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18 Jun 2017 05:20 AM PDT
Um homem alto e elegante, de terno escuro, falando com sotaque francês se apresentou a políticos de Kiev como “Alex Werner”, jornalista do bem conhecido “Le Monde” de Paris, segundo reportagem do “The New York Times”. “Era calmo e confiante”, lembrou Amina Okuyeva que quase foi morta por ele. O marido de Amina ficou famoso na Ucrânia como voluntário checheno na guerra contra os separatistas no leste do país e “Werner” procurou entrevistá-la várias vezes. Até que a entrevista marcada virou aterrorizante tiroteio. “Werner” de fato era um assassino checheno enviado da Rússia para matar o herói dos ucranianos. Artur Denisultanov-Kurmakayev era seu verdadeiro nome e fora enviado para matar Amina Okuyeva e seu marido, Adam Osmayev. Mas o crime ficou frustrado porque Amina estava armada. Em 2006, o governo russo legalizou os assassinatos praticados no exterior contra adversários que o Kremlin rotula de ameaça terrorista, retomando uma prática da era soviética. Denisultanov-Kurmakayev se instalou um ano em Kiev, misturando-se com políticos e ativistas anti-Rússia. Mas Amina desconfiava: ele carregava um notebook que quase não usava; seus ternos eram caros demais. O pedido de entrevista foi comum: “a imprensa nos pedia entrevistas com frequência”, explicou ela. “A mídia adora escrever sobre nós”. Amina e seu marido Osmayev, são conhecidos na Ucrânia.
Depois da revolução anti-russa ucraniana em 2014, Osmayev foi comandante do batalhão de chechenos Dzhokhar Dudayev que lutava contra os separatistas pro-russos. O casal sabia que era visado. “Putin está pessoalmente interessado em livrar-se de nós”, explicou Amina. O suposto “Werner” propôs ir até a embaixada da França e disse que tinha um presente para o casal enviado pelos diretores do “Le Monde”. Na rua pediu parar o carro para fazer a entrevista no banco e lhes entregar o presente embrulhado em belo pacote vermelho. Enquanto o assassino dizia “este é o seu presente” puxou uma arma de fogo e disparou. O tiro feriu Osmayev que lutou com o atacante e apanhou sua arma. Amina carregava uma pistola e atirou quatro vezes em Denisultanov-Kurmakayev que ficou gravemente ferido, mas salvou-se. A tentativa de assassinato praticada por agentes russas não é nova. É até relativamente frequente. Essa foi a terceira vez que uma figura de notoriedade sofreu em Kiev um atentado de morte planejado desde a Rússia. O ex-legislador russo exilado na Ucrânia, Denis Voronenkov, foi baleado em março na rua diante do hotel Premier Palace em Kiev. Foi salvo pelo guarda-costas que abateu o matador. Em 2016, um carro-bomba foi jogado contra o jornalista Pavel Sheremet no centro da capital. O Ministério do Interior e legisladores da Ucrânia culparam o serviço de inteligência russo pelo crime contra Osmayev e Amina. “Temos a prova de que a Rússia está cometendo atos terroristas em outros países”, disse o deputado Anton Gerashenko. “Ele poderá contar quem o mandou para cá e por que”, disse.
Ele delatou que seu chefe na Rússia tem uma lista de 300 inimigos a ser mortos. Também alegou que não quis cometer o homicídio e se entregou à polícia austríaca para ser protegido da vingança de seus chefes russos pelo fato de não executar a ordem. Umar Israilov, o dissidente que ele tinha ido matar em Viena foi abatido a tiros por desconhecidos numa rua da capital austríaca dois meses depois. Esses procedimentos altamente imorais e friamente calculados no Kremlin já produziram outras vítimas infelizmente celebrizadas pelo seu extermínio. Muito famoso foi o caso do ex-espião russo Alexander Litvinenko assassinado em Londres com polônio-210 como em crimes precedentes. |
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terça-feira, 18 de julho de 2017
ASSASSINOS DISFARÇADOS A SERVIÇO DE PUTIN NA UCRÂNIA
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