sábado, 29 de junho de 2013

TERNURA COMUNISTA RUSSA

Um homem em um avental de couro castanho
 
Istorychna Pravda (Verdade histórica), 21.10.2010
Mykyta Petrov, Memorial "Novaia Gazeta"
 
 
Vasily Blokhin - exceto dragonas de general, também recebia prêmios. Entre eles - Ordem Laboral da Bandeira Vermelha, que era dada pelos serviços significativos no trabalho.
 
Nos anos 1937-1938 o carrasco da KGB Vasily Blokhin participou dos maiores fuzilamentos. Ele ordenou o fuzilamento do Marechal Tukhachevsky e outros militares de alta patente. Em sua conta pessoal há mais de dez mil vítimas. Recentemente lhe colocaram um novo monumento...
 
O nome do carrasco permanente da era stalinista Vasily Mykhailovych Blokhin hoje em audiência. Sua assinatura selava numerosos atos para realização de fuzilamentos guarda-se nos arquivos da KGB em Lubianka.
 
Pessoas não familiarizadas com os detalhes da "profissão" de Blokhin sentiam choque e tremor quando o viam atuando. Um dos raros testemunhos deixou o chefe da UNKVD (gerência da NKVD) da Província Kalinin Dmytro Tokariev.
Ele contou sobre a chegada em Kalinin do grupo de funcionários da NKVD chefiados por Blokhin para fuzilamento de poloneses que estavam detidos no acampamento de Ostashkov.
 
Quando tudo estava pronto para o início do primeiro tiro, Blokhin, disse Tokariev, foi atrás dele:  "Bem, vamos lá..." Nós fomos, e então eu vi todo o horror... Blokhin tirou suas roupas especiais e vestiu seu avental de couro comprido castanho, boné de couro castanho, luvas de couro acima dos cotovelos também castanhas.
 
Em mim isso causou uma enorme impressão - eu vi o carrasco! "Na primeira noite, a equipe liderada por Blokhin fuzilou 343 pessoas. Nos dias seguintes Blokhin ordenou entregar-lhe para fuzilamento não mais de 250 pessoas.
 
Na primavera de 1940, sob a orientação e participação direta de Blokhin foram fuzilados 6311 prisioneiros de guerra poloneses. Podemos supor que com semelhante ação de tal "choque" ele dobrou sua conta anterior de fuzilados. Devido ao seu relacionamento Tokariev não participou diretamente dos fuzilamentos. Blokhin mostrou condescendência, nobreza de carrasco profissional, que está ciente de que nem todos são capazes do que ele é. Na elaboração da lista de participantes para a adjudicação de tiro, ele incluiu o nome do chefe da UNKVD Tokariev...
 
Quem era essa pessoa, cuja mão executava as arbitrariedades de Stalin?
 
As poucas linhas de sua autobiografia dizem que ele nasceu em 1895 na aldeia Havrylivska na região de Suzdal, na província de Ivanovo, em família de camponeses pobres. Desde 1905 ele estudava e trabalhava como pastor de gado, depois pedreiro e também nas terras de seu pai. Em 05.06.1915 alistou-se como soldado no 82º
Regimento de Infantaria em Volodymyr, servindo até suboficial junior.
 
Em 25.10.1918, como voluntário ingressou no serviço de recrutamento em Suzdal. Logo fez sua escolha política - em abril de 1921 entrou no partido comunista e, em seguida, 25 de maio foi nomeado para o 62º batalhão do exército em Stavropol.
 
Assim começou sua carreira de chequista. Após algumas designações chega, em 22.08.1924 ao cargo de Comissário para missões especiais junto a OGPU (Administração de Política Estatal Unificada). Agora, entre outros assuntos entra na condução da execução das sentenças de fuzilamento. De fato, desde a primavera de 1925 sua assinatura regularmente aparece sob as atas decisivas para fuzilamento.
 
Talvez ele tivesse sido apenas um executor comum dos fuzilamentos, mas, de repente uma vaga importante. Em 03.03.1926 Blokhin foi nomeado comandante interino do OGPU e já em 01.06.1926 ele foi aprovado neste cargo.
O destino de seu antecessor Carl Weiss não era invejável. Em despacho assinado por Iágoda (fuzilado em 1938) Nº 131/47 de 05.07.1926 afirmava-se sua demissão e censura. Ele foi condenado à prisão por 10 anos pela acusação de relações com missões estrangeiras, óbvios espiões.
 
Blokhin se comportou conforme o desejado e no posto de comandante permaneceu por muitos anos, até a aposentadoria.
Agia sob a direção de Blokhin o pelotão de fuzilamento, ou "grupos especiais" como era chamado nos documentos e formava-se de funcionários de diferentes departamentos. No final dos anos vinte - início dos anos trinta, havia membros de um departamento especial do Colégio da OGPU, que ocupava-se com a proteção dos líderes da União Soviética e pessoalmente de Stalin. Isto é, envolviam-se na proteção de líderes com participação regular em execuções de "inimigos do povo". No aparelho central da OGPU eles figuravam como "comissários para missões especiais": Rogov, Yusis, Sotnekov, Gabalin, Chernov, Pakalan, Rodovanskyi.
Outra parte servia no comando da OGPU. O próprio Blokhin, e também Mago e Shuhalov.
Posteriormente, no "grupo especial" ingressaram: Shyhalov (irmão), Yakovlev, Antonov, Dmitriev, Emelyanov, Mach, Feldman, Semenyhyn.
 
Não era fácil o destino dos verdugos. A família os via raramente, e quando vinham depois do "trabalho" noturno, geralmente estavam bêbados. Não é surpreendente que morriam cedo ou ficavam dementes. Morreram: Khrustalev em outubro de 1930 - Yusis em 1931, Mago em 1941 - Shuhalov em 1942 - Shuhalov (irmão) em 1945. Muitos conseguiram aposentadoria por invalidez devido a esquizofrenia, como O. Emelyanov, ou de doença mental, como E. Mach.
 
Mas as repressões não pouparam nem os fuziladores. Parte deles caiu nas mãos de Blokhin - foram levados para as salas de disparo já na condição de vítimas. Assim em 1937 foram fuzilados H. Holov, P. Pakalan, F. Sotnykov. Interessante o que sentiam Blokhin e Mago, quando fuzilavam seus antigos companheiros.
 
Especialmente deixavam nervosos os verdugos, os condenados que no momento do fuzilamento glorificavam Stalin.
 
Encabeçava o grupo dos verdugos, que traziam para executar a decisão da "troika" (trio) NKVD da Província de Moscou em 1937-1938, Isay Berg, que tendo sido preso, mostrou que recebeu de seus superiores rigorosas instruções "para evitar tais eventos no futuro" e entre os trabalhadores dos grupos especiais da NKVD "elevar o estado de espírito, esforçar-se para provar-lhes, que as pessoas, que eles fuzilam - inimigos". Embora Berg chegou a admitir: "Nós fuzilamos muitos inocentes".
 
Berg tornou-se famoso por causa de seu envolvimento espontâneo no NKVD de Moscou criando a máquina "dushohubka", na qual os condenados amorteciam com o escapamento de gás. Em parte isto preservava os nervos aos verdugos de Moscou. Carregavam as prisões de Taganska ou Butyrska com prisioneiros vivos - em Butovo descarregaram mortos, e conclusão dos trabalhos. E nenhuma glorificação a Stalin. O próprio Berg explicou aos investigadores, que sem tal aperfeiçoamento "seria impossível obter número tão grande de execuções".
 
E no grupo central dos fuziladores sob direção de Blokhin mandaram "realizar um trabalho educacional entre os condenados à morte para que eles no momento tão inoportuno não delirassem com o nome do chefe".
 
Nos anos de 1937-1938 Blokhin tomou parte nos fuzilamentos mais notórios. Ele comandou o fuzilamento do marechal Tukhachevskyi e militares sêniores condenados com ele. Assistiram ao fuzilamento o procurador da URSS Vyshenskyi e o presidente do Colégio Militar do Supremo Tribunal Ulrich.
 
Monumento da família Blokhin no cemitério Donskyi em Moscou. Até mesmo verdugo merece memória eterna e perdão.
 
Às vezes exibia sua presença o próprio "comissário de ferro" Yezhov. Em sua presença a ação do fuzilamento adquiria performances artísticas. No outono de 1937: "Antes do fuzilamento de seu antigo amigo Yakovlev Yezhov colocou-o a seu lado - para observar ao ato da execução da sentença." Yakovlev, chegando ao lado de Yezhov, dirigiu-se a ele com estas palavras: Mykola Ivanovych! Vejo em seus olhos que você está com pena de mim". Yezhov não respondeu, mas visivelmente constrangido ordenou fuzilar Yakovleu imediatamente. Não menos memorável a cena acontecida em março de 1938 quando da execução da sentença no caso de Bukharin, Rykov, Yagoda e outros condenados no "Processo do Pravotrotstistoho Bloco" (Conspiração de Trotskyi e outros - OK). Yagoda fuzilaram por último. Antes, ele e Bukharin foram colocados em bancos e obrigados a olhar como realizava-se a sentença de outros prisioneiros. Yezhov esteve presente e, muito provavelmente, foi o autor de capricho tão refinado.
 
Antes do fuzilamento Yezhov ordenou ao comandante da proteção de Kremlin Dahin bater em Yagoda o antigo Comissário de Assuntos Internos. "Vamos, dê nele por todos nós". Ao mesmo tempo o fuzilamento do amigo de bebedeira Bulanov entristeceu Yezhov, e ele até mandou primeiro dar-lhe conhaque.
É incrível, quantos de seus antigos colegas e chefes fuzilou Blokhin. A proximidade às incriminadas lideranças da NKVD poderia também custar-lhe a vida. Mas Stalin estimava os promissores "executores" que acostumados a atirar na nuca, constantemente permaneciam visíveis às suas costas na qualidade de protetores.
 
No início de 1939, quando Beria, com todas as forças purgava NKVD dos quadros de Yezhov, ele recebeu documentos dizendo que o comandante Blokhin era muito próximo do antigo secretário da NKVD Bulanov, e também do fuzilado comissário Yagoda. Então isto analisava-se como evidência de participação em seus "planos conspiratórios". Beria preparou proposta para detenção de Blokhin que, para sua surpresa, foi recusada. Em 1953 Beria revelou durante a investigação: "Comigo Stalin não concordou dizendo que tais pessoas não devem ser exterminadas porque elas executam trabalhos indicados. Então ele chamou o chefe de N.C. Vlasyk e perguntou se Blokhin participa na execução de sentenças e se era necessário aprisioná-lo? Vlasyk respondeu que Blokhin participa e com ele participa seu assistente A.M.Pakiv, e teceu comentários favoráveis a Blokhin".
 
Beria, retornando ao seu escritório chamou Blokhin e os trabalhadores dos "grupos especiais" para conversar. Os resultados da conversa "educacional" o comissário do povo refletiu ao arquivo, como também a resolução não executada: "Secretamente. Chamado por mim Blokhin e altos funcionários do Comissariado, aos quais informei algumas provas contra eles. Prometeram trabalhar em estreita colaboração e continuar leais ao partido e governo soviético. 20 de fevereiro de 1939. L. Beria".
 
Mais sobre a questão de Blokhin Stalin não retornou.
 
Normalmente os presos eram levados para o local de execução na travessa Varsonofiyivskyi, onde esperava Blokhin com a equipe. Mas, às vezes, Blokhin precisava buscar as vítimas. Assim aconteceu em 1940, quando foi necessário levar da prisão de Sukhanovska para fuzilamento o condenado ex-candidato a membro do politburo Robert Eikhe.
Pouco antes de ser enviado para fuzilamento, ele foi cruelmente espancado no gabinete de Beria na prisão de Sukhanovska: "A Eikhe, durante o espancamento houve vazamento dos olhos. Após o espancamento, quando Beria convenceu-se, que não conseguiria nenhuma informação sobre espionagem, determinou levá-lo para fuzilamento.
 
E, em 6 de fevereiro de 1940 Blokhin teve a honra de fuzilar o próprio comissário Yezhov.
 
A administração valorizava Blokhin. Ele crescia rapidamente nas promoções: 1935 - capitão, 1940 - major, 1943 - coronel, 1944 - comissário, 1945 - major-general. Foi também generosamente regado com prêmios estatais: "Ordem de Lênin (1945), Ordens da Bandeira Vermelha (1940, 1944, 1949), Ordem da Guerra Patriótica I Grau (1945), Bandeira Vermelha do Trabalho (1943), Estrela Vermelha (1936) "Insígnia de Respeito" (1937), e também dois sinais "Checa honorário " e relógio de ouro. Também foi premiado com honrosa arma-mauser, apesar de que para fuzilar preferia a alemã "Walter" (não aquecia muito).
 
Quando completou 20 anos no cargo de comandante, ele foi premiado com um automóvel "M-20" ("Vitória").  Chama atenção o fato que Blokhin e seus auxiliares do "grupo especial" costumeiramente eram presenteados não depois, mas antes das campanhas sérias de fuzilamento.
 
De acordo com várias estimativas, o número total dos fuzilados pessoalmente por Blokhin em todos os anos de seu serviço na Lubyanka constitui não menos de 10-15 mil pessoas.
 
Imediatamente após a morte de Stalin e segunda vinda de Beria à liderança dos "órgãos" Blokhin foi enviado para reforma. "O ex-comandante Blokhin pela Ordem do Ministério dos Assuntos do Interior da URSS Nº 107, de 02.04.1953 foi dispensado por motivo de doença, com anúncio de gratidão por 34 anos de "serviço impecável" nos órgãos da OGPU-NKVD-MGB-MVD-URSS.
 
Como explicou Beria, Blokhin foi reformado do cargo "assentou-se" - havia tal término burocrático que significava longa permanência do trabalhador no mesmo cargo e perda de sua atividade e efetividade no desempenho. Embora, como sabemos, o trabalho de Blokhin não era absolutamente em posição sentada e a saúde de modo algum confusa.
 
Assim, em 1953 Blokhin solenemente foi conduzido ao merecido repouso. Após a morte do ditador a necessidade de seus préstimos cessou. Não, naturalmente, porque veio em sua substituição um novo comandante, o coronel D.V. Brovkin e que, absolutamente não correu o risco de ficar sem o "trabalho noturno", simplesmente sua escala não era a mesma. Embora na troca de antigas vítimas chegaram aqueles que anteriormente executavam julgamentos e punição: na nova liderança pós-stalinista foram executados ex-capangas de Beria e Abakumov, e suas questões ativamente investigavam-se, e revelou-se que Blokhin não encontrou paz na aposentadoria. Ele vinha freqüentemente à Procuradoria Geral para interrogatórios. Durante a investigação da questão Beria e seus assistentes mais próximos precisaram verdadeiramente dos inestimáveis conhecimentos do ex-comandante. Afinal, ele foi o executor mais importante de todas as acusações.
No entanto, Blokhin não foi envolvido como réu, mesmo tendo sido ele o executor dos atos criminosos.
 
Provavelmente decidiram: é apenas um verdugo, desempenhava ordens. Este era seu trabalho, e nada pessoal.
 
Depois da dispensa de Blokhin, pelos 36 anos de serviço nos órgãos foi lhe estabelecida uma pensão de 3.150 rublos. No entanto, depois de caçado seu título de general, em 23.11.1954 o pagamento da pensão pela KGB foi encerrado. Não está claro se ele conseguiu a sua reforma normal pela idade. De acordo com o relatório médico Blokhin sofreu hipertensão de 3º grau e morreu em 3 de fevereiro de 1955 de infarto de miocárdio.
 
Pela ironia do destino, Blokhin foi enterrado lá, onde descansam as cinzas da maioria de suas vítimas, - no cemitério Donskyi. Embora os corpos dos fuzilados fossem queimados nos crematórios e as cinzas jogadas em covas comuns, sem nomes, já na sepultura de Blokhin recentemente apareceu um túmulo novo e bonito com fotografia.
 
Não esquecem!
 
Tradução: Oksana Kowaltschuk

quinta-feira, 27 de junho de 2013

EURO-2013: Um ano após a euforia

Euro-2013. Um ano após a euforia: estradas esburacadas, aeroportos semivazios e estádios desvantajosos.
 
Tyzhden (Semana), 08.06.2013
Valeria Burlakov
 
Durante a preparação final ao campeonato de futebol europeu o governo informava, que os objetos construídos para o evento serão totalmente aproveitados no futuro. No entanto, transcorrido um ano, vemos que o Estado construiu "aldeias de Potemkin" com não justificados custos que provavelmente nunca serão compensados e, além disso, necessitam injeções financeiras adicionais.

 
Estradas concertadas na véspera do Euro até hoje remendam após "anômalo inverno". Os especialistas garantem que se as estradas fossem construídas de acordo com tecnologias adequadas e os recursos não fossem saqueados, não haveria necessidade de reparos pelo menos até cinco anos.
 
Aeroportos: cara megalomania.
 
Recentemente, a Câmara de Contabilidade acusou o aeroporto "Boryspil" (principal aeroporto, próximo a Kyiv - OK) no uso ineficiente de 3,7 bilhões de dólares destinados ao programa de metas de preparação para Euro-2012 (foram gastos ao todo 6,7 bilhões de dólares. Injustificaram, em particular, o aumento duplicado do Terminal D e construção da área para VIP pessoas, o que levou ao aumento da dívida em 2,6 bilhões de UAH?
 
Terminal D, construído por 4,8 de UAH foi planejado para todas as grandes companhias internacionais. Mas estas se recusavam devido a falta da zona de transferência, pequeno espaço para pouso para grande quantidade de aviões e difícil logística. Finalmente em março deste ano mudaram-se para o Terminal D, acreditando nas promessas que será organizada a zona de transferência. Agora "Boryspil" anuncia a intenção de transferir para o Terminal D não apenas as grandes operadoras, mas todos os passageiros internacionais. Segundo especialistas essa mudança é forçada, porque o aeroporto simplesmente não tem fundos suficientes para atender todos os terminais.
 
Hoje a capacidade é de 25 milhões de passageiros/ano. Em 2012 foram servidos 8.470.000 pessoas - 5% de aumento em relação a 2011. Crescimento significativo a partir do ano em curso é improvável. Nos dois primeiros meses de 2013 houve um decréscimo de 21% (Uma das razões para isso é a rescisão da assistência às aeronaves da empresa falida "Aerosvit"). No primeiro trimestre de 2013 as perdas atingiram 60,6 milhões de UAH. Na Câmara de Contabilidade supõem que "Boryspil" não será capaz de pagar suas obrigações de crédito (cerca de 4,3 bilhões de UAH, a maioria dos quais foi para a construção do Terminal D) e sobrecarregará com elas o orçamento do Estado.
 
O aeroporto internacional de Lviv "Danylo Haletskyi", em 2012 serviu 570 mil pessoas - quantidade recorde. Em 2013, nos primeiros quatro meses recebeu em média 1201 pessoas por dia. Anteriormente à construção sua capacidade era de 250 pessoas hora. Portanto, não havia necessidade de grandes reformas.
 
O aeroporto de Donetsk, conforme garantiam os governantes durante sua construção, devia tornar-se um centro de trânsito para ligações aéreas da Europa e Ásia. Um ano depois não apenas não se apressam novas empresas aéreas, mas afastam-se as antigas, como a velha Czech Airlines e a polonesa LOT. Alegam falta de rentabilidade. Em 3 de junho, no placar apareciam apenas algumas dezenas de vôos, principalmente fretados para resorts turcos e egípcios. Em janeiro - março de 2013 passaram pelo aeroporto 197 mil passageiros, aproximadamente 2,2 mil pessoas por dia no terminal capaz de levar 3100 pessoas por hora.
 
Entretanto é significativa a situação de Kharkiv, onde o governo financiou apenas o complexo do aeródromo, e o restante construíram investidores privados. Isso mostra que os objetos para Euro poderiam realizar-se com menores quantias e não tornar-se desvantajosos depois do campeonato. 107,2 milhões de USD (aproximadamente 860 milhões de UAH) foram suficientes para restauração do velho terminal, construção do novo e também temporário exclusivamente para Euro-2012 (ele foi reformado para hangar para aviação comercial, não se transformou em lembrança vazia do Euro-2012).
O Estado em Kharkiv investiu 191 milhões de dólares e no geral foram gastos 298 milhões de USD. Isto é, duas vezes menos que em Lviv. O edifício muito mais modesto não dificultou ao aeroporto de Kharkiv atingir bons resultados - no primeiro quartel de 2013 o aumento no tráfego de passageiros chegou a 46%.
 
Estádios e dívidas
 
Construindo especialmente para Euro-2012 o novo estádio em Lviv custou 2,9 bilhões de UAH, dos quais 2,7 bilhões - despesas do orçamento. Mais de 83 milhões de UAH do tesouro municipal, dinheiro de crédito. Hoje Lviv paga não apenas a dívida, também 18 milhões de juros anuais. No entanto o campo de futebol permanece vazio, não há procura. Não há como manter o estádio, até recentemente ele não constava no balanço público, o dinheiro no orçamento - 2013 não foi previsto. Na cidade surgem rumores que há planos de desmontar a obra para materiais de construção.
 
O aluguel da nova arena para um jogo de futebol é de 160 mil UAH. Mas em toda sua história aqui só houve talvez 10 jogos. O primeiro dos últimos meses desafio - entre equipes jovens da Ukraina e Polônia foi preciso adiar devido a falta de eletricidade. O estádio ficou sem luz por causa da enorme dívida, que conseguiram pagar apenas parcialmente. O clube de futebol local "Cárpatos" ano passado explicou que não deseja jogar no novo estádio. Agora reconhecem: ele não é confortável. Os gastos para manutenção o Clube de futebol estima em 20 milhões de UAH por ano. A proposta é entregar ao Clube 17 ha de terras e a base abandonada, o que daria possibilidade aos "Cárpatos" construir um complexo comercial e de entretenimento e, desta forma conseguir dinheiro para os custos de manutenção do estádio. Os moradores de Lviv consideram chantagem.
 
Evitar a situação atual teria sido possível não construindo o novo estádio além da cidade, mas investir na reconstrução do estádio "Ukraina". Pela reconstrução posicionou-se o clube Cárpatos, e pela sua implementação estavam dispostos a se juntar investidores privados. Os custos seriam bem menores - um quarto do preço da nova arena foi direcionado para comunicação em campo aberto. O objeto ainda não foi colocado para exploração, não há nenhum ato estatal correspondente.
 
No entanto, ao que parece, o estádio já cumpriu sua função, 1,85 bilhões de UAH (mais da metade do orçamento anual da cidade) para sua construção atribuíram à empresa "Altkomkyyivbud", associada com os representantes do partido do governo, particularmente com o responsável para o desenvolvimento de infra-estrutura para Euro-2012 Borys Kolesnikov. Próximo a ele seria um dos dois proprietários da empresa de Serhii Pavlichev, deputado da cidade de Donetsk "Construções de Estradas Altkom" que também assimilou 1,5 bilhões de UAH durante a construção.
 
Em abril, o governo fez uma tentativa para salvar a arena de Lviv e, possivelmente, sua própria imagem - com resolução do Conselho de Ministros o estádio foi transferido para Ministério da Juventude e Esportes. O plano de ações futuras é simples: o departamento deve preparar ações legislativas direcionadas para desenvolvimento e funcionamento da empresa deficitária.
 
Além do estádio de Lviv, o Ministério da Juventude e Esportes também tem aos seus cuidados o destino do NSK "Olímpico" (de Kyiv), reconstrução do qual o dirigente do Ministério Ravil Safiulin abertamente chamava de erro. Com ele concordavam os especialistas, ressaltando que o estádio não justifica sua grande escala e investimentos. Pelos dados oficiais manter o estádio só está sendo possível graças a realização de concertos, festas, conferências, "contribuições de parceiros" e FC "Dynamo". Naturalmente, o Clube de Futebol não paga aluguel, o estádio receber parte da venda dos ingressos: 50% "Dynamo" entrega ao estádio durante o campeonato nacional, 25% durante a competição européia. De acordo com os resultados de 2012 o "Olímpico" foi auto-suficiente, cobrindo os seus custos e até ganhou 1,5 milhões de UAH.
 
Os governistas já não se escondem: 4,7 bilhões de UAH, gastos na reconstrução do Olímpico ao orçamento do Estado não voltarão. E honestamente obtidos em 2012 os 1,5 milhões de UAH (parece ser um enorme ganho, no qual agora planejam formar "especialistas para estádios estrangeiros, ganha apenas 125 mil UAH por mês) gastarão apenas para melhorar as comunicações móveis no estádio e distanciado acesso para venda de bilhetes.
 
O estádio de Kharkiv foi reconstruído pela parceria público-privada: 30% do total geral couberam ao empresário local Oleksandr Yaroslavskyi (na época proprietário do FC "Metalist"), 70% do orçamento estatal e regional. Depois do Euro o estádio funcionou apenas 15-20 dias em partidas do mencionado clube. Ainda em 2012, durante os jogos do "Metalist" o complexo esportivo foi considerado desvantajoso e no final de maio de 2013 o novo presidente do FC "Metalist" Serhii Kurchenko, que é considerado da "Família" (Família é a palavra com a qual designam as pessoas, geralmente oligarcas, que cercam o presidente, o apóiam e recebem benefícios - OK), assinou o acordo com o governo local para compra do estádio por 70 milhões de USD - aproximadamente 560 milhões de UAH. É significativo que Yaroslavskyi desfez-se do clube depois que os governistas declararam seu desejo de entregar completamente à posse da comunidade de Kharkiv o estatal FC "Metalist", no qual ele teve participação e o financiou em 30% ...
 
Especialistas acreditam que atrás da ukrainiana gigantomania esconde-se o componente banal de corrupção, porque a construção de grandes estruturas torna possível multiplicar quantias desviadas graças ao orçamento geral do projeto ambicioso. No entanto, os prováveis abusos financeiros, como sempre, permanecem além da devida atenção das autoridades competentes. Assim, desde o início deste ano a Procuradoria da Província de Lviv abriu cerca de 10 processos penais para os casos de abusos de trabalhadores, outros regenciadores de recursos orçamentários e empresas empreiteiras. A perda total para Estado pelos casos indicados indica quase 20 milhões de UAH. De acordo com o relatório da internacional, não governamental instituição Freedom House os funcionários públicos ukrainianos apropriaram-se de um terço do orçamento previsto para a preparação e realização do Campeonato Europeu na Ukraina.
 
Tradução: Oksana Kowaltschuk

terça-feira, 25 de junho de 2013

UCRÂNIA: TERCEIRO LUGAR EM CORRUPÇÃO NA EUROPA

Subornam pelo quê?
 
Tyzhden (Semana), 12.06.2013 
 
Corruptua.org, 13.05.2013
De 01.01.12 a 19.11.12 a polícia registrou 1.927 acusações criminais de corrupção. As ações de corrupção no valor de 10 a 30 mil UAH foram 380; de 30 a 100 UAH foram 156 e 109 foram superiores a 100 mil UAH. O maior suborno descoberto foi de 11 milhões de USD. Os subornos de 30 a 100 mil UAH na maioria ocorreram em Kyiv (19) e Criméia (16). De 10 a 30 mil UAH ocorreram 36 em Kyiv, 32 em Luhansk e 29 em Dnipropetrovsk.
O maior suborno foi de 11 milhões de USD. Os subornos mais freqüentes ocorrem na educação, relações agrárias e saúde.
De acordo com a consultoria Ernst&Young, a Ukraina ocupa o terceiro lugar na Europa em nível de corrupção.
zaxid.net/
Política
A passagem de um deputado de um partido para outro vale - de 1 (um) a 5 milhões de dólares (geralmente a mudança de partido ocorre da oposição para situação - é lá que possuem tão elevadas quantias - OK).
A votação no Parlamento, para uma lei "necessária" - de 250 mil a 1 (um) milhão de USD.
Para receber uma grande encomenda do governo (carros, equipamentos, etc.) - de 7 a 12% do valor acordado.
Outras pesquisas na internet
Saúde
A medicina é gratuita, financiada pelo orçamento do Estado, ainda seguindo o modelo da ex-União Soviética.
Na verdade, sem dinheiro, você nem chega perto do hospital.
O Estado ainda fornece remédios aos hospitais, mas os médicos-diretores astutos os rejeitam devido a suas farmácias particulares, existentes nos estabelecimentos.
A falta de fundos estatais causa reduções de cuidados médicos, dificuldades na reparação de instituições de saúde, atualização de equipamentos, salários baixos para médicos e demais funcionários hospitalares.
Ainda há outras formas de financiamento da saúde além da estatal (inclusive local), como o seguro de saúde voluntário, autofinanciamento, caridade e de patrocínio.
O seguro de saúde voluntário é de grande importância porque complementa os tratamentos com atuais tecnologias médicas, garantindo tratamento com maior eficiência.
Caridade e patrocínio são vistos como investimento no setor da saúde e podem ser de alcance nacional ou local. A de caráter local tende a redução devido ao uso irracional e inadequado de fundos concedidos. Grande parte das instituições de caridade estrangeiras questionam a continuação desses financiamentos, dando preferência para os países de Terceiro Mundo.
Um dos principais problemas do financiamento é a própria estrutura da organização da estrutura médica que necessita de uma reforma radical, o que possibilitaria melhor aproveitamento de recursos.
Educação
Em 2009 apenas 57% das crianças frequentavam a pré-escola.
Praticamente na metade dos jardins de infância o número de crianças é superior ao número de lugares.
15,5% das crianças de aldeias residem a mais de 3 km das escolas, o transporte escolar atende a 91,5%.
Para 67,4% de pessoas com deficiência o acesso à educação de qualidade é limitado.
 

Tradução: Oksana Kowaltschuk

sábado, 22 de junho de 2013

Unificação dos partidos da oposição

Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 15.06.2013
 
На Михайлівській площі у Києві відбувся об’єднавчий з’їзд опозиції
 
Aconteceu em Kyiv o Congresso dos partidos da oposição: "Pátria" (Tymoshenko), "Frente de Mudanças" (Yatseniuk), PRP (Partido "Reformas e Ordem"), e parte do "Movimento Popular".
O apelo de Yulia Tymoshenko foi lido pela filha Eugênia. A ex-primeiro-ministro expressou a esperança que os partidos aliados "Pátria", "Liberdade" (Tiahnebok) e "UDAR" (Klychko) não repetirão os erros anteriores e "superarão a quadrilha autoritária e corrupta". "Em 2015 o partido governamental realizará uma batalha sem quaisquer regras, sem moral. Precisamente, não será uma luta, mas atroz massacre, sem moral." - disse Tymoshenko.
 
Учасники з`їзду одноголосно підтримали злиття Батьківщини, Фронта змін, ПРП та частини Народного руху
No entanto, ela disse confiar plenamente em Arsenii Yatseniuk e favorece sua nomeação como presidente do conselho político do partido.
Yulia Tymoshenko foi reeleita presidente do Partido "Pátria".
Yurii Lutsenko esteve presente. Ele não se filiou ao Partido "Pátria" porque acha mais importante trabalhar diretamente sem vínculo partidário, com toda comunidade, mas conclamou o Partido a se livrar do "gerador dos traidores" (O partido governista já atraiu 4 deputados do Partido "Pátria" para seu lado e suspeita-se que esteja atraindo outros dois na base de elevados subornos, segundo diversas notícias dos jornais - OK).
Yulia Tymoshenko foi lançada como candidata à presidência da Ukraina em 2015.
 
 Донька Тимошенко зачитала звернення лідера опозиції до учасників з`їзду
Yulia Tymoshenko
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 14.06.2013

A defesa de Yulia Tymoshenko pede aos médicos alemães da Clínica "Charité" que venham o quanto antes possível porque houve uma acentuada deterioração da saúde de Tymoshenko. Ela não consegue levantar da cama e sente muitas dores. Não levantou nem durante a visita da missão do Parlamento Europeu nas pessoas de Pat Cox e Aleksandr Kwasniewski.
 
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 21.06.2013
 
Os médicos alemães vieram ver Tymoshenko. Na saída eles não pararam para conversar com os jornalistas, estavam atrasados para o vôo de regresso.
O Ministro Federal dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Guido Westerwelle, após encontro com Yanukovych não falou sobre qual foi a resposta do presidente ukrainiano à proposta para tratar Yulia Tymoshenko no exterior. No entanto considerou o encontro com Yanukovych como "muito construtivo".
"Eu disse claramente ao presidente que nós observamos de perto a situação com Tymoshenko e enfatizei, que as propostas alemãs para seu tratamento em nosso país continuam vigorando. E nós continuaremos trabalhando para resolver esta questão. Naturalmente, o tempo dirá qual será a solução encontrada." - disse Westerwelle.
À pergunta, qual foi a reação de Yanukovych, Westerwelle respondeu que estava autorizado comentar apenas a posição de seu país.
Já à pergunta se será suficiente Tymoshenko ir fazer tratamento na Alemanha, para assinatura do Acordo de Associação com UE Westerwelle disse: "Estas negociações são complicadas, a própria situação é difícil, mas nós estamos prontos para dar um contributo construtivo para esta questão, para que se encontre uma decisão positiva".
Segundo EUobserver os diplomatas dos EUA também trabalham para realização desta idéia.
 
Segundo o politólogo Volodymyr Fesenko, do Centro de Estudos Políticos "Penta", a questão sobre Tymoshenko será decidida no último minuto. "Tratamento no exterior também vai significar mais liberdade, ela terá mais oportunidades para comunicações operacionais, mais contatos operacionais com membros de seu partido. Para Tymoshenko é um passo significativo, é expansão de suas capacidades. Mas, existe certo risco para Yanukovych. Tymoshenko vai influenciar mais ativamente o processo político e o ambiente oposicionista. Pode até surgir o risco de propostas de políticos europeus da necessidade de participação de Tymoshenko nas eleições presidenciais". - resumiu o politólogo. Ele ainda acrescentou que parte das pessoas próximas ao presidente é contra o tratamento da Tymoshenko no exterior. Já outra parte acha que ela deve ir para não haver o risco de não assinatura do Acordo. 

Tradução: Oksana Kowaltschuk