segunda-feira, 27 de maio de 2013

HOLOKOST: O inferno na terra - 4ª Parte

LEMBREMOS DE VINNYTSIA - 4ª PARTE


Antin Drahan

ABRIU-SE A TERRA E APARECEU O INFERNO

"Abriu-se a terra e apareceu o inferno" - lamentou-se uma mulher, avistando as sepulturas coletivas abertas de Vinnytsia. E, de verdade, nestas sepulturas coletivas de inocentes vítimas do terror bolchevique descortinou-se o inferno o qual, anteriormente, não conseguiria imaginar nem a mais fértil fantasia humana...

 
Fragmentos de corpos de vítimas do genocídio soviético, recuperados de valas comuns em Vinnytsia

Com a fuga da Ukraina do ainda não esquecido "valoroso" exército vermelho, camarada do nazismo, os habitantes de Vinnytsia, cada vez com mais teimosia expressavam suas terríveis suspeitas em relação a "zonas proibidas". As autoridades da ocupação alemã, inicialmente, não demonstravam interesse em desvendar esse segredo. Para quê? Todos sabiam que os nazistas não eram melhores. As pessoas diziam que entre Berlim e Moscou, a única diferença é que em Moscou fazia mais frio no inverno. Com a vinda dos alemães mudou apenas o dominador, mas em nada alteraram-se os métodos. Isto transpareceu em praticamente todos os ramos de atividades, iniciando como exorbitante autoritarismo policial e culminando com a sistemática governamental. Mudaram-se os nomes mas o conteúdo permaneceu o mesmo. No domínio bolchevique a decisão de todos os assuntos emanava do NKVD, no domínio alemão, a decisão pertencia a "gestapo". Interessante que em Vinnytsia, como em muitas outras cidades da Ukraina, a "gestapo" ocupou os mesmos prédios, anteriormente ocupados pela NKVD. Tudo permanecia igual, apenas a bandeira vermelha com foice e martelo foi substituída por outra bandeira, também vermelha, com uma cruz negra, quebrada, num círculo branco. Esta foi a única diferença. Em tempo, até muitos funcionários da NKVD já no início passaram para o trabalho na "gestapo". Em Vinnytsia, quando do desenterro das sepulturas coletivas do terror bolchevique, no prédio da NKVD já comandava "gestapo" e, provavelmente, já abria sepulturas coletivas em outro lugar. Apenas as vítimas sempre eram as mesmas - os ukrainianos.

Como foram abertas as sepulturas coletivas em Vinnytsia e como se chegou às suas escavações?

De várias fontes surgiram várias informações. De acordo com as informações da população local, na primavera de 1943, no dia 24 de maio "alguém" escavava no parque, quando topou com um cadáver apodrecido, com restos de vestes semi-apodrecidas. Aquele "alguém" que encontrou o cadáver, assustado, quanto antes comunicou a polícia local. Daí, já com autorização policial iniciaram-se posteriores investigações. Não tardou e foi encontrado mais um cadáver, depois mais um e mais um. Com esse assunto ocupou-se a autoridade civil local e iniciaram-se as escavações sistemáticas sob orientação de dois médicos locais: Dr. Doroshenko, médico judicial de Vinnytsia, e Dr. Malinina, antigo professor da Universidade de Krasnodar e residindo em Vinnytsia na ocasião. Evidentemente que o assunto era de interesse da ocupação alemã. Assim, após a escavação de duas valas coletivas e retirados mais de 200 cadáveres, a autoridade alemã constituiu uma comissão médico-jurídico que assumiu o comando das próximas escavações. Igualmente foi convidada uma comissão internacional composta de países neutros e correspondentes além fronteira, entre os quais encontrava-se o autor desta reportagem.

A notícia sobre as terríveis escavações em Vinnytsia espalhou-se como relâmpago por toda Ukraina. Para Vinnytsia, de todos os cantos começaram afluir pessoas na esperança de encontrar, ao menos, uma explicação sobre o destino do familiar querido levado no tempo dos bolcheviques pelo "inimigo negro" e de acordo com a informação oficial - condenado para degredo "em longínquos campos de trabalho sem direito a correspondência".

DESENTERROS E SEPULTAMENTOS

Os desenterros, como já mencionado, eram executados pelos prisioneiros dos cárceres locais, sob a supervisão e instruções da comissão. Ainda hoje, dezenas de anos passados, a pele se arrepia com a lembrança da inacreditável e apavorante aparição. Das entranhas da terra montanhas de cadáveres decompostos pela putrefação surgem e são dispostos em fileiras para uma possível identificação e realização do processo jurídico-médico. Após o que novamente são enterrados em covas irmãs, já com acompanhamento religioso e na presença da população.

O sepultamento das vítimas ukrainianas extraídas de sepulturas coletivas, vítimas do "holokost" do comunismo moscovita em Vinnytsia, ficou sob a responsabilidade do então bispo de Vinnytsia, Excelência Reverendíssima Hrehorii, falecido em 1985. Sobre o seu papel nestes sepultamentos escreve O. Kulenko em seu artigo "Bispo de Vinnytsia", publicado no jornal "Narodna Volia", (Vontade da Nação) em 11 de julho de 1985 e diz o seguinte:

 
Enterro das vítimas da NKVD em Vinnytsia.

"De todos os títulos das diversas etapas da vida do Metropolita Hrehorii ficará por mais tempo em sua memória a sua atuação no período de seu bispado em Vinnytsia durante a última guerra mundial.
Quis o destino que ele não só renovasse a vida destruída pela ocupação bolchevique no contexto da não menos desumana ocupação inimiga, mas também tornar-se testemunha de vários milhares de fuzilamentos stalinistas - dos anos de Jezhov (chefe da NKVD) nos anos trinta na Ukraina de 1937-1938..."

Iniciados no verão de 1943, os desenterros durante certo período revelaram horrorosa visão de filas de cadáveres com as mãos amarradas nas costas e vestígios de tortura e tiros na nuca.
A notícia rapidamente correu o país. E, apesar de todas as dificuldades dos tempos de guerra e de comunicação, de todos os lados acorriam milhares de ukrainianos no empenho de descobrir seus familiares - pais, filhos e filhas, entre os cadáveres, a roupa estendida, objetos e documentos.
Perto de dez mil cadáveres torturados foram resgatados dos buracos infernais e sepultados novamente em sepulturas irmãs. Testemunha dessa grande tragédia nacional e lastimáveis ofícios religiosos foi o Bispo Hrehorii.
Suas palavras no décimo nono sepultamento de torturadas vítimas:

"Queridos Irmãos e Irmãs! Hoje, pela décima nona vez nós nos reunimos nesta triste despedida, perante visão apocalíptica, para oferecer nossa prece pelas almas de nossos melhores filhos e filhas da Ukraina, os quais o maior antropófago universal, de maneira cruel destruiu e jogou nestas valas infernais.
Diante de nós jazem 960 sagrados restos do terror preparados para o sepultamento. Reparem nestas imensas valas irmãs. Nestas valas já descansam 8.479 valorosos filhos e filhas da Ukraina, os quais nós retiramos daqueles buracos infernais e, de acordo com sepultamentos cristãos colocamos nestas valas irmãs... E quantos desses buracos infernais e, de acordo com sepultamentos cristãos colocamos nestas valas irmãs... E quantos desses buracos ainda haverá nas largas estepes e florestas da Sibéria, Solovkiv e Kolema?!..
Nós, meus caros, tínhamos a intenção de construir nestas santas sepulturas um grandioso Santuário-Memorial. Agradecemos à generosidade do nosso povo pelas doações superiores ao necessário. Mas, não nós é concedida esta realização. Não obstante acreditamos que virá o tempo quando aqui haverá um templo em honra a todos os santos torturados e nele, dia e noite, elevar-se-ão orações a Deus pelas suas almas vitoriosas".

Com a aproximação do inverno e das frentes de combate cessaram as escavações das sepulturas em massa da cidade de Vinnytsia. Sobre as sepulturas irmãs de milhares de vítimas, até hoje, não há menor evidência, cruz ou lembrança...

 
Valas comuns já esvaziadas no antigo cemitério de Vinnytsia.

Apesar de todos os esforços de desinfecção, não só nos lugares de desenterramento, mas numa larga vizinhança espalhava-se o insuportável odor cadavérico.

Os prisioneiros, ao escavar as sepulturas, primeiramente recolhiam camadas de vestimentas apodrecidas que cobriam os cadáveres, e penduravam-nas nas cordas ou arames esticados entre as árvores. As pessoas se aproximavam e tentavam reconhecer essas vestimentas ou alguma característica que porventura apresentassem: camisa bordada ou algum objeto familiar. Com o tempo, as vestimentas que ainda apresentavam alguma possibilidade de uso, começaram a desaparecer. Eram roubadas à noite, lavadas e vendidas na feira. Tal era a miséria da população. Então, nas árvores foram fixadas tabuletas com admoestação: "pelo roubo de objetos do sítio das escavações serão julgados por um tribunal extraordinário e aos culpados será aplicada a pena máxima". Depois deste aviso os roubos cessaram.

A escavação de cadáveres das sepulturas era o extraordinário do extraordinário. As primeiras camadas de cadáveres, que na maioria das valas jaziam em completa desordem, os trabalhadores-prisioneiros passavam de mão em mão e colocavam na relva num local imediato. Simultaneamente revistavam-se os bolsos buscando documentos ou objetos quaisquer, que poderiam auxiliar na identificação. Casualmente essas revistas davam resultado. As camadas subseqüentes de cadáveres era preciso retirar com auxílio de barbantes. Fazia-se deste modo: dois trabalhadores no alto desciam o barbante na sepultura. Os trabalhadores dentro da cova prendiam o cadáver no barbante e este era puxado para o alto. Acontecia, às vezes, que o cadáver se despedaçava, perdia a cabeça ou qualquer parte do corpo.

Entre as fileiras de cadáveres e entre as roupas estendidas vagavam, como fantasmas, pessoas em grupo ou individualmente. Freqüentemente acontecia que, sobre o cadáver ou um pedaço de roupa ouvia-se um grito agudo que perpassava a alma desesperada. É alguém dos visitantes reconhecendo o falecido ou encontrando sinal característico entre as vestimentas. Aqueles que perderam seus familiares e possuíam motivos para acreditar que estariam aqui, entre os cadáveres, com inverossímil dor inclinavam-se para reconhecer a face querida.

O quadro mais trágico produziam os cadáveres das mulheres, na maioria completamente despidas. Boas almas, ao menos depois da morte cobriam-nas com algum trapo velho. Freqüentemente alguém dos visitantes arrancava dentre a relva uma modesta flor campestre e colocavam-na no peito dessas torturadas e torturados, escavados da terra aos milhares. As pessoas ficavam sobre as sepulturas, silenciosamente diziam orações, secavam as lágrimas e, somente de tempo em tempo, de algum peito comprimido pelos espasmos da compaixão e dor, escapava da garganta uma assustadora blasfêmia ao carrasco.

RESULTADOS DAS ESCAVAÇÕES E INVESTIGAÇÕES

Os resultados das escavações e investigações, realizados com ativa participação e colaboração da população local e de outras regiões, inúmeras testemunhas, bem como especialistas profissionais médico-jurídicas, traçaram um quadro real e inacreditável do crime soviético de extermínio da nação. Os resultados finais das escavações e investigações reunidas em algumas publicações, sem dúvida falam por si mesmas. De acordo com elas, e de observações próprias oferecemos este resumo geral.

LUGARES DE ESCAVAÇÃO

Como já mencionado as sepulturas comuns em Vinnytsia foram encontradas em três lugares: no pomar de árvores frutíferas, no velho cemitério, e no assim chamado "Parque da cultura e repouso". As primeiras sepulturas que foram abertas situavam-se no pomar, no local chamado "Dolenka", no subúrbio de Vinnytsia, numa distância aproximadamente de duas milhas do centro da cidade, do lado direito, noroeste, da estrada de Liten. A superfície do pomar constituía de 60 x 1000 metros de terreno levemente acidentado, coberto de mato e velhas árvores frutíferas. Entre elas cresciam também novos arbustos. No inverno de 1937-1938 este local foi ocupado pela administração do GPU-NKVD, que cercou-o com estacas aproximadamente de 3 metros de altura e tornou-se assim completamente oculto dos que por ali passavam. Oficialmente foi dito que dentro daquela estacada realizavam-se exercícios militares e para satisfazer a vista até foi construído um fictício lugar de tiro.

Neste lugar, no canto sudoeste, foi encontrado um buraco com cal virgem. Depois, no inverno de 1942-1943 quando a população local retirou as tábuas da cerca, no pomar avistavam-se pequenas depressões. Vozes teimosas da população, seguidas do casual achado de alguns cadáveres conduziram para as escavações sistemáticas. Neste pomar foram abertas 34 covas e delas extraídos 5.644 cadáveres. Numa cova havia somente documentos, em outra sapatos e na terceira roupas. O tamanho das covas isoladas apresentava as seguintes medidas: 2,5m x 3m a 2,8m x 5m.
Somente em 7 covas a quantidade de cadáveres era menor de 100. Em 20 covas variava de 100 a 200, e a maior quantidade de cadáveres numa cova foi de 284.
Todas as covas eram cobertas com aproximadamente dois metros de terra, sob sepulturas aplainadas no nível do terreno.

Ainda durante as escavações neste local, com a indicação da população local, abriram também as covas em dois outros lugares, no velho cemitério e no "parque da cultura e descanso".
O velho cemitério, localizado do lado esquerdo da estrada de Liten, a mais ou menos 600m do centro da cidade, foi - como o pomar - em 1937-1938 cercado pela NKVD com altas estacas. Em alguns lugares ainda havia cerca viva da altura de uma pessoa. Por toda parte viam-se velhos túmulos que apresentavam depressões. Depois da limpeza do terreno e eliminação de arbustos surgiram as depressões de formatos quadrados com afundamento de 10-15cm.

Escavando esses lugares numa profundidade de dois metros, principalmente encontravam uma camada de roupas e sob elas os cadáveres. Aqui foram encontradas 42 sepulturas e delas extraídos 2.405 cadáveres. A quantidade de cadáveres em cada sepultura variava de 50 a 147. Somente em três casos eram menos. Vinte e seis túmulos foram possíveis reconhecer pelas depressões, todos os outros estavam aplainados no nível do terreno e alguns disfarçados em túmulos comuns. Casualmente uma sepultura coletiva foi encontrada sob o túmulo do anteriormente falecido e pomposamente enterrado comissário da NKVD. Estranho símbolo!
As sepulturas neste local eram menores que no pomar. Sua superfície ia de 1m x 2m a 2,5m x 4,5m. A profundidade também era menor - de 3m a 3,5m. A disposição das covas não apresentava a mesma ordem do primeiro local, e as próprias covas, devido a terreno arenoso, já não possuíam a forma reta do pomar.

Logo após a abertura das sepulturas coletivas no velho cemitério, elas também foram encontradas numa distância imediata, do outro lado da estrada de Liten, no "parque da cultura e descanso". Elas foram abertas segundo as informações do antigo guarda daquele parque. No parque cresciam muitos carvalhos e novos arbustos, mas o solo era coberto com grama. A parte nordeste vizinhava diretamente com a prisão da NKVD. Neste local, já com muita dificuldade podia-se reconhecer as depressões quadradas no solo. Explicava-se este fato que, com a organização do parque, aplainava-se o solo com freqüência. Numa parte do parque, ainda durante a guerra iniciaram o cultivo de verduras e hortaliças.
Neste local foram abertas 13 sepulturas coletivas, num total de 1.383 cadáveres. A quantidade de cadáveres em sepulturas isoladas contava de 33 a 144. Sobre duas sepulturas havia uma pracinha para danças e sobre outra um "gabinete de riso". Os verdugos providenciaram para que as pessoas dançassem e rissem sobre os cadáveres de seus compatriotas e familiares.
As sepulturas abertas neste parque correspondiam às menores sepulturas do pomar e sua superfície geralmente apresentava 2,5m x 3m. Como nos casos anteriores havia uma camada de terra de 2m e uma camada de roupas e sob esta última os cadáveres. A profundidade, em quase todos os casos era de três metros.

Continua.

Tradução: Oksana Kowaltschuk
Fotoformatação: A.Oliynik


Leia também:

HOLOKOST: O inferno na terra – 3ª Parte

HOLOKOST: O inferno na terra – 2ª Parte

HOLOKOST: O inferno na terra – 1ª Parte



quarta-feira, 22 de maio de 2013

YULIA TYMOSHENKO: Tribunal Europeu reconhece ilegalidade

Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana)
 
30.04.2013
Tribunal Europeu reconheceu a ilegalidade da prisão de Tymoshenko, mas não viu torturas.
Tribunal Europeu dos Direitos Humanos estabeleceu motivação política na prisão da ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko na "questão do gás", e violação de seus direitos em relação à prisão.
Ao mesmo tempo, segundo a maioria dos votos, o Tribunal Europeu considerou que não houve violação do Artigo 3 (proibição da tortura) da Convenção Européia dos Direitos Humanos.
 
02.05.2013
A decisão do Tribunal Europeu foi aguardada por quase dois anos. Sua queixa foi encaminhada em 10.08.2011. E, apesar de que a questão foi considerada prioritária pelo Tribunal Europeu, demorou. Um dos motivos é que a queixa era constantemente complementada. Acrescentavam-se à ilegalidade da detenção as más condições da prisão de Kyiv e da Colônia Kachanivska, falta de assistência médica adequada, transferência forçada para hospital, na qual, segundo Tymoshenko, ela recebeu machucaduras, e monitoramento eletrônico durante 24 horas.
 
10.05.2013
"Ukraina é um dos importantes países da Europa, mas ela deve passar por todo complicado caminho de integração européia. E Ukraina, obrigatoriamente deve cumprir a decisão do Tribunal Europeu quanto a Yulia Tymoshenko", disse o ministro checo.
 
10.05.2013
A Comissão de Helsinque acredita que a prisão da Tymoshenko é símbolo da violação de direitos humanos na Ukraina e instam às autoridades para libertá-la.
O presidente da Comissão, senador Benjamin Cardin declarou ao ministro das Relações do Exterior da Ukraina: "Congratulações ao recente perdão a Yurii Lutsenko e considero que é um bom primeiro passo. Esperamos que vocês cumprirão a promessa de realizar reformas judiciais e eleitorais. Esperamos, também, que a decisão do Tribunal Europeu sobre a violação dos direitos de Yulia Tymoshenko e sua prisão arbitrária tornem-se impulso para sua libertação".
O país que exerce a presidência da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa) deve demonstrar uma democracia forte. Se este país alcançar sucesso incentivará outros países para seguirem os compromissos da OSCE.
 
14.05.2013
As autoridades ukrainianas não libertarão Yulia Tymoshenko a pedido da UE, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros Leonid Kozhara em entrevista ao "The Telegraph" em 13 de maio, durante uma visita a Londres.
"Milhões de pessoas na Ukraina realmente acreditam que Tymoshenko foi condenada justamente," - disse Kozhara. "Ela causou grandes danos à nossa economia, ela violou a lei", - assegurou.
"Nós reconhecemos que o caso da Tymoshenko é um problema nas nossas relações com UE, mas estamos convencidos que uma questão não pode arruinar a nossa relação", - disse Kozhara.
 
14.05.2013
"Vocês todos sabem que a questão da justiça seletiva e prisão de Yulia Tymoshenko é pedra de tropeço no Acordo de Associação entre Ukraina e UE" - disse o embaixador da UE Ian Tombinskyi numa conferência de imprensa em Kyiv, na terça-feira.
"Não é correto esperar até o último momento para abordagem de questão tão sensível, como a prisão da Tymoshenko... A decisão deste assunto - nas mãos do governo ukrainiano, e não da UE", concluiu.
 
16.05.2013
Tymoshenko declarou sobre os delitos perpetrados pelos carcereiros. Ela nunca se recusou de comparecer ao julgamento da questão do assassinato de Yevhen Shcherban. A declaração correspondente ela apresentou em 15 de maio à Procuradoria da província de Kharkiv, Kyiv Pechersk Tribunal Distrital e chefe da Colônia Kachanivska Koplachikov I.M.
"Hoje (15 de maio) às 8 horas da manhã, eu ouvi dois representantes do Serviço Penitenciário do Estado da Ukraina, no 5º Canal de TV de que todos vocês não sabem se eu concordo ir ao Pechersk Tribunal Distrital de Kyiv para participar do interrogatório da testemunha Petró Kyrychenko "na questão de Yevhen Shcherban", - declarou Tymoshenko. 
"Informo-lhes que nenhuma vez recusei da minha condução às sessões do Tribunal aos interrogatórios de todas as testemunhas, pelo contrário - exigia em ultimato, por escrito, e em conversas com Kolpachikov para, sem falta, transportar-me a esses tribunais, apesar da difícil situação de minha saúde", - escreve ex-primeira-ministra.
"Informo a todos, que os representantes da administração da Colônia Kachanivska, liderados por Koplachikov, antes de cada sessão falsificavam minhas declarações afirmando minha recusa na participação em processos judiciais" - afirma Tymoshenko (Acompanhando as edições diárias da "Verdade Ukrainiana" testemunho que este jornal publicava as alegações de representantes da Colônia  do não desejo da Tymoshenko em comparecer às sessões, sempre desmentidas por ela, Tymoshenko, e seus advogados - OK).
 
20.05.2013
Tymoshenko viu na TV a declaração do chefe da Colônia Koplachikov que ele teria, por duas horas, tentando convencê-la para comparecer na sessão do Tribunal. Porém, neste dia, Koplachikov não compareceu à sua enfermaria. No dia seguinte ela recebeu a visita do promotor de supervisão Krasnolobov e investigador Yakutin que a informaram que, em resposta a sua declaração foi aberto processo criminal. 
"Na presença do promotor perguntei à minha colega de enfermaria se Koplachikov veio, ele ou seus subordinados, providenciar minha ida ao Tribunal. Ela respondeu claramente que não. Depois eu saí para reunião com meu defensor. Ao voltar, vi como o chefe da guarda, com grosseria e brutalidade falava com minha companheira da câmara, e ela chorava. Tenho certeza, que o processo de coerção da pessoa para dar falso testemunho, teve início", - concluiu Tymoshenko.
 
Além dos líderes da UE, presidentes de vários países europeus, EUA, líderes das igrejas ukrainianas, pessoas de destaque da sociedade ukrainiana, presidentes de organizações comunitárias, outros, dirigiram pedido ao governo ukrainiano para libertar Tymoshenko.
 
 
Tradução: Oksana Kowaltschuk

sábado, 18 de maio de 2013

LEVANTA-TE, UCRÂNIA!



"Levanta-te, Ukraina!" em Kyiv

Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), de 15 a 18.05.2013


No sábado, dia 18 de maio, em Kyiv foi realizada a manifestação "Levanta-te, Ukraina!" marcada desde o início dessas manifestações nas cidades ukrainianas.
Posteriormente, o Partido das Regiões também planejou uma marcha antifascista para a manhã do mesmo dia. Houve, ao menos, um mínimo de bom senso e, aos dois acontecimentos foram determinados locais e horários distintos.
Na manifestação da oposição discursaram os líderes e foi aceita a declaração dos três principais partidos da oposição: "Pátria", "Liberdade" e UDAR" - "Sobre coordenação de ações na luta contra o regime de Yanukovych". Mas o dia não passou sem briga entre "jovens desconhecidos" (provenientes da marcha antifascista) e apoiantes do Partido "Liberdade".

Medidas do governo para minimizar a manifestação em Kyiv:

15.05.2013 - Em resposta à declaração da deputada Iryna Herashchenko sobre a obrigação de funcionários públicos em participar na manifestação do Partido das Regiões, o primeiro-ministro encaminhou a queixa ao ministro da Educação Tabachnyk (a queixa era em relação às instituições educacionais). Este prometeu tomar providências e, por sua vez apelou à oposição para não recrutar estudantes mediante pagamento.

16.05.2013 - Aos alunos de pós-graduação da Universidade Nacional de Donetsk forçam para participar, por ordem do reitor, do comício antifascista, organizado pelo Partido das Regiões em Donetsk, no dia 17 de maio, escreveu o aluno de pós-graduação em História Valentyn Krasnoliorov, ativista do movimento social "Honesto", em sua página no Facebook. E no dia 16, alguns milhares de pessoas, principalmente estudantes, marcharam pelas principais ruas de Odessa. Na frente iam idosos com faixas "O fascismo não passará", e fecharam a procissão os ativistas da "Rodina (Pátria em russo). Símbolos principalmente do Partido das Regiões. Através do microfone expressavam sua atitude para com Mussolini, Hitler e Tiahnebok, condenando as atividades de todos os três. (Tiahnebok é um político ukrainiano, sem papas na língua, da oposição, e que somente a partir do ano passado adquiriu destaque nacional. Alguns de seus princípios ideológicos nacionalistas: proibir ideologia comunista; nova lei sobre a cidadania ukrainiana apenas para os nascidos no território ukrainiano ou ukrainianos étnicos, os que residem por mais de 10 anos e dominam o idioma ukrainiano e conhecem os principais fatos históricos; processo judicial público do comunismo; reconhecimento da ocupação da Ukraina pela Rússia bolchevista de 1918 a 1991; reconhecimento oficial com pedido de desculpas e compensação da Rússia pelo genocídio da nação ukrainiana; compensação da Rússia aos descendentes dos ukrainianos represados, etc.
Mas, ele tem feito declarações como a que segue, por ocasião da comemoração dedicada à memória de um dos líderes do Exército Insurgente Ukrainiano (UPA) Dmytro Kliachkivskyi ( apelido Klym Savur), em 17.07.2004: "Eles não tinham medo, como agora nós não devemos ter, eles pegaram uma pistola-metralhadora e foram às matas, eles preparavam-se e lutavam contra os moscovitas, contra os alemães, contra os judeus e outras imundícies, que queriam tirar de nós o nosso Estado ukrainiano... É necessário entregar Ukraina, finalmente, aos ukrainianos. Estes jovens e vocês, de cabelo branco, é a mistura, a qual teme a máfia moscovita e judia, que hoje governa Ukraina".
Oleh Tiahnebok é médico e advogado por formação. Casado e pai de três filhas. (pesquisa OK).
Em seguida os participantes da manifestação aprovaram por unanimidade a resolução "para Europa - sem fascismo." (para Europa - pela assinatura do Acordo de Associação: Ukraina - UE).
Em 16 de maio as manifestações antifascistas também ocorreram na Criméia; em 15 de maio em Chernihov e Vinnytsia e também em Zhytomyr.

17.05.2013 - Oleksandr Yefremov, líder do Partido das Regiões declarou quanto pagarão aos participantes da manifestação "Marcha antifascista", organizada por seu partido: "Nós pagamos aos nossos representantes a passagem de ônibus, e pagamos as diárias porque as pessoas têm que comer em algum lugar". Disse ele. (Tudo estaria certo, mas o fato é que os apoiantes da oposição que compraram a passagem e vinham com o transporte público ou se organizavam e pagavam o ônibus especial, ou foram proibidos ou desalojados dos meios de transporte, como é que ficam? - OK).

No Ministério do Interior juram, que não trarão forças internas para Kyiv. "Oficialmente informamos que da região de Vinnytsia realmente virão 200 soldados, mas isto não pode ser considerado como "reforço", porque recentemente, da guarnição de Kyiv tiveram alta 680 soldados recrutas, e os que vieram em seu lugar ainda participam de curso básico", diz um comunicado.

Resposta do Ministro do Interior Vitalii Zakharchenko à declaração de Volodymyr Bondarenko, deputado oposicionista, de que a oposição está recebendo dezenas de comunicados de diversas cidades da Ukraina, de que os órgãos de assuntos do interior deram ordem de bloquear quaisquer transporte que pode estar trazendo manifestantes a Kyiv, bem como não vender passagens de ônibus e trem: "Não há obstáculos para reunião pacífica de cidadãos, dos órgãos dos assuntos internos. Tal comando ninguém deu." "Se vocês tiverem alguma ocorrência, enviem tal informação para mim, pessoalmente. Eu a submeterei ao meu controle e organizarei sua verificação".

Não obstante, mais de 15 trens não puderam entrar em Kyiv, na véspera da manifestação da oposição. Ficaram parados.
O trem Donetsk-Kyiv pararam com a desculpa de haver num vagão objeto explosivo. Todos os passageiros foram evacuados.
Trinta ativistas e simpatizantes do partido "Liberdade" (Tiahnebok) foram retirados do trem Mariupol-Kyiv. Foram chamados pelo nome (sabiam até os nomes) e brutalmente jogados para fora.
O trem Sevastopol-Kyiv foi parado por 5 horas. Assim chegaria em Kyiv após a manifestação. Também não conseguiram chegar os ativistas de Melitopol, Zaporizhzhia e Dnipropetrovsk.
O trem Uzhgorod-Kyiv ficou parado no campo antes de Stryi. A desculpa era que havia explosivos escondidos na estação. 
Enquanto seguravam os trens a deputada Inna Bohoslovska, governista, disse na TV que a oposição faz acusações sobre os trens porque a oposição não conseguiu juntar pessoas para manifestação.
Yatseniuk lamentou que milhares de pessoas não conseguiram chegar a Kyiv devido a impedimentos do governo que parou trens, convenceu os proprietários de ônibus a não autorizarem viagens especiais, não deixou vender passagens populares nos trens e até retiraram do avião o representante da Criméia do "Medzhelis" da Criméia ("Medzhelis" - palavra que vem do árabe e significa: lugar de reunião, órgão análogo ao parlamento. Criméia é República Autônoma da Ukraina - OK).


FOTOS DA MANIFESTAÇÃO EM KYIV




 


 


 


Tradução: Oksana Kowaltschuk

segunda-feira, 13 de maio de 2013

HITLER, STALIN E A UCRÂNIA: ESTRATÉGIA CRUEL

Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana) 09.05.2013
Yurii Shapoval
 
Chocado com ofensiva nazista, Stalin estava pronto para propor paz a Hitler: Vyacheslav Molotov durante seu encontro com o embaixador búlgaro pediu-lhe apresentar a proposta em Berlim, para parar com as ações de combate. Neste caso, Stalin estava pronto para dar aos nazistas a Ukraina e a Bielorrússia.
 
"Bloodlands" - com este neologismo o historiador americano Timothy Snyder denominou as terras afetadas pelas ditaduras nazista e comunista. A "terras sangrentas" (exatamente assim traduziram para o ukrainiano o conceito de Snyder) ele, particularmente, incluiu Polônia e Ukraina.
 
Quando as pessoas falam da Ukraina, habitualmente, com acerto enfatizam, que o implacável turbilhão varreu a Ukraina - de oeste para leste e de leste a oeste.
 
Na Ukraina estavam envolvidas 60% das divisões da Wehrmacht, quase metade das unidades de combate dos Vermelhos/Exército Soviético, que infligiram uma série de ataques estratégicos aos alemães. E foi na Ukraina que abriu-se o caminho às tropas soviéticas para Europa Central e Balcãs.
 
Nos planos de conquista de Adolf Hitler Ukraina ocupava um lugar especial. Realmente, esses planos construíam-se considerando a captura da Ukraina, que devia se tornar uma parte importante da realização "Plano de Fome" (Der Hungerplan). Este plano previa subalimentação dos povos de territórios ocupados da URSS a fim de obter alimentos para o exército alemão e população da Alemanha.
 Em relação a Ukraina Hitler e Stalin atuavam com similitude.
 
Na estratégia de Stalin Ukraina esteve sempre presente. O ditador vermelho nunca esquecia a aspiração dos ukrainianos à independência, demonstrada em 1917-1920. Ele lutou ferozmente não apenas com os adversários explícitos dos bolcheviques. Entre a elite ukrainiana constantemente procurava "separatistas" e "reticentes-nacionalistas", expressava desconfiança em relação ao Partido Comunista da Ukraina, enfim aproveitou a complicada situação do início dos anos 1930 para submissão da Ukraina com o auxílio do Holodomor.
 
Condenada a encontrar-se entre duas potências totalitárias, Ukraina, durante a Segunda Guerra Mundial estava destinada sobreviver ao confronto de exércitos regulares, genocídios, deportações, mobilizações, deportações para trabalhos forçados na Alemanha, colisões de guerrilheiros e movimentos clandestinos e muitos outros acontecimentos, que verdadeiramente fizeram o solo ukrainiano sangrento.
 
Isto foi claramente demonstrado pelos acontecimentos ainda antes da II Guerra Mundial. Em 15.03.1939 o exército húngaro (Hungria era aliada de Hitler) invadiu os Cárpatos ukrainianos, que recentemente proclamaram sua independência. Ao preço de sangue e vítimas o Transcarpathia foi anexado a Hungria.
 
A luta da Sich (Sich, no tempo dos cossacos era o centro militar e administrativo de Zaporizhzha - daí o nome - OK) dos Cárpatos foi a primeira resistência militar, embora não contra Hitler diretamente, mas contra o seu satélite. Em troca Stalin mostrou publicamente sua simpatia para com Hitler.
 
Ainda em 10 de março de 1939, no XVIII Congresso do PCUS(b) Stalin ironizava sobre Ukraina dos Cárpatos dizendo que "inseto que quer agregar a si um elefante." - E ainda, neste discurso, Stalin disse que a Grã-Bretanha, França e EUA estavam muito interessados para que Hitler declarasse guerra contra URSS.
 

O pacto de Hitler e Stalin foi assinado em 23.09.1939 em Moscou. Stalin sorri sinceramente na companhia de ministros, do Exterior da Alemanha - Ribbentrop (esquerda) e da URSS - Molotov (direita).
 
Em 22 .08.1939 em um discurso perante os comandantes de todas as forças armadas da Alemanha, Hitler disse: "Desde outono de 1938, decidi ir com Stalin... Stalin e eu - os únicos que olham apenas para o futuro. Assim eu, nos próximos dias na fronteira germano-soviética estenderei a mão a Stalin e com ele começaremos a nova divisão do mundo..."
 
E assim aconteceu em 23.08.1939. Neste dia assinaram o pacto "Hitler - Stalin (o qual até hoje, por algum motivo ainda é chamado "Pacto Molotov - Ribbentrop"). Ditadores dividiam a Europa e cada um tinha os seus próprios cálculos. No entanto, em seus planos não havia lugar para Ukraina independente.
 
Conversas amigáveis. Oficiais do Exército Vermelho e da Wehrmacht durante a campanha de setembro de 1939.
 
Uma anotação característica fez em seu diário no outono de 1939, o famoso escritor alemão Heinrich Mann:  Stalin - igual a Hitler, ele por muitos anos depreciava Hitler e seu país, embora provavelmente, o invejava. Um traidor construiu toda sua carreira no antibolchevismo. De repente, ele dá uma volta, e aqui outro igual traidor dá-lhe um abraço? Eles encontraram um ao outro para levantar-se contra o mundo civilizado. Finalmente os dois juntos".
 
Em 17.09.1939 a União Soviética entrou na Segunda Guerra Mundial. Tropas da Frente Ukrainiana entraram no território Ocidental da Ukraina e Ocidente da Bielorrússia.
 
Em 22 de setembro o Exército Vermelho estava em Lviv, e em 27 de setembro os nazistas ocuparam Varsóvia.
 
Nikita Krushchev, o então líder partidário da URSS, lembrava o cuidado dos alemães e russos na realização dos acordos anteriores e passavam por linhas divisórias anteriormente estipuladas de territórios ocupados. Sabe-se, que realizavam-se desfiles comuns de militares Nazi-Soviéticos. Tornaram-se disponíveis alguns fatos de cooperação Gestapo e NKVD, embora esta questão, até agora não recebeu cobertura elucidativa.
 
Desfile conjunto em Brest, 22 de setembro de 1939.
 
Setembro de 1939 - propaganda stalinista apresentava como "campanha de libertação" do Exército Vermelho, "setembro de ouro" e para Ukraina Ocidental, como "associação fraternal". Esses clichês repetem às vezes na Ukraina de hoje (principalmente os comunistas), especialmente na Rússia.
 
Mas será que é possível em tais categorias avaliar o conluio de duas tiranias? Tiranias que dividiram entre si as esferas de influência do Báltico ao Mar Negro, da Finlândia a Bessarábia, em particular planejaram destruir o Estado polonês.
 
Não convém dissimular. URSS entrou na Segunda Guerra Mundial ao lado dos nazistas, e já depois, em junho de 1941, a um preço verdadeiramente terrível foi necessário liquidar as contas e "corrigir" as falhas da diplomacia secreta de Stalin.
 
Não houve nenhuma "associação fraternal". Como evidenciam nos últimos anos os documentos descobertos, tratava-se em estabelecer nas terras ocidentais ukrainianas a ditadura comunista, criação de estruturas administrativas adequadas e destruição da anterior administração polonesa (e seus representantes), e destruição sequencial de organizações nacionais ukrainianas e inteligência ukrainiana (a priori para Moscou "nacionalista").
 
Forças - tarefa de grupos da NKVD e guardas-fronteira (no início de outubro de 1939 contavam-se na frente da Bielorrússia aproximadamente 90 mil, e na frente ukrainiana aproximadamente 105 mil pessoas) realizavam prisões totais.
 
Soldados soviéticos e alemães. Lviv, setembro de 1939.
 
Como resultado de acordos com os nazistas URSS apossou-se de parte considerável do território e população do então Estado polonês.
 
Do ponto de vista do direito internacional isto foi declarada agressão que violava uma série de acordos internacionais. Não foi "áureo", mas castanho-cor de sangue para Ukraina foi setembro de 1939.
 
"Setembro áureo". Cartaz soviético apresenta os acontecimentos de outono de 1939, como libertação de terras ukrainianas da ocupação polonesa.
 
É por isso que os patriotas poloneses e patriotas ukrainianos tornaram-se vítimas do "áureo setembro". Já em dezembro de 1939 começaram os preparativos para a deportação da população das províncias ocidentais ukrainianas e bielorrussas para regiões remotas da URSS.
 
Os primeiros habitantes foram deportados em 1940, juntamente com as famílias de militares, colonos e silvicultores poloneses. A segunda deportação em abril de 1940 foi principalmente de famílias repressadas. Terceira e quarta em junho de 1940 e abril-maio de 1941 - na maioria de refugiados.
 
No total foram deportadas cerca de 320 mil pessoas. Até presente data não foi estimado o número de mortes em transportes, prisões, campos e execuções com base em diversas sentenças.
 
Além disso, após o início da guerra nazi-soviética, em 1941 foram executados milhares de prisioneiros de guerra (Sobre o extermínio de prisioneiros diversos artigos já foram publicados neste blog - OK).
 
O mais famoso crime de guerra soviético durante a Segunda Guerra Mundial foi Katyn - fuzilamento de militares poloneses, prisioneiros de guerra, perto de Smolensk, Kharkiv, Kyiv e Kalinin. Na foto - exumação alemã na primavera de 1943.
 
Por exemplo, com o início da guerra nazi-soviética em 1941 em Bykivnia, próximo a Kyiv, NKVD executou um grande número de prisioneiros ukrainianos e poloneses. Os sinais desses crimes foram cuidadosamente escondidos.
 
Na véspera da guerra germano-soviética Polônia e Ukraina foram divididas entre dois ditadores. Parte das terras, às quais em 1940 Stalin ainda acrescentou a retomada da Romênia, Moldávia e Bessarábia com população ukrainiana, e incorporou-a à URSS. As terras limítrofes ocidentais do território etnográfico ukrainiano foram subjugadas diretamente ao Terceiro Reich ou aos seus subordinados Berlim, Romênia e Hungria.
 
Não tendo seu próprio Estado independente, os ukrainianos tiveram que cumprir obrigações cívicas dos países, cidadãos dos quais eles eram. Para maioria dos ukrainianos isto significava servir nas fileiras das forças armadas soviéticas, e o restante - nos exércitos alemão, romeno ou húngaro.
 
22.06.1941 pôs fim no acordo criminoso de Hitler e Stalin, mas não na provação dos ukrainianos. Com o início da guerra começou a implantação de atividades de mobilização. Recursos da Ukraina exportavam-se para o Oriente da URSS e regiões da Ásia Central.
 
Para lá foram evacuados 3,5 milhões de cidadãos da Ukraina. Para o leste levaram equipamentos de 550 maiores empresas industriais ukrainianas, e o restante os alemães saquearam.
 
Lviv, junho de 1941. Os moradores locais saúdam as tropas alemãs. Foto do arquivo nacional polonês.
 
Com o avanço das tropas alemãs o PCUS(b) e o governo soviético deram instruções aos governos locais e organizações partidárias para destruir tudo o que não conseguiram evacuar: instalações das empresas, fábricas, máquinas agrícolas das fazendas coletivas, ferramentas, queima de cereais, vegetação agrícola. Isto constou na diretiva dos Comissários do Povo da URSS e do PCUS(b) em 29 de junho de 1941, em discurso de Stalin pelo rádio em 3 de junho de 1941, em um decreto especial da Comissão de Defesa do Estado de 22 de julho de 1941, e em outros documentos. Como é de conhecimento, eles falaram sobre a criação da zona de "terra arrasada".
 
E mais um "libertador" das terras ukrainianas. Cartaz alemão de 1941.
 
Na antiga URSS permitia-se mencionar de que ao inimigo nada deixaram. No entanto não se podia lembrar os crimes do regime comunista, incorridos na realização (e pode ser diferente em qualquer totalitarismo?!) da política de Stalin da "terra arrasada", quando o regime comunista fugia para o leste.
 
Por exemplo, não foram os nazistas, mas as autoridades comunistas em evacuação, no Zaporizhzhia, que explodiram Dniprohes. E sobre isso nada sabia a população civil, e nem mesmo as parcelas militares de escalões inferiores.
 
Dniprohes. Zaporizhzhia, 1941.
 
Em Dnipropetrovsk explodiram fábrica de pão com os trabalhadores. Em Odessa inundaram bairros inteiros com moradores, e soldados vermelhos (note bem, seus compatriotas! - OK) feridos jogaram ao mar, juntamente com as ambulâncias. De Kharkiv retiraram representantes intelectuais - para queimá-los em prédio fechado. Em Uman torturam pessoas vivas num porão.
Tais exemplos podem ser multiplicados. E tudo isso faziam não os nazistas, mas os comunistas durante a retirada, ou melhor, durante a fuga perante o inimigo. Às vezes as pessoas se opunham a esta política de "terra arrasada". Por exemplo, os aldeões tentavam interromper a destruição da propriedade coletiva, instalações, alimentos, animais, etc.
 
Em Lviv e outras cidades da Ukraina Ocidental NKVD, sem julgamento, fuzilou vários milhares de presos políticos. Os nazistas aproveitaram este fato para provocar destruição de judeus no início de julho de 1941. Lviv, pátio da prisão Nº 1, 1941. Arquivo da TSDVR (Organização científica independente para estudar os aspectos da libertação da Ukraina).
 
Eis porque pode-se escrever com racionalidade e utilidade não apenas os crimes do regime comunista contra os seus próprios cidadãos. As pessoas que sobreviveram a esta catástrofe, sabiam, que a nação ukrainiana sofreu de ambos sistemas totalitários, tanto do nazismo quanto do comunismo.
 
Outro crime da URSS foi denunciado pelos nazistas em Vinnytsia, e... usado para justificar o Holocausto. O cartaz alemão tem conotações anti-semitas.
 
No território ukrainiano os nazistas realizavam essencialmente dois Holocaustos - o extermínio total dos judeus (mataram mais de 1 (um) milhão e Babi Yar em Kyiv tornou-se o símbolo da tragédia dos judeus na Ukraina, como também o extermínio dos eslavos - ukrainianos, russos, poloneses, bielorrussos.
 
Kyiv, Babi Yar. Soldados alemães procuram objetos de valor nos corpos dos fuzilados judeus. Foto de Johannes Gole. Início de outubro de 1941.
 
Uma enorme "fábrica de morte" devia tornar-se a planejada pelos nazistas construção de Totenburh nas margens do rio Dnieper perto de Kyiv. Menores em espaço físico, tais "complexos" os nazistas construíram em toda Ukraina. Muitos ukrainianos foram enviados a campos de concentração fora da Ukraina.
 
Em uma rua de Stalino (Donetsk-ua) vem um judeu com braçadeira na manga, 1941.
 
A guerra que começou na União Soviética chamaram de "Grande Guerra Patriótica". Já em 22 de junho de 1941 o acadêmico stalinista Omelian Yaroslavskyi escreveu um artigo que, já no dia seguinte foi publicado no "Pravda", sob o título de "Grande Guerra Patriótica do povo soviético". Originalmente as três palavras foram escritas com letras minúsculas. Posteriormente introduziram letra maiúscula para a palavra "Patriótica". No final da guerra começaram escrever com letra maiúscula também as duas primeiras. No entanto, após 22 de junho começaram as dúvidas sobre a palavra "patriótica" em relação a guerra, entusiasmo legendário e à passividade da população na questão da defesa "pátria socialista", revelaram uma profunda divisão da sociedade em pelo menos três grupos:
 
- Aqueles que, por várias razões (inclusive em virtude de crenças) lutaram no Exército Vermelho;
 
- Aqueles que não queriam o retorno dos comunistas e abertamente se posicionaram contra;
 
- E a maioria silenciosa, que estava pronta/forçada a adaptar-se a diferentes regimes.
 
Monumento a Stalin e Lenin em Artemivsk (Donetsk-ua).
 
A falta de confiança dos comunistas em seus próprios cidadãos confirma-se com muitos fatos. Por exemplo, para evitar que fossem ouvidas informações sobre ações nas frentes de batalhas de fontes não controladas pelo governo conduziam-se requisições de receptores de rádio, da população próximas das frentes de batalha. E no mundo foi criado o Bureau Informativo Soviético".
 
Ninguém outro, senão o próprio Stalin em seu famoso brinde em 25.06.1945, disse: "Nosso governo cometeu muitos erros. Tivemos momentos de situação desesperada em 1941-1942, quando nosso exército recuava... Outra nação poderia ter dito ao governo: Vocês não corresponderam às nossas expectativas, vão embora, nós colocaremos outro governo, o qual acordará a paz com Alemanha e garantirá nossa tranqüilidade".
 
Moradores de Kharkiv observam cartazes alemães.
 
O que fazia naquele sangrento junho o "pai das nações", ainda têm de investigar, apesar de que hoje, muito do que parece inverossimil já sabemos. Por exemplo, confirmado que chocado com o ataque nazista, Stalin estava pronto para propor a Hitler uma nova variante de paz de Brest: Vyacheslav Molotov durante seu encontro como embaixador búlgaro pediu-lhe para propor a Berlim parar as ações de luta. Em vez disso, Stalin estava pronto para dar aos nazistas a Ukraina e a Bielorrussia. Mas, no momento, dados os sucessos militares, Hitler rejeitou estas propostas.
 
Cartaz da propaganda alemã, 1941 (dentro do cartaz: assassino e incendiário Stalin perdeu-se. No cartaz menor: Programa do ávido de sangue Stalin!)
 
A sociedade soviética estava esterilizada e comportada, mas, uma parte considerável esperava a chegada dos alemães, na esperança de se livrar da tirania bolchevique. Como lembrava Demian Korotchenko (não um propagandista, mas secretário do Partido Comunista da Ukraina), nos primeiros dias da guerra, "a grande maioria da população civil da Ukraina não queria continuar a luta contra os alemães, mas tentava por vários meios ajustar-se ao regime de ocupação".
 
Cartaz de propaganda soviética, 1941 (o escrito dentro da foto: rosto do hitlerismo).
 
Isto é, a guerra dividiu a sociedade. No entanto, houveram forças que entendiam, nem Berlim, nem Kremlin darão liberdade a Ukraina. E tendo isto em vista, este princípio exige uma interpretação diferente do fato, de que em 30 de junho de 1941, no dia da ocupação nazista de Lviv, os ativistas da OUN (Organização dos Nacionalistas Ukrainianos), sob a liderança de Stepan Bandera anunciaram a renovação do Conselho regional do Estado da Ukraina (governo local, liderado por Yaroslav Stetsko), sem informar sobre isso os alemães.
 
Isto não foi uma ação colaboracionista de ukrainianos - do governo, mas um reflexo da situação existente na sociedade. (Uma boa parte dos ukrainianos do oeste e também os que são pró Rússia em geral, acusam os demais ukrainianos desse tal colaboracionismo, quando o que houve foi somente o desejo de conseguir a independência. Colaboracionistas são os que até hoje procuram aliar-se a Moscou. - OK) Agora voltemos mais uma vez às palavras de Stalin pronunciadas em 25,06,1945. Então: "Outra nação poderia ter dito ao governo: vocês não corresponderam à nossas expectativas, vão embora... No entanto o povo russo não foi por este caminho... e essa confiança do povo russo ao governo soviético revelou-se aquela força decisiva, que garantiu uma vitória histórica sobre o inimigo da humanidade, - sobre o fascismo. Obrigado a ele, ao povo russo, por essa confiança!"
 
"Obrigado, ao povo russo, por essa confiança!" (Dentro da foto: Amado Stalin - Felicidade da Nação!)
 
A escala de perdas durante a guerra é a seguinte: a perda na URSS compõe 40% do total das perdas causadas a todos os participantes. Na Ukraina, as perdas alcançaram 40% das perdas totais da URSS. Em 1940 Kyiv tinha 930 mil moradores, em 1943 - 180 mil.
 
Ao todo, de acordo com atuais estimativas, URSS em 1941-1945 perdeu 32 milhões de pessoas. Elas eram, como contavam nos tempos soviéticos, "filhos de diversas nações".
 
Os dados oficiais de perdas da Ukraina são de 10 milhões de pessoas. Mas Kremlin enfatizava (como, aliás, agora Rússia também enfatiza) apenas o papel da nação russa.
 
Lutas de rua em Kharkiv, fevereiro de 1943.
 
Isto não profetiza nada de bom a outras nações e, bem entendido, aos ukrainianos, aos quais o Partido Comunista não confiava porque estiveram sob ocupação alemã. Então o regime stalinista usava vários sistemas de punição. Indicativo era o destino dos ukrainianos, aos quais chamavam "chornosvytkamy". (Chorno - preto; svytka é uma espécie de jaqueta comprida usada antigamente pelos aldeões pobres, cujo tecido era de fabricação caseira, de cor acinzentada), porquanto eles lutavam em roupas caseiras, sem nenhum preparo militar. No outono de 1943 o poeta e diretor de cinema Oleksandr Dovzhenko escreveu em seu diário."Contam, que na Ukraina começam a preparar para mobilização jovens de 16 anos, que às batalhas os conduzem mal treinados, que os consideram "shtrafnyky" (militar da unidade disciplinar -OK), ninguém se importa com eles".
 
De fato, em 1943, surgiu uma diretiva especial, que exigia maior utilização de elementos para aumento dos exércitos, como mobilização ao serviço militar das anteriormente ocupadas áreas. Foram implantados, literalmente, desde os primeiros dias do retorno do regime comunista na terra ukrainiana as medidas de mobilização extensa.
 
De acordo com os especialistas, nos anos 1943 - 1945 na Ukraina ao exército soviético foram mobilizados 3 milhões de pessoas.
 
Pátria-mãe. Cartaz soviético de 1943. (Dentro do cartaz: Soldado, responsável pelo triunfo da Pátria!)
 
Em 1944 cada terceiro soldado era ukrainiano. Nos exércitos 1-4 das frentes ukrainianas, principalmente nas unidades de infantaria e formações, os ukrainianos eram 60-80%.
 
No entanto, a estratégia militar anti-humana de Stalin, que não se preocupava com as vítimas, levou a grandes perdas da população masculina na Ukraina. Não menos de um terço dos mobilizados da República Socialista Soviética da Ukraina morreram neste período. O vácuo etno-demográfico de pós-guerra na Ukraina preenchia-se com pessoas de outras regiões da União Soviética (Deve ser também por isso que muitos da população atual não se esforçam pela construção de uma nação ukrainiana, eles não possuem origens ukrainianas - OK).
 
Interessante que durante a guerra o regime stalinista flertava com os sentimentos nacionais da Ukraina para estimular o seu patriotismo. Entre todas as repúblicas da URSS só a República Socialista Soviética da Ukraina permitiram ter "sua" ordem (condecoração). Trata-se da ordem de Bohdan Khmelnytskyi, introduzida em 10.10.1943, pelo decreto do Soviete Supremo.
 
Lembro também, que os participantes de ações de combate em 1941-1945 receberam 7 milhões de ordens e medalhas. Destes, 2,5 milhões couberam aos nativos da Ukraina. A participação dos ukrainianos entre os heróis da União Soviética representou 18,2% (russos - 71%, bielorrussos 3,3% e representantes de outras nacionalidades - 7,4%).
 
Finalmente, não se esqueça que foi o ukrainiano, literalmente, que pôs fim à Segunda Grande guerra. Foi um jovem general de nacionalidade ukrainiana Kuzma Derevianko, que em 02.09.1945, em nome de União Soviética assinou a bordo do cruzador "Missouri" a rendição do Japão.
 
General Kuzma Derevianenko assina o ato de capitulação do Japão.
 
No entanto, Stalin até seus últimos dias prosseguia sua estratégia antiukrainiana, não confiava nos ukrainianos, sancionava periodicamente campanhas "antinacionalistas". Por exemplo, ainda em janeiro de 1944 em uma reunião do Politburo do PCUS(b) Stalin, pessoalmente discursou: Sobre erros antileninistas e distorções no filme de Oleksandr Dovzhenko "Ukraina no fogo". O texto do filme não apenas criticaram  mas declararam antissoviético, expressão viva do "nacionalismo, estreiteza e limitação nacional". Foi um sinal claro para a próxima, em grande escala, campanha antiukrainiana cujo formato tornar-se-ia visível nos anos pós guerra.
 
Considerando isto, e também outras ações repressivas, dá base para rever um dos pilares de princípios comunistas - sobre a libertação da Ukraina. Em 1944 tal libertação não ocorreu, mas houve a expulsão dos nazistas da Ukraina.
 
Mas, guerra após guerra, que o regime stalinista desencadeou desde as terras ocidentais da Ukraina e levou até meados dos anos 1950 - um dos argumentos mais convincentes em favor de tal definição. Entretanto há muitos outros.
Um deles, particularmente indica o ex-comunista iugoslavo Milovan Djilas em seu livro "Conversas de Stalin". Ele recorda, como participante da delegação da Iugoslávia em 1945, voltando de Moscou passou por Kyiv. Djilas escreve sobre Nikita Krushchev, um russo, que liderava Ukraina desde 1938.
 
"Isso foi incomum até para nós, os comunistas, que poderíamos justificar tudo o que pode desacreditar a imagem ideal de nós mesmos, que entre os ukrainianos, nação tão numerosa quanto a francesa..., não se encontrou uma única pessoa competente para desempenhar o cargo de primeiro-ministro do governo".
 
Nikita Krushchev conforta uma mulher na rua de Kyiv libertado em novembro de 1943.
 
Em seguida Djilas diz que não se pode explicar o sangrento conflito no oeste da Ukraina somente com teimosia do nacionalismo ukrainiano, porque surge a pergunta de onde vem esse nacionalismo se todos os povos da URSS são realmente iguais?
 
Mas, na verdade, a acusação dos ukrainianos no "nacionalismo" tem um significado mais amplo que, às vezes, pensam. Não apenas Stalin, também Hitler usava com sucesso essas acusações para destruir a própria idéia sobre a realidade ukrainiana como um Estado verdadeiramente independente.5
 
Soldados soviéticos conduzem prisioneiros de guerra alemães pelas ruas de Kyiv. Agosto de 1944.
 
Como observa Timothy Snyder, o qual eu mencionei no início, a dinâmica da destruição em massa, no caso da União Soviética e Alemanha nazista foi causada pelo fato de que ambos os regimes baseavam-se em utopias ideológicas, orientadas para um curso imperial-político.
 
Agora o momento é diferente. É tempo de interpretar o passado, especialmente o período da II Grande Guerra Mundial, não esquecendo o que aconteceu na União Soviética depois de agosto de 1991.

 

 

Tradução: Oksana Kowaltschuk

Fotoformatação: A.Oliynik