologia apresentada a seguir, demonstra e comprova a assertiva.
 

CRONOLOGIA DO BELICISMO RUSSO: UM POVO VORAZ, DOMINADOR E IMPERIALISTA

 
Período Histórico
 
1471 - 1496
- Guerra contra Novhorod-Siversky

1499
- marcha para Ural.

1500 - 1503
- Guerra contra Lituânia.

1512
- Guerra contra Polônia

1550
- Guerra contra o Khan de Kazan

1550
- Segunda guerra contra Kazan

1556
- Guerra contra Astrakhan

1557
- Guerra contra Criméia

1558 - 1563
- Guerra contra Linflandia (?)

1579
- Guerra contra Polônia

1581
- Marcha para Sibéria

1590 - 1595
- Guerra contra Suécia

1598
- Guerra contra Khan da Sibéria - Kutchma

1600
- Marcha ao rio Ob na Sibéria

1608 - 1618
- Guerra contra Polônia

1610 - 1617
- Guerra contra Suécia

1632 - 1634
- Guerra contra Polônia

1637
- Guerra contra Azov

1643 - 1652
- Guerra contra China

1654 - 1667
- Guerra contra Polônia, início da ocupação da Ucrânia

1656 - 1661
- Guerra contra Suécia

1668 - 1669
- Guerra contra Pérsia - Iran

1671
- marcha para Astrakhan

1676 - 1681
- Guerra contra Turquia, Criméia, Moldova (Moldávia)

1687
- guerra contra Criméia

1689
- marcha para Criméia

1695
- Marcha para Azov

1695 - 1697
- Marcha para Kamtchatka

1700 - 1721
- Guerra contra Suécia, início do extermínio do Hetmanato.

1711
- Guerra contra Turquia

1722 - 1724
- Guerra contra Pérsia - Iran

1733 - 1739
- Guerra contra Polônia

1735 - 1739
- Guerra contra Turquia, Criméia, Moldava

1741
- Guerra contra Polônia

1741 - 1743
- Guerra contra Suécia

1756 - 1762
- Guerra contra Alemanha

1764
- Catarina II liquida o país dos Hetmane

1768 - 1774
- Guerra contra Turquia e Moldava

1787 - 1792
- Guerra contra Turquia e Moldava. Ocupação da Criméia

1788 - 1790
- Guerra contra Suécia

1792
- Guerra contra Polônia

1794
- Guerra contra Polônia

1769
- Guerra contra Pérsia - Iran

1799
- guerra contra a França

1800
- Guerra contra a Inglaterra

1804 - 1807
- Guerra contra França

1805 - 1812
- Guerra contra Turquia e Moldava

1806
- Marcha para Sakhalin

1808 - 1809
- Guerra contra Suécia

1812 - 1814
- Guerra contra Suécia

1812 - 1814
- Guerra contra França

1813
- Guerra contra Geórgia

1820
- Marcha para Kazaquistão

1826 - 1828
- Guerra contra Pérsia - Iran

1828 - 1829
- Guerra contra Turquia, Moldava, Valakhia

1833
- Marcha contra Constantinopla

1839
- Marcha para Khiva (?)

1843 - 1859
- Guerra contra Chechênia, Daguistão, Tcherkacia

1847
- Marcha para Cazaquistão

1850
- Marcha para KoshKurgan

1853
- Marcha para Ak-Metsheth (?)

1853 - 1856
- Guerra contra Turquia, França e Inglaterra , na Criméia

1850 - 1856
- Marcha para Kokand

1865
- Ocupação de Tashkend

1866 - 1868
- Marcha para Bukhar

1868
- Ocupação de Samarkand

1873 - 1875
- Marcha para Khiva

1877 - 1878
- Guerra contra Turquia

1880 - 1881
- Marcha para Turkmenistan

1884 - 1885
- Marcha para Afeganistão

1901
- Ocupação da Manchúria

1904 - 1905
- Guerra contra Japão

1914 - 1917
- Guerra contra Alemanha, Austro - Hungria, Bulgária e Turquia

1917
- Guerra contra a Finlândia

1918
- Guerra contra a Ucrânia

1918
- Marcha para Lituânia, Letônia e Estônia

1919
- Marcha para Bielorrússia

1919 - 1921
- Guerra contra Ucrânia

1920 - 1921
- Ocupação da Geórgia, Birmânia e Azerbaijão

1939
- Guerra contra Polônia

1939 - 1940
- Guerra contra Finlândia

1939
-Ocupação das terras ocidentais ucranianas

1940
- Ocupação da Bessarábia e sul da Bucovina

1941 - 1945
- Guerra contra Alemanha

1941
- Ocupação militar da Pérsia - Iran

1944
- Ocupação da República de Tubinsk

1994
- Deportação dos Tártaros da Criméia

1945
- Marcha para Japão

1956
- Marcha para Hungria

1968
- Marcha para Tchecoslováquia

1979 - 1990
- Guerra em Afeganistão

1992
- Guerra em Moldava

1991 - 1994
- Guerra em Ossétia do Sul e Abhkazia, contra Geórgia

1992 - 1996
- Guerra em Tadgiguistão

1994 - 2000
- Guerra em Chechênia

2008
- Guerra contra Geórgia

2014
- Invasão da Criméia
 
 
QUEM SERÁ O PRÓXIMO ???

Fonte: Jornal ucraniano virtual "Vessokiy Zamok" - http://www.wz.lviv.ua/
 
Decididamente este povo não gosta de paz. São 95 guerras ou conflitos militares em 537 anos. É muita coisa.
 
Nota: É possível que alguns países, regiões ou localidades se defrontem com a dificuldade de transliteração do ucraniano para o português.