domingo, 27 de julho de 2014

PUTIN FORMA UM EXÉRCITO DE ASSASSINOS

Um ‘exército de assassinos’ e ciberguerreiros da contrainformação é a arma secreta de Putin, diz “Foreign Policy”

‘Exército de assassinos’ e ciberguerreiros da contrainformação é arma secreta de Putin
‘Exército de assassinos’ e ciberguerreiros da contrainformação
é arma secreta de Putin
A reputada revista “Foreign Policy” abordou um tema assustador. Segundo ela, a crise da Ucrânia vem revelando que o GRU, o aparelho de inteligência militar da Rússia, formou um ‘exército de assassinos’ que constitui a arma secreta de Putin.
O GRU (Glavnoe Razvedyvatelnoe Upravlenie) já está agindo como “importante instrumento de política externa, dilacerando um país com apenas um punhado de agentes e um monte de armas”, escreveu.
O GRU está mostrando ao mundo como a Rússia pretende combater suas futuras guerras misturando violência cirúrgica, subversão, negação sistemática dos atos praticados e golpes desferidos nas sombras.
O GRU constituiu outrora o maior sistema de serviços secretos baseado em embaixadas, redes de agentes disfarçados e nove brigadas de ‘forças especiais’ conhecidas como Spetsnaz, ou “destacamentos para fins especiais”, frequentemente inconfessáveis.
Porém, desde que o presidente Vladimir Putin assumiu a direção do Serviço Federal de Segurança (FSB), herdeiro da KGB, os objetivos e métodos foram atualizados para a era das ciberguerras e dos conflitos geopolíticos.
A anexação da Crimeia constituiu o primeiro triunfo da nova GRU. Ela estudou a região, mensurou as forças ucranianas no local, espionou suas comunicações e apoiou os “homenzinhos verdes” que velozmente se apossaram dos pontos estratégicos da península até se revelarem soldados da Rússia. Muitos deles vinham da antiga Spetsnaz.
A maioria dos insurgentes do leste ucraniano é ucraniana ou “turistas bélicos” russos. Mas isto é só o contingente de base: os homens chave que encorajam a rebelião, passam os mercenários pela fronteira e fornecem as armas vindas de Moscou são agentes do GRU.


Igor Girkin, ou 'Igor Strelkov'.  Agente do GRU russo comanda a defesa de Donetsk
Igor Girkin, ou 'Igor Strelkov'.
Agente do GRU russo comanda a defesa de Donetsk
O autodenominado Ministro de Defesa da República separatista do Povo de Donetsk, Igor Strelkov, cujo nome real é Igor Girkin, é oficial na ativa ou na reserva do GRU. É ele quem dirige essa “república popular” e mais ninguém.

A União Europeia já identificou Strelkov, ou Girkin, e o incluiu na lista dos nomes objeto de retaliações. Mas ele não parece ter-se incomodado muito com elas.

Segundo “Foreign Policy”, quando o “Batalhão Vostok” apareceu no leste ucraniano, ficou evidente que o GRU tinha completado sua metamorfose.

O “Batalhão Vostok”, na sua versão atual, está composto por combatentes chechenos, armados com equipamentos uniformes e dotados de transportes blindados. Reúne também ex-terroristas, desertores de guerrilhas e de gangues criminosas.

O “Vostok” não externou muito interesse em lutar contra o exército de Kiev. Ele visou garantir a autoridade de Moscou sobre a região e evidenciou a nova estratégia de Moscou: uma guerra “não-linear”, ou “híbrida”, tocada na base da violência, da desinformação, de pressões políticas e econômicas, além de operações bélicas camufladas, em lugar de uma ofensiva regular ou previsível.

Não é apenas uma “guerra híbrida” adaptada à Ucrânia, mas é o plano de Moscou para atingir seus adversários no dia de hoje por toda parte no mundo.


O comandante geral da GRU explicou a um obscuro jornal militar russo que a nova guerra envolve “um largo uso da política, da economia, da informação, do humanitarismo e outras manobras não-militares ... completadas por recursos bélicos com um caráter encoberto”, sem excluir o uso das “forças especiais” dos assassinos da Spetsnaz.
O conflito será combatido por espiões, comandos, hackers, ‘joguetes’ e mercenários. Quer dizer – escreve “Foreign Policy” – o tipo de operações para os quais são treinadas as ‘forças especiais’ inclui o assassinato, a sabotagem, e desnorteamento do adversário.

Passado de Putin nos serviços secretos, pesou na opção
Passado de Putin nos serviços secretos, pesou na opção
A NATO e o Ocidente não têm uma resposta eficaz contra esta estratégia na aparência caótica ou confusionista, mas que se está revelando muito danosa.
A NATO é uma aliança militar construída contra uma agressão aberta ou uma guerra declarada. Mas foi incapaz de responder a ofensivas como o ciberataque contra a Estônia de 2007.



A ideia de uma ofensiva de tanques passando por cima das fronteiras ficou superada por um novo tipo de guerra que combina subterfúgios, aliando-se com grupos dissidentes dentro do adversário visado, além de dissimuladas intervenções letais das Spetsnaz.

A NATO é mais forte em termos estritamente militares, mas se a Rússia consegue abrir fraturas políticas no Ocidente, executar ações usando grupos combatentes locais e atingir indivíduos e instalações, então não interessa saber quem tem mais tanques ou melhores jatos.

Esse é o tipo de guerra que o GRU está preparado para fazer, conclui a revista. E o conflito na Ucrânia parece confirmar essa conclusão.

sábado, 26 de julho de 2014

UCRÂNIA: ÚLTIMAS NOTÍCIAS

TERRORISTAS RUSSOS SEQÜESTRAM CRIANÇAS NA UCRÂNIA
26 de julho de 2014 20h58min. [Horário ucraniano]

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia informou que um grupo de terroristas do chamado "FSC", hoje (26) por volta das 17h15min. sequestrou do orfanato de Lugansk 60 órfãos que precisam de acompanhamento médico constante.
Os terroristas separatistas tentam levar as crianças para a Federação Russa em dois ônibus. A médica-chefe é mantida como refém.
O MFA da Ucrânia enviou uma nota para a Federação Russa contendo exigência categórica para impedir a exportação ilegal de órfãos ucranianos para a Rússia.
Para obter à atenção dos países estrangeiros e organizações internacionais divulgou a seguinte declaração sobre este crime:

"Apelamos à comunidade internacional para exercer todos os esforços possíveis, incluindo medidas para colocar mais pressão sobre a Federação Russa, a fim de forçar a libertação imediata dos órfãos ucranianos e não torná-los reféns de suas atividades criminosas e histeria anti-ucraniana", diz a declaração.

Fonte: Jornal “Castelo Alto”.

Poroshenko assina lei de nova mobilização


O Presidente da Ucrânia assinou a “Lei Poroshenko número 1595-VII para a mobilização parcial" A Lei entrará em vigor na data de sua publicação.
A mensagem correspondente foi publicada no site do presidente. 

Fonte: Jornal "Castelo Alto".

UE prepara sanções sem precedentes que podem mergulhar a Rússia na recessão


Pressão sobre Moscou para alterar a sua política sobre a Ucrânia deve passar por sanções de grande alcance econômico. Russos dizem que cooperação na luta contra o terrorismo e o crime organizado fica comprometida.
 
A União Europeia (UE) acrescentou este sábado 15 pessoas e 18 entidades à sua lista de visados por sanções à Rússia, por causa da Ucrânia. O número pode aumentar nos próximos dias. Mas pior é o que está na forja: sanções de uma envergadura sem precedentes contra os setores financeiro, energético e das indústrias de defesa.
Tudo somado, as medidas que estão a ser preparadas mergulhariam a Rússia numa profunda recessão, segundo um estudo da Comissão Européia a que o diário espanhol El País teve acesso.
Até aqui, a UE não chegou a acordo sobre a adoção de sanções mais graves do que as até agora aprovadas – congelamento de bens e proibição de viajar no espaço da UE. Mas o queda, há dez dias, de um Boeing 777 no Leste da Ucrânia, com 298 pessoas a bordo, presumivelmente abatido por separatistas pró-russos – e o entendimento de que a resposta de Moscou é insuficiente – estão a contribuir para uma aproximação de posições sobre a necessidade de medidas mais duras.
Os embaixadores dos 28 países da união reúnem-se na terça-feira em Bruxelas para se pronunciarem sobre um pacote de sanções que, segundo a AFP, limitaria o acesso russo a mercados financeiros, armamento, tecnologias no domínio energético e bens susceptíveis de "dupla utilização" – militar como civil.
O jornal britânico Financial Times noticiou que o pacote de sanções adicionais que está a ser preparado segue de perto um documento anteriormente distribuído aos diplomatas europeus, o qual previa, por exemplo, a proibição de compra de acções ou obrigações de bancos russos e restrições à venda de equipamento e tecnologia mencionadas pela agência noticiosa.
Os passos no sentido de um endurecimento das sanções europeias estão já a ser dados. A Comissão preparou um documento com propostas, cuja decisão final cabe aos estados membros. O seu presidente, Durão Barroso, referiu-se às medidas previstas como “eficazes, bem orientadas e equilibradas”.   
O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, escreveu na sexta-feira aos líderes dos governos da UE uma carta, citada pela AFP, na qual defende uma decisão que, afirma, “terá consequências importantes na economia russa e afectará moderadamente as economias europeias”. A esperança de muitos governos da UE é que as sanções obriguem Moscou a alterar a sua política para a Ucrânia, diminuindo a tensão na Europa.
As sanções em preparação procuram compatibilizar a pressão sobre a Rússia com a salvaguarda da coesão da UE e a preservação possível dos seus interesses. É esse o entendimento a retirar da provável adoção do princípio de não-retroatividade, que dará à França margem de manobra para manter a venda à Rússia das fragatas Mistral que está a construir. No campo energético, a restrição de venda de “tecnologias sensíveis” ao setor petrolífero, e não ao do gás, destina-se a “garantir a segurança energética da UE” – assume Van Rompuy.
No estudo citado pelo El País calcula-se que a “nova geração” de sanções provocaria uma queda de 1,5 pontos percentuais do Produto Interno Bruto russo em 2014 e de 4,8 em 2015. O resultado, acrescenta o jornal, seria uma profunda recessão porque o efeito das novas medidas somar-se-ia à fuga de capitais – a que na sexta-feira o banco central russo voltou a tentar pôr termo, com uma subida das taxas de juro para 8% – ou às fortes quebras da bolsa, que desde o início do ano caiu 7%.
 
“Entusiasmo” terrorista
Com os nomes divulgados este sábado, a lista de visados pelo congelamento de bens e proibição de viajar no espaço europeu – sanções que a UE tem vindo a adoptar contra quem apoiou “ativamente a anexação da Criméia” ou a “desestabilização do Leste da Ucrânia” – tem agora 87 pessoas e 20 entidades, russas e ucranianas.
A lista passou a incluir os chefes dos serviços de segurança, FSB, Nikolai Bortnikov; o chefe dos serviços de informações externas, Mikhail Fradkov; o secretário do Conselho de Segurança, Nikolai Patrouchev, antigo chefe do FSB; ou o presidente tchecheno, Ramzan Kadirov. Dela fazem também parte líderes e grupos separatistas pró-russos e empresas com sede na Crimeia.
A reacção russa foi imediata e dura. O Ministério dos Negócios Estrangeiros acusou a UE de pôr em perigo a cooperação no domínio da segurança e minar desse modo a luta contra o terrorismo e o crime organizado. Um comunicado citado pela Reuters menciona elementos dessa cooperação que poderão ser postos em causa: “o combate à proliferação de armas de destruição maciça, terrorismo, crime organizado e outros desafios e perigos”. “Estamos certos de que essas decisões serão aceites com entusiasmo pelo terrorismo global”, acrescenta.
 
Fonte: publico.pt

sábado, 19 de julho de 2014

VÔO MH17






Combatentes [leia-se mercenários - por que usam máscara?] russos numa das áreas em que caíram destroços do avião, em Grabovo, na província de Donetsk

O governo da Ucrânia acusa os revolucionários pró-rússia de levarem os corpos para Donetsk e de destruir provas. 

As equipes da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) já chegaram à área do desastre, mas os combatentes pró-russos não facilitaram o seu acesso aos vários locais por onde estão espalhados os destroços do voo MH17 e os corpos das 298 pessoas que seguiam a bordo.

Assim que chegaram ao local, as equipes da OSCE foram impedidas de ver os destroços, mas pouco depois a agência Reuters afirmava que alguns deles tinham recebido autorização para investigar apenas um dos locais. Segundo a mesma agência, os revolucionários disseram aos elementos da OSCE que iriam informá-los sobre o resultado das suas próprias investigações.


Para os ucranianos

sexta-feira, 18 de julho de 2014

A QUEDA DO VÔO MH17

Preliminar: A imprensa mundial insiste em denominar de "separatistas pró-russos" a população que vive no Leste da Ucrânia. Não são separatistas pró-russos, são MERCENÁRIOS TERRORISTAS RUSSOS que já atuaram na Chechênia, no Afeganistão e na Georgia onde promoveram revoluções terroristas para manter a hegemonia comunista russa e objetivam fazê-lo também na Ucrânia. Portanto, trata-se de mercenários a soldo da Rússia de Putin colocados dentro do território ucraniano, fortemente armados, para promover a desestabilização do país tal como tem feito ao longo dos últimos 97 anos. (ler A VERDADE NO LESTE DA UCRÂNIA )
O Cossaco.
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O governo da Ucrânia continua a assegurar que a queda do avião das linhas áreas da Malásia na quinta-feira, que provocou 298 mortos, foi motivada por um "complexo de mísseis antiaéreos" utilizado pelos mercenários terroristas russos.

Ucrânia insiste que queda do voo MH17 foi por mísseis antiaéreos

"A parte ucraniana tem todos os motivos para considerar que neste caso se trata sobre um abate premeditado do avião civil pelo complexo de mísseis antiaéreos russos".

Os responsáveis ucranianos asseguram que algumas horas após o "ato terrorista", os serviços de segurança do país receberam e divulgaram "as provas irrefutáveis de que o avião foi abatido pelos terroristas pró-russos e pelas armas russas", numa alusão a gravações de conservas telefônicas e vídeos entretanto em circulação na Internet."É importante de realçar que durante o período de realização da Operação Antiterrorista (acrônimo em ucraniano - ATO) as Forças Armadas da Ucrânia não têm usado os complexos de mísseis antiaéreos. No momento da catástrofe não havia aviões de caça das Forças Armadas da Ucrânia no espaço aéreo. O avião Boing-777 foi atingido fora da zona de ação dos meios terrestres da defesa antiaérea das Forças Armadas da Ucrânia", sublinha o texto.
"Este caso provou finalmente que esta destabilização, implantada em Donbas pelo Kremlin, não está provocada pelos processos políticos mas pelo terrorismo estatal que é uma grande ameaça à paz e segurança internacionais", sustenta o documento.
Após exprimir condolências aos familiares das vítimas, na sua maioria de nacionalidade holandesa, a embaixada ucraniana recorda que o Presidente do país, Petro Poroshenko, ordenou no imediato a formação de uma comissão de investigação estatal, para além das medidas do governo para investigar as causas da catástrofe e prestar assistência às vítimas, incluindo a emissão urgente de vistos para os familiares que pretendam deslocar-se à Ucrânia.
Assim, os corpos das vítimas estão a ser transferidos para a cidade de Kharkiv, enquanto foi imposto o encerramento total do espaço aéreo nas regiões de de Donetsk, Lugansk e Kharkiv.
O texto assinala ainda que pelo fato de o avião se ter despenhado "na zona que hoje está sob controle dos agrupamentos terroristas, apoiados pela Federação da Rússia", o governo da Ucrânia "toma todas as medidas para chegar a um acordo com os grupos armados ilegais (acrônimo em ucraniano - NZF) e para obter o pleno acesso ao local da catástrofe a fim de realizar identificação e repatriação dos corpos das vítimas ao país de origem".

quinta-feira, 17 de julho de 2014

MERCENÁRIOS RUSSOS NA UCRÂNIA

Mercenários e separatistas imploram ajuda de Moscou,
que chega a conta-gotas

Manifestação separatists em Donetsk foi marcada pela ausência de populares
Manifestação separatists em Donetsk foi marcada pela ausência de populares

As tropas do governo ucraniano estão avançando num movimento de pinça pelo norte e pelo sul, e perto de cortar o fluxo de armas que tanto as milícias estrangeiras quanto as separatistas receberam até agora do outro lado da fronteira com a Rússia, informou “The Wall Street Journal”, reproduzido pelo blog “Ukrainian Diaspora”

Por causa disso, os mercenários pró-russos estariam enviando repetidos apelos a Moscou, solicitando auxílio militar. Mas o Kremlin mostra-se reticente em enviar tropas do exército russo identificadas como tais, como sucedeu na Crimeia.

O Kremlin não quer mais sanções econômicas por parte de Ocidente. Na verdade, estas foram uma resposta fraquíssima diante da imensidade da agressão ao Direito Internacional e à soberania da Ucrânia.

Porém, a fraqueza da estrutura econômica e militar da “nova URSS” é tão grande, que pífias represálias lhe causam sensíveis problemas.

Isso explicaria por que Moscou infiltra a conta-gotas combatentes e armas na Ucrânia, segundo a opinião de diplomatas mencionados pelo “The Wall Street Journal”.

Porta-vozes ucranianos e americanos dizem que a Rússia enviou nas últimas semanas mercenários e armas através da fronteira. Tanques russos foram fotografados. Mas a Rússia sempre desmente o que faz.

Soldados ucranianos em campo de trenamento perto de Kiev. Eles estariam cercando o surto separatista e desconectando-o da fonte de fornecimentos: a Rússia
Soldados ucranianos em campo de trenamento perto de Kiev.
Eles estariam cercando o surto separatista
e desconectando-o da fonte de fornecimentos: a Rússia
Segundo o “The Wall Street Journal”, Líderes separatistas declararam que não têm homens nem armas para resistir à ofensiva militar ucraniana.

Após recuperar o controle do grande porto de Mariupol, as forças ucranianas avançavam rumo as periferias de Lugansk, capital da região mais encravada na vizinha Rússia.

O presidente russo Vladimir Putin pediu, e obteve logo e servilmente, à Duma a anulação da licença para invadir a Ucrânia. Pareceria que ele tenta compor a situação com o novo presidente do país invadido. Mas, já tantas vezes ele acenou fazer o contrário do que depois fez, que a conjectura aguarda confirmação.
Por sua vez, o presidente ucraniano Petro Poroshenko anunciou um cessar-fogo unilateral, que visaria dar margem à desmobilização e anistia dos rebeldes. Belo propósito, caso se tratasse de dissidentes sinceros. Mas o que se pode esperar dos mercenários estrangeiros?

Igor Strelkov, comandante rebelde, declarou num vídeo postado pelo jornal russo Komsomolskaya Pravda: “Eles estão cortando sistematicamente as regiões rebeldes da fronteira com a Rússia”. E acrescentou que o operativo ucraniano avança pelo sul e pelo norte a uma velocidade de nove milhas por dia.

Denis Pushilin, líder da autoproclamada República Popular de Donetsk, viajou a Moscou procurando socorro. “Nós nos voltamos para a Federação Russa à procura de auxílio”, disse em conferencia de imprensa em Moscou. “Infelizmente, nossos oponentes são superiores a nós em todas as partes da frente de combate”, acrescentou.
Separatistas em tanque russo rumo a Donetsk. Eles pedem auxilio mas esse chega insuficiente da Rússia
Separatistas em tanque russo rumo a Donetsk.
Eles pedem auxilio mas esse chega insuficiente da Rússia
Pushilin teve encontros em Moscou com personalidades de alto nível, inclusive com Vladislav Surkov e Sergei Glazyev, conselheiros de Putin.

Alexander Dugin, ideólogo do Kremlin e estreito aliado dos separatistas, lamentou num post no Facebook que Putin esteja “arrastando os pés”.

Yevhen Perebyinis, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores de Kiev, disse:

“Nós não estamos esperando nada de positivo por parte do lado russo. Eles deixaram absolutamente claro que não pretendem parar suas atividades, e a única coisa que pode detê-los é reforçar as sanções”.

Os líderes europeus falam há meses destas sanções, mas até agora não aplicaram nenhuma com força decisiva.

Porém, quando a Rússia suspendeu o fornecimento de gás à Ucrânia, o Ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, comentou que a decisão representou um significativa marcha-à-ré nas negociações.

“Estamos longe de uma solução política da crise”, disse Steinmeier, à agência Reuters.

Fonte: Flagelo russo.
Louis Dufaur

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Justiça Ucrânia: Governo quer proibir o Partido Comunista

O governo ucraniano abriu hoje um procedimento judicial para proibir o Partido Comunista, acusado de apoiar o separatismo pró-russo no leste do país, anunciou o ministro da Justiça, Pavlo Petrenko, numa conferência de imprensa.


quinta-feira, 10 de julho de 2014

Governo ucraniano procura recuperar Donetsk e exige libertação de Nadia Savchenko

No leste da Ucrânia, continuam os combates do exército ucraniano contra os mercenários russos.

Esta quinta-feira os combates para recuperar o controle das regiões de Donetsk e Lugansk concentram-se em Karlivka, a vinte quilômetros da cidade de Donetsk.

O conflito armado entre as forças governamentais e os mercenários russos provocou, em três meses, a morte de 478 civis e cerca de mil e quatrocentos feridos, anunciou esta quinta-feira o ministério da Saúde ucraniano.

Nas operações contra os mercenários e rebeldes, desde abril, foram mortos 173 militares e feridos 446.
Entretanto o ministério dos negócios estrangeiros ucraniano exige a libertação da piloto Nadia Savchenko, acusando as autoridades russas de terem sequestrado a oficial ucraniana, violando as leis internacionais.
Nadia Savchenko foi capturada mercenários russos em Lugansk, em meados de junho. Depois disso desapareceu, até que foi divulgado o seu paradeiro, detida na prisão russa de Voronezh.
A Rússia acusa a militar ucraniana de cumplicidade na morte de dois jornalistas russos no leste da Ucrânia, no mês passado. Nadia Savchenko integrava o batalhão que combatia mercenários russos em Lugansk no dia quando um ataque provocou a morte de dois repórteres de uma emissora de TV russa, Igor Kornelyuk e Anton Voloshin.
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Ucrânia incrementa produção de armamento

Ucrânia incrementa produção de armamento

A necessidade de armamento pesado para enfrentar os mercenários russos, está a forçar as autoridades ucranianas a apostar na produção e na reparação das unidades de combate destruídas.

Na fábrica de tanques de Zytormir, foi incrementada a produção de veículos anfíbios de combate e o serviço de reparações, em apoio às operações anti-terroristas em curso no leste da Ucrânia.
Serhiy Butenko, diretor da unidade de Zytomir, disse que os conflitos trouxeram novas exigências a esta fabrica de equipamento pesado de combate:


“Face à situação no leste do país, vamos aumentar em 200 por cento os nossos planos de produção. No ano passado, foram produzidos só quatro tanques para as forças armadas ucranianas. Este ano pretendemos produzir 140 tanques.”

Os confrontos têm danificado muitos veículos, que necessitam de reparação.
O primeiro lote de veículos de combate renovados estará à disposição do exército em fins de julho. Vão ser utilizados no leste da Ucrânia, em operações anti-terroristas.
O governo ucraniano denunciou em junho o envio pela Rússia, aos mercenários russos do leste da Ucrânia, de tanques e armamento pesado que incluía lançadores múltiplos de rockets.
A fábrica de Zytomir é conhecida pela produção dos tanques t-64, o modelo soviético ainda hoje utilizado.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

CRISE NA UCRÂNIA, UM DESAFIO À SEGURANÇA

A segurança na Europa devia ser prioridade, porque o impacto da crise ucraniana vai muito para além das suas próprias fronteiras.

“A segurança e a paz não são dados adquiridos… Os exércitos não se improvisam. Preparam-se”

Cavaco Silva, Presidente da República

1. A globalização gerou a nova desordem internacional, caracterizada pelo aumento de conflitualidade, com subversão das hierarquias do sistema mundial e disfunções nos equilíbrios entre poderes e centros de decisão. E a instabilidade na segurança dos Estados pode afectar o interesse nacional.

A crise na Ucrânia é uma questão de segurança decisiva em termos europeus e mundiais. A União Europeia (UE) fez uma péssima gestão política a favor de um tratado de associação, que foi um factor de divisão, explorado pela Rússia por ver nessa opção uma iniciativa para deteriorar a influência de Moscou.

O novo Presidente ucraniano, Poroshenko, oligarca milionário e negociador pragmático – pertenceu ao Partido das Regiões (Leste) –, terá de gerir a politização de relações a leste e a ocidente.

A política externa russa definiu prioridades nas relações com a “vizinhança próxima”. A concepção do arriscado eurasianismo de Dugin na reemergência da Rússia – como potência revisionista e nacionalista – visa a ampliação da sua área de influência no espaço pós-soviético e a reconstrução do “império russo”.

O erro histórico do Ocidente foi ignorar a Rússia com o estatuto de grande potência que se quer afirmar, e a geografia lhe confere, ao agir pela geopolítica mantendo a independência estratégica ao nível nuclear.

A doutrina Putin leva a induzir que a Rússia deverá seguir uma estratégia para manter a Ucrânia num regime não alinhado com o Ocidente – sem hostilizar a população de origem russa – na sua área de influência, para que funcione como “zona tampão,” garantindo a sua fronteira de segurança.

O conflito da Ucrânia exigia a diplomacia de Kissinger – sem mediatização e ignorância –, não apoucando para afastar o imprevisto da irracionalidade. O estadista defendia não aproximar a NATO [OTAN] das fronteiras russas e o Ocidente compreender a relação histórica entre a Rússia e Ucrânia.

Putin, conhecido por “homem espelho”, utiliza as ideias dos interlocutores a seu favor. E as sanções não contribuem para o desanuviamento, mas apenas para a radicalização do conflito.

Putin cometeu graves erros: avaliação sobre a coesão – ainda que relativa – entre a UE e EUA; e as ameaças de intervenção em defesa da minoria russa, o que alimentou as ambições separatistas no Leste e Sul da Ucrânia. Os confrontos armados eram inevitáveis com previsível escalada em guerra civil (balcanização).

A secessão da península da Crimeia – que acabou por ser absorvida – era uma parte do plano para a Rússia controlar a esquadra do mar Negro, que lhe assegura a única saída para o Mediterrâneo.

Aquele precedente foi também utilizado na desestabilização do Leste da Ucrânia, para reconstrução da “Nova Rússia” que garante 15% do PIB do país, mantendo a fragilidade económica e a fragmentação política, conseguindo assim a integração daquela região conhecida por “Donbass”.

A proximidade geográfica e a porosidade das fronteiras permitem operações irregulares sofisticadas, infiltrando forças especiais para apoiar as milícias pró-russas, numa atitude de Moscovo de aparente cooperação com Kiev, enquanto assegura a gradual subversão (Salami Tactics). Dividir para conquistar!

Para ultrapassar as vulnerabilidades das Forças Armadas (FA) ucranianas, foi contratada a empresa americana de segurança privada Academi, que está a combater as milícias pró-russas. Os polacos – inimigos históricos dos russos – estão perigosamente muito activos.

2. A UE passou a ser ela própria a crise, produtora de crises como a da Ucrânia, com contradições insanáveis e clivagens na geografia dos povos, que conduz à desconfiança e rejeição do projecto de unidade europeia, traduzido no resultado das eleições.

Com as elites europeias burocratas sem pensamento político e sem visão de futuro – com os “interesses comuns” deslaçados ou inexistentes –, não é viável um conceito estratégico para um novo paradigma de desenvolvimento e segurança da UE, mobilizador só por estadistas de superior estatuto.