segunda-feira, 30 de maio de 2011

STEPAN BANDERA - HERÓI NACIONAL

Caro Leitor:
Circula na Internet uma desinformação que intenta desqualificar um herói-nacional ucraniano, porque teve a audácia de dizer NÃO ao comunismo e enfrentá-lo com coragem e risco da própria vida. Agora os comunistas invadem novamente a Ucrânia para transformá-la, mais uma vez, em colônia escravocrata de Moscou. Mas não é só isso. Todo o Leste Europeu se encontra ameaçado pelo expansionismo do plano “Eurasiano” que se encontra em marcha visando a dominação do mundo todo.
Por conta desta audácia no passado, rotulam Stepan Bandera no presente de "Colaborador dos Nazistas" e cassam, por decreto, seu título de HERÓI DA UCRÂNIA porque é preciso remover o sentimento de nacionalidade do povo ucraniano que ainda resiste ao comunismo e à escravidão anunciada.
Podem fazê-lo por decreto e pela força das armas, mas jamais poderão extirpar a verdade dos fatos simplesmente reescrevendo a história como é de habito dessa matula comunista que defende essa ideologia genocida e fossilizada !
O Editor.



Stepan Bandera: Estudante de Agronomia
  PARTE I
Os acontecimentos narrados neste texto referem-se, principalmente, a Ukraina Ocidental que estava sob o domínio polonês.
Palavras de Stepan Bandera:
"Em setembro de 1928 eu me estabeleci em Lviv (maior cidade da Ukraina Ocidental) e entrei para estudos de Agronomia na Escola Politécnica. Terminei oito semestres de estudos, mas não prestei exames finais devido as minhas atividades políticas.
Eu participava ativamente na organização da vida nacional ukrainiana. Era membro da Organização Estudantil "Osnova" (Base). Trabalhei na organização "Silskyi Hospodar" (significa pequeno proprietário de terra) que orientava em função da melhoria da agricultura. Também trabalhei no "Tovarestvo Prosvita" (Associação Instrutiva), viajando pelas aldeias próximas, aos domingos e santificados para esclarecimentos e ajuda à população. Participava da vida esportiva: corrida, natação. Jogava xadrez, cantava no coral. Não fumava, não usava álcool".
"Bandera trabalhava clandestinamente ainda nos tempos do ginásio, desenvolvendo as atividades na faculdade. Em 1929 é criada a OUN (Organização dos Nacionalistas ukrainianos) à qual S. Bandera se filia. A sua primeira função era distribuir literatura de teor nacionalista. Aqui ele já demonstra sua facilidade organizacional. Uma parte dessa literatura editava-se além fronteira e era preciso consegui-la por meios ilegais e proceder a sua divulgação. Outra parte editava-se ilegalmente na própria Ukraina, sob o jugo polonês. Neste caso a matriz era preparada em Lviv, que era levada para um esconderijo e editada. Essa impressão clandestina realizava-se em aldeias. Quando descoberta em uma aldeia mudava-se para outra. A polícia polonesa não media esforços para confiscar esta literatura. Muitas prisões foram realizadas. O próprio S. Bandera foi preso várias vezes, mas sempre era solto porque ele não se traía, sua aparência era calma e inocente.
Os livros soviéticos maldosamente diziam que a OUN tinha proteção alemã e até de Hitler. Então o governo polonês tinha certo receio de exercer repressões violentas contra os membros da OUN. Esta proteção nunca foi provada, porque, na prática, nunca existiu. E, não poderia existir porque Hitler ascendeu ao poder 4 anos após a criação da OUN. Apesar do suposto "receio" polonês, o primeiro presidente da OUN foi preso após alguns meses; o segundo foi preso e morto por fuzilamento após poucos meses; o terceiro apanhou até morrer na prisão; o quarto, ao sentir que era observado conseguiu fugir do país; o quinto foi dispensado da função e o sexto foi Stepan Bandera que conseguiu permanecer na função por quatro anos, sendo aprisionado depois, em 1934. Entre os anos 1929-1934 foram aprisionados mais de 1000 membros da OUN, sendo quatro condenados à morte e 16 à prisão perpétua. Os demais somaram 2000 anos em conjunto.
Stepan Bandera foi indicado como consultor de propaganda, trabalhando com pessoas que possuíam maior conhecimento de ações clandestinas e intelectuais. Foi cogitado por Evhen Konovalets para assumir liderança em 1933, mas foi aprisionado em 1934. Ao sair da prisão, no mesmo ano assumiu a liderança.
Uma revolução, como qualquer outra atividade, precisa de dinheiro. Na Rússia, por exemplo, o movimento bolchevique era sustentado pelo milionário Sawa Morozow, legendário Kamo e, ainda desconhecido Koba (Stalin), que assaltavam bancos no Cáucaso. Seguiram este caminho também os nacionalistas ukrainianos roubando os correios ou o seu transporte. Aconteceu serem apanhados e dois moços foram enforcados. Na hora do enforcamento, em toda Halychyna os sinos das igrejas tocaram e realizaram-se missas de réquiem. Foi tão grande a manifestação popular que até a polícia polonesa recuou. Depois desse acontecimento Bandera resolveu transformar este revés numa grande tragédia nacional. Neste clima E. Konovalets designou-o para liderança da OUN.
Com Bandera as ações da OUN tornaram-se mais amplas, abrangendo maior número de pessoas e de maior alcance cultural. Intensificou-se o culto às sepulturas dos "Sichovi Striltsi" (Um dos melhores e mais regulares exércitos da UNR - Conselho Nacional Ukrainiano, composto de voluntários, a partir de 1914, com diversas formas de organização. Este nome foi usado pela primeira vez com a formação das subdivisões formadas pelos "halychany" [da região Halychuna]), no exército Austro-Húngaro, na I Guerra Mundial. O Comandante geral era Evhen Konovalets). As sepulturas lembravam esposos, pais, filhos, irmãos, que morreram pela Ukraina independente, em lugares desconhecidos. Então plantavam flores, construíam monumentos ou colocavam cruzes, promoviam rezas... A polícia polonesa destruía esses túmulos, geralmente a noite.
Aos poloneses não eram de grande interesse os ukrainianos de mais idade, que lembravam que seu país já foi independente. O que eles queriam era educar a nova geração de modo a valorizar tudo o que era importante para Polônia, seus símbolos, seus heróis. Com esta finalidade liquidavam-se as escolas ukrainianas. Em outras introduziam-se as duas línguas: ukrainiano e polonês. Os professores ukrainianos eram substituídos pelos poloneses e até proibiam aos alunos conversar entre si usando a língua ukrainiana.
(Imaginem alguém se apossando de sua casa e, dando ordens à sua família. Pois era isso que acontecia. Consideremos apenas o século XX. russos e poloneses dividiram Ukraina entre si. Exploravam o país conforme lhes aprazia. Usavam a força de trabalho em seu benefício. Destruíam a cultura, a língua e até a religiosidade. E, se por ventura os ukrainianos protestassem, eram tachados de bandidos, além de torturados em prisões, enviados para o distante Norte onde trabalhavam como escravos, subalimentados. A maioria morreu devido a condições adversas. Ou, simplesmente eram fuzilados. Esta era a prática muito usada principalmente pelos russos, os verdadeiros bandidos, até os dias atuais).
A organização da OUN preparou uma ação de protesto. Aconteceu em todas as escolas, num dia determinado: foram destruídos todos os emblemas poloneses e as crianças marchavam pelas ruas, dizendo: "Exigimos escolas ucrainianas!" "Fora professores poloneses!" Infelizmente nem todos os pais apoiaram, bem como alguns políticos que imaginavam a luta pela independência em vão. Mas, muitas dessas crianças lutaram pela independência da Ukraina quando cresceram.
Nos anos 1932-1933, na Ukraina sovietizada reinava a grande fome, o Holodomor, planejada por Stalin, onde morreram, segundo vários historiadores entre 7 e 8 milhões de pessoas. O Holodomor, que o governo russo teima em não reconhecer como GENOCÍDIO, mas que foi GENOCÍDIO, sim, porque os alimentos foram retirados, à força dos camponeses, e a região foi cercada pelo exército para que ninguém pudesse sair. A União Soviética não somente não aceitou ajuda de outros países, como ainda exportou os cereais confiscados. Esta é a verdade sobre Holodomor, já reconhecido como GENOCÍDIO por inúmeras nações.
Apesar de que as fronteiras foram fechadas, a notícia sobre Holodomor chegou à Ukraina Ocidental. A direção da OUN planejou um ato de protesto: matar o cônsul da União Soviética em Lviv. Nem tudo saiu como planejado. O jovem encarregado do ato não matou o cônsul e sim um representante de Moscou que inspecionava os consulados soviéticos na Europa. O moço que atirou foi condenado à prisão perpétua.
Continua na Parte II

sábado, 28 de maio de 2011

AÇÃO COMUNISTA NA UCRÂNIA CONTINUA

Os comunistas russos e ucranianos estão removendo todos os obstáculos que se interpõem em seu caminho rumo a dominação total e irrestrita da Ucrânia, anexando-a como colônia de Moscou com ajuda de traidores internos.
Primeiro, foi Yurii Lutsenko. Agora voltam-se contra Yúlia Tymoshenko. E assim irão removendo todos os obstáculos, um a um, até que transformem o povo ucraniano novamente em escravos de Moscou como sempre foram ao longo de toda a sua história.

O Editor.
Yúlia Tymoshenko, ex-primeira Minista da Ucrânia
Yúlia Tymoshenko, ex-primeira Ministra do governo anterior, está continuamente sendo chamada pela Procuradoria. Os interrogatórios se prolongam por horas, já aconteceu durarem até 10 horas.

Ela, também já assinou o compromisso de não se ausentar da cidade. Viajou uma vez a Bruxelas atendendo a convite dos políticos da Comunidade Européia, mas para isso precisou obter permissão especial. Também precisou de permissão para visitar a mãe em outra cidade da Ukraina.

Surgiram comentários que seria detida no dia 24 de maio, após o interrogatório. E, realmente, o Jornal "Ukrainska Pravda" (Verdade Ukrainiana) obteve esta confirmação da Procuradoria. A alegação era que Tymoshenko não colabora na realização das averiguações realizadas pelo juiz de instrução faltando às sessões de interrogação, prejudicando o estabelecimento da verdade [a deles, obviamente!].  Em 3 e 4 de maio compareceu aos interrogatórios sem defensor (Ah! como são preocupados.); em 16/05 teria jogado no chão a notificação; em 19/05 comunicou que estava doente mas no dia 20/05 participou de um programa televisivo. Em 23/05 não compareceu.

O fato é que a prisão não ocorreu. Segundo a Procuradoria foi porque Tymoshenko estava colaborando com a Procuradoria, os trabalhos estavam normais, então não havia motivo. Mas, na opinião das pessoas que afluíram às proximidades da Procuradoria é justamente porque grande números de simpatizantes da Tymoshenko estava ali. Inclusive deputados de seu partido e embaixadores de vários países, como Estados Unidos, Alemanha e União Européia. Tymoshenko angariou simpatias dos políticos da União Européia quando esteve no governo.
Tymoshenko recebeu 14 (catorze) volumes, cada um de 250 a 260 páginas, sobre o seu processo, e para  ficar ciente deram-lhe apenas uma semana. Pelo menos o seu advogado, que precisará inteirar-se do processo, poderá tirar cópias, o que não foi permitido aos advogados de Lutsenko.

Cenas de protesto contra o vice-Procurador Renat Kusmin, condutor do processo fabricado contra Lutsenko e Yúlia.

Polícia Política Ucraniana

terça-feira, 24 de maio de 2011

UCRÂNIA, UMA VERGONHA !!!

Caro Leitor:

Veja o que acontece quando um cidadão, patriota, denuncia um governo acusando-o de submissão à Rússia comunista com o objetivo de russificar e comunizar toda a Ucrânia.

Isso está acontecendo na Ucrânia onde o atual governo serve à Russia com LEALDADE CANINA visando ressuscitar a antiga URSS, só que com outra denominação: Movimento Eurasiano o qual visa expandir e implantar o comunismo, primeiro no Leste Europeu e depois no resto do mundo.

As cenas e o vídeo que você verá a seguir não é um julgamento, mas uma demonstração do que pode acontecer àqueles que ousarem interpor-se ao projeto comunista ! Isso é um ASSASSINATO lento e gradual !!!

É assim que os COMUNISTAS agem. Por meio do TERROR. Eles não querem convencê-lo à adesão, mas paralisar a sua mente, ou seja, NEUTRALIZÁ-LO.

Não são humanos, são SÚDITOS DE SATÃ !!!

O Editor.


Foto 1 - Lutsenko numa jaula no Tribunal do Juri - 23-05-2011

Foto 2 - Lutsenko numa jaula no Tribunal do Juri - 23-05-2011

Foto 3 - Lutsenko numa jaula no Tribunal do Juri - 23-05-2011



Lutsenko e esposa no Tribunal do Juri - 23 de maio/2011


Entrevista de Lutsenko no Tribunal do Juri - 23 de Maio/2011 (ao fundo ouvem-se vozes de protesto contra a prisão e a falsa acusação contra Lutsenko)


23.05.2011 - Sessão de julgamento de Lutsenko. Ele foi acordado antes das 5h00min da manhã e em seguida levado do hospital ao Tribunal. Segundo a esposa, ela pediu ao juiz de instrução pela visita dos filhos ao pai. Então o juiz visitou Lutsenko e disse que sim, desde que ele, Lutsenko denuncie, em algum assunto, Yúlia Tymoshenko. Lutsenko pede pelo tribunal do juri o que é negado. A procuradoria não vê motivos para fechar o processo. Lutsenko continuará preso. O tribunal de jurados não é previsto pelo código de processo penal, neste caso. A vez do Lutsenko apresentar sua defesa é às 13h50min, Está fraco, procura apoio várias vezes. Ele está dentro de uma verdadeira jaula, dentro da sala do tribunal, como se fosse um bandido perigoso. Ele culpa Renat Kusmyn pela vingança política. Os juízes se retiram. Os advogados e os jornalistas são afastados da sala. Quando os juízes voltam eles não estão mais presentes. Lutsenko ainda disse que vai interromper a greve de fome porque o que ele quis provar já está provado: não houve  justiça nesta sala, não há justiça. Então ele precisa de sua saúde. É levado do tribunal, não mais para o hospital mas para cela isolada na prisão onde esteve antes da fraqueza ocasionada pela greve de fome.

Estiveram presentes na sessão os embaixadores da Suécia e Finlândia.

Yulia Tymoshenko vai ao encontro dos líderes da União Européia procurar soluções.

Tradução: Oksana Kowaltschuk

terça-feira, 17 de maio de 2011

YURII LUTSENKO

Yurii Lutsenko foi Ministro dos Assuntos do Interior no governo passado de Viktor Yuchenko.
Yurii Lutsenko - ex-MInistro do Governo Viktor Yuschenko
A seguir, a cronologia da “via-crucis” que o ex-Ministro está passando, porque se colocou contra o atual governo da Ucrânia de Viktor Yanukovych, um pró-Russo, traidor e vendilhão da pátria ucraniana.

22.04.2010 - Após o governo atual, do Presidente Viktor Yanukovych fechar acordo com a Rússia aceitando a permanência , na Criméia, da frota russa até 2042, incluindo também Sebastopol, e feito a promessa de desfazer-se do urânio enriquecido, Lutsenko assim se expressou: Presidente Yanukovych declara guerra "para todos que pensam Ukraina, como um Estado independente". Ainda acusou os oligarcas Firtash, Akhmetov, Kolomoiskyi e demais traidores, que possuem grandes riquezas, que lutarão, em todas as eleições para ter o "seu" governo, não o do povo.

15.05.2010 - Lutsenko sente que é vigiado. Ele diz que a Procuradoria Geral é "filial" do Partido das Regiões.

21.06.2010 - Lutsenko acusa o deputado Davyd Zhvania pela "compra de companheiros do partido "Defesa Nacional", do qual é líder, diretamente no Gabinete do Presidente do Parlamento. "Os deputados podem até serem corretos, nacionalistas, mas acabam aderindo ao partido corrupto porque são ameaçados caso não queiram se aliar, e poderão perder seus haveres, suas empresas, etc.", esclarece Lutsenko. "Teve gente que confessou isto para mim, concluiu"! Há, felizmente, pessoas como O. Novikov que recusou 1,5 milhões de dólares no ato e mais 25 mil dólares mensais. (Precisa roubar bem da nação para pagar esta quantia a um só deputado! - O.K.).

20.10.2010 - Lutsenko é acusado por empregar no Ministério do Interior um cidadão como capitão da milícia, que, não só não possuía curso superior especializado, como nenhum curso superior. E, ainda, no ingresso não poderia ter mais de 45 anos. No caso tinha 47. Este cidadão era motorista particular de Lutsenko. Ainda recebeu acréscimo no tempo de trabalho. Se tudo for provado, Lutsenko poderá sofrer confisco de bens, ter seus direitos políticos limitados e sofrer aprisionamento de 5 a 8 anos. Ainda é acusado de injusta distribuição de moradias.

08.11.2010 - Lutsenko é formalmente acusado pela Procuradoria Geral.

09.11.2010 - Lutsenko assinou o compromisso de não ausentar-se de Kyiv. O Partido "Pela Ukraina" diz que a acusação é perseguição política contra a oposição.

21.12.2010 - Lutsenko diz que a Procuradoria Geral mente quando diz que ele não comparece para inteirar-se do processo contra sua pessoa.

22.12.2010 - Lutsenko já leu 18 páginas de 20 volumes, de seu processo. Ele diz que recebeu só um volume.

26.10 2010 - Lutsenko é preso no SBU (Serviço de Segurança da Ukraina).

27.12.2010 - Lutsenko é julgado em segredo. Permanece retido para ler todo o processo. Ficará preso por dois meses.

28.12.2010 - Lutsenko é transferido para prisão de Luk'ianivska, mais adequada. Está com mais duas pessoas na cela. Os deputados que querem visitá-lo não conseguem permissão.

30.12.2010 - A esposa preparou um pacote de lanche para o Ano Novo, mas diz que é preciso entrar na fila às 4 horas da madrugada.

18.01.2011 - Através do advogado é encaminhada queixa à justiça européia dos direitos da pessoa, devido ao aprisionamento em desacordo com as leis. Mas Lutsenko pretende pedir agilidade porque o processo pode demorar até 3 anos. Ele exige compensação econômica da Ukraina pelo aprisionamento.

28.01.2011 - A justiça concluiu que Lutsenko causou 970 mil hrevniakh de prejuízo ao país e "prendeu" seus bens. O irmão e o filho de Lutsenko já são chamados para interrogatórios. (E o governo atual que comprou inúmeros deputados para ter a maioria no Parlamento, qual foi o prejuízo da nação? E qual é o prejuízo por ceder as instalações para a frota russa no Mar Negro e toda a região da Criméia enfim, sem cobrar aluguel nenhum, até o ano de 2042? E as vantagens que o governo dá para seus amigos oligarcas realizarem com êxito seus negócios. Qual é o prejuízo à Nação? E as construções palacianas que o Presidente está construindo para seu uso particular numa reserva de mata virgem, da qual ele se apropriou, etc, etc...??????? - O.K.)

14.04.2011 - A esposa diz que Lutsenko não recebe visita médica.

20.04.2011 - Lutsenko já leu todos os 47 volumes (como aumentou!) do seu processo.

21.04.2011 - Agora querem que Lutsenko permaneça preso até completar 5 meses porque seus advogados ainda não conhecem todo processo.

22.04.2011 - Lutsenko inicia greve de fome. Apenas toma água.

28.04.2011 - A esposa diz que Lutsenko toma água, chá sem açúcar e café com açúcar. Só. A Procuradoria nega a fome.

29.04.2011 - Deputados pedem a transferência de Lutsenko para hospital devido a problemas de saúde. Lutsenko está com diabete e artrite. Ele assinou declaração quanto à continuação da fome. Quer apenas chá e café com açúcar. Por esta decisão foi transferido para célula unitária e lhe mostraram os dispositivos para alimentação forçada. Isto foi comunicado à esposa. Lutsenko confirma que não come há oito dias. O Partido das Regiões diz que ele faz show político.

30.04.2011 - Os médicos da penitenciária examinaram Lutsenko e acharam seu estado satisfatório.

04.05.2011 - A esposa denuncia: "Lutsenko está sendo alimentado a força, o que é tortura. Procuradoria diz que ele come voluntariamente, o que é mentira. Segundo seu marido a alimentação forçada é uma espécie de líquido esbranquiçado que fede a mais de metro. Seu peso caiu em 14kg, tem problemas de pressão, altos índices de acetona no sangue. Agora recebe visitas médicas". O advogado confirmou as declarações da esposa.

05.05.2011 - Lutsenko avisa a Procuradoria Geral, por escrito, que não vai aceitar alimentação forçada.

07.05.2011 - A esposa diz que Lutsenko permanecerá em pé apenas 3-4 dias. A direção da prisão pergunta à Procuradoria se deve forçar a alimentação. Lutsenko apresenta mais problemas de saúde causados pelo pâncreas.

08.05.2011 - A esposa duvida do acompanhamento médico e exige hospitalização civil. Lutsenko aceita permanecer nas dependências médicas da prisão.

10.05.2011 - Lutsenko apresenta problemas de intoxicação, coração e diabetes. É removido a hospital de pronto atendimento de Kyiv.

11.05.2011 - A saúde de Lutsenko, segundo os médicos está num nível de dificuldade média. A esposa conseguiu licença para visitá-lo mas os jornalistas foram afastados.

12.05.2011 - A esposa pede para ver o marido, a autorização, quando é dada, é somente para uma visita.

15.05.2011 - Hoje a esposa conseguiu licença para visitar o marido no hospital. Segundo ela, a saúde de seu marido está piorando. Ele, somente levanta da cama em caso de extrema necessidade. Já perdeu 21 kg e novamente sente-se o cheiro de acetona. Freqüentemente sente tonturas e náuseas e não coordena bem os movimentos. No final do dia a sua temperatura aumenta. Ainda ontem seu tom de voz, embora um pouco rouco, ainda era bem audível. Hoje quase não consegui ouvi-lo. Seu organismo apresenta-se exaurido e cansado.

Lutsenko - últimas notícias

18.05.2011 - Segundo declarações da esposa, que conseguiu licença para visitar o marido, os médicos constataram novos problemas de saúde: inflamação do esófago, 20 erosões, úlcera no intestino, alterações nos vasos sanguíneos do cérebro (principal) e na vesícula biliar.
A Procuradoria não emitiu nenhuma resposta às solicitações do Lutsenko.


Sua prisão é irregular porque ainda não houve nenhum julgamento e ele se colocou à disposição para os esclarecimentos que se fizessem necessários.


A alguns dias a Procuradoria havia determinado prender o dirigente do partido do prefeito de Kyiv, agora mudou para assinatura de permanência na cidade. "E Lutsenko não roubou a metade de Kyiv", diz a esposa. A muito tempo pululam, quase que diariamente as notícias sobre desvios na administração de Kyiv. Dois pesos - duas medidas.

Lutsenko agradeceu a todos que se preocuparam com sua saúde: a Igreja, os deputados da oposição, pessoas destacadas dos meios culturais, sociedade ukrainiana em geral, até o ex-presidente Yuchenko com quem esteve brigado.

"Eu não vou cessar com a fome. Eu vou mostrar que continuarei a luta. A palavra agora é com a justila". - citou as palavras de Lutsenko sua esposa.

20.05.2011 - Os deputados da oposição já garantem a quantia que atribuem a Lutsenko como roubo, que seriam 40 mil hrevniakh na realidade, porque o valor mencionado de 970 mil, mais de 90% foi gasto nas comemorações do "Dia da Milícia" (Lutsenko foi Ministro do Interior). Mas o pessoal já reuniu a quantia total, isto é 970 mil.

São 87 deputados que estão pedindo à Justiça a soltura de Lutsenko e se responsabilizam por ele. E, em sinal de protesto abandonaram a sessão do Parlamento.

Lutsenko está certo que vai ser vitorioso na Justiça européia. Ele está detido, a praticamente 5 meses, contra a lei - não houve julgamento. E promete, vai exigir responsabilidade de todos que violaram a lei e a Constituição. E, também pelas infames mentiras e pressão sobre os familiares..

Ele, ainda contou que o juiz de instrução sugeriu a ele que afirmasse que as festividades  no "Dia da Milícia" ocorreram pela iniciativa do Primeiro Ministro (Yúlia Tymoshenko - governo anterior). Então ele seria testemunha e não o acusado.

Lutsenko aceitou alguns medicamentos porque quer estar presente na apreciação do seu caso  no Tribunal marcado para segunda-feira, 23.05.2011.


23.05.2011 - Sessão de julgamento de Lutsenko. Ele foi acordado antes das 5h00min da manhã e em seguida levado do hospital ao Tribunal. Segundo a esposa, ela pediu ao juiz de instrução pela visita dos filhos ao pai. Então o juiz visitou Lutsenko e disse que sim, desde que ele, Lutsenko denuncie, em algum assunto, Yúlia Tymoshenko. Lutsenko pede pelo tribunal do juri o que é negado. A procuradoria não vê motivos para fechar o processo. Lutsenko continuará preso. O tribunal de jurados não é previsto pelo código de processo penal, neste caso. A vez do Lutsenko apresentar sua defesa é às 13h50min, Está fraco, procura apoio várias vezes. Ele está dentro de uma verdadeira jaula, dentro da sala do tribunal, como se fosse um bandido perigoso. Ele culpa Renat Kusmyn pela vingança política. Os juízes se retiram. Os advogados e os jornalistas são afastados da sala. Quando os juízes voltam eles não estão mais presentes. Lutsenko ainda disse que vai interromper a greve de fome porque o que ele quis provar já está provado: não houve  justiça nesta sala, não há justiça. Então ele precisa de sua saúde. É levado do tribunal, não mais para o hospital mas para cela isolada na prisão onde esteve antes da fraqueza ocasionada pela greve de fome.
Estiveram presentes na sessão os embaixadores da Suécia e Finlândia.
Y. Tymoshenko vai ao encontro dos líderes da União Européia procurar soluções.

Pesquisa: Internet
Compilação e tradução: Oksana Kowaltschuk

terça-feira, 10 de maio de 2011

DIA DA VITÓRIA e REFLEXOS DA RUSSIFICAÇÃO NA UKRAINA

No dia 9 de maio comemora-se 0 "Dia da Vitória", referente ao final da Segunda Grande guerra, cujos vencedores foram Rússia e países aliados.
Este dia era amplamente comemorado na ex-União Soviética. Também é, atualmente, na Federação Russa. Igualmente é comemorado na Ukraina, que era uma das repúblicas soviéticas e deu a esta vitória uma significativa contribuição.
Muitos habitantes da Ukraina são russos, fruto dos movimentos migratórios forçados, efetuados pelo Kremlin. Com o intuito de minimizar a oposição ukrainiana, o governo evacuava a população, às vezes quase totalmente, de determinadas regiões ukrainianas, transferindo-a para Sibéria, Kuban, Extremo Oriente . . .
As aldeias esvaziadas eram povoadas por russos. Assim o governo soviético conseguia vantagem em dobro: minimizava a oposição interna e povoava, com conseqüente desenvolvimento, as regiões distantes e de clima hostil.
Além dos processos migratórios a russificação acontecia através de várias modalidades: obrigatoriedade do ensino no idioma russo, casamentos entre russos e ukrainianos, doutrinação política e cultural, convivência (exército, repartições governamentais, empresas, construtoras, etc.), separação do seu grupo nacional, lingüístico e cultural, privação da conscientização étnica e nacional, submissão à língua russa como língua de relacionamentos e entendimentos.
A rápida expansão política da Moscóvia (primeiro nome da Rússia) Imperial era, e é relacionada com a russificação dos autóctones do Leste Europeu, norte e Ásia Central. Neste processo desapareceram tribos e pequenas nações.
Na Ukraina a russificação começou após o Acordo de Pereiaslav, em 1709. Em 1720 foram proibidas as edições de livros na língua ukrainiana. Em 1734, em ordem secreta, foi determinado introduzir a política de casamentos entre ukrainianos e russos. E assim sucessivamente, a política da russificação alcançava todos os setores de vida da população, inicialmente na parte esquerda do rio Dnipró (Livoberezhna Ukraina), em Kyiv e Slobozhanchena. Após a repressão à insurreição polonesa, também na parte direita do rio Dnipró (Pravoberezhna Ukraina).
A total russificação realizava-se através do governo russo durante a ocupação da Halychyna (lado direito do rio Dnipró), no período da I Guerra Mundial. Com a entrada do exército russo em Halychyna foi anunciado um manifesto no qual se considerava Halychyna como "terra russa desde tempos remotos".
Russificação na União Soviética
Com o afastamento do exército soviético da Halychyna em 1919-1920 houve o renascimento do Estado ukrainiano e, por conseguinte, uma pausa na russificação. Mas, já em 1932-1933, os líderes do governo partidário, que realizavam a ukrainização, foram aprisionados, exilados ou fuzilados. Também foi interrompida a ukrainização em Kuban e outros territórios da RSFSR (República Federativa Social Soviética Russa).
A russificação soviética abrange todo o território ucrainiano - administrativo e étnico, todas as camadas, inclusive os camponeses. E realiza-se com ajuda minuciosa de métodos mais refinados, particularmente nas instituições espirituais. Desenvolve-se com a ajuda dos inúmeros aparatos partidários governamentais e milhões de russos que habitam Ukraina, também com a colaboração da Igreja Ortodoxa Russa.
A russificação, especialmente reforçada nos anos 1940-1950 provocou, nos anos iniciais da década de 1960 um movimento de oposição que abrangeu a inteligência e parte de trabalhadores ukrainianos. Exigia-se o uso da língua ukrainiana em todo o ensino médio e superior e em todas as instituições pré-escolares. Em todas as repartições, empresas, meios de transporte, comércio e aumento de edições de livros, edições universitárias, e também dublagem de filmes em língua ukrainiana. No entanto, tudo o que conseguiram foi o agravamento da repressão. O uso do idioma russo fixou-se em todos os assuntos partidários, governamentais e de cidadania, todos os ramos econômicos, todo ensino superior e técnico-médio, profissional. Somente nas grandes cidades permaneceu o ensino através da língua ukrainiana em algumas escolas, para não mais de 20% de alunos. Como principal agente da russificação permaneceu o exército soviético.
De 1950 a 1960 a porcentagem de alunos em escolas de língua ukrainiana diminuiu em 16,9%; em escolas de língua russa aumentou 13,2%, sendo que os ukrainianos constituíam 76,8% da população, e os russos - 16,9%.
A difusão da língua russa é especialmente característica nas grandes cidades. Os russos, que constituíam 30,2% da população, consideravam o idioma pátrio 45,1% de toda população. Já os ukrainianos, que formavam 63,5% da população consideravam como idioma pátrio 53,1%, mas dominavam bem 32,6% a língua russa e a ukrainiana somente - 9,8%. Então, dos citadinos apenas não dominavam o russo 7,4%, o ukrainiano - 30,6%.
Um dos métodos mais eficazes de russificação é o movimento migratório forçado. Por exemplo: em 1970 na Lituânia, Letônia e Estônia viviam 106.700 ukrainianos (não havia ukrainianos antes de 1945 nestes países), e na RSSU (República Socialista Soviética da Ukraina 22.800 cidadãos dessas três repúblicas. E todos eles somente podiam comunicar-se através da língua russa.
Oponentes ou contrários da russificação, e até seus críticos conhecem repressões administrativas e judiciais: perdem empregos, sofrem aprisionamentos em regime severo, exílios.
A principal meta da russificação é a criação de "única nação soviética" com língua e cultura russa. Como iniciadores e propagandistas da russificação na República Social Soviética da Ukraina colocam-se também os dirigentes partidários, sovietizados, de nacionalidade ukrainiana, que, motivados pela ascensão na carreira, alcançam cargos de chefia, nas hierarquias partidárias governamentais, tornando-se inimigos da própria nação.
Situação atual na Ukraina independente
Piora a situação de publicações em língua ukrainiana: em 1995 elas constituíam 70%; em 2004, somente 28%. A tiragem dos jornais caiu de 50 para 32%. Já os jornais russos na Ukraina, em geral, cresceram de 45 para 59%.
Em 2005 o prefeito de Kharkiv introduziu na cidade a língua regional russa. Alguns partidos políticos ainda lhe deram certo apoio.
Em 16.01.2006 o Gabinete Ministerial deliberou sobre a dublagem de filmes, que progressivamente passariam do idioma russo para o idioma ukrainiano. O Tribunal de Primeira Instância de Kyiv caçou esta deliberação em 17 de outubro. O governo de Yanukovych, Primeiro Ministro na época, não apelou da sentença. Em 10.07.2008 o Superior Tribunal de Justiça caçou a deliberação do Tribunal de Primeira Instância.
Novo ataque a língua ukrainiana aconteceu em setembro de 2008, com apoio do Partido das Regiões (no governo a partir de 2010) e do partido B'iut da ex-Primeira Ministra na época, Yulia Tymoshenko. Pretendiam mudar a lei quanto ao ingresso no serviço público: Pessoa que pretende um cargo no serviço público deve dominar, além do idioma oficial, também o idioma russo. O partido B'iut somente mudou sua posição devido a avalanche de críticas.
O canal de TV "Primeiro Nacional" subordinado ao Gabinete Ministerial parou com as traduções do russo para o ukrainiano.
Desde a posse do atual presidente Viktor Yanukovych, no início de 2010, inúmeras resoluções já foram efetivadas em prejuízo do idioma ukrainiano, nas escolas e Universidades, nas transmissões de rádio e televisão, nas diversas instâncias judiciais. Em Odessa o governador já prepara a documentação para declarar o idioma russo como idioma regional. O Partido das Regiões (Partido do Rei) já prepara a lei básica sobre idiomas, segundo o qual o idioma russo receberá o status regional em todo o território ukrainiano.
Dia da Vitória na Ukraina russificada

No dia de ontem, 8 de maio, o Presidente da Ukraina cumprimentou todos os compatriotas pelo Dia da Vitória. Lembrou que mais de 10 milhões de ukrainianos perderam a vida na Segunda Grande Guerra e que o país está aberto para participar de programas de estabilidade e segurança e pronto para aliar-se às novas iniciativas internacionais de paz.

No dia de hoje, 9 de maio, pela manhã, houve um desfile comemorativo aos 66 anos do final da Segunda Grande Guerra, em Kyiv. A bandeira vermelha, com os símbolos da União Soviética, foice e martelo, abriu o desfile. Atrás vinham os estandartes de quatro frentes ukrainianas. E, somente depois dos estandartes, os guardas do Ministério da Defesa levaram a bandeira nacional ukrainiana. As programações para a tarde compreende m apresentação de canções militares do tempo da guerra, executadas por cantores e corais. À noite, queima de fogos. 




Na cidade de Lviv (cidade ukrainiana menos russificada) houve briga durante a manifestação pelo Dia da Vitória. Os manifestantes do grupo "Svoboda" (Liberdade) avistando um outro grupo com fitas de listas pretas e alaranjadas "Heorhiivska Strichka" entraram em confronto. Esta fita já é difundidida (principalmente pela Rússia) em vários países, como França, USA, China, etc. Na Ukraina ela é usada pelos grupos radicais pró-Rússia e propaga os valores da Grande Guerra Patriótica e vitória da União Soviética. Ela também é um dos elementos, no processo de endeusamento do anteriormente destronado "líder de todas as nações" J. Stalin. Assim se amarram num ente único a pessoa de Stalin, o mito pela grandeza da União Soviética e a continuação das tradições gloriosas do Império russo, bem como a própria idéia no intelecto chauvinista dos russos comuns devidamente orientados. Segundo Oleksiy Haran, historiador e politólogo:
"Eu entendo, quando os veteranos (da II Guerra) apresentam-se com as condecorações soviéticas, e nós devemos nos inclinar perante eles, pelo seu heroísmo (como também perante os heróis do UPA (Exército Insurgente ukrainiano). Mas qual aqui é o sentido da ‘Heorhiivska Strichka’? Isto é, justamente, a típica política tecnológica de Putin".
A briga que aconteceu não trouxe conseqüências trágicas, porém os ânimos estão bastante exaltados, e por essa razão as grandes aglomerações já estavam proibidas pela justiça.
Em virtude da proibição judicial a organização da Criméia "Ruskoe edynstvo" (Unidade russa) cancelou sua participação na cidade de Lviv. Eles planejavam desfilar carregando uma bandeira vermelha da União Soviética, de 15m, pela ruas de Lviv.
Os comunistas de Luhansk saíram para passeata carregando retratos de Stalin. Um retrato foi colocado em lugar apropriado para pessoas serem fotografadas. Na parte inferior do retrato escreveram: Não precisa pensar - conosco aquele, que resolverá tudo por nós!"
A citação é de uma canção de Volodymyr Vessotskui e foi dedicada à ocupação da Ukraina pelo exército nazista, e, quem deveria resolver tudo pelos soldados alemães era Adolf Hitler. (Esse povo precisa estudar um pouquinho de história! OK).


Em Donetsk (região do Presidente e grande parte de deputados oligarcas) pisotearam a bandeira do UPA (exército insurgente ukrainiano) e OUN (Organização Nacionalista Ukrainiana) que lutaram pela independência da Ukraina durante a II Grande Guerra e depois.
Em Lviv, na praça em frente ao Conselho Municipal, trouxeram e queimaram bandeiras vermelhas.
Em Ternopil, comunistas e representantes da "Unidade russa" vieram com bandeiras soviéticas, mas após a comemoração oficial e, apesar dos pedidos de deputados locais e algumas interferências do grupo "Svoboda" (Liberdade) conseguiram depositar flores no memorial.
Em Lviv a milícia bateu nos representantes do grupo "Svoboda". Vários foram hospitalizados. Havia uma proibição para exposição de bandeiras soviéticas, não foi respeitada. Segundo Oleh Pankevych, presidente do Conselho da Província de Lviv o "desentendimento" entre o governo e representantes de forças políticas locais foi intencional.
Foram muitos os acontecimentos revanchistas no dia de hoje, na Ukraina, que os jornais publicaram. São todos parecidos. De um lado os comunistas declarados e enrustidos que sentem saudades de um governo ladrão, escravocrata e assassino, mas que fecha os olhos quando seus seguidores enveredam pelo mesmo caminho, o que lhes dá a possibilidade de um certo conforto econômico sem muito esforço. É a podridão da nação, parcela mais numerosa em muitas nações. Do outro lado os nacionalistas, geralmente jovens, cheios de ideal, que trabalham e se esforçam para tornar o seu país melhor para si e seus filhos, mas que não conseguem suportar em silêncio o endeusamento do carrasco que ceifou milhares e milhares de vidas, entre as quais as vidas de seus pais e avós, e condenou a eles e a seus filhos a viver num país que, apesar de muitas riquezas naturais não consegue sair da miséria provocada pelas figuras endeusadas e seus seguidores.

Pesquisa: Internet, em 09.05.2011
Compilação e tradução: Oksana Kowaltschuk
Fotoformatação: A.Oliynik (imagens da Internet)

segunda-feira, 9 de maio de 2011

ESTADO RICO, COMUNIDADE POBRE

Tyzhdyn (Semana) - Edição de 20.04.2011

Por Oleksandr Kramar


Exatamente assim pode-se caracterizar o modelo que hoje reina na Rússia o qual, infelizmente, nos últimos tempos é introduzido pelo governo atual também na Ukraina.

Desempregado dormindo ao relento
  Segundo os dados do anuário Quality of Life Index, publicados pelo jornal irlandês International Living, a posição quanto a qualidade de vida, no âmbito mundial, Ukraina, no transcorrer do ano, de 68° lugar passou para o 73°, colocando-se ao lado de Namíbia (72°, Botswana (74°) e Trinidad Tobago (75°). O curioso é que a Rússia, tendo um potencial muito maior, não ocupa lugar de destaque.

Oligarquia x militarização

Bilhões, auferidos pelos cidadãos russos, não podem ser usufruídos por eles porquanto estão concentrados nas mãos de um segmento restrito da oligarquia e do Estado, que tem seus próprios planos para sua aplicação. Eles se acumulam em contas no exterior, investem-se em economia além-fronteira, compram imóveis em lugares da elite no mundo, e mesmo na Rússia. Tudo isso, ao invés de aplicar capitais no desenvolvimento da produção de bens e serviços, tão necessários a grande coletividade russa.

De acordo com as condições na Federação Russa e seu paradigma sócio-econômico de desenvolvimento, investir no setor produtivo não é prático.

O fato que acima de 100 bilhões de superávit Rússia obtém no seu comércio exterior parece se destacar positivamente em relação a Ukraina, mas não evidencia o sucesso do país e sim a sua estagnação de consumo. Esta, por sua vez, é um resultado direto da distribuição desigual da renda nacional recebida: grandes camadas da população simplesmente não têm poder aquisitivo suficiente para adquirir bens potencialmente produzidos para o mercado interno.

Os oligarcas comparticipam apenas com o Estado. No entanto, em circunstâncias autoritárias mesmo aqueles recursos financeiros que ingressam no orçamento, não são gastos no interesse da maioria da sociedade, mas no acúmulo de armamento e no envolvimento do país na seguinte oposição militar com a OTAN. Este é o pagamento do povo russo pelo apoio passivo a ideologia revanchista e ilusória dos dirigentes da grande Rússia.

A estabilidade autoritária da Rússia de Putin estimulou a expansão negativa de emoções de seus cidadãos aquecendo seu ego de pertencer a um grande Estado e à construção da imagem do inimigo. É um caminho conveniente para desviar a atenção dos russos comuns de que eles, realmente não participam da distribuição da riqueza nacional. A ilusão de um rico, forte e estável Estado, serve para distraí-los de sua própria pobreza real.

Medvedev(E) x Putin(D)
São motivos provenientes de política interna que em todos os anos do regime Putin - Medvedev estiveram preponderantes no desenrolar da paródia de uma segunda guerra fria. Participar de um confronto militar e político com a OTAN é completamente contra as perspectivas do ponto de vista do futuro Estado russo e, principalmente da sociedade. Porém, pode além de garantir apoio ao governo e assegurar a imagem do inimigo externo tradicional, em determinado momento enfraquecer as conseqüências negativas do esgotamento progressivo dos recursos petrolíferos.

Digna substituição para eles, na Rússia já procuram em outro ramo, cujo potencial ainda está longe de uso totalmente aproveitado - no complexo militar - industrial. Sim, exatamente a militarização, que está sendo associada com a necessidade de proteção do ambiente da "hostilidade", pode fornecer, em determinado tempo, um segundo fôlego à economia russa e européia. Tanto o regime stalinista, quanto hitlerista, com o auxílio da militarização alcançada nos anos trinta do século passado precederam, comparativamente com os países democráticos, tempos de crescimento econômico.

Não importa que esse crescimento possa ser de curta duração, como foi visto depois que ir para o trabalho em tanques ou alimentar-se com cartuchos não pode ser. Apesar de, a experiência ser muito mais forte Na União Soviética que na Rússia atual, foi demonstrada sua incapacidade econômica para resistir a oponente mais fraco que a atual OTAN. Sobre este assunto falaremos depois.

Instabilidade político-social na Ukraina

Situação diametralmente oposta formava-se na Ukraina até pouco tempo. Mesmo sendo baixo o nível de rendimentos de cidadãos comuns na Ukraina, o tempo de seu crescimento durante os anos 2000-2008 ultrapassava os indicadores correspondentes da Federação Russa, embora a taxa de crescimento do PIB se mostrasse analóga ao país vizinho. As indústrias orientadas para satisfação da procura interna (alimentícia, madeireira, construção de máquinas), desenvolviam-se com maior avanço na Ukraina em relação ao ritmo da Rússia.

Assim, a renda nacional em nosso país "pobre" distribuía-se mais equitativamente que na "rica" Rússia. O motivo consistia no fato que a "instabilidade política" na Ukraina democrática forçava a elite política expandir a orientação social de políticas públicas, para continuar sua vida política. Compromissos que a elite política assumia perante as eleições anteriores, embora não completamente, mas precisava executar. Isto é especialmente visível agora, em vista do baixo coeficiente do desempenho atual "estável" do governo atual ucrainiano.

Em resumo, apesar de a "média" dos indicadores de renda na Rússia, na véspera da crise econômica mundial foi superior a média dos ucrainianos, e nossos trabalhadores dominavam todos os tradicionais lucros para empregados não qualificados em postos de trabalho no país vizinho, o nível de proteção social dos grupos mais vulneráveis da população na "pobre" Ukraina foi maior. Por exemplo, o salário mínimo de 2008 na Rússia foi de apenas 2.300 rublos (460 Hryvniakh - equivalente em moeda ukrainiana), quando na Ukraina era 515 hrn. A pensão mínima na Rússia - 1260 rublos (equivalente a 252 hrn), enquanto na Ukraina - 470 hrn. Para compreender o real valor destes indicadores, precisa lembrar que o custo de vida oficial na Rússia, naquele tempo, para os capacitados ao trabalho era de 4.330 rublos (868 hrn), e para os aposentados - 3.190 rublos (638 hrn).

Revela-se que, "constante instabilidade política" na Ukraina tinha incontestáveis vantagens sociais sobre a pressão autoritária estabelecida pela  "estabilidade russa". Contudo na Ukraina não havia possibilidade de manter o padrão social, como na Rússia, mas havia incentivos para fazê-lo, o qual não há na Rússia, e o mesmo hoje é destruído pelo regime do Yanukovych também na Ukraina - o princípio democrático pelo poder das forças políticas.

Yanukovych, em "mesinha" de quem procura dinheiro?

Victor Yanukovitch - Presidente da Ucrânia
Alguns dias antes das eleições presidenciais, Yanujovych, com originalidade respondeu a pergunta dos "enfadonhos" jornalistas sobre onde ele planeja conseguir dinheiro para realização de todas as suas promessas: "Na mesinha de cabeceira!" Desde então um ano se passou e todo o país pôde observar claramente, em cuja mesinha o presidente procura o dinheiro necessário às pessoas, e também que significância tem o termo "pessoas" para ele.

O fato é que a equipe atual do governo nunca escondeu sua admiração pelo modelo sócio-político e sócio-econômico que emergiu na Rússia nos últimos anos. Ao atual chefe de Estado sempre impressionou a pompa das instituições governamentais e o estilo de vida da elite de Kremlin, as marcas externas do "florescente", "forte" e "estável" país. Impressionavam todos esses  atributos também a uma boa parte da sociedade ukrainiana, que apoiou o atual presidente nas  últimas eleições.

A única diferença, é que ao contrário de Yanukovych e seu círculo íntimo, milhões de adeptos não percebiam, ou não queriam perceber o que se esconde por trás dos bastidores da prosperidade do país vizinho. Eles não entenderam que serão implementados os princípios da divisão da renda nacional, e o seu tamanho, orientado ao extensivo consumo nos recursos do regime, continuará o mesmo.

Como resultado, o dinheiro já está sendo procurado nas "gavetas das mesinhas" pela maioria absoluta do povo ukrainiano. Até o momento, com a utilização de métodos mais ou menos civilizados, como: aumento nos preços com simultâneo congelamento de salários, aumento da idade de aposentadoria, limitação das leis trabalhistas, aumento da carga tributária sobre os cidadãos independentes. No entanto as condições para condução de grandes negócios, especialmente de oligarcas próximos ao governo e também para uma vida elegante aos próximos do poder, já foram criadas. Aqui não há nenhuma surpresa, porque esta é uma seqüência lógica da introdução na Ukraina do modelo sócio-econômico da Rússia "país rico - cidadãos pobres".


Tradução: Oksana Kowaltschuk
Fotoformatação: A.Oliynik

quarta-feira, 4 de maio de 2011

MENTIRA E LEGITIMIDADE

Grigory Yavlinskyi
Den (Dia), 12.04.2011

Grigory Yavlinskyi
"Este ano é o vigésimo aniversário da Rússia que surgiu após o colapso da União Soviética. A recusa pacífica do sistema totalitário foi uma conquista histórica de escala global. Então havia uma aparente vontade da sociedade para construir uma nova vida, a qual deveria basear-se no respeito à pessoa, princípios democráticos e livre concorrência econômica. Hoje nós compreendemos que esse potencial nunca foi concretizado. As esperanças não se justificaram" - escreveu em um seu artigo em svobodonews.ru Grigory Yavlinskyi. Propomos este artigo à sua atenção, com pequenas reduções.

O atual regime político russo, que surgiu depois de 1991 e formou-se durante última década, não construiu um Estado moderno. Como resultado - continua forte cisão entre o governo e a nação, entre Estado e população, que continuamente se aprofunda e se torna insuperável.

Isto não é falta temporária de confiança, é um problema sistêmico. A alta popularidade das primeiras pessoas - não é indicador de apoio popular. A colossal diferença de confiança a eles e ao restante das instituições do Estado demonstra a extrema inconstância, a fraqueza de toda estrutura estatal russa.

Duas vezes ao longo dos últimos 100 anos ocorria, inesperada e completamente, o colapso do Estado através do esquema - "Havia, havia e de repente não há". Motivo - nem fome, nem guerra ou repressões, mas profunda e no momento da derrocada inseparável cisão entre governo e povo.

O crescimento desta cisão é evidente hoje. Os sociólogos procuram indícios na oposição, o problema - é outro.

A nação russa não causa oposição ao Estado. Tudo é muito pior - se afasta dele. A nação não acredita no Estado. Não se interessa pelo Estado, teme-o, não espera nada de bom dele, considera-o um obstáculo e ameaça. A nação não quer aperfeiçoá-lo, ela foi convencida que em nada influi, e em geral no senso do governo ela não tem nenhum significado.

As pessoas regulam suas vidas fora do Estado. Nação, "que continua" considerando o Estado um estranho, é claro, não lhe é oposição. Em situações críticas para o Estado, como em 1917 e 1991, isto conduz ao seu desaparecimento.

O crescimento, em larga escala, do alcoolismo e toxicomania, o isolamento em um mundo virtual, o crime - tudo são formas de fuga da realidade sem perspectivas. Uma das conseqüências da cisão entre a nação e o governo é a criminalização rápida e profunda do Estado. Segundo o Presidente da Corte Constitucional, Valey Zorkin, a escalada do problema de hoje é tal, que "a questão é saber se a Rússia se preservará nos próximos dez anos".

O belicoso amoralismo e mentira abrangente que planta-se na comunidade, o retorno da propaganda oficial bruta conduziram ao cansaço espiritual da nação, para apatia política e social, "giro de cérebros", e disposição para emigração.

Os levantamentos junto à juventude russa mostram que 45% dos concluintes dos cursos superiores não excluem a possibilidade de sair do país, e de 18% a 24% - tem posições bem determinadas para sair do país. Estão decididos para sair 30% dos empresários. A saída em massa de cientistas talentosos, especialmente os jovens, para trabalhar no estrangeiro, compromete o potencial da ciência russa. O principal motivo para emigração - não são os baixos salários, mas a incapacidade de viver com dignidade. Para 79% dos potenciais emigrantes o motivo é o desejo de viver sob as regras da lei e direitos humanos.  E para 69% - possibilidade de evitar as arbitrariedades do governo.

Tais sentimentos das pessoas tornaram-se novamente parte importante da consciência de massa e são manifestações vivas de uma ruptura final. São prenúncios de reação para reformas de choque injustas, desconhecimento completo dos interesses e perspectivas das pessoas, de seus direitos, dos roubos dos governantes transformados em política oficial, cruel "protecionismo da lei" e arbitrariedade.

Essa ruptura não pode ser eliminada de uma só vez, mesmo com uma eleição relativamente honesta, ou supressão súbita de censura. Tempo perdido.

Com o auxílio das eleições, os problemas somente podem ser resolvidos quando os princípios básicos e objetivos da vida da nação e do país são consensuais e é necessário escolher, como essas obrigações comuns de toda nação é melhor realizar e por quem.

Se a sociedade está fraturada, desmoralizada e humilhada, a eleição, mesmo relativamente honesta, não dá nada de bom. Os exemplos são muitos. Na Rússia o debate político, deliberadamente, foi colocado em nível baixíssimo. Os falsos apresentadores de programas político-sociais, que hoje estão presentes nos canais federais comportam-se no estilo de briga numa cozinha comunal, cada um gritando mais que o outro. ["O tipo mais comum de espaço para morar nas cidades soviéticas eram os apartamentos comunais (komunalkas). Um único apartamento era ocupado por várias famílias, que dividiam a cozinha, um lavabo e um banheiro, se tivessem sorte" (Orlando Figes em "Sussurros" - A Vida Privada na Rússia de Stalin, Rio de Janeiro, ano 2000, pág. 220 - O.K.]. A essência dos problemas é a castração, redução da oposição a um simples ponto de vista polarizado. A internet é uma alternativa em alguns assuntos, mas não em profundidade e estilo de "discussão". Eleições sob tais condições convertem-se em corridas de populistas e garganteadores.

Na Rússia de hoje não há condições para um debate genuíno com base nos programas partidários. Atualmente, apenas são possíveis discussões de pessoas isoladas, representantes de concepções de diversas tendências, profundidade e qualidade, entre as quais - nacionalismo, "conservadorismo esclarecido", ideologia nacional-bolchevique, stalinismo que abertamente segue a liderança do PCRF (Partido Comunista da Federação Russa), pseudoliberalismo radical do tipo bolchevique.

Reflexões e ulteriores estímulos desse caos na consciência da população tornaram aceita pela suprema autoridade a decisão sobre o simbólico estatal - a absoluta águia com duas cabeças coroadas, o hino de Stalin com velhas - novas palavras e "supostamente democrática", mercantil bandeira tricolor.

Aqueles que aprovavam estas decisões, provavelmente pensam que este conjunto de símbolos é um chamariz para união de todos ou, pelo menos, satisfação: uma vez que tanto o imperialista estatal, quanto o comunista e o democrata encontrarão aí algo do seu gosto. No entanto, a identidade nacional do Estado e a consciência nacional - não é como um quebra-cabeça para coletá-lo mecanicamente. Em um país com ausência da sensação de identidade, dilacerada e dividida consciência não se pode fazer nada - nem modernização, nem inovações, nem nada útil.

Com o povo traído e corrompida sua elite, somente podemos esperar pelo colapso final.

MENTIRA - FUNDAMENTO DO PAÍS

O principal problema político do nosso país não é o nível e a qualidade da democracia ou a proteção dos direitos e liberdades dos cidadãos, como geralmente se acredita, mas a ilimitada e total mentira como fundamento do Estado e política estatal.

E o motivo aqui não é simplesmente em qualidades pessoais das primeiras pessoas - Yeltsin, Putin ou Medvedev: já desde a Revolução Bolchevique de outubro de 1917 o Estado russo é construído na mentira. A mentira tornou-se um elemento indispensável do sistema estatal que tem mais de 93 anos, que é ilegítima e é obrigado a escondê-la em todos os sentidos.

Mentira - elemento orgânico do atual sistema estatal eclético, que deseja preservar sua relação histórica com o regime soviético e o falecido absolutismo com o mundo atual. Isto somente pode ser tentado executar através do caminho da contínua e abrangente mentira.

A raiz desse problema - na catástrofe, mas não geopolítica, e sim nacional. Quase 100 anos - período de vida de várias gerações - nós atravessamos baseados em total rompimento entre direitos e leis, desaparecimento da identidade nacional.

A raiz situa-se no fato de que o sistema público atual russo conduz no plano histórico seu início nos trágicos acontecimentos de 1917- 1920 - reviravolta estatal, tomada do poder por um grupo de elementos criminosos e sangrenta guerra civil. A própria negação do reconhecimento deste fato e a tentativa da construção da pretensa Rússia pós-soviética na sensação da continuidade e assimilação da mentira dos anteriores 75 anos, torna impossível, em princípio, o movimento para frente e conduz à degradação da consciência social. É o impasse. Para sair dele somente assegurando absoluta e minimalmente indispensável legitimidade da autoridade estatal, interrompida a quase um século, e sobre esta base restabelecer a lógica do desenvolvimento histórico do país.

Nem o leninismo, nem o nacional bolchevismo de Stalin, nem a democracia formal, não se tornaram suficientemente sérios "esteios" para que o pseudopaís pudesse abandonar seus princípios fundamentais - mentiras e terror, para, pelo menos experimentasse não temer os cidadãos, mas obter seu apoio sem coersão.

O país entrou em um círculo vicioso: não desistindo das mentiras, é impossível implementar ao menos algumas reformas efetivas e a recusa da mentira ameaça o sistema como um todo.

Não resolvendo este problema, permanecendo no terreno da total mentira histórica, Rússia jamais poderá criar um estado funcional moderno, ou uma economia efetivamente concorrente. Tarefa que é preciso resolver - restabelecimento da legitimidade do governo, interrompida há quase um século, e a lógica do desenvolvimento histórico do país.

SISTEMA QUE NÃO SE REFORMA

Nos anos 90 o problema positivo do governo de legitimidade democrática não foi resolvido. A tentativa de reformar o sistema soviético através de alterações, tornar nominal (que nunca funcionou) a Constituição da RSSFR (República Socialista Soviética da Federação Russa) e atuante. E o sistema dos Conselhos combinar com o princípio da separação de poderes terminou com os acontecimentos de setembro-outubro de 1933. (Oposição entre duas forças políticas: Presidente da Rússia, Yeltsin, Conselho de Ministros, Prefeito de Moscou, lideres regionais e parte de deputados do Parlamento contra uma grande quantidade de deputados do Parlamento e deputados locais, Vice-Presidente da Rússia e alguns representantes do legislativo. A crise constitucional terminou com derramamento de sangue, inclusive de alguns civis, no centro de Moscou, em 3-4 de outubro de 1943 - O.K.).

A Constituição de 1993 foi elaborada pela necessidade urgente, não houve discussão pública, e as circunstâncias de um referendo sobre a sua aprovação e contagem de votos obtidos até agora levantam sérias dúvidas sobre a sua aprovação.

A legitimidade do sistema político dos anos 90 estava deteriorada por estas circunstâncias, e também porque a democracia permaneceu como imitação, a qual não coincide com antidemocracia oligarca "recheio" governamental. Para a velha mentira anexou-se nova - mito da inevitabilidade desse caráter de reformas, como que Yeltsin e Haidar, em 1992 salvaram o país da fome.

Nos anos da "maior liberalidade" os membros da família czarista obstinadamente não são reconhecidos como vítimas de repressões políticas, e a estação de metrô "Voykovska" assim chamada em homenagem ao homem que participou do assassinato a sangue frio da família real, que incluía um menino de doze anos e quatro meninas, não mudou seu nome, e muitos materiais de arquivo continuam fechados, comemora-se o "Dia do chequista" e assim por diante. Tudo isso - não são apenas palavras e páginas do calendário, mas uma cadeia de associações, relações lógicas, normas de pensamento que une o sistema atual com seu antecessor soviético. Como resultado conservou-se e até reforçou-se o estilo de vida, no qual a mentira e insinceridade permanecem entre os elementos que formam o sistema. Em política ocorreu e fortaleceu-se a supremacia cínica de "conveniência política", corrupção, eleições guiadas e guerras da mídia.

Quanto mais o tempo passa, o problema mais ponderável que se apresenta é a absoluta contradição e imaginação eclética dos novos governantes russos sobre o legado histórico que reside em sua base. O Estado que arruinou sua reforma econômica, que é responsável pela queda acentuada nos padrões de vida da grande maioria da população, começa flertar com componentes de consciência nacionalista de "Estado" no qual os elementos de czares - imperialistas quimericamente reconciliam-se com soviet - imperialismos.

Não é casualmente que o emblema da nova República Russa compõe-se de águia imperial com duas cabeças coroadas. De acordo com o significado Rússia, no final do século XX - início de XXI é herdeira mítico-idealista da "Rússia, que nós perdemos", Rússia, monarquia absoluta, que naturalmente saiu da cena política, "doce-rosquinha" imagem barata do passado.

Este ideal não se fixou, mas preparou o caminho para outro ideal utópico soviético. A águia imperial "arrastou" para si o canhestro hino soviético, o qual muito combina com esta águia. Aproximadamente, do mesmo modo que os sistemas oligarcas de Putin e Yeltsin.

Além disso, durante os anos noventa o problema não superado da legitimidade da ruptura foi agravado com total reforma de confisco, em larga escala de títulos na privatização especulativa governamental, que envolveu toda população do país, e ilegitimidade de grandes propriedades privadas, distribuídas através de esquemas corruptos por meio dos assim chamados leilões de títulos.

Assim a liberdade de imprensa não chegou, porque sem a mentira como sistema de governo que emergiu após o colapso da União Soviética, ela não pode viver.

Agora, é claro, a nova ordem política, constituída de acordo com a Constituição de 1993 e com base nas reformas dos anos noventa, nos últimos dez anos consolidou-se como governo de nomenclatura do tipo soviético em novos acordos econômicos, algo provincial e caseiro, algo como "capitalismo ou democracia com disciplina florescendo".

Este sistema como é constituído na mentira, medo, corrupção, que com o tempo somente crescem visto que não foi realizada nenhuma das condições de construção do Estado atual.

- A instituição legítima da propriedade privada, que se destina para massas , não foi criada;
- A igualdade dos cidadãos perante a lei é ausente;
- Em vez da justiça e arbitragem - imitação que encobre o domínio do "direitos do forte";
- O poder não é função social, mas sim um instrumento de enriquecimento pessoal e grupal.

Na verdade, ao invés do governo o que temos hoje é um invólucro do sistema com capacidade apenas para imitar as atividades do Estado. A tarefa de assegurar a defesa dos cidadãos, a capacidade defensiva do país, a união do multi-étnico país com vastíssimo território, o desenvolvimento econômico e social em tais circunstâncias não pode ser resolvido em princípio. O principal problema consiste no fato que nestas condições não pode compor-se, funcionar e desenvolver-se por inteiro, viável sociedade russa.

Penso que a situação, que se formou até o ano de 2011, está ameaçando a própria existência da Rússia.

O governo perde até mesmo os restos de legitimidade democrática formal, sistematicamente falsificando as eleições. Pelo maior partido político do governo "Rússia Unida", as pessoas votam não porque apóiam. Mesmo decepcionadas acham que é preciso, querem aproveitar a chance de escolher. No entanto, o comparecimento diminui.

O papel da Constituição reduz-se sistematicamente com grosseiras interferências em seu texto, tais como a abolição das eleições diretas para governadores ou a prorrogação dos prazos dos plenos poderes do presidente e parlamento.

As novas tentativas de substituir o vácuo com messiânicas Estado-imperialistas idéias, ainda que de forma modernizada (Moscou reivindica o papel de centro financeiro mundial) revelam-se sem esperança, e isso é óbvio. Mentira e propaganda permanecem como fator fundamental. O pensamento político congelou no nível do início do século passado. Não há nenhuma condenação do terrorismo estatal, seguidamente fazem-se tentativas para lhe encontrar alguma justificativa. A estrutura de pensamento da política externa dificulta o desenvolvimento de projetos inovadores, como a defesa russo-européia PRO (sistema antimísseis). A maioria da "elite" discutindo este tema, não pensa no futuro, pensa no passado.

A principal causa da situação que ameaça com catástrofe nacional - caráter e particularidade do sistema político - a nomenclatura burocrática que substituiu a elite política e empresarial, que concentrou em únicas mãos o poder e os bens, tende a realizar apenas uma função do governo - a segurança.

Caminho para segurança - não é caminho para estabilidade, é caminho para deterioração ou desestabilização.

Sua fraqueza - ausência de um conceito claro do Estado, compreensão das perspectivas de desenvolvimento do país, e portanto - a capacidade de propor um plano de modernização à sociedade, que mereça sua confiança e interesse.

Politicamente é indiferente, quem será indicado e formalizado presidente: Putin, Medvedev ou um terceiro. O principal, é que o sistema permanecerá inalterado - ilegítimo, política e economicamente ineficaz, vexatório e arbitrário para seus cidadãos. Sistema político russo - uma imitação de um Estado atual, "aldeia de Potemkin" (Mito histórico. Havia assentamentos nas margens do rio Dnieper. Potemkin teria maquiado as casas para que a miséria do povo local não ferisse os olhos da imperatriz em sua viagem para Criméia -O.K.) que compõe-se de pseudo-institutos, procedimentos que constantemente e grosseiramente são falsificados. Na vida da comunidade a credibilidade está ausente, foi substituída com intermináveis "simulacros". Ao invés de diversidade de pensamentos e estilos - tandem; ao invés da modernização - Skolkovo (escola de negócios da Rússia - O.K.), jogos e campeonatos; ao invés do multipartidarismo - projetos tediosos do Kremlin e "rua" aos protestos o que propositalmente priva de novas idéias e substitui o diálogo entre o governo e os cidadãos sobre as questões atuais como liberdades civis, corrupção, arbitrariedade judicial para assuntos menores como administração da guerra das milícias com os protestos de "heróis" profissionais. Como resultado verdadeiro, real é apenas o roubo e ruptura entre o glamour da rica elite da nomenclatura governamental e os privados de direito simples mortais. Então a quem vai agradar?

O triunfo dos simulacros faz a pergunta sobre o futuro do país maximamente fundamentada. O desequilíbrio na política, nas leis, na condição social dos cidadãos, na indústria e infra-estrutura, ao longo do tempo podem levar a conseqüências tais que superem significativamente o abalo de 1991. É absolutamente indispensável uma mudança qualitativa, de princípios, desse sistema.

Historicamente são infrutíferas as tentativas realizadas nas concepções "país de matérias-primas", "democracia soberana" que se fundamentam nas riquezas de seu subsolo e na procura global por recursos. O preponderante e unilateral desenvolvimento econômico das matérias primas, conhecida a partir da recusa em reconhecer a inviolabilidade da propriedade privada, imposto federal com chantagem, ameaça e violência, a incapacidade de resolver problemas de produções atuais modernas, não só dificulta o progresso econômico na Rússia, mas também prejudica o seu futuro. Conservando essas falhas antigas e novas, adquiridas ao longo dos últimos 20 anos, Rússia torna-se economicamente vulnerável, e em termos de capacidade e eficiência do governo - país fraco.

É inteiramente possível a proposição de um programa profissional de reformas econômicas direcionadas para criar uma economia de mercado moderna, diversificada, inovadora e de alta concorrência, que permita, em um período de tempo limitado, fazer da Rússia um dos países economicamente desenvolvidos, decididamente aumentar o nível e qualidade de vida no país, reverter as negativas tendências demográficas.

No entanto, os acontecimentos dos últimos 15 anos tem demonstrado, de forma convincente que, no atual regime político russo, tendo por base sua injusta natureza e falta de controle, a modernização, em princípio é impossível, como também é impossível a criação de verdadeiramente competitiva economia de mercado.

O sistema atual é impossível reformar. Inúmeros programas para sua melhoria, em especial a Estratégia "Rússia 2020" elaborada pelo Instituto de desenvolvimento atual "Estratégia 2012" e alguns outros contêm substanciais considerações táticas, mas estrategicamente nesse sentido somente lembram os esforços para melhorar o mecanismo das unidades de produção agrícola na União Soviética em 1960-1980. É importante compreender que,  em primeiro lugar, as decisões pela metade desempenharão mal ou nem trabalharão, somente criarão comprometimentos contra si próprias, e em segundo, é impossível, chegando à segunda década do século XXI, voltar para o início de 1990 para fazer "segunda tentativa" do desenvolvimento que não ocorreu.

LEGITIMIDADE

Neste tipo de sistema de governo seus líderes não são na verdade legítimos. A legitimidade no governo assegura-se com procedimentos, reconhecimento histórico nacional e reais aquisições. A legitimidade da monarquia russa estava associada com a crença no procedimento da unção do rei. A autoridade soviética, desde o início é completamente ilegítima. Em seguida, parcialmente aceita pela nação, enquanto associava-se com numerosos feitos e alcances de construtivismo pelos cidadãos soviéticos, executados principalmente não graças, mas contrariamente ao sistema, o que impediu o colapso do sistema antecipar-se no tempo.

No sistema atual, na realidade não existem procedimentos legais e pouca construção em seu próprio ativo histórico, que poderia assegurar-lhe o esperado reconhecimento nacional. Como mérito pode-se colocar, talvez que, tendo possibilidade de maior poder destrutivo e repressivo, seus líderes não o usarem. Mas não é o suficiente para, historicamente, justificar o sistema. Este sistema que já por muitos anos não encontrou a plenitude  de sua legitimação histórica, novamente agora exige mudanças fundamentais.

A ilegitimidade do atual governo russo e do seu sistema político autoritário, que imita democracia, realmente significa que ele pode ser examinado não como um significativo interesse do povo e seus representantes, mas como um sistema que protege os interesses políticos e materiais das pessoas dos círculos próximos ao governo.

Entretanto, fundamentalmente falando contra todas as formas de violência, é necessário dialogar com este governo, por exemplo, na forma de mesa redonda, isto é, buscar compromissos e decisões intermediárias.

Mas, a par de tudo isto a meta principal deve ser uma mudança radical do sistema político - criação na Rússia de um Estado de direito, com base em padrões internacionais de direitos humanos, liberdades e justas eleições, independência da justiça e rigorosa observação de direitos de propriedade privada.

O desafio consiste em conseguir tudo isso através de um caminho pacífico e construtivo não humilhando a dignidade de nenhuma pessoa. É necessário fazer todo o possível para resolver a situação, não ultrapassando o limiar da paz civil e realizando um caminho evolutivo. Estratégias e táticas da mesa redonda, composição de seus participantes, e tudo mais relacionado a isso, é assunto para outra conversa.

Mas um dos principais objetivos de tal diálogo -  a aprovação, a nível de lei maior, da reconstituição do Estado russo, destruído com a reviravolta de 1917 e da aceleração da Assembléia Constituinte em 6 de janeiro de 1918, como ponto de referência legal. É indispensável continuar e completar a transformação política, iniciada na primavera de 1917 e interrompida com a reviravolta antiestado.

A Assembléia Constituinte pode ser um evento fundamental na construção do Estado moderno.

Precisamente uma Assembléia Constituinte é capaz de restaurar o verdadeiro Estado russo. O desafio consiste em que, cada cidadão (com exceção dos irrecuperáveis marginas) se sintam envolvidos neste trabalho, quer diretamente quer através de seus representantes - não fictícios, como aqueles que agora se sentam na DUMA (Assembléia Nacional da Rússia) e na Câmara Pública, mas reais e legítimos.

Não há a menor dúvida de que a Assembléia Constituinte de 1917 decidiria exatamente esta tarefa. Reflexões sobre Assembléia Constituinte não é a primeira declaração pública sobre este tema. Mas, exatamente agora é necessário o passo direcionado na proposição para uma discussão ampla e aberta da população sobre estas questões. É importante compreender que: banalização da idéia russa da Assembléia Constituinte do século XXI - é a perda definitiva de chance de desenvolvimento, caminho direto para a estagnação continuada, decadência e finalmente, de uma forma ou outra, desagregação.

Entende-se que a preparação da Assembléia Constituinte será muito complexa e demorada. É indispensável grande compreensão da situação russa, que formou-se neste momento, seu lugar geopolítico no mundo, então a ampla discussão dos problemas do Estado e peculiaridades do sistema econômico russo. Repetir, mecanicamente, a experiência de 1917-1918 é impossível, e tentativas de práticas analógicas, são descabidas. Mas, passar sem um sério e institucional retorno, será possível?

O avanço pacífico para Assembléia Constituinte deve ser um tal processo político que por si mesmo possa legitimar  de fato, em parte o governo russo, mesmo permanecendo nos limites da Constituição atual.

Teoricamente isto é possível, mas para isso, na base da atual Constituição devem ser aprovadas normas democráticas radicais orientadas, assegurando igualdade para todos perante a lei, independência da justiça, limites de poder executivo, separação decisiva dos negócios e governo, liquidação dos irresponsáveis sistemas burocráticos aparentemente estáveis, corrupção e inatividade, estabilidade de aparência, superestruturas da nomenclatura política, desenvolvimento do controle parlamentar e cidadão, suspensão da formação política do "sistema governamental segundo entendimento", formação de curso geopolítico claro, negação completa da política, autoisolamento e sobrevivência do Estado por conta da união do atraso com recursos militares. Em outras palavras, o governo russo deve obter uma reputação de qualidade diferente e criar condições para sua legitimidade no nível de reputação.

Na verdade para isso acontecer no curto prazo, poucos acreditam. No entanto, a rejeição de tal processo aproximará no futuro de modificações radicais e, antes de tudo, destruídoras. Exatamente por isso, e apesar de tudo, devemos trabalhar ativamente na realização de opções não violentas e construtivas.

Tradução: Oksana Kowaltschuk
Fotoformatação: A. Oliynik