quinta-feira, 29 de setembro de 2011

PORQUE SOMOS UCRANIANOS - Parte 3

"Porque somos ukrainianos..." - Terceira parte
Quantos soldados havia no UPA? O segredo desvenda Klym Savur [8].
No caso de deportação em massa de ukrainianos, como relatavam em sua documentação secreta os tchekistas, à UPA, para proteger seus familiares, juntar-se-á não apenas a população local, mas também dezenas de milhares de soldados do Exército Vermelho. Na Ukraina poderá desencadear uma guerra de libertação nacional contra o regime stalinista comunista, cujos efeitos podem ser imprevisíveis.

Isso foi o que assustou Stalin e forçou-o a suspender a ordem de Beria - Zhukov, sobre a deportação de todos os ukrainianos.

Observamos que a deportação era parte inalienável da política interna de repressão do governo soviético comunista. De acordo com material de arquivo, para o período 1920-1935 foram realizados, no mínimo 130 operações de deportação de nações. Milhões de pessoas foram despejadas, a força, de suas casas e levadas para Sibéria, Cazaquistão, Uzbequistão. Quase metade delas - morreu na estrada (frio, péssima alimentação, excesso de pessoas nos não adaptados vagões de carga, convívio com verdadeiros bandidos - O.K.).

A nação ukrainiana que participou da guerra contra a Alemanha nazista, e tendo sofrido as maiores perdas humanas, permaneceu colônia de outro império totalitário - a URSS - e foi forçada a continuar sua luta pela independência.

É importante recordar, que análogo foi o destino em muitas outras nações do mundo. Enviando seus filhos para as frentes das batalhas, esperava-se, após a vitória sobre Hitler, encontrar a liberdade de metrópoles da Inglaterra, França, Holanda e outros participantes da coalizão anti-Hitler, mas elas permaneceram colônias depois de 1945.
Movimento guerrilheiro ukrainiano contra colonização
Posteriormente, de acordo com a resolução da ONU sobre a liquidação do colonialismo, as nações - colônias, finalmente encontraram a independência. Papel importante na descolonialização dos povos foi a sua contribuição na Segunda Guerra Mundial aos vitoriosos aliados.

Ukraina encontrou-se entre os países "vencedores", um dos fundadores da ONU, internamente da qual, por muitos anos a NKVD continuava aprisionar "traidores da pátria", e enviá-los, ou para exílio em regiões distantes da URSS, ou diretamente para outro mundo...

A ação da ordem de Beria - Zhukov "a deportação deve começar depois da colheita e entregue ao Estado para as necessidades do Exército Vermelho", tornou-se evidente já em 1945, quando surgiram os primeiros sinais da fome. Em 1946 - 1947 o deficit de alimentos na Ukraina atingiu níveis críticos e teve início a fome, que não se verificou no tempo da ocupação alemã!
"Em junho de 1947 verificou-se o pico da fome"
Segundo a contagem dos especialistas do Instituto Nacional de Estudos Demográficos da França, Frans Mele e Jacques Vallen, somente nos anos 1939 - 1949 na Ukraina formou-se um "buraco" para 12,6 milhões de pessoas, incluindo, ao londo dos anos a fome de 1946-1947.

Nas regiões ocidentais da Ukraina aldeias inteiras iniciaram a marcha para além das fronteiras da URSS. Mas isso não impedia a NKVD continuar sua suja ação.

Entre 1943-1947 os "órgãos" responsabilizaram pela "Atividade criminal" 769.535 ukrainianos, entre os quais "pelas atividades antissoviéticas" 570.396 pessoas. 29.733 pessoas foram fuziladas. (Dados do livro "Kyiv durante a invasão fascista").

A compreensão será incompleta, se estes dados não forem comparados com a dinâmica geral da ação repressiva dos departamentos de Beria. Graças a Laurenti P. Beria, ele, tornando-se comissário da NKVD, durante um ano de serviço escreveu ao companheiro Stalin um atestado sobre a realização das repressões em URSS, de 1919 a 1940.

Este documento contém dados interessantes (antes de tudo para os comunistas ukrainianos), então citamos o texto com pequenas abreviações, e de acordo com o original.

"Confidencial. Companheiro Stalin.

Referência

Entre 1919 - 1930, pelos órgãos da Tcheka - OGPU foram fuzilados 2,5 milhões de inimigos do povo, contrarrevolucionários,
sabotadores, etc.

Entre 1930 - 1940 os órgãos da OGPU - NKVD da URSS levaram à responsabilidade criminal e foram condenados inimigos do povo de acordo com sentenças judiciais 1.300.949 pessoas.

Destes foram fuzilados 892.985 indivíduos. Continuam sofrer punição 407.964 pessoas.

Incluindo:

Contrarrevolucionários, antigos líderes partidários de Lenin, que seguiram o caminho da contrarrevolução: condenados 937.110 pessoas. Fuzilados 686.271 pessoas. Continuam sofrer punição 250.839 pessoas.

Membros do Comintern, que seguiram o caminho da contrarrevolução e sabotagem: Condenadas 180.300 pessoas. Fuziladas 95.854 pessoas. Continuam sofrer punição 84.446.

No caso dos escritores "humanistas": condenados 39.870 pessoas. Fuzilados 33.000 pessoas. Continuam sofrer punição 6.870 pessoas.

Entre os participantes efetivos do Exército Vermelho e trabalhadores e camponeses do Exército Vermelho condenados pela traição a Pátria, espiões e inimigos do povo 76.634 pessoas. Fuziladas 35.000 pessoas. Continuam sofrer punição 37.568 pessoas.

Dos funcionários da NKVD, descobertos e revelados inimigos do povo, condenados 63.079 pessoas. Fuzilados 41.800 pessoas. Continuam sofrer punição 22.319 pessoas.

Os dados excluem as mortes nos campos.

Comissário do Povo dos Assuntos Internos da URSS (L. Beria)

Se não foi pela deportação, então foi pela fome
Na ordem de Beria - Zhukov a região de Vinnytsia é mencionada, onde a população ukrainiana supostamente quer o retorno dos ocupantes alemães, esconde os grãos em buracos, sem piedade mata o gado, etc.

Mas o antigo primeiro secretário do comitê do partido da Província de Vinnytsia, comandante do grupo guerrilheiro Dmytro T. Burchenko escreve em suas memórias: "Já nas primeiras semanas após a libertação, os participantes dos "kholkozes" trouxeram para o fundo do Exército Vermelho 4 milhões de "pound" (medida antiga equivale a 13,36kg) de grãos, 47 mil "tsentners" (quintal métrico) de carne e muitos outros produtos.

Os alemães, em retirada, não conseguiram pegar o pão e outros alimentos, em compensação NKVD "sacudiu" nos kholkozes" e casas, tudo. Os ukrainianos, naturalmente, protestaram. Daí, os "libertadores" nas pessoas de Beria - Zhukov decidiram deportá-los todos para Sibéria, e toda futura colheita entregar para o fundo do Exército Vermelho.

Exatamente tudo! E isto causou a fome de 1946-1947, que ceifou a vida de 1,5 milhões de ukrainianos. E ainda o excedente de grãos na Ukraina em 1942-1943.
Pois bem, se acreditar na ordem de Beria - Zhukov, a vida na terra ukrainiana "libertada" começou com a introdução das punitivas divisões da NKVD e restauração de repressões em massa da população pacífica. E isto apesar do fato que nas fileiras do Exército Vermelho, naquele momento, havia 4,6 milhões de ukrainianos: soldados, comandantes de frentes (9 a 15 frentes encabeçadas por naturais de Ukraina) exércitos, divisões, marechais, generais (mais de 300 generais) comandantes de regimentos, batalhões e outras unidades militares, dentre eles - dezenas de heróis da União Soviética.
Seus nomes - piloto exterminador Ivan Kozhedub; comandante da frente sul e sudeste Rodion Malynovskyi; comandante das tropas blindadas Paulo Rybalka; principal comandante da 2ª, 3ª e 4ª frente ukrainiana Semen Tymoshenko; chefe do 38º exército Kyrylo Moskalenko; comandante do 1º Exército de Guardas Andrii Hrechka; dirigente da mais célebre subdivisão em URSS de desembarque marítimo Kostiantyn Olshanskyi; legendários líderes dos guerrilheiros ukrainianos Sydor Kovpak e Oleksii Fedorov; o porta-bandeira Oleksii Berest e muitos outros - para sempre inscritos na história da Grande Vitória.
Ivan Kozhedub - melhor ás aéreo da coalizão anti-hitlerista!
Precisa admitir honestamente que a política repressiva de Stalin-Beria na maior parte desvalorizava a alegria da vitória da URSS sobre a Alemanha, deixando uma cicatriz profunda na alma de milhões de ukrainianos, o que determinou depois os resultados do referendo sobre a independência da Ukraina (mais de 92% "a favor").
De fato o "Dia da Vitória" para os ukrainianos - por sorte, pacífico - tornou-se o Dia da Proclamação da Independência da Ukraina, e também Rússia, Bielorrússia e outras anteriormente repúblicas da URSS tornaram-se, com plenos direitos, membros da comunidade mundial, livraram-se de inquisição na forma de Tcheká - OGPU - NKVD - MGB - KGB - da URSS, embora não tenham esquecido a repressão massiva, os gulags, tratamentos psiquiátricos.
[8] Klym Savur - pseudônimo de Kliachkivskyi Dmytro, nascido em Zbarazh, Ternopil. Filho de aldeões, estudou direito. Foi membro da OUN (Organização dos Nacionalistas Ukraiianos). Organizador e comandante do UPA (Exército Insurgente Ukrainiano). Morreu em luta contra NKVS (Comissariado do Povo dos Assuntos Internos que antecedeu NKVD).
Tradução: Oksana Kowaltschuk
 
Continua...

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

PORQUE SOMOS UCRANIANOS - Parte 2

Continuação - Segunda parte:

Nação ukrainiana, seu campesinato, apesar da mágoa e ressentimento causado pela NKVD e Gestapo cumpriu sua missão na Terra. O pão, cultivado e produzido pelos trabalhadores dos 40 mil "kolkhozes" (fazendas coletivas do Estado) recebeu não só a Wehrmacht, Reich e a população da Ukraina, mas também as províncias da Rússia, Bielorrússia, Estados Bálticos e até Finlândia.

Desde 1943 e até o final da guerra, Ukraina abastecia com o pão e outros alimentos o Exército Vermelho, que destruia as tropas de Hitler em solo alemão. "Agradecer" por isso aos ukrainianos em Moscou decidiram de um modo muito peculiar.

"A todos os ukrainianos - em afastados locais do país".

Em meados de 1944, quando os batalhões ribombavam além das fronteiras ukrainianas, quando nas fileiras do Exército Vermelho 4,6 milhões de ukrainianos iam ao ataque ao lado de representantes de outras repúblicas soviéticas, surgiu "inteiramente secreta" ordem do Comissário de Assuntos Internos da URSS Lavrenti Beria e sub-Comissário da Defesa Georgy Zhukov. Apresentamos o texto na íntegra:

"Absolutamente secreto"
Ordem Nº 0078/42
22 de junho de 1944, Moscou
Pelo Comissariado Popular
De Assuntos Internos da URSS e
Comissariado Popular da Defesa
da União URSS.

A agência do serviço secreto determina:
Recentemente, na Ukraina, especialmente em províncias de Kyiv, Poltava, Vinnytsia, Rivne, e outras províncias, verifica-se claramente um clima hostil da população ukrainiana contra o Exército Vermelho e as autoridades soviéticas locais. Em alguns distritos e províncias a população ukrainiana se opõe com hostilidade à realização dos "kolkhozes" e entrega de pão para o Exército Vermelho.

Eles, com a intenção de interromper o funcionamento das fazendas coletivas, com selvageria matam o gado. Para interromper o abastecimento alimentar ao Exército Vermelho, enterram o pão em covas. Em vários locais, elementos hostis, principalmente pessoas que fogem da mobilização ao Exército Vermelho, organizam nas florestas bandas "verdes" os quais, além de prejudicar os escalões militares, ainda atacam as suas pequenas unidades, e também matam funcionários do governo local.

Alguns soldados e comandantes do Exército Vermelho influenciados pela população ukrainiana, simpática ao fascismo, das províncias libertadas da Ukraina, começaram a decompor-se e passar para o lado do inimigo. Do acima exposto fica claro que a população ukrainiana colocou-se, evidenemente no caminho à volta dos ocupantes alemães. Portanto, com a meta de liquidação e controle sobre os soldados mobilizados do Exército Vermelho e os comandantes das províncias libertadas da Ukraina,

Determino:

1. Deportar para remotos países da URSS todos os ukrainianos que viveram sob o domínio dos ocupantes alemães.

2. Efetuar a deportação:

- Em primeiro lugar os ukrainianos que trabalharam e serviram aos alemães;


- Em segundo lugar deportar todos os outros ukrainianos, que se familiarizaram com a vida durante a ocupação alemã, - a deportação deve começar depois da colheita e entregue ao Estado para as necessidades do Exército Vermelho;

- A deportação deve realizar-se somente a noite e de repente, para impedir que se escondam ou que saibam os membros de sua família que estão no Exército Vermelho.

3. Sobre os soldados e comandantes nas províncias ocupadas estabelecer os seguintes controles:

- Estabelecer em departamentos especiais questões específicas a cada um;

- Verificar todas as cartas, não pela censura mas através de um departamento especial:

- Fixar um funcionário secreto a cada 5 comandantes e soldados.

4. Para combate das bandas antissoviéticas transferir a 12ª e 25ª divisões punitivas da NKVD.

Anunciar a ordem ao comando do regimento, inclusive.


Comissário do Povo da Administração Interna
Assuntos da URSS - Beria

Sub-Comissário da Defesa da URSS
Marechal da União Soviética - Zhukov


A cada um que lê este texto pela primeira vez, pode surgir a pergunta: ou ele está enlouquecendo, ou Beria com Zhukov ainda em 1944 perderam a razão, assinando tal documento.

[A redação de A Verdade Histórica diz que muitos dos historiadores atuais consideam esta ordem falsa. As últimas pesquisas levam a crer que o texto desta ordem é uma falsidade nazista, não um verdadeiro documento soviético.]

Pessoas de avançada idade lembram, rumores sobre esta ordem rastejaram antes do término da guerra. Mais tarde apareceram os que sofreram consequências da ordem de Beria - Zhukov - deportadas aldeias e povoados inteiros da Ukraina Ocidental para Sibéria e Ásia Central, mas falavam sobre isso em sussurros e só aos mais próximos.

O documento em si não é apenas único, ele é fraudatário. O conteúdo do preâmbulo - evidente falsidade, construída pela NKVD. Afinal, nada semelhante ao que é afirmado no preâmbulo da Ordem, por Beria e Zhukov, não houve e não pôde ter havido.

Fatos listados na ordem, não constam em qualquer análise de acontecimentos na Ukraina. As bandas "verdes" houveram na região de Kyiv nos anos da guerra civil. Ademais só uma "banda verde" em Obukhov. Os últimos fatos não chamam atenção, além do sorriso amargo. Delírio qualquer!

Igualmente odiosa é a segunda parte da ordem. Claramente definidos os objetivos de Beria-Zhukov, e, é claro, de Stalin. Aliás, a palavra "determino" atesta o fato de que a ordem foi definida para assinatura de uma pessoa. Esta pessoa seria exatamente Stalin, mas ele decidiu "encostar" outros, em seu lugar. Este era seu truque favorito. Anteriormente, em 13 de abril de 1494, Beria assinou a ordem do Comissário do Povo de Assuntos do Interior da URSS e Comissário do Povo da Segurança do Estadoo Nº 00419/00137 "Sobre atividades de limpeza do território da Criméia - RSSA (República Socialista Soviética Autônoma de Bashkir) de elementos antissoviéticos". Agora lembrem os exemplos, quando Joseph Stalin assinava pessoalmente as diretrizes, na base das quais NKVD, em massa, realizava forçadas deportações das nações que habitavam Criméia. E ainda, Resolução do Comitê da Defesa do Estado da URSS, de 11.05.1944, Nº 5859, sobre a deportação do território da Criméia, de todos os tártaros para República Soviética de Uzbequistão. Resolução do Comitê de Defesa do Estado da URSS de 02.06.1944, Nº 5894 sobre a deportação do território de Criméia dos búlgaros, gregos e armênios. Resolução do Comitê da Defesa do Estado da URSS de 24.06.1944, Nº 6100 sobre deportação da Criméia dos iranianos, italianos, romenos, austríacos, ciganos e outros.

Como deportavam os tártaros da Criméia. Informação histórica.

Com base nestas resoluções de Stalin e determinações de Beria, de acordo com dados de arquivo, em resultado de operações punitivas da NKVD-URSS, somente em 18-20.05.1944, da Criméia foram deportados 194.111 tártaros. Ao todoo, na primavera e no verão daquele ano, à força deportaram mais de 200 mil tártaros da Criméia, Em 27.06.1944 deportaram da Criméia 12.422 búlgaros, 15.040 gregos, 9.621 armênios, 3.652 representantes de outras nacionalidades.

Já em 04.07.1944 Beria informou a Stalin, por escrito, que a deportação da Criméia, dos tártaros, gregos , armênios, búlgaros e outros elementos antissoviéticos foi concluída.

Com base na Resolução do Conselho de Ministros da URSS, de 29.01.1949, Nº 390 - 139 as forças de ocupação soviética, de 25 a 29.03. 1949 realizaram uma operação em grande escala, sob o codimome de "Preamar", de deportação dos habitantes da Estônia, Letônia e Lituânia. De acordo com essa resolução dos Estados Bálticos era necessário deportar pessoas com as seguintes características:

1. Membros de famílias de bandidos e/ou nacionalistas, incluindo as famílias de bandidos que se escondiam, os quais já foram condenados e os que foram condenados à morte;

2. Bandidos legalizados e suas famílias, que continuavam as atividades antissoviéticas;

3. Pessoas e suas famílias que ajudavam os bandidos;

4. "Kurkuli" (pessoas com algumas posses) e suas famílias.

A execução da operação "Preamar" era obrigação do Ministério da Defesa da URSS (MGB - Ministério da Segurança do Estado) e Ministério dos Assuntos do Interior da URSS (MVD).

O Ministério da Defesa do Estado era responsável pela primeira parte da Operação "Preamar" - compilação da lista de famílias para deportação, a apreensão destas pessoas e o envio deles para os especialmente preparados locais de carga nas estações de trem. O Ministério dos Assuntos do Interior devia preparar os comboios nos locais de carga e enviá-los ao seu destino.

À Siberia como no feriado! Vídeo humorístico estoniano sobre deportações. (Vídeo)

Durante o mês de março (25 - 29.03.1949) foram deportados à força, da região Báltica quase meio milhão de estonianos, letões, lituanos e outros povos que lá viviam.

Nos países do Báltico, após recebimento de sua independência, os tribunais condenaram dezenas de dirigentes, de vários níveis do MGB e MVD,os quais participaram das deportações em março de 1949. As deportações foram reconhecidas pelos tribunais como crimes contra a humanidade, e o regime de ocupação totalitária da União Soviética, como da Alemanha nazista - criminoso. (As pessoas que a União Soviética chama de "bandidos" na verdade eram as pessoas que se opunham ao domínio totalitário, a qualquer preço, pela Rússia, das nações cujos territórios lhe interessavam - O.K.).

Por que os ukrainianos tiveram sorte?

Então o objetivo - desterrar da Ukraina todos os ukrainianos, da Criméia - todos os tártaros, dos países Bálticos - estonianos, letões, lituanos e outros "elementos antissoviéticos"! Será que isto não é genocídio destas nações e crime contra a humanidade? A deportação dos países bálticos e da Criméia foi realizada em apenas alguns dias.E por que surge a pergunta, não foi totalmente executada a ordem de Beria - Zhukov Nº 0078/42 sobre a explusão de todos os ukrainianos às regiões remotas da União Soviética?
As razões são várias.
De acordo com os dados oficiais soviéticos, a população da URSR (República Social Soviética da Ukraina) em 1940 constituía-se de 41,3 milhões de pessoas. Em 1º de janeiro de 1945 em Ukraina os órgãos oficialmente registraram 27,383 milhões de pessoas. A diferença é de 13,917 milhões de indivíduos. Por conseguinte, durante os anos da Segunda Guerra Mundial, Ukraina perdeu 14 milhões (!) de pessoas.

As perdas da Ukraina na guerra foram tão grandes, que só em 1960, até com a adesão da região do Transcarpathia (1944) e Criméia (1954) a população aqui alcançou o nível de 1941! É fácil de calcular, que no dia da assinatura da destacada ordem (22.06.1944) viviam na Ukraina 27 milhões de pessoas que sobreviveram à ocupação alemã.

Deportados "em segredo", "somente à noite" e "de repente", tal quantidade de "todos os ukrainianos" em poucos dias, como fizeram na Criméia e nos Países Bálticos, era impossível. Na União Soiética simplesmente não havia para isto tal quantidade de vagões!

Além disso, quando a ordem de Beria - Zhukov começaram trazer até os "comandantes do regimento, incluíndo", e das províncias ocidentais da Ukraina foram deportados algumas centenas de milhares de ukrainianos, os funcionários expeditos da NKVD e SMERSH (significado da palavra Smerch: morte aos espiões - O.K) em seus relatórios secretos informaram à administração que no Exército começaram "os sentimentos em massa, prejudiciais, nacionalistas e antissoviéticos, entre soldados e oficiais.

Na frente da batalha aumentaram os casos, quando soldados e comandantes, conscientemente iam ao encontro da morte, ao tomar conhecimento, que suas famílias foram represadas pelo fato de ter permanecido em ocupação temporária.

Ao mesmo tempo, quase em todo território da Ukraina intensificava sua luta de libertação nacional o Exército Insurgente Ucrainiano (UPA), em cujas fileiras havia dezenas de milhares de soldados bem treinados , organizados, disciplinados e armados. Além disso eles contavam com o apoio da população.
Tradução: Oksana Kowaltschuk
Continua...

domingo, 18 de setembro de 2011

PORQUE SOMOS UCRANIAMOS - Parte 1

Istorychna Pravda (A Verdade Histórica), 22.06.2011
Viktor Yushchenko, ex-presidente (2005-2010)

Dedicado aos pais - oficial Andrii Yushchenko, soldado Omelian Omelchenko, Paulo Sabaldyriu (que com 63 anos sobreviveu à ocupação alemã) e a todos os participantes da Segunda Guerra Mundial, vivos e mortos.

Toda geração do pós guerra, que nasceu em URSS, veteranos e "filhos da guerra"[1], com certeza lembram a letra da canção: "22 de junho, exatamente às 4 horas, Kyiv era bombardeada, nos anunciaram, que a guerra começou..."

22 de junho deste ano completar-se-ão 70 anos desde o dia do ataque nazista hitlerista da Alemanha na comunista-totalitária e stalinista URSS. Como lembraremos esse dia?

Como sempre - brevemente destacaremos a traição, perfídia e o crime de Adolf Hitler, e depois explicaremos como tudo isso acabou para ele, para Wehrmacht (Forças Armadas do Terceiro Reich), Gestapo e toda Alemanha. O principal refrão, provavelmente serão as palavras da canção "...Afinal de contas, de Moscou para os mares frios, o Exército Vermelho é o mais forte..."

Talvez, para Rússia essa tese tenha algum significado. Para Ukraina - não!

Para nós o mais importante é a questão histórica: quem começou a guerra em 22 de junho de 1941? Não é no sentido - quem atacou primeiro, mas quem iniciou as ações militares, um contra outro na comum linha de frente.

Herodes - gêmeos: Stalin e Hitler.

Na verdade, os historiadores há muito tempo deram a resposta, mas isso continua a ser uma linha em fólios históricos, os quais a maioria dos cidadãos nunca viu. Realmente começaram a guerra (a Segunda Mundial e a Grande Patriótica [2], países amigos, que consolidaram sua união com tratados ratificados pelas mais altas autoridades.

Eles realizavam trocas ativas, permutavam delegações civis e militares de especialistas, nos acordos ocupavam as terras de seus vizinhos. O Comissariado do Povo dos Assuntos Internos (NKVD) da União Soviética e Gestapo (polícia secreta do Terceiro Reich) simplesmente se aparentaram, criando um serviço secreto comum.

Agiam eles com o motivo "O acordo geral sobre trabalho em conjunto, assistência mútua, cooperação conjunta, assinado por Beria e Muller, em 11 de novembro de 1938 em Moscou e em 20 de novembro de 1938, o "Acordo Geral" foi aprovado pelo Politburo, CC PCUS (Comitê Central do Partido Comunista da União Soviética) e assinado por Stalin pelas costas do próprio Comitê Central e Conselho Superior da URSS.

Extraordinários êxitos essas organizações especiais atingiram em tecnologia de repressões em massa de cidadãos de seus países, na criação de métodos efetivos para destruição física das pessoas. O professor era NKVD e Gestapo um aluno capaz.

Assim, de conformidade com o "Acordo Geral..."cada lado considerava aceitável o limite e programa de esterilização e destruição de pessoas" pelo plano estabelecido e também na disposição de pessoas por etapa.

Genocídio, com auxílio dos campos de concentração dos Gulags, câmaras de gás e "dushohubka" [3] tornaram-se os principais instrumentos na introdução de idéias nacional-socialistas de Hitler e simplesmente socialistas de Stalin.

Foi, precisamente, o método de milhões de pessoas soviéticas diante da possibilidade do retorno das repressões da Tcheka (Comissão Extraordinária de toda Rússia) - OGPU (Comitê de Segurança do Estado) NKVD (Comissariado do Povo do Interior) MGB (Ministério de Segurança do Estado) KGB (Comitê de Segurança do Estado) e da fome tornou-se uma das principais razões para o colapso da multinacional União Soviética, e antes disso - a degradação do PCUS.

Enganam-se aqueles que julgam Stalin e Hitler praticamente débeis, esquizofrênicos, pessoas semialfabetizadas (embora surja a pergunta: pode uma pessoa mentalmente normal destruir milhões de seus compatriotas?).

Estas eram pessoas, que percorreram caminho difícil ao cume do poder. Elas viram e entenderam ainda desde a tenra juventude as necessidades e problemas de pessoas comuns, e depois acreditaram nas ídéias do socialismo e partiram em direção a projetada nova doutrina pelos fundadores.

Lendo Engels, eles abraçaram seriamente suas afirmações, que para construção do socialismo em um país, é necessário destruir os parasitas e as "classes parasitárias", e no mundo - "pequenas nações e povos". Em Hitler e Stalin havia muitas opiniões diferentes, mas nos métodos de construção do socialismo podemos considerá-los unânimes, herodes-gêmeos.

1939: desfile da vitória em Brest [4] stalinistas e nazistas juntos (Video).



Os preparativos para a campanha militar, Stalin e Hitler começaram no final de 1938, combinando seus serviços de inteligência - o NKVD e a Gestapo, e em setembro de 1939 começou a campanha em si, desatando a Segunda Guerra Mundial com a ocupação e divisão da Polônia.

Mesmo então era importante lembrar: não é simples ter uma questão com tais "vizinhos". Em nossos dias, no que se transformaram as relações "vizinhas" para Georgia é de conhecimento geral: agressão militar da Rússia, com anexação de 20% de seu território.

Também Ukraina tem exemplos para tirar conclusões - lembremos aquele Conselho de Pereiaslav [5], acordo de Kharkiv [6]. Portanto, nossa nação deve ter amigos confiáveis e poderosos no mundo, e o mais rapidamente tornar-se membro pleno da OTAN e da União Européia.

"Eu necessito terra para os alemães! Eu preciso da Ukraina!"

A guerra começou, e logo ficou evidente no que consistia o plano de Hitler. Geralmente Fuehrer gostava de falar aos generais sobre seus planos. "Eu não necessito de colônias! Eu preciso de terra para os alemães! Eu preciso da Ukraina!"

Os planos de Stalin não estavam distantes das intenções de Hitler. "O fogo da revolução mundial! - é o mesmo que a "ordem mundial" de Hitler.

Mas havia também diferenças entre suas ações. Por exemplo, após a Wehrmacht partir para o leste, seguida pelo Gestapo, seguiram atrás 250 firmas agrícolas com técnica e sementes. Atrás do Exército Vermelho vinha a NKVD-SMERSH (militares do serviço de inteligência), unidades militares para combates ou tarefas especiais, organizadores partidários e destacamentos com produtos alimentícios.

Os alemães não escondiam que necessitavam da Ukraina, Don, Kuban, províncias produtoras de pão do Norte do Cáucaso - e em Moscou conheciam estes planos. Na frente sul - sudeste foram concentrados em dois escalões dez exércitos, num total de 110 divisões das 229 que formavam o Exército Vermelho.

Parecia que Wehrmacht estava condenada ainda na parte sudoeste da URSS européia. Mas no final de junho de 1941 Stalin cometeu um grande erro militar, ou melhor crime - desviou quatro exércitos de reserva para defesa de Moscou, ficando na Ukraina somente 49 divisões, que entraram em ação 22 de junho.

Como resultado dessa estratégia, os alemães atravessaram Ukraina em marcha vitoriosa e em outubro de 1941 atingiram a fronteira leste com a Rússia, e em poucoos dias submeteram Rostov-on-Don (cidade às margens do rio Don - 1094 km de Moscou - O.K.).

A nação ukrainiana encontrou-se sob ocupação alemã. Dezenas de milhões de pessoas não entendiam o que estava acontecendo. Em sua memória ainda estavam frescas as lembranças sobre coletivização, fome dos anos 1932 - 1933, repressões em massa de 1936 - 1937 - 1938, que feriram cada uma das famílias ukrainianas, se não com a morte, com a separação com entes queridos.

Mas o golpe, psicologicamente mais terrível para as pessoas causou a retirada em pânico do Exército Vermelho da Ukraina. Colunas sem fim de militares aprisionados (uma grande porcentagem desses soldados eram ukrainianos - O.K.), centenas de campos, onde diretamente sob o céu morriam de fome e frio milhões de soldados soviéticos.

A esperança pela cultura alemã rapidamente se dissipou. Babyn Yar [7] e semelhantes barrancos por toda Ukraina, onde fortes homens alemães matavam idosos, mulheres e crianças, previamente despindo-os, forcas nas ruas das cidades e aldeias, jovens levados a força para trabalhar na Alemanha, (Minha mãe Vera [hoje com 87 anos] e minha tia Olga [já falecida] estavam entre esses jovens. A.Oliynik)  rapidamente abriram os olhos da nação ukrainiana para o nacional-socialismo de Hitler, o qual não era melhor que o socialismo de Stalin.

Recordações dos leitores de "A Verdade Ukrainiana" sobre ocupação alemã

Mas a vida é bela, justamente porque obriga as pessoas lutar pela sua continuação, em qualquer situação, até o último suspiro.

Nos territórios ocupados pelos alemães permaneceram (pelos dados de Stalin) 70 milhões de pessoas soviéticas. Para viver - precisa comer, para comer - precisa trabalhar, para trabalhar sob ocupação - precisa, pelo menos, não brigar com as autoridades alemãs. As crianças não perguntam aos pais, aonde foi que conseguiram pão e leite.

Comer queria não só a população: queriam também os guerrilheiros, os insurgentes, os sabotadores soviéticos, os agentes secretos e milhões de prisioneiros militares soviéticos nos campos de concentração.

No processo de Nuremberg o lado soviético forneceu um documento de Alfred Rosenberg que citava 3,9 milhões de soldados soviéticos capturados no início da guerra. Destes, até fevereiro de 1942 permaneceram vivos 1,1 milhões. Outros morreram de frio, fome, doenças, por permanecerem diretamente sob o céu, na chuva e nas geadas.

1945: Tribunal para os alemães em Nuremberg (vídeo)



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[1] "Filho da guerra" - é o cidadão da Ukraina que até 02.09.1945 (término da II Grande Guerra Mundial tinha menos de 18 anos. Os filhos da guerra gozam, de certa ajuda do Estado, e privilégios.

[2] Os russos denominam a Segunda Guerra Mundial de "A Grande Guerra Patriótica". Que Guerra Patriótica essa poderia ser aos povos subjugados, como os ukrainianos, que foram obrigados a lutar e morrer pelo país que os subjugava. Recentemente Putin declarou cinicamente, que Rússia teria sido vencedora sozinha, mesmo sem a ajuda dos ukrainianos.

[3] "dushohubka" - equipamento usado pelos usurpadores alemães para destruição em massa de prisioneiros de guerra soviéticos e população cívil dos territórios ocupados da União Soviética e Europa Oriental, através de envenenamento de monoxido de carbono ou escape de gás.

[4] O exército vermelho invadiu a Polônia pela fronteira leste no dia 17.09.1939. No dia 27.09.1939 Varsóvia caiu em poder dos alemães.
Dias depois alemães e soviéticos comemoravam na cidade de Brest-Litviski o resultado de sua parceria.

[5] O território ukrainiano, devido a fertilidade de seu solo e localização geográfica que favorecia a passagem de povos asiáticos à Europa, sempre foi muito cobiçado e disputado. No século XVII Ukraina lutava contra tentativa de ocupação polonesa. A guerra prolongada exauriu as forças ukrainianas, comandadas por Bohdan Khmylnytskyi, o que o levou a pedir auxílio a Moscou. O acordo assinado em Peryiaslav, em 1654 logo foi rompido por Moscou e, em 1659 outro acordo foi exigido por Moscou, que liquidou com a independência ukrainiana. Desde então, as terras ukrainianas localizadas a Leste do rio Dnipró (Livoberegia) e Sudeste ficaram sob o domínio russo. Daí a russificação da nação ukrainiana, 347 anos de domínio da maior parte do seu território.

[6] O acordo de Kharkiv, assinado em abril de 2010, entre Rússia e Ukraina prorrogou a permanência da frota russa do Mar Negro, no território ukrainiano até o ano de 2042. Este acordo foi pura e simplesmente "doação" do atual presidente ukrainiano Viktor Yanukovych pela promessa russa de baratear o gás que Ukraina compra da Rússia. Rússia não barateou o gás. Yanukovych trabalhou em favor da Rússia, ele não podia esperar nada da Rússia porque o exemplo da Bielorrussia esta bem próximo, quanto mais Bielorrussia cede, mais Moscou exige. A meta de Moscou é subjugar alguns países, senão todos, da ex-União Soviética e formar o imperio sob o seu comando.

[7] A tragédia de Babyn Yar. Babyn Yar é nome de um extenso barranco que existia em Kyiv e que foi utilizado pelos nazistas como túmulo de judeus de Kyiv, que eram levados para ali e mortos. Mais tarde os comunistas russos também usaram este local para o mesmo fim, contra pessoas que se opunham ao regime. Calcula-se que ali foram mortas mais de 220 mil pessoas. Para saber mais leia o artigo "Babyn Yar" neste mesmo blog, em edições antigas. (Clique no link)
http://noticiasdaucrania.blogspot.com/2011/04/babyn-yar-resgatando-historia.html

Continua (...)

Tradução: Oksana Kowaltschuk
Video formatação: AOliynik

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

ENTREVISTA COM LEV HREHOROVYCH LUKIANENKO

Lev Lukianenko: "Se você se preocupa somente consigo, sua função no mundo é pequenininha..."
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 02.09.2011
Ivan Farion

Entrevista:

Lukianenko, o de bigode

- Lev Hrehorovych, onde você esteve no 20° ano da Independência? Como soou o som do seu brinde junto a mesa festiva no dia 24 de agosto, quando além do nascimento do Estado, comemorou seu próprio aniversário?
- Eu estava em Kyiv, próximo do monumento a Shevchenko, no turbilhão humano, onde reuniram-se para uma marcha Nacional milhares de representantes das forças democráticas.

E quanto ao brinde de comemoração. Ele soou para que os ukrainianos sejam mais atenciosos, se sintam mais cidadãos de um Estado democrático, dentro do qual, depende de cada um que governo teremos. Porque se o governo for ruim, a culpa será da nação. O que temos hoje? Alguns vendem seu voto por 50 UAH (US$ 6 - 7), ou pelo quilo de trigo, e depois durante cinco anos mordem os cotovelos...


- Em 1961 você vivenciou sentença de fuzilamento, pela qual esperou 72 dias. Como permaneceu esse tempo? Sobre o que pensou? Não lamentou então sua participação na política?
- A condenação à morte foi um "duro golpe". Mas a pessoa que toma o caminho da luta, deve estar pronta para isso. Naquele momento eu estava contrito porque iria morrer, no caminho do início da liberdade... Havia muitas idéias, e tudo poderia acabar de repente... Por outro lado, a idéia de liberdade nacional é tão cara a cada nação, que cada nação tem de sacrificar para ela seus filhos. Eu poderia ser tal vítima...

Aconteceu que permaneci vivo. E uma vez que o destino me deixou a vida - então penso, que foi para continuar a luta pela Ukraina. Enquanto Deus me der forças, vou trabalhar, para que o meu país seja verdadeiramente ukrainiano.

- Qual acontecimento patriótico da nossa extensa história lhe especialmente emocionou, impregnou a sua alma? Quem para você é autoridade moral?
- O herói pode ser uma pessoa importante ou não - tudo depende de seu sacrifício. Devemos pensar não só em nós, nossa família, mas também em nossa Pátria, estar preparado para tudo por ela. A pessoa deve entender, que seu próprio bem-estar e de sua família depende da situação em que se encontra Ukraina. Pensar somente em si mesmo é errado. Se você se aflige apenas por você, então o seu papel no mundo é muito pequeno.

Em espírito ukrainiano meu pai me criou desde a infância. Ele me ensinava fazer um bom trabalho para todos, começando pelo vizinho, inseriu em mim os fundamentos ukrainianos. Tudo o mais na minha vida foi derivado desses ensinamentos. Se você de todo seu coração amou a terra natal, então o objeto de seu amor precisa proteger. O rapaz protege a sua amada e deve estar pronto por ela em tudo, para que nada de mal lhe aconteça. Aqui tem algo de condição selvagem. O macho pela fêmea vai para morte, sem hesitar se o seu oponente é forte. Isso é algo natural, profundo, que deve gerir as pessoas. Se alguém cobiça o seu país, você deve transformar-se naquele destemido macho, que protege desesperadamente sua fêmea.


- Ukraina já foi reconhecida pelo mundo, ela é um participante ativo na vida internacional. Pode-se dizer, que todas as ameaças à sua soberania, à sua segurança já estão para trás. De que ameaças vizíveis ou invisíveis nós precisamos nos precaver?
- Os nossos perigos são enormes, eles não acabaram. O primeiro deles é o imperialismo russo. Na Ukraina age a poderosa 5ª coluna moscovita, que faz de tudo para prejudicar o nosso Estado soberano. Durante os vinte anos, a Rússia conduz uma guerra de informação contra Ukraina independente. Isso causou-nos enormes danos, porque semeou nas mentes dos ukrainianos a descrença nos benefícios do próprio Estado.
Outro perigo - globalismo. Com a ajuda dos entusiastas recursos da informação de massas ele cultiva nossa população no espírito cosmopolita. Faz de tudo para destruir nossas tradições, distanciar os jovens das gerações mais velhas, aniquilar sua herança, hábitos, educar a juventude sem valores espirituais, incutir-lhes o amor à vida fácil, não ensina a viver com os frutos do trabalho, mas auferir lucros através de diversas maquinações, falcatruas. Nós tivemos uma gloriosa história. Na luta pela liberdade da Ukraina caíram milhões de seus filhos. E o que nossa televisão falou sobre isso? Absolutamente nada!
- Muitos daqueles que 20 atrás trouxeram ao Parlamento a bandeira azul-amarela, e hoje estão fora do campo democrático, em conluio àqueles que promovem política anti-ukrainiana. Tais pessoas são chamadas de "Tushka" (carapaça). Por que acontece esta transformação?
- Porque essas pessoas tem alicerce espiritual fraco. Eles são materialistas. Para eles o dinheiro é mais importante, o cargo, as casas-palácios, hectares de terra alheia, outros benefícios. E nisso também é culpa da alheia para nós televisão que cultiva os benefícios materiais, não as metas nobres.

- Qual a razão que nos 20 anos da independência não se ouve nenhum coro de veteranos unidos no movimento de libertação nacional. Eles preferem cada um por si?
- A minha resposta será um pouquinho diferente para esta pergunta. Em 1991 nós proclamamos a independência. E quando em fevereiro-março começou a reforma da economia ukrainiana, descobriu-se que entre os líderes do Movimento Popular havia muitos agentes soviéticos, antigos traídores, kadebistas. O Movimento transformaram em uma organização comprometedora. Ele não se tornou uma alternativa ao poder, que começou a demonstrar sua essência anti-ukrainiana, mas começou a se adaptar a este poder. Ukraina se tornou unipolar - possuía um mau governo e não havia uma oposição séria. Alguns partidos responsáveis eram extremamente pequenos para influenciar nos acontecimentos. Se o Movimento Popular de então realizasse uma oposição séria, haveria uma esperança, que cedo ou tarde o governo virá para as mãos de forças ukrainianas, e nossas vidas organizar-se-ão de modo diferente. A ausência de oposição forte atingiu duramente os sentimentos do povo, que foi tomado pelo desânimo, desespero, abatimento espiritual. As consequências colhemos agora.

- Na população há muitas discussões sobre patriotismo. Dizem que não pode ser patriota a pessoa que não sabe a língua ukrainiana. E apontam para os nossos compatriotas do leste e sudeste... (Estas regiões caíram sob o domínio russo em 1654 - O.K.).

- Na realidade precisamos olhar com olhos bem abertos. Na Ukraina vivem muitas pessoas que não sabem a língua ukrainiana, mas que são patriotas ukrainianos sinceros. Eles fazem muitas boas ações para Ukraina - seja no trabalho, na ciência ou no esporte. E claro, eles até podem ser repreendidos por falta de conhecimento do idioma pátrio. Mas é precisoo lembrar, que eles são o resultado de nossa vida anterior, história prévia do desenvolvimento da Ukraina. E isto deve ser visto objetivamente. Se essas pessoas convivem constantemente em ambientes de língua russa, é difícil aprender a língua ukrainiana. Precisamos ser compreensívos com esta situação. Outra situação quando se trata do uso da língua nas escolas, repartições públicas, etc. A língua ukrainiana deve ocupar na Ukraina o mesmo lugar que a francesa - na França, alemã - na Alemanha, russa - na Rússia. Finalmente... Nem sempre os que se comunicam bem em ukrainiano, são patriotas ukrainianos. Vejamos os comunistas Semonenko, Holub, ministro Tabachnyk...

Mini - retrato de Levko Lukianenko

Ele é tido como um dos fundadores da democracia ukrainiana, exemplo de patriota ukrainiano.

Nasceu em 24.08.1928 na região de Chernihov, em família de camponeses. Acreditando nos ideais do regime soviético, entrou para o Komsomol, o Partido Comunista Jovem. Estudou na Faculdade de Direito - Universidade de Moscou. Em 1958 foi trabalhar como propagandista do Partido Comunista da União Soviética, no distrito de Radekhivskyi, na região de Lviv. E aqui, na prática, viu o que era o sistema repressivo soviético. Criou um partido político clandestino: União Ukrainiana de Trabalhadores e Camponeses". Mais tarde muda-se para "Hlyniany", próximo de "Zlochyv" e trabalha como advogado. Reune-se com Ivan Kandeba, outros dissidentes, e trabalha num programa de construção da independência da Ukraina. Em 1961, ele e seus colaboradores são presos. Por "atividades antissoviéticas", "arruinar o sistema estatal" o Tribunal Regional de Lviv condenou-o à pena de morte pelo fuzilamento. Mas, depois da apelação esta pena foi substituída por 15 anos de prisão. Cumpriu a pena nos campos de regime brutal na Rapública de Mordóvia, Federação Russa, na prisão de Volodymyr. É membro do Ukrainian Helsinki Group (UHG) ou Grupo Cívico Ukrainiano, que promove a implantação dos Acordos de Helsinki (direitos humanos).

Em 1977 foi preso novamente. Anunciou greve de fome, recusou a cidadania soviética. Foi condenado a 10 anos de prisão e mais 5 anos de exílio. Em 1988, nos tempos de degelo de Gorbachev, foi perdoado e libertado da prisão. Em 1990 foi eleito deputado do Parlamento. Foi eleito para quatro legislaturas e em 2007 não quis mais candidatar-se devido a idade avançada.

Em 1991 candidatou-se para presidente, ficou em 3º lugar - depois de Leonid Kravhuk e Viacheslav Chornovil. É autor do Ato da Independência da Ukraina. Foi presidente do Partido  Republicano. Foi embaixador Extraordinário e Plenipotenciário no Canadá. É doutor honorário de direito na Universidade de Alberta. Fala inglês, alemão e polonês. Em 2005 recebeu o título de "Herói da Ukraina". Vive na aldeia "Khotov" próximo de Kyiv. Quando pode dedica-se à fruticultura.

Tradução: Oksana Kowaltschuk

terça-feira, 13 de setembro de 2011

DISTRIBUIÇÃO NA FRONTEIRA DA CORRUPÇÃO

Distribuição na fronteira da corrupção
Ukraina Moloda (Ukraina Jovem) 30.08.2011
Lina Kushnir

"Mohylianka" [1] foi à justiça contra o Ministério da Educação devido ao corte durante o processo de admissão de novos alunos.
Na educação pátria - um precedente. Deu entrada na justiça uma demanda contra o Ministério da Educação. Buscar a verdade no tribunal decidiu a "Kyivo-Mohylianska Academia", a qual, já no verão queixava-se do significativo corte nas vagas do orçamento de várias áreas de bacharelado e mestrado. Assim, comunicou o presidente da NaUkMA (National University of "Kyiv - Mohyla Academy) Serhii Kvit no seu diário pessoal on-line da Universidade. A Universidade recorreu ao Tribunal Administrativo de Kyiv com a reivindicação ao Ministro da Educação.

Ainda no verão Serhii Kvit dizia aos jornalistas que o processo de admissão é muito curto, então a perspectiva de recurso contra MON (Ministério da Educação e Ciência) quanto a distribuição de vagas orçamentárias, porque o tribunal simplesmente não terá tempo para decidir sobre o assunto."Mas vamos estudar essa questão. Se a lógica da distribuição das reservas pelo governo não for transparente para nós, ou indicar corrupção da atividade, então isso não aceitaremos", disse o presidente da "Mohylianka".

Após a onda de indignação levantada pela mídia, o Ministério da Educação acabou cedendo a NaUKMA mais 29 lugares orçamentários. No entanto isso não o livrou de uma demanda na justiça. "NaUKMA considera que o atual governo MONMC (Ministério da Educação e Ciências, Juventuda e Esporte) distribui as reservas do Estado contra o interesse do Estado, com subjetividade, sem transparência e não profissionalmente, em particular, a despeito de critérios de qualidade de serviços educacionais, - diz Serhii Kvit. - Tal prática do uso de recusrsos estatais normalmente não faz fronteira com ações de corrupção e devidamente caracteriza a política do atual ministro da e Educação e Ciências, Juventude e Esporte Dmytro Tabachnyk".

Conforme acentuado na demanda algumas direções e especialidades, que sofreram maiores discriminações este ano do Ministério da Educação, ao mesmo tempo são únicos ou pertencem aos melhores em qualidade na Ukraina. Primeiramente trata-se do programa de mestrado em jornalismo, para o qual a reserva do Estado foi totalmente eliminada, os programas de graduação em Direito (reserva do Estado reduzida em 50%, para 15 vagas), filosofia (redução em 50% para 10 vagas), economia (redução em 43%, particularmente "finanças e crédito" - 12 vagas). Além do mais a decisão do Ministério sobre as reduções das reservas do Estado foram inesperadas e aprovadas não oportunamente. Isto quer dizer que os candidatos tomaram conhecimento sobre os cortes depois da entrega dos documentos para as comissões de admissão e não puderam aproveitar a oportunidade para apresentar os documentos a outras universidades, enfatiza o autor da demanda.

Portanto, "Mohyliasnka" pede ao tribunal recuperar o alcance da reserva do Estado para NaUKMA no nível de 2010. E também obrigar o Ministério da Educação para emissão de um ato normativo que defina os critérios, regras e períodos da distribuição e o alcance da reserva do Estado, o que tornaria impossível várias manipulações orçamentárias nos próximos anos.

Em tempo, os interesses da "Kyivo - Mohyla - Academia representa no tribunal o escritório de advocacia LBBK, no qual trabalham os professores e graduados da universidade. Assim NaUKMA coloca em jogo a sua reputação como uma das melhores universidades da Ukraina. Pois, ganhando a ação judicial será a melhor confirmação de profissionais altamente qualificados e estudantes concentrados entre as paredes da universidade.

[1] Kyivo - Mohylianska Academia foi fundada em 1659 pelo príncipe Yaroslau, o sábio. O nome vem do Metropolita Petró Mohyla que após união de outras duas escolas, a primeira das quais desde 1615, construiu um sistema modelado em educação jesuítica. Muita atenção foi dada ao estudo de línguas, especialmente o latim e polonês.

Foi o primeiro, e por um bom tempo único centro educacional da Ukraina e todo o leste europeu. Dedicava-se ao humanismo e cultura geral. Seus alunos fundavam escolas, apoiavam o desenvolvimento da cultura, artes, literatura, música, teatro.

O curso completo durava 12 anos, mas aos estudantes reservava-se o direito de estudar tanto quanto quisessem. Nunca eram castigados se não estivessem com as obrigações estudantis em dia porque o motivo poderia ser doença, fome, frio, falta de roupas, livros, etc. Em caso de insuficiência de aprendizagem poderiam repetir até 3 vezes.

Kyivo - Mohyla Academia foi fechada em 1817, pela czarina Catarina II, bem como foram destruídas todas as conquistas democrático-nacionais ukrainianas.

A partir de 1920 funcionava  na Kyivo - Mohyla Academia o ensino militar.

Com a independência da Ukraina e com o auxílio de mecenas (ukrainianos de USA e Canadá) houve o renascimento da Kyivo - Mohylianska Academia, no seu local histórico, como uma instituição independente de ensino superior da Ukraina.

Tradução: Oksana Kowaltschuk

domingo, 11 de setembro de 2011

PRESIDENTE PLAGIÁRIO

Editor chefe da revista confirmou o plágio de Yanukovych.
Ukrainska Pravda ( A Verdade Ucrainiana), 06.09.2011
 

Yanukovych - O presidente plagiário
O editor chefe da revista"Korrespondent" Vitalii Sych confirmou a utilização de textos da revista pelo presidente Yanukovych, sem permissão do editor.

"Viktor Yanukovych copiou parágrafos inteiros sobre o sucesso das reformas em Hong Kong e Singapura, em vez de implementar essas reformas. Ontem fui surpreendido ao saber que meus pensamentos e os pensamentos do presidente Yanukovych correspondem literalmente.

Como já é do conhecimento, no livro "Opportunity Ukraine" de Yanukovych são copiados parágrafos inteiros e até páginas de textos, que anteriormente apareceram assinados por pessoas diferentes, inclusive nas páginas do "Korrespondent".

Em seu novo livro "Opportunity Ukraine, Yanukovych, sem permissão do editor usou pedaços inteiros de material da revista "Korrespondent" - afirma o redator principal. "Muitos parágrafos, simplesmente, palavra por palavra, transferiram do artigo em que eu trabalhei como co-autor e redator. Eu lembro precisamente que a formulação da frase: "Principal e única arma de Singapura e Hong Kong na luta por seu próprio bem-estar foi o clima de negócios" - pessoalmente pensei eu" - avisa V. sych.

"No livro a reportagem mostra os momentos sobre o aspecto do porto de Singapura durante a aproximação do vôo, os quais mais uma vez, literalmente, coincidem com a descrição da revista. Isto também é nosso, o porto foi descrito pela jornalista Carolina Tymkiv, ela esteve, recentemente, em Singapura", - afirmou o redator.

De acordo com V. Sych, é literalmente idêntico o trecho: "comparação dos acordos de registro de empresas para Ukraina com Japão e Alemanha também nós fizemos, corresponde palavra por palavra, e muitos outros".

O redator declara, que "falem o que falarem nos comentários de justificação na administração presidencial, o plágio é um fato existente".


Livro do Yanukovych - plágio em escala presidencial. Parte 2.

Ukrainska Pravda (A Verdade Ukrainiana), 06.09.2011

A publicação do livro de V. Yanukovych "Opportunity Ukraine", possivelmente tornar-se-á a página mais vergonhosa na apresentação deste político no cenário mundial.

O livro de Yanukovych amplamente anunciado pela administração presidencial, revelou-se um plágio banal. Em seu próprio nome o chefe de Estado emitiu dezenas de parágrafos de textos de outras pessoas sem nenhuma referência a fonte.

A primeira parte da investigação sobre o livro, pelo jornal "A Verdade Ukrainiana" teve pouca reação da administração presidencial. Fontes dizem que os funcionários da Bankova recusam dar seguimento a este assunto, porque ninguém quer ser advogado da situação perdida com antecedência.

Págs. 247-248. Experiências de Yanukovych em relação a Singapura. "A Verdade Ukrainiana" escreveu na I Parte que a história da visita de Yanukovych a Singapura e Brunei foi parcialmente tomada de artigos de Vyacheslav Pikhovshek. Pikhovshek não foi o único autor de texto reescrito por Yanukovych. Sim, parágrafos inteiros em duas páginas do livro presidencial foram surrupiados de artigos da revista "Korrespondent".

A edição de "Korrespondent", de 18.03.2011, trouxe a publicação dos jornalistas Anna Kokoby e Oleksandr Paskhovera com o nome "Lição de economia de Hong Kong e Singapura para Azarov [1] e sua equipe".

[1] Azarov é o Primeiro-Ministro da Ukraina.

São exatamente daí os trechos sem qualquer menção da fonte primária movidos para o opus de Yanukovych.

Seguem dois trechos das páginas 247-248 (os dois primeiros) do livro do presidente "Opportunity Ukraine", para comparação com o texto em inglês (Alguma divergência deve haver na tradução, por falta de meu conhecimento satisfatório do russo para ukrainiano, e só depois para o português. - O.K.). Para comparação com o inglês veja o link:
http://www.pravda.com.ua/articles/2011/09/5/6562247/

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No prefácio ele declarou, que este trabalho é para os jovens que compreendem a estabilidade social, o crescimento econômico e a prosperidade como algo por si só compreensivel:

"Eu queria que eles soubessem, o quão difícil foi sobreviver a um pequeno país com um território de 640 km², privado de quaisquer recursos naturais".
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Nós saudamos cada investidor, - lembra os primeiros passos Lee Kuan Yew. - Nós simplesmente saímos da nossa pele, para ajudá-lo iniciar a produção".

O registro de negócios a partir do zero em Singapura leva apenas quatro dias. Em Hong Kong para isso é necessário também pouco tempo. Para comparação: no Japão é de 23 dias, na Alemanha - 15 dias, na Ukraina pode levar 27 dias.
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Tradução: Oksana Kowaltschuk
Foto formatação: AOliynik

sábado, 10 de setembro de 2011

O CONFLITO ENTRE KYIV E MOSCOU

Presidente da Ukraina não quer ser "parente pobre"
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 07.09.2011
Zinovia Voronovych

O conflito do gás entre Kyiv e Moscou se transforma em guerra econômica.

A "troca de gentilezas" entre Ukraina e Moscou cresceu para tons mais altos. Ultimato do lado russo não é novidade. Surpreende, antes, a posição radical do nosso governo: devido aos contratos de gás, Ukraina está disposta a abrir processo em tribunais internacionais, não vai entrar na União Aduaneira de acordo com as regras russas, não vai unir o "Naftogás" ao "Gazprom" (companhias de gás ukrainiana e russa). A reação do lado russo não se fez esperar: na fronteira ukrainiano-russa formam-se filas de caminhões - as mercadorias ukrainianas são verificadas várias vezes. Rússia ameaça fechar o mercado para aço ukrainiano, dizem eles, para proteger os produtos domésticos. Ainda no verão, a quase trinta empresas de laticínios ukrainianos proibiram exportar os seus produtos para Rússia. Alegaram que os produtos dessas empresas não satisfaziam aos padrões estabelecidos...



Na terça-feira, 06.09.11 começaram soltar o gás através do "Nord Stream", através do mar Báltico (águas territoriais da Rússia, Finlândia, Suécia, Dinamarca e Alemanha) - gasoduto que irá transportar o gás para Europa contornando a Ukraina. O primeiro-ministro russo Vladimir Putin maldosamente disse que com o lançamento deste gasoduto, a Ukraina vai perder a posição exclusiva no trânsito do gás. "Nossos colegas ukrainianos adentraram no trem chamado "barato gás russo", e não sabem em que estação descer, e não sabem que podem entrar numa estação sem saída", declarou o presidente do "Gazprom" Alexey Miller.

Viktor Yanukovych não ficou em dívida. Em uma entrevista recente deu a entender, que com os ultimatos Rússia não vai conseguir nada. "Nós acreditamos, que o preço do gás para Ukraina está incorreto, que os acordos foram escritos como para inimigo. Nós não somos parentes pobres. Não queremos ser e não seremos nunca. Nós somos um país independente. Nós pagamos 100% do preço do gás sem precedentes. E de maneira alguma devem alegrar-se, que em 2009 acharam um modo de forçar Tymoshenko [1] para assinar este acordo. Quando para nós é incomoodo e nossos amigos se alegram, é um mau sinal" - disse Yanukovych, acrescentando que os documentos ao tribunal europeu já estão quase prontos, mas o lado ukrainiano ainda espera negociar sem julgamento. Sobre a questão da União Aduaneira Yanukovych disse que Ukraina não irá juntar-se agora - vai observar um ano ou dois como esta estrutura funciona. "Quando convidam - é sempre bom, estamos gratos pelo convite. Mas quando nos convidam como agora, nos surpreende muito" - disse o presidente.

Bem, parece que entre Ukraina e Rússia começou uma guerra econômica. Agora, ao governo ukrainiano somente podemos simpatizar, porque ele conseguiu cercar-se de inimigos. O governo briga com a oposição, por causa do processo da Yulia Tymoshenko, as relações com o Ocidente não são boas, e agora com a Rússia, que até recentemente era aliada do atual governo ukrainiano, agora "quebraram os potes" (expressão ukrainiana).

Comentários para Vysokyi Zamok
Volodymyr Omelchenko
Especialista do Centro Razumkov

O custo básico do gás para Ukraina é superior em US$ 120 ao preço da Alemanha. Com os acordos de Kharkiv o preço ainda supera em US$ 10-20 [2]. Mesmo se você reescrever o contrato e cancelar o acordo de Kharkiv o custo do gás não muda significativamente. A posição que hoje adotou o governo, é ditada pelo instinto de autopreservação. Kremlin não precisa de um presidente independente, nem de um governo independente e autônomo na Ukraina. Eles precisam de lacaios. Todas as conversas sobre amizade - para atrair Ukraina à União Aduaneira. Finalmente o nosso governo abriu os olhos para isso. Como reagirá Rússia - é difícil de prever. Pode-se esperar qualquer coisa, inclusive uma guerra comercial. Rússia não consegue se livrar de seus complexos imperiais. A situação é agravada ainda com a campanha eleitoral na Rússia - cada candidato quer demonstrar força.

Viktor Nebozhenko
Cientista político

Nosso governo não quer renunciar aos ativos líquidos, que deveriam ser transferidos para o lado russo após acordos de Kharkiv. Aqui bateu a foice na pedra... É surpreendente que o governo mantém lutas em todas as frentess, não só com a Rússia, mas também com o Ocidente (devido a prisão de oposicionistas), e com a oposição... Não posso explicar como isso aconteceu. Talvez coincidência. Penso, no centro do governo se formará um grupo que claramente decidirá o lado a seguir: Europa ou Rússia. E esse grupo formará a política.

[1] No final de 2008 Rússia e Ukraina não se acertaram quanto ao preço do gás. Nas duas primeiras semanas de 2009 Rússia cortou o gás para Europa em pleno inverno (o trânsito era somente pela Ukraina). Sob pressão da Europa, que congelava de frio, Tymoshenko assinou os acordos de gás com Putin, que foram considerados muito prejudiciais a Ukraina e pelos quais hoje ela é processada. Mas, há controvérsias. O procedimento do ex-presidente Yushchenko não é muito claro neste processo. Porém, o governo atual não o persegue, ele perdeu importância política.

[2] O acordo de Kharkiv (importante cidade ukrainiana), entre Ukraina e Federação Russa, assinado em 21.04.2010, pelo presidente da Ukraina V. Yanukovych, e o presidente da Rússia Dmitry Medvedev O acordo, segundo o qual o prazo da permanência da frota russa no Mar Negro, em Sebastopol, que tinha o prazo de permanência até 2017 vai até 2042, com prorrogação automática por mais cinco anos, a menos que qualquer das partes expresse objeção.

Em troca Ukraina receberia gás mais barato. Anteriormente este mesmo artigo cita o preço do gás para Ukraina e Alemanha e, como podemos verificar propriamente não há desconto.

Na Ukraina, a oposição, os ambientalistas, as autarquias e o público em geral ficou revoltado com este acordo. A maioria dos analistas considera-o contrário à Constituição.

Tradução: Oksana Kowaltschuk

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

NENHUM PODER ESTRANGEIRO FOI BOM PARA A UCRÂNIA

Nenhum poder estrangeiro foi bom para nós...
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 12.08.2011
Olga Chytailo

Reminiscências da senhora Yevdokia, 93 anos, de Halychyna,[1] sobre cooperativas, início da guerra, exílio em Vorkuta.

Vovó Eudokia contou sobre sua vida para mim. Eu insisti que deveríamos publicá-la. Ela concluiu 93 anos, ela sabe como viviam os ukrainianos sob o domínio polonês, alemão, da União Soviética e como vivem agora na Ukraina independente. Observando as ações dos políticos atuais, chega às lágrimas - no que se transformaram os sonhos de um Estado livre...

Durante a pacificação a aldeia foi ajudada pelo dono da fazenda [2].

"Frequentava a escola em minha aldeia natal Zvynyhorod, sonhava em ser professora, mas meus sonhos não se realizaram. Os estudos em Lviv custavam caro - conta a vovozinha.  - O pai disse: "Nós poderíamos economizar, para os estudos, mas não será justo, sendo professora, você acabará entrando em organizações nacionalistas, ainda será aprisionada". Assim acabou meu sonho em ser professora.

Nos anos trinta ocorreu a "humilhação". Naquela época eu já frequentava a sétima série. Os poloneses tinham listas de todos os ukrainianos conscientes de sua nacionalidade, e todos deviam ser seviciados. A maioria dessas pessoas fugiu da aldeia, e quem foi pego sofreu atrocidades. Um homem de mais idade, deficiente físico, recebeu trinta malhos de mangual... Meu futuro marido, embora então tivesse 12 anos, também apanhou.

Já era início de outono, os cereais colhidos estavam nos celeiros. Os poloneses conduziram aos celeiros dos aldeões os seus cavalos, que comeram todo o grão. À aldeia impuseram contribuição (imposto) - tonelada de grãos. As pessoas não podiam pagar. Então, o diretor da escola e o padre foram pedir ajuda ao responsável pela fazenda, Antosha, também um polonês para ele ajudar a aldeia. E ele ajudou.

Nossa biblioteca durante a "humilhação" foi minada. Felizmente não desmoronou completamente, foram arrancadas as portas, as janelas e o telhado. Os aldeões reconstruíram.

Os teatros rurais faziam turnês todo mês.

"Popular na época era o jornal "Dilo" (Ação) editado por Ivan Tyktor (importante redator e editor ukrainiano). Conheci sua cunhada, senhora Tyktor em Vorkuta. O jornal "Ação" era muito bom, mas caro. Nas aldeias lia-se mais "O direito do povo".

A aldeia era organizada: havia o teatro, biblioteca, os jovens eram envolvidos com trabalhos educativos, civilizacionais. A biblioteca era financiada pelos moradores da aldeia, que pagavam taxas de sócios. Nós organizavamos as noites de Shevchenko (maior poeta ukrainiano), Franko (poeta e escritor), Dia das Mães e Festa da Colheita. Na Festa da Colheita cantávamos apenas canções populares, nas noites de Shevchenko apenas as canções do Grande Kobzar. Havia também danças, mas, ao contrário dos clubes de dança de hoje, elas terminavam, não começavam, às 22 horas. As primeiras músicas começavam após a missa, no início da tarde. Durante a missa da noite não dançávamos, depois da missa recomeçávamos. Às 10:00 horas, por mais que pedíssemos aos músicos, eles nos mostravam o relógio.

Tínhamos o teatro. Representávamos as peças em turnês pelas aldeias vizinhas. Eu também representava. O repertório era ukrainiano, trajes especiais não costurávamos, vestíamos o que tínhamos em casa: camisas bordadas, saias de xales, lenços. Eu representei no teatro até o meu casamento.

Meu traje de noiva - saia de xale branca, blusa bordada por mim. O marido de terno preto e camisa bordada. Ele queria camisa branca com gravata, mas eu insistia que a camisa deveria ser bordada.

Cosméticos eu não usava, mas algumas moças usavam. As mais ricas pintavam os lábios e faziam manicure. O povo utilizava receitas simples: se queriam escurecer os cabelos, lavavam com soro de leite e enxaguavavam com compota de nozes.

Cooperativa ukrainiana

Nos anos trinta as cooperativas ukrainianas alcançaram o topo, especialmente "Maslosoyuz", o qual exportava seus produtos para Europa. Graças às ligações com empresas estrangeiras compravam com desconto equipamentos para o leite. Quando aparecia um novo separador ou um novo dispositivo para medir o teor de gordura do leite - era imediatamente comprado para as leiterias do "Maslosoyuz". Na cooperativa monitoravam pela qualidade da produção. Havia uma forte equipe de instrutores - aproximadamente 150 pessoas, que viajavam pelas leiterias regionais, inspecionavam a produção e treinavam os funcionários. As leiterias eram equipadas com frigoríficos. A manteiga, com mais de 3 dias de fabricação era considerada de segunda qualidade. "Nas aldeias organizavam uma forte campanha - convidavam os aldeões para entregar o leite nas leiterias da cooperativa, mesmo que as leiterias polonesas fossem mais próximas, e eles atendiam, - diz a vovozinha. - As lojas do "Maslocoyuz" eram limpinhas, vendedores uniformizados. Minha amiga trabalhava como contadora e lembrava como mantinham os registros: tudo até o último centavo para fechar, não havia contabilidade suja".

Veio o governo soviético - a cachaça barateou

Recebíamos o governo soviético em nossa aldeia, como em outros lugares com pão e sal (é costume ukrainiano, recebem assim a todos que chegam). Comunistas, e eram muitos em nosso país, alguns se alegravam, outros - nem tanto. Os pais de meu marido tinham algumas posses. Sobre eles lançaram um pesado imposto, para pagamento único.

A primeira mudança do novo governo, foi o barateamento da cachaça. Dezesseis rublos pela garrafa, os homens alegraram-se e beberam. Com os poloneses a cachaça era muito cara, e com os alemães - mais cara ainda.

Depois de alguns meses começou o terror, primeiramente aprisionaram os mais abastados, especialmente aqueles que compraram um pedaço de terra da fazenda, depois aprisionaram os que pertenciam às organizações ukrainianas.

No vagão para animais nos transportaram durante um mês.

Eu me casei na véspera da guerra. Lembro bem do primeiro dia da guerra. Dizem, anteriormente soava um som altíssimo nas prisões. Meu irmão foi à prisão em Zamarstyniv, e com os próprios olhos viu, o que lá aconteceu. Quando abriram a porta, - todos os corredores estavam em sangue. As pessoas reconheciam os parentes pelos restos das roupas. A senhora Tyktor, da qual já falei, não achou seu marido. Isto foi a última gota, sofrer com este governo nós não podíamos... [3]

Meu marido esteve no Exército Insurgente Ukrainiano (UPA), em 1945 foi aprisionado e enviado para Vorkuta[4]. Eu fiquei só com a criança. Em 1947 houve uma poderosa onda de evacuação de parentes dos que pertenceram ao Exército Insurgente. De nossa aldeia evacuaram muita gente, mas eu, de algum modo fiquei. Pensei que não precisava mais ter medo. Mas isso não aconteceu, fui evacuada em maio de 1949. Perguntei, se podia ao menos deixar aqui a criança com a vovó, e me responderam: "Leve com você, lá crescerá como camponês, e aqui como bandido". (Até hoje os russos e os comunistas ukrainianos consideram bandidos àqueles que lutaram contra o invasor soviético - O.K.).

Junto com o filho fiquei um mês na prisão em Bibrtsi, camas não havia, dormíamos em tábuas diretamente no chão. Os guardas, na verdade, nos tratavam bem, um deles, russo, falou: "Eu poderia deixá-los sair, ficaria depois preso 20 anos, não tenho nada a perder, mas vocês seriam pegos novamente".

Depois de um mês nos colocaram num trem, compridíssimo, 52 vagões e... de mercadorias. Nós viajamos no vagão 47, a viagem para Khabarovsk durou um mês. No vagão fizeram algo como beliches (tábuas amarradas e presas nas paredes). Eu, com meu filho, me estabeleci no beliche superior, o que poderia ter sido melhor, porque havia apenas duas pequenas janelas no topo. Viajávamos com outras famílias e havia uma mulher grávida, que deu à luz no caminho. Estava muito fraca, não teve forças nem para gritar. A criancinha nasceu morta. Os guardas levaram o bebê e o jogaram fora.

Comida não nos davam, apenas água fervente, de tempo em tempo. Comíamos o que permitiram trazer de casa. Durante um mês nos deixaram sair dos vagões apenas uma única vez, quando chegamos em Moscou. Lá deram para cada família um pouco de pão e cinco arenques.

Essa total permanência nos vagões era o maior sofrimento, verão, canícula, portas fechadas. Viajamos somente a noite. De dia o trem ficava parado para dar passagem aos trens de passageiros. No vagão aquecido pelo sol não havia ar para respirar... Começaram abrir a porta somente no final do nosso itinerário, quando já estava evidente que não tínhamos para onde fugir.

Com meu marido eu me encontrei somente em 1956, depois de 11 anos de separação. Ele foi solto e eu com o filho fomos até Vorkuta. Voltei para Ukraina no início de 1970...

Havia possibilidade de evitar o degredo? Sim, as vovozinhas fizeram a exigência: "Separe-se". (Divorciando-se do marido insurgente a esposa poderia obter perdão - O.K.). Não fiz isso, não mudei meus princípios e convicções apesar de tudo.
Esta foto foi tirada em 1961 em Vorkuta. Apesar de mais de dez anos de separação e aprisionamento, este casal não perdeu o calor em sua relação.

[1] Halychyna fica na região oeste da Ukraina. Desde o século XIV essas terras ukrainianas pertenciam, ora para Polônia, ora para Lituânia. Desde 1569 a Polônia dominou. Em 1867, a região Subcarpática passou a fazer parte do Império Austro-Hungaro. Em 1918, com a derrota na Primeira Guerra Mundial, o Império se desfez e esta região caiu novamente sob o jugo polonês, até o início da Segunda Grande Guerra, quando passou para o domínio comunista da União Soviética.
[2] Nas aldeias ukrainianas, composta de pequenos agricultores, sempre havia o "senhor" , polonês, que exercia autoridade e era proprietário de grandes extensões de terra.
[3] Os russos, quando os alemães se aproximavam, antes da fuga, matavam todos os prisioneiros.
[4] Vorkuta é uma cidade de mineração (carvão mineral), nas proximidades do Círculo Polar Ártico, na República Autônoma de Komi.

Tradução: Oksana Kowaltschuk

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

UM TOUR PELA UCRÂNIA

Parques naturais, que obrigatoriamente devem ser visitados.

Ukrainska Pravda - Zhytia (A Verdade Ukrainiana - Vida), 14.08.2011

Na Ukraina há muitos pontos turísticos - arquitetônicos, históricos, religiosos. Especialmente vale mencionar a natureza pitoresca: montanhas, florestas, mar - em cuja permanência é sempre muito agradável.

Mas o verdadeiro orgulho são os jardins botânicos, que contém coleções únicas e diversificadas.

Ir para conhecê-los há dois motivos: para se familiarizar com a flora de diferentes regiões, e também deleitar-se com a beleza das plantas. Na Ukraina há 29 jardins botânicos. No material que apresentamos você saberá, onde poderá ver as maiores e mais ricas exposições, escreve o portal AvtoTrevel.

Jardim Botânico Central Hryshko

Este jardim é um dos maiores da Europa. Foi fundado em 1936. O Fundo Colecionador conta mais de 12 mil variedades de plantas. Aqui está reunida a melhor coleção da Europa Oriental de: carvalho, cunha, tília, vidoeiro, noz.

Estão aqui representados diversos tipos da flora da Ukraina, Ásia Central, Caucaso, Altai, Sibéria. Aqui você poderá ver única exposição de plantas na Ukraina em terreno aberto, entre as quais: astilbe, jacinto, gladiolo, peônias, tulipas, lírios, asters. Especialmente é bonito aqui, quando no início da primavera começa florescer o jardim das magnólias.

Também no território do parque encontra-se o templo principal, o campanário e as celas do edifício do Mosteiro Ionynskyi, fundado no final do século XIX.



Endereço: Kyiv, rua Tymiriazuevska, n°1
Horário: 8:30 = 21:00 horas
Bilhetes: 5-20 UAH, grupo de excursão 100-250UAH


Jardim Botânico Nikitsky

Um dos mais antigos jardins botânicos que encontram-se na Ukraina foi fundado em 1812. A coleção contém mais de 15 mil espécies de plantas.

Este é o único lugar em nosso país, onde podemos ver toda a diversidade de culturas frutíferas do sul: pêssego, abricô, cereja, caqui. O cartão de visita do jardim é o seu arboreto sem par, onde está reunida a rica coleção de plantas lenhosas da flora mundial. No jardim botânico Nikitsky há muitos cantinhos românticos - lagos onde crescem nenúfares, caramanchões aconchegantes para repouso. E, quanto vale o notável jardim de rosas?! A coleção contém cerca de mil espécies dessa planta: rosa, creme, branca, amarela, vermelha... Algumas variedades mudam sua cor de acordo com o desabrochar - fica incomum e muito lindo.



Endereço: Yalta, aldeia Nikita
Horário: 9:00 - 18:00 horas ( no inverno - até 16:h)
Bilhetes: 5-20 UAH, excursão 4-8 UAH, individuais - 150 UAH

Jardim Botânico de Donetsk

Esse jardim botânico foi fundado em 1964, como instituto de pesquisa científica da Academia Nacional de Ciências da Ukraina. Sua área é de 262 hectares - recorde absoluto entre todos os parques europeus. Compõem a exposição 5000 plantas diferentes. Funcionam 5 estufas. Há uma interessante exposição de cactos.

Endereço: Donetsk, Avenida Lenin, 110
Horário: 8:30 - 18:00 horas
Bilhetes: 5 UAH, excursões negociadas.


Jardim Botânico Kryvyi Rih

Este jardim botânico foi fundado em 1980. Sua coleção inclui cerca de 3.500 espécies de plantas. É especialmente bonito aqui na primavera quando começa florescer o lilás. Curiosamente neste jardim estão representados seus 50 diferentes tipos. Além disso há uma boa exposição de rosas, cerca viva florida, coníferas e plantas tropicais.


Endereço: Kryvyi Rih, rua Marshaka, 50
Horário: 8:00 - 21:00horas
Bilhetes: 5 UAH, excursões - 10UAH


Jardim Botânico de Odessa

Este jardim botânico foi fundado em 1867 e foi um dos primeiros na região sul do país. Tem em sua exposição mais de 4000 espécies de plantas. Uma das características do jardim botânico é a hera que serpenteia ao longo do terreno. Parece bastante estranho! Fica muito bonito durante o florescimento de magnólias. E, ainda neste jardim podemos ver espécies raras de peônias - angustifólias que no ambiente natural praticamente já não existe. Em maio pode-se admirar a maravilhosa sakura. Curiosamente que aqui a "cereja japonesa" frequentemente floresce durante uma ou duas semanas.

 

Endereço: Avenida francesa , 48/50
Entrada gratuita

Tradução: Oksana Kowaltschuk


terça-feira, 6 de setembro de 2011

DISTRIBUIÇÃO NA FRONTEIRA DA CORRUPÇÃO

Ukraina Moloda (Ukraina Jovem) 30.08.2011
Lina Kushnir

"Mohylianka" [1] foi à justiça contra o Ministério da Educação devido ao corte durante o processo de admissão de novos alunos

Na educação pátria - um precedente. Deu entrada na justiça uma demanda contra o Ministério da Educação. Buscar a verdade no tribunal decidiu a "Kyivo-Mohylianska Academia", a qual, já no verão queixava-se do significativo corte nas vagas do orçamento de várias áreas de bacharelado e mestrado. Assim, comunicou o presidente da NaUkMA (National University of "Kyiv - Mohyla Academy) Serhii Kvit no seu diário pessoal on-line da Universidade. A Universidade recorreu ao Tribunal Administrativo de Kyiv com a reivindicação ao Ministro da Educação.

Ainda no verão Serhii Kvit dizia aos jornalistas que o processo de admissão é muito curto, então a perspectiva de recurso contra MON (Ministério da Educação e Ciência) quanto a distribuição de vagas orçamentárias, porque o tribunal simplesmente não terá tempo para decidir sobre o assunto."Mas vamos estudar essa questão. Se a lógica da distribuição das reservas pelo governo não for transparente para nós, ou indicar corrupção da atividade, então isso não aceitaremos", disse o presidente da "Mohylianka".

Após a onda de indignação levantada pela mídia, o Ministério da Educação acabou cedendo a NaUKMA mais 29 lugares orçamentários. No entanto isso não o livrou de uma demanda na justiça. "NaUKMA considera que o atual governo MONMC (Ministério da Educação e Ciências, Juventuda e Esporte) distribui as reservas do Estado contra o interesse do Estado, com subjetividade, sem transparência e não profissionalmente, em particular, a despeito de critérios de qualidade de serviços educacionais, - diz Serhii Kvit. - Tal prática do uso de recusrsos estatais normalmente não faz fronteira com ações de corrupção e devidamente caracteriza a política do atual ministro da e
Educação e Ciências, Juventude e Esporte Dmytro Tabachnyk".

Conforme acentuado na demanda algumas direções e especialidades, que sofreram maiores discriminações este ano do Ministério da Educação, ao mesmo tempo são únicos ou pertencem aos melhores em qualidade na Ukraina. Primeiramente trata-se do programa de mestrado em jornalismo, para o qual a reserva do Estado foi totalmente eliminada, os programas de graduação em Direito (reserva do Estado reduzida em 50%, para 15 vagas), filosofia (redução em 50% para 10 vagas), economia (redução em 43%, particularmente "finanças e crédito" - 12 vagas). Além do mais a decisão do Ministério sobre as reduções das reservas do Estado foram inesperadas e aprovadas não oportunamente. Isto quer dizer que os candidatos tomaram conhecimento sobre os cortes depois da entrega dos documentos para as comissões de admissão e não puderam aproveitar a oportunidade para apresentar os documentos a outras universidades, enfatiza o autor da demanda.

Portanto, "Mohyliasnka" pede ao tribunal recuperar o alcance da reserva do Estado para NaUKMA no nível de 2010. E também obrigar o Ministério da Educação para emissão de um ato normativo que defina os critérios, regras e períodos da distribuição e o alcance da reserva do Estado, o que tornaria impossível várias manipulações orçamentárias nos próximos anos.

Em tempo, os interesses da "Kyivo - Mohyla - Academia representa no tribunal o escritório de advocacia LBBK, no qual trabalham os professores e graduados da universidade. Assim NaUKMA coloca em jogo a sua reputação como uma das melhores universidades da Ukraina. Pois, ganhando a ação judicial será a melhor confirmação de profissionais altamente qualificados e estudantes concentrados entre as paredes da universidade.

[1] Kyivo - Mohylianska Academia foi fundada em 1659 pelo príncipe Yaroslau, o sábio. O nome vem do Metropolita Petró Mohyla que após união de outras duas escolas, a primeira das quais desde 1615, construiu um sistema modelado em educação jesuítica. Muita atenção foi dada ao estudo de línguas, especialmente o latim e polonês.

Foi o primeiro, e por um bom tempo único centro educacional da Ukraina e todo o leste europeu. Dedicava-se ao humanismo e cultura geral. Seus alunos fundavam escolas, apoiavam o desenvolvimento da cultura, artes, literatura, música, teatro.

O curso completo durava 12 anos, mas aos estudantes reservava-se o direito de estudar tanto quanto quisessem. Nunca eram castigados se não estivessem com as obrigações estudantis em dia porque o motivo poderia ser doença, fome, frio, falta de roupas, livros, etc. Em caso de insuficiência de aprendizagem poderiam repetir até 3 vezes.

Kyivo - Mohyla Academia foi fechada em 1817, pela czarina Catarina II, bem como foram destruídas todas as conquistas democrático-nacionais ukrainianas.

A partir de 1920 funcionava na Kyivo - Mohyla Academia o ensino militar.

Com a independência da Ukraina e com o auxílio de mecenas (ukrainianos de USA e Canadá) houve o renascimento da Kyivo - Mohylianska Academia, no seu local histórico, como uma instituição independente de ensino superior da Ukraina.

Tradução: Oksana Kowaltschuk

domingo, 4 de setembro de 2011

ÚLTIMAS NOTÍCIAS - 04/09/2011

Lutsenko com cirrose
Ukrainska Pravda (A Verdade Ukrainiana) 01.09.2011


Lutsenko
A esposa teme pela vida de Lutsenko. No dia 30 de agosto foi realizado um exame médico, na prisão, pelos profissionais da Faculdade de Medicina "Bohomolets" e Ministério da Saúde. Foi constatado: cirrose hepática com hipertensão portal e ocorrência de varizes no esôfago.

Além disso, os especialistas concluíram que, na ausência de tratamento hospitalar adequado pode haver progressão da cirrose, desenvolvimento de complicações (sangramentos) e transformação em câncer.

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Yanukovych liberaria Lutsenko e prenderia Lytvyn?

Na Ukraina teria começado a implementação de "branqueamento" de V. Yanukovych, da repressão do principal oponente político Yulia Tymoshenko.

Segundo o jornal "UNIAN" o governo jamais desistirá da condenação a Tymoshenko. Mas, para reduzir o grau de críticas do Ocidente talvez decida "perdoar" Lutsenko, e colocar atrás das grades outra pessoa.

A visita de Yanukovych a Polônia demonstrou que o assunto em quaisquer relações com o Ocidente começará e terminará com um único tema [1]: julgamento da Tymoshenko.

Mas, na Bankova ninguém tenciona libertar Tymoshenko. Então estariam inventando uma estratégia para silenciar o importuno Ocidente.

Segundo se pressupõe Tymoshenko será condenada - Lutsenko declarado inocente ou, no máximo, cumprirá pena alternativa. Ainda mais, a situação está sendo favorável porque várias testemunhas depuseram a favor de Lutsenko.

Por outro lado, o executor de Gongadze (o jornalista que foi morto e cujo cadáver foi encontrado sem a cabeça) Oleksii Pukach, finalmente acusou os mandantes: Volodymyr Lytvyn (presidente do Parlamento), ex-presidente Leonid Kuchma e ex-Ministro Kravchenko ( aquele que conseguiu se suicidar com dois tiros de revólver na própria cabeça).

Dos três, Kravchenko está morto, o ex-presidente Kuchma foi julgado recentemente e declarado inocente. Resta Lytvyn, que poderá tornar-se "bode expiatório". Ou alguma outra pessoa do atual governo, o que acrescentaria créditos extras a Yanukovych perante a opinião ocidental. O governo, desta forma, obterá a melhor prova de autenticidade e justiça, pela solução do assunto que o seu antecessor não conseguiu resolver. Acusando alguém de suas fileiras, ao Ocidente restará aplaudir Yanukovych ou deixá-lo em paz com suas pretensões para autoritarismo, por um bom tempo.

A nós resta aguardar os acontecimentos.

[1] Polônia se diz amiga da Ukraina

Do Jornal "Vysokyi Zamok (Castelo Alto),1º.09.2011
Ivan Farion

Amigos devem falar com sinceridade, disse o presidente polonês, Sr. Komarovskyi: "As autoridades ukrainianas devem levar em conta que a publicidade negativa do caso Tymoshenko cria dificuldades para integração com a UE. A questão para o governo ucrainiano - encontrar uma saída para esta situação, para evitar a impressão de que este é um processo de vingança política. Eu espero, que na próxima vez nós poderemos tomar conhecimento, como o presidente da Ukraina, as autoridades ukrainianas, resolveram esse problema. Gostaria muito, para que as notícias fossem boas, que elas testemunhassem, que as dúvidas quanto a motivação política desse processo fossem dissipadas, não aumentadas..."

Enquanto isso...

O senador americano John McCain e o presidente do Partido Popular Europeu Wilfried Martens pediram às autoridades ukrainianas para libertar Tymoshenko da prisão. O apelo diz que nos últimos 20 anos o povo trabalhou duro para consolidar as liberdades democráticas e enraizamento de seu país em estruturas euro-atlânticas. Entretanto, hoje o governo da Ukraina aplica práticas que lembram ações do governo que reinava antes da independência.

Comentário de Oleksii Haran, professor de política da NaUKMA (Universidade Nacional da Kyivo-Mohylianska Academia):

"Bankova quer abafar o tema Tymoshenko e dizer que a prisão da ex-primeiro-ministra de nenhum modo afeta a integração com UE. Na verdade afeta. A UE está interessada em assinar o Acordo de Associação - também para não entregar Ukraina aos "abraços" da Rússia. No entanto, a UE não pode ignorar o que está acontecendo na Ukraina. FTA (zona de livre comércio) faz parte do Acordo de Associação, mas o acordo também prevê aspectos políticos - o Estado de Direito, o respeito pelas liberdades civis. Fechar os olhos para esses assuntos é impossível...

Yanukovych criou um impasse para si e para UE. Obviamente, lá vão aconselhar Yanukovych, como mínimo, libertar a líder da oposição. A condenação da Tymoshenko será recebida de modo negativo no Ocidente. Não é surpreendente que já iniciaram as conversações para adiar o Acordo de Associação para observar como desenvolver-se-ão nossos processos políticos. E, mesmo que o Acordo seja assinado, em seguida ele deve ser ratificado por cada país da UE. E eles monitorarão os passos das autoridades ukrainianas na esfera democrática.

O presidente polonês aconselhou Yanukovych como sair desta situação. Ele sempre se posicionou com simpatia ao atual presidente ukrainiano. Mas agora Polônia precisa conservar também a sua posição dentro da UE, porque o processo da Tymoshenko acontece durante sua presidência na UE. Se Polônia fechar os olhos para o que sucede na Ukraina, ela não será compreendida nem por boa parte de sua população
...

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Livro do Yanukovych - plágio em escala presidencial
Ukrainska Pravda (A verdade Ukrainiana), 03.09.2011
Serhii Leshchenko, Katerina Kapliuk

Já chegaram a Ukraina os primeiros exemplares do amplamente elogiado livro de Yanukovych "Opportunity Ukraine".

Depois de ler, apressadamente, as realizações literárias do presidente, "A Verdade Ukrainiana" chegou a uma conclusão chocante.

Revela-se, o livro de Yanukovych é plágio banal, onde com a assinatura do presidente publicaram-se não apenas idéias de outros, mas reproduzidos parágrafos inteiros de textos, os quais, primeiramente foram publicados com assinaturas de outras pessoas - desde o odioso jornalista Vyacheslav Pikhovshek até o aprisionado funcionário Vasyl Volha.


Memória de político é símbolo do topo de sua carreira. Os pensamentos expressos no papel - não são simplesmente meditação. Isto - é experiência que o político tenta transmitir às gerações futuras. Muito frequentemente os políticoos de peso não escrevem vários livros de memória, mas limitam-se a um só, o qual imediatamente torna-se um best seller.

O livro cujo autor é um político, um estadista - é como um monumento ao seu pedestal. Suas memórias escrevem todos mais ou menos significativos políticos mundiais. A maioria escreve após sua aposentadoria - e muitas vezes a literatura traz acréscimo extra de dinheiro.

No verão de 2011 tornou-se conhecido que Yanukovych escreveu o livro "Opportunity Ukraine", publicado em língua inglesa na Austria. E os honorários foram ao contrário: Yanukovych pagou pela impressão.

"Isto foi finalizado nas calmas noites na Criméia", disse Yanukovych.

"Eu comecei escrevê-lo ainda na oposição, terminei agora, durante minhas férias. Eu queria que este livro fosse lido, primeiramente, além das fronteiras ukrainianas. Portanto procurei um editor internacional. O livro foi publicado na língua inglesa. Penso que proximamente ele será publicado também em alemão, ukrainiano e russo" - contou Yanukovych à legenda oficial.

Na verdade, descobriu-se que o livro contém numerosas reimpressões de outros autores sem referência à fonte. Isso é um plágio típico que no Ocidente é punido não só com condenação moral, mas também por lei como uma violação dos direitos autorais.

"A Verdade Ukrainiana" traz vários trechos de textos plagiados em inglês, e o nome de seus autores: Anna Akhmetova (russa) - pág.25; Serhii Shvedko (ukrainiano); Roman Manyekum (ukrainiano) págs. 25 - 27; Vasyl Volha (ukrainiano) - págs. 49 - 50; Yanukovych e as armadilhas do Maydan [1], vários autores, inclusive Yurii Lutsenko (o que está preso) - págs. 82 -83; Presidente além fronteira. Viagem pelo sudeste asiático - pág. 249 - texto de Viachyslav Pikhovshek, jornalista ukrainiano, acompanhante presidencial.

(A título de comprovação, sem conhecimento da língua russa e inglesa, atrevo-me a traduzir para o português um pequeno texto plagiado do livro de Yanukovych, e que poderá ser encontrado em inglês no link abaixo - O.K.).
http://www.pravda.com.ua/articles/2011/09/2/6553198/

"Em 1890, nas bolsas de Londres e Paris era suficiente acrescentar ao nome de valorosos papéis os adjetivos "donetskyi" ou "dniprovskyi", e sua cotação voava para cima (...). Até meados de 1921 o "American Donbass", Donbass dos pioneiros-entusiastas da indústria serrana e metalurgica caiu no esquecimento histórico".

Os fatos revelados de plágio - não são apenas vergonha para o presidente, mas também violação da lei de direitos autorais, cometidos no território da Austria. Então, se alguém dos insultados denunciar Yanukovych ao tribunal local, isso poderá causar ao Presidente da Ukraina consequências graves.

Os louros do Prêmio Nobel de literatura de Winston Churchil não ameaçam Viktor Yanukovych - nem na política, nem no sentido criativo. Antes pelo contrário - o livro "Opportunity Ukraine" é uma extensão lógica da imagem já existente de V. Yanukovych como homem, que em sua juventude apropriava-se de objetos alheios, depois - residências alheias, e agora - pensamentos alheios.

[1] Maydan é praça. Em 2004, na Revolução Laranja o povo ocupou a praça central de Kyiv por vários dias (e sob a neve). Desde 26 de agosto de 1991 (dois dias após a Independência da Ukraina) está praça recebeu o nome de Maydan da Independência. Qualquer referência à Maydan é referência à Revolução Laranja.


A Revolução Laranja (a cor laranja era o símbolo) foi um movimento pacífico contra o resultado ostensivamente fraudado das eleições em que foi considerado vencedor o atual presidente Yanukovych. A Revolução Laranja conseguiu a realização de um terceiro turno, com efetivos observadores ocidentais. O vencedor foi Viktor Yushchenko que governou o país de 2004 a 2010.
Tradução: Oksana Kowaltschuk