sábado, 27 de abril de 2013

LEVANTA-TE UKRAINA !

Kharkiv, 12 de abril de 2013
Do blog de Arsen Avakov
Mais de 10 mil moradores de Kharkiv. Três dezenas de deputados. Yatseniuk, Klychko e Tiahnebok sobre um micro-ônibus. Uma só emoção: Sim, não é mais possível este governo, está na hora de trocá-lo.
Kharkiv - Vista parcial

 
Eles tem medo! Tem tanto medo que atravessaram com cerca de metal a principal avenida.  Na cidade de 1,5 milhão de habitantes, bloquearam com ônibus e bondes duas praças, dispensaram os alunos das aulas e os reuniram numa terceira praça, removeram dezenas de veículos de emergência de serviços comunais: gás, luz, água e esgoto. Paralisaram o trabalho dos bombeiros e ambulâncias. Centenas de milhares de pessoas foram condenadas a um longo caminho a pé pela cidade.
Não poupar ninguém. Por qualquer preço impedir a reunião de pessoas para ouvir ou dizer a verdade. Verdade a todos os moradores de Kharkiv sobre as autoridades criminais.
Mas eles não conseguiram. Kharkiv participou dos protestos. Kharkiv disse a sua palavra. Kharkiv não se intimidou.
 
Poltava, 13  de abril de 2013
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 13.04.2013
A manifestação ocorreu nas principais ruas de Poltava culminando na Praça do Teatro. Os "slogan": "Pela Ukraina, pelo seu destino, pela honra e liberdade, pela nação!"  "Liberdade para Ukraina! Liberdade para Yulia!" "Por uma aposentadoria digna!", "Pelo salário justo! Pelo trabalho para todos!".
O prefeito de Poltava, a exemplo de Kharkiv também fechou algumas ruas com os meios de transporte público.
 
 
Tradução: Oksana Kowaltschuk

sexta-feira, 26 de abril de 2013

PUTIN NÃO TEM ALIADOS NA EUROPA

Tyzhden (Semana), 12.04.2013

The Economist

No passado, uma aliada da Rússia, a Alemanha hoje é o sua maior crítica.

 "A linguagem corporal denunciou Vladimir Putin. Durante uma entrevista na televisão alemã ele não se parecia com a sua construída personalidade. Irritava-se com tudo - sorriso do jornalista, pergunta sobre repressões contra a sociedade civil, fone de ouvido, até sua própria equipe que não encontrou suficientemente rápido um documento.

Ele, realmente tem razões para preocupações. Alemanha - maior parceiro comercial da Europa e antes aliado político, transformou-se em grande crítico. É possível que até riu com o protesto das moças seminuas (grupo Femen - moças ukrainianas que realizam seus protestos nuas da cintura para cima. - OK) que perturbaram sua visita a Alemanha  mas, antes de tudo, ficou chocado com o ataque de Ângela Merkel ao Kremlin quanto a inspeção inesperada, que teve lugar em organizações públicas, incluindo dois fundos alemães", - conforme a publicação.

"Putin não tem mais verdadeiros aliados na Europa" - considera o presidente do Centro de Estudos Estratégicos Mikhail Dmitriev.

"Kremlin esperava que sua política antiamericana não terá nenhum efeito sobre Europa, onde políticos e empresários são fracos, ávidos e desesperados pela necessidade do gás, para se opor a Putin. Mas Merkel mostrou que a paciência européia tem limites. Além disso, o fato da Rússia ser fonte de gás natural para Europa foi prejudicado pela proliferação de gás de xisto... O último acordo sobre a salvação de Chipre sublinhou a inaptidão da Rússia em influenciar decisões que tocam em seus interesses financeiros"  escreveu The Economist.


Tradução: Oksana Kowaltschuk

quinta-feira, 25 de abril de 2013

YURII LUTSENKO PASSA POR NOVA CIRURGIA

Yurii Lutsenko 

Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 16.04.2013

Os médicos da Clínica "Oberih" conduziram com sucesso a segunda cirurgia do ex-ministro Yurrii Lutsenko agendada para 16 de abril. 

Ele falou ao telefone com o repórteres: "comigo tudo bem e pode transmitir, para que os inimigos saibam, eu estou novamente em forma".

18.04.2013

O governo polonês convidou Yurii Lutsenko para continuar o tratamento na Polônia. Isso foi dito em entrevista ao jornal "Wprost" pelo ex-presidente da Polônia Oleksandr Kwasniewski, que encabeça a missão do Parlamento Europeu quanto aos processos judiciais contra os políticos ukrainianos.

"Quanto a Yurii Lutsenko, há muitas indicações de tratamento médico que ele precisa, e o governo polonês convida Lutsenko para continuar o tratamento e a reabilitação na Polônia" - disse Kwasniewski.

21.04.2013

Lutsenko tratará o ouvido na Polônia e o fígado na Áustria. Ele recebeu permissão do sistema penitenciário para viajar.

Segundo sua esposa, a Clínica de Otorrinolaringologia em Varsóvia realiza, principalmente, o tratamento cirúrgico das doenças do ouvido: inflamação crônica e cirurgias para melhorar a audição. A clínica também trata o câncer, alterações pós-traumáticas, outros.

A esposa Iryna relatou que durante uma transfusão de sangue na prisão Lutsenko foi infectado com o vírus da hepatite B, e no ano passado ele perdeu um terço do fígado. "A fim de tratar o fígado e encontrar drogas eficazes contra hepatite TTV são necessários profissionais altamente qualificados, laboratórios sofisticados e condições para  tratamento. Tudo isso tem na Áustria. Clínica com este perfil, em Viena, até nos mandou um convite. Então, depois da cirurgia na Polônia a família Lutsenko planeja viajar para Viena. (Há alguns anos um dos filhos de Lutsenko fez tratamento em Viena).

Enquanto Lutsenko não viaja, ele promove diversos encontros com a comunidade de intelectuais ukrainianos para que seja desenvolvido um novo programa para Ukraina. Segundo ele: "A oposição tem poder suficiente para concluir de forma independente a campanha preparatória para 2015". Ele comparou a ação "Levanta-te Ukraina!" com a ação "Ukraina sem Kuchma", (Revolução Laranja - 2004 - OK). A ação deve levar as pessoas ao entendimento que manifestar-se é possível, útil e necessário. Mas, ele ressaltou, que além dos militantes partidários devem ser incluídos os cidadãos comuns, sem partido. "É necessário que os cidadãos estejam interessados no processo, e eles não estão interessados em quem será o presidente, eles querem saber o que acontecerá como o trabalhador, a assistência médica...", explicou Lutsenko. 

Antes de viajar para o tratamento Lutsenko ainda se reunirá com os ativistas da comunidade que elaborarão o plano para "Terceira república". Taras Wozniak será o organizador do plano. "Em primeiro lugar não deve constar o nome do futuro candidato à presidência, mas o programa de desenvolvimento do país", - concluiu Lutsenko.


Tradução: Oksana Kowaltschuk
 

 

quarta-feira, 24 de abril de 2013

UNIÃO ADUANEIRA

Encanto mítico da União Aduaneira. Nenhum de seus membros recebeu benefício tangível
Tyzhden (Semana), 29.03.2013
Andrii Kovalenko
A União Aduaneira gera importantes problemas econômicos, não apenas para seus membros "minoritários" - Cazaquistão e Bielorrússia, mas também para o principal "acionista" - Rússia.

 

Recentemente, o tema da adesão da Ukraina à União Aduaneira começaram mais ativamente "pedalar" os agentes políticos internos que, de um ou outro modo associam-se com Kremlin. Primeiramente trata-se sobre  "Escolha ukrainiana" de Viktor Medvedchuk(¹) que parece, chegou à fase final da "inculcação sob soleira" (fazer a cabeça) aos ukrainianos, amplamente colocando cartazes de publicidade e caixas de luz com muito direta narrativa "União alfandegaria - ao mesmo tempo a prosperidade e sucesso (anteriormente fixava-se temas de "governo próprio do país" através do "todo ukrainiano referendo").

No entanto, o senhor Medvedchuk já foi ultrapassado pelos comunistas(ukrainianos), os quais com o pronunciamento do deputado Oleksandr Holub, que revelou a intenção de, no início da primavera iniciar a preparação de um plebiscito sobre o ingresso à União Aduaneira. Então parece que começa uma outra campanha de poderosa publicidade informativa, destinada a convencer os ukrainianos em seu "sucesso", que de repente será conseguido em resultado da integração com União Aduaneira. Embora as realidades econômicas atuais dos participantes da União Aduaneira - Cazaquistão, Bielorrussia e Rússia - testemunham o contrário.
 


 Cazaquistão: "longe de Moscou?"
 
Durante os três anos de permanência na União Aduaneira a economia e a população deste país da Ásia Central confrontaram-se  com não pognosticadas anteriormente realidades negativas. E, de acordo com especialistas, Cazaquistão convincentemente perde posições nas relações com parceiros estrangeiros até com os da União Aduaneira. Se em 2011 o saldo negativo com os parceiros da UA totalizou 3,4 bilhões de USD, então no primeiro semestre do ano passado chegou a 4,7 bilhões de USD.

Com isso,o volume comercial com os parceiros da UA diminuiu 4%. Os apologistas da UA posicionam algumas cifras de crescimento cazaque como "progresso da associação". No entanto, de acordo com Gennady Shestakov, presidente da Associação dos despachantes aduaneiros de Cazaquistão, isto se explica, exclusivamente, com o aumento das tarifas aduaneiras externas. O que, por sua vez levou a um aumento significativo nos preços do varejo de muitos grupos de mercadorias no comércio interno. Assim, em 2009 (antes da adesão à UA) a taxa alfandegária média no Cazaquistão foi de pouco mais de 5% (a próposito, a norma da OMC exige que esta cifra não ultrapasse 7%), na FR - 18%, na Bielorrússia - 12%. Hoje todos os países "cresceram", de fato ao índice russo - 16%. Com o que no Cazaqistão a taxa alfandegaria sobre algns produtos triplicou - quadruplicou, e para os automóveis - em várias vezes.

Esta tendência foi especialmente atingida pelos fabricantes de Cazaquistão, onde as mercadorias são produzidas de matérias-primas importadas e utilização de equipamento e tecnologia também importados. Chegou ao ponto do absurdo: por exemplo, laminados lançados no Cazaquistão, segundo linhas de produção tecnológica belga, custa mais que os importados  diretamente da Bélgica. Mas a pior consequência da UA na realidade deste país é a surpreendente elevação nos preços das mercadorias de primeira necessidade e amplo uso (para uma série de produtos "socialmente relevantes" o governo congelou os preços e introduziu a regulação estatal).


No entanto não se conseguiu evitar a alta (em comparação com o ano 2011) para tão importantes produtos como trigo sarraceno (usam com leite) em 2,5 vezes, carne de vaca - em 40%, carne de carneiro - 33%. Açúcar e óleo encareceram o dobro.
 Segundo conclusões recentes do Banco Mundial, em conexão com a introdução de uma tarifa externa única da UA, no Cazaquistão "as custas dos negócios e dos consumidores dos importados aumentaram e sob as tarifas do "guarda-chuva" os recursos transferiram-se para áreas de produção ineficiente. Deste modo, em consequência da entrada à UA os salários reais caíram 0,5%, e o retorno real sobre o caital - 0,6%. Cazaquistão faz menos comércio com o restante do mundo, mais com a Rússia, Bielorrússia e a outra parte da CEI (Comunidade dos Estados Independentes), o que provoca diminuição das importações de tecnologia e, a longo prazo pode levar a uma queda no desempenho atual. O país perderá cerca de 0,3% da renda real por ano devido à introdução total da tarifa externa única. Então os salários e retornos reais de capital diminuirão ainda mais.

Obviamente estas negatividades refletem, em primeiro lugar nas camadas mais pobres da população, bem como nas pequenas e médias empresas, tornando a situação explosiva no país. Atualmente, já ecoam apelos populares ao presidente Nursultan Nazarbayev para denunciar o acordo e sair da UA. Talvez , por isso que a mensagem do presidente de Cazaquistão por ocasião do Dia  da Independência teve um nome fora do padrão "Estratégia Cazaquisão - 2050" e ainda mais surpreendente e intrigante conteúdo - algumas de suas posições chocaram a oficial Moscou. Ainda mais: uma fileira de especialistas rapidamente batizou esta estratégia como "Plano Marshall" para o Cazaquistão (que também baseia-se no conceito americano de "Terceira Revolução Industrial" de autoria do cientista econômico Jeremy Rifkin) Nazarbayev deixou claro que a Astana (capital de Cazaquistão) não só defenderá a identificação nacional e renascimento da importância do idioma cazaque, como manterá o foco na alta tecnologia econômica ocidental, não se limitando a política externa somente com o projeto geopolítico da UA. (Parece que já aprendeu a lição. Infelizmente o presidente ukrainiano, apesar dos exemplos, continua cego - OK).
A principal inquietação de Moscou é a orientação dos cazaques e não apenas no aprofundamento das relações com China, mas também no vetor integracional em direção a Turquia no novo projeto Turkis União (ou Rota da Seda). Na imprensa russa imediatamente floresceram fobias sobre "ameaças anti-integracionais! e preocupações como "Cazaquistão pode enterrar UA e a União Euroasiática".
 

Bielorrússia: artificial "inflação" de exportação.
Comparativamente com 2011 os investimentos diretos na economia em 2012 cairam quatro vezes (em teoria deveria ser o oposto, se der crédito às amplas gabarolices russas das "vantagens" da UA). Durante o ano 2012 o saldo em conta corrente foi negativo e atingiu 1,1 bilhões de USD. De acordo com o Institutto de Estudos Estratégicos da Bielorrússia, a partir da entrada do país à UA em 2010 -  a exportação para Rúsia e Cazaquistão aumentou em média em 36%. Embora o saldo negativo no comércio com a Rússia aumentou em mais 3 bilhões de USD. O insignificante excedente saldo com Cazaquistão explica-se principalmente devido a diminuição da importação deste país, e não com o impressionante crescimento de suas exportações. Na verdade, a dinâmica positiva nas vendas de "qualidade e a preços acessíveis" dos produtos da Bielorrússia nos mercados "aliados" é alcançada principalmente devido a considerável dumping, desvalorização da moeda nacional, energia barata e subsídios diretos da Rússia o que obviamente não pode durar para sempre) Tal exportação do "comunismo" para a república ameaça rápido esgotamento, no caso da FR ser forçada, sob influência de crise econômica cortar o "fraternal" subsídio de sua econômia. As mesmas consequências, ou seja, cessação da exportação de produtos bielorrussos com dumping pode ser previsto também após a esperada entrada da Rússia e Cazaquistão à OMC. Portanto, os "siabry" (pessoas que se dedicavam até o início do século XX com o cultivo da terra, criação de abelhas, pesca, etc.) podem ser atingidas por um colapso econômico igual ao que aconteceu na primavera de 2011. Indicativo é o recente (embora, como sempre, extravagante) grau de "sucesso" da Bielorrússia na UA, dada por Aleksandr Lukashenko. Em sua opinião, o país não se beneficiou com a entrada na UA. Resumindo a participação da Bielorússia na UA, ele chamou a estrutura eurasiana de inútil.
 
Rússia: Contrabando "roda".
 
Apesar de paradoxal à primeira vista, não obstante a sérios problemas devido a "prática" da UA, derrapou até a Rússia apesar do fato que leva a maior parte dos recursos financeiros, baseando-se na divisão de lucros acionários. Sim, a FR recebe no seu orçamento 87,7% de todos os direitos aduaneiros, enquanto Cazaquistão - 7,33%, e Bielorrússia - 4,7%. De acordo com uma pesquisa realizada recentemente pelo Development Center Graduate School of Economics encomendado pelo Ministério do Desenvolvimento Econômico, o efeito esperado pelo "crescimento" do comércio internacional realmente não houve. "Nós dois anos que se passaram desde a criação da UA, a participação do volume de negócios de todos os países participantes não mudou. Além disso, os números mantem-se no mesmo nível desde 2005. Em 2011 a participção do comércio regional no conjunto do comércio exterior da Rússia, Bielorrússia e Cazaquistão não excedeu em vigor sobre o estabelecimento da UA (2005-2009). O indicador permanece nos limites de 10-12%. Assim, a circulação de mercadorias, excluíndo o combustível, tem mais que clara tendência para baixo.
 
No entanto, diante de nosso vizinho do norte surgiu mais um problema: devido a abertura das fronteiras econômicas parte considerável (se não esmagadora) das mercadorias passa pelo "caixa" alfandegário russo. Então as entradas correspondentes ao orçamento são extremamente menores em comparação com as esperadas. De acordo com o Serviço Aduaneiro da FR, 50% do volume de negócios da UA acontece na sombra. A facilitação dos procedimentos de controles aduaneiros levou ao aumento do contrabando, que se tornou perigoso para a economia de escalas russa. Além disso, os especialistas não descartam, que a estatística oficial  quanto a circulação de mercadorias, no nível estadual deturpa-se nas alfândegas da Bielorrússia e Cazaquistão. A ausência da declaração obrigatória de mercadorias levou ao fato de que, de acordo com as estimativas do Ministério do Desenvolvimento Econômico da FR, em 2012 a estimativa de volume na importação de mercadorias foi reduzida em 9 bilhões USD (de acordo com esta cifra pode-se, aproximadamente, estimar o volume da propaganda). As fontes afirmam que o Ministério russo da Indústria e Comércio está repleto de queixas dos produtores contra a investida do mercado de produtos falsificados, duas vezes mais baratos da China e de países europeus - de calçados e eletrônica a flores e embalagens de plástico.
 
Então, em outubro passado a FR exigiu à Bielorrússia a compensação de 1,5 bilhões de USD. Neste montante foram calculadas as perdas do orçamento russo da exportação de Bielorrússia de gasolina com aparência de solventes e lubrificantes que não estão sujeitos a impostos. Da mesma forma os "competentes" órgãos estabeleceram que Bielorrússia re-exporta produtos derivados de petróleo russo, novamente mascarando-os com solventes. Este esquema permite que seus operadores evitem o pagamento, ao orçamento russo, de consideráveis somas alfandegárias pelo abastecimento de combustível além da UA. 
Este é apenas um dos muitos exemplos ilustrativos da "civilização da irmandade" de relações dentro da aliança. Chegou ao ponto, que alguns economistas russos já apelidaram a política aduaneira de "contrabando de Estado".
 
Deste modo, as promessas de Vktor Medvedchuk e comunistas ukrainianos de "Sucesso para todos os ukrainianos" no caso de adesão à UA apresentam-se cinicamente-perigosas manipulações. Especialmente, o regime Yanukovych deve, no mínimo, sete vezes ponderar antes que infantilmente e ingenuamente "comprar-se" pela promessa de Putin de 9 bilhões de USD de receita anual e impressionantes 10% do crescimento do PIB - contado em Moscou "efeito" pela adesão da Ukraina à UA. Ao invés disso, como mostra a experiência de "aduaneiros unidos", o preço da adesão à UA pode ser muito maior que o impactro econômico "negativo", - evidente é a perspectiva do incerto-duradouro "apodrecimento" na estagnada tecnologia do espaço neossoviético e ameaças à independência nacional.
 
(1) Viktor Medvedchuk, filho de pais ukrainianos, nascido em 1954 na região de Krasnoyarsk - Distrito Federal Siberiano, URSS. Estudou na Ukraina. É doutor em Ciências Jurídicas.
Eleito deputado em 1998 e 2002. Ocupou diversos cargos junto ao Parlamento, à Presidência, ao partido. 
Em 2001 declarou que a Igreja Ortodoxa do Patriarcado de Moscou é a única igreja ukrainiana legal e canônica. 
Desde 2012 conduz propaganda pela anexação da Ukraina à União Aduaneira com a Federação Russa, às suas custas.
 

Tradução: Oksana Kowaltschuk

domingo, 21 de abril de 2013

APROFUNDA-SE A CRISE ECONÔMICA NA UCRÂNIA

Tyzhden (Semana), 18.04.2013
Liubomyr Shavaliuk
 
De acordo com o Serviço de Estatística do Estado, no I Trimestre de 2013 a produção industrial na Ukraina diminuiu 5% em relação ao mesmo período do ano passado. Os líderes da queda tornaram-se: indústria química (-21,8%), de coque (-21,3%), construção de máquinas (-14,9%), construção (-16,8%), transportes (-6%).
 
Mikola Azarov - Primeiro Ministro da Ucrânia

 
Indicativa é a indústria da construção, a qual anuncia que aproxima-se o aprofundamento da recessão da economia ukrainiana. A construção de estruturas de engenharia diminuiu em 18%, e não residenciais - em 21,5%. A queda no primeiro segmento (51% dos trabalhos de construção) pode ser atribuída, em parte, à ausência este ano de fatores como Euro 2012. No entanto, a queda no segundo é, na sua maioria, de propriedades comerciais, e indica que na Ukraina não se criam novas potencialidades, portanto, quanto ao investimento privado a situação piorou rapidamente e significativamente. A redução do fluxo de investimento leva à diminuição da procura e, como consequência, da produção interna, e também fixa oportunidades perdidas, pois as capacidades que poderiam ser criadas durante este  tempo, ajudariam a sair rapidamente da recessão. Assim não importa o que o governo diz sobre melhorias do clima de investimento, há indícios de que o governo ou manipula abertamente, ou não sabe o que fazer.

 Por conseguinte, a situação da economia real na Ukraina é bastante complexa, os índices de desempenho agravam-se. Isto se reflete nas projeções econômicas. De acordo com as perspectivas da economia, segundo as discussões de abril, que regularmente acontecem junto ao Ministério do Desenvolvimento Econômico e Comercial, com a participação de 17 organizações analíticas, o consenso de prognósticos de crescimento do PIB para este ano é de 1,2% (em novembro de 2012 dava 2,9). Curiosamente, esses mesmos analistas previam em abril de 2012 o aumento do PIB para 2013 em 3,2%.
Mas o FMI foi mais impressionante. Em abril, na sua "Revisão de Economia Mundial', que normalmente é de otimismo, prevê para 2013 crescimento nulo do PIB da Ukraina, além da inflação de 0,5%. Estes números significam que no país espera-se diminuição significativa da demanda doméstica, o que vai aprofundar as tendências de recessão já observadas nos últimos três trimestres. Ao longo dos últimos três meses a missão do FMI visitou Ukraina duas vezes. Seu prognóstico: sem reformas os indicadores da economia aproximam-se aos mínimos significados. Vale observar que entre a comunidade empresarial esta organização tem altíssima reputação, por isso, quando os investidores estrangeiros virem tais prognósticos, o volume de seu dinheiro, na forma de investimento e créditos recebidos na Ukraina reduzir-se-á significativamente. Parece que os missionários do FMI que analisaram a situação na Ukraina, recomendaram à gestão não conceder crédito a Kyiv.
Em qualquer caso, as estatísticas indicam que a crise continua e dá voltas. No primeiro trimestre os mercados mundiais de ações cresciam e Ukraina pôde atrair dinheiro estrangeiro. Mas o que acontecerá, quando os mercados forem para baixo? Então o prognóstico da "Semana" sobre a queda do PIB para 0,5% em 2013 publicado no final do ano passado, pode ser demasiado otimista. E o pior é que nessa situação vem à tona a ineficiência das reformas governamentais. Isso significa que o governo realmente não sabe o que fazer. Portanto, a crise pode durar por vários anos.
 
Tradução: Oksana Kowaltschuk

domingo, 14 de abril de 2013

HOLOKOST: O Inferno na Terra - 3ª Parte

LEMBREMOS DE VINNYTSIA
Antin Drahan

ZONAS PROIBIDAS

Após o assassinato de Kirov e durante o maciço terror de 1937 - 1938, em muitas cidades ukrainianas, as áreas próximas das instituições da NKVD eram rodeadas com tábuas bastante altas, as chamadas "zonas proibidas", e ainda eram protegidas pelos guardas. A estas zonas a população não só não podia espiar como era proibida delas se aproximar. O que acontecia nestas "zonas proibidas" ninguém sabia, mas circulavam rumores e suposições terríveis. E houveram alguns corajosos despreocupados que ao anoitecer subiam em alguma árvore não muito distante para apaziguar sua curiosidade. Alguns conseguiram ver filas de buracos profundos ou pequenos montículos, mas minguém sabia de sua predestinação.

Em Vinnytsia já não havia muitas pessoas que pudessem dar uma descrição historicamente exata dos lugares que a NKVD escolheu para ocultação de suas vítimas chacinadas. Mas, encontraram-se várias pessoas que sabiam e lembravam os últimos acontecimentos desses três locais dos dois lados da estrada de Liten. No primeiro local havia anteriormente um pomar que pertencia a alguns proprietários, os quais já nos anos trinta passaram viver na cidade. Ninguém cuidava do pomar. Em março de 1938 a NKVD interessou-se pelo pomar. Iniciaram as medições e foi colocada uma cerca de tapumes de 3 - 4 metros de altura, fortalecendo-a com guardas da NKVD que revezavam-se dia e noite. Às vezes ouviam-se rosnados de cães. À população diziam que o pomar foi cercado para proteger as árvores frutíferas das crianças, ou que lá aconteciam exercícios militares.

O estabelecimento dessa "zona proibida" em Vinnytsia comprova uma transcrição da ata da reunião do Conselho Municipal e alguns testemunhos oculares que citamos:

   Transcrição do protocolo nº1 da reunião do Conselho Municipal de Vinnytsia, de I.IV.1939: 

   "Ouviram: Notificação do Comissariado da Segurança do País sobre o fechamento para o público do território próximo a fazenda leiteira Eslava em Vinnytsia.

   Deliberaram: Fechamento para o público da parte do território da fazenda leiteira Eslava que pertence ao Conselho Municipal de Vinnytsia, de 27 hectares, 9.151m², e transferi-la ao comando do Comissariado Nacional de Segurança.

   Neste local estão proibidas quaisquer construções sem autorização do Comissariado Nacional de Segurança. Os limites desta zona são:

   a) norte - mata municipal e terras da aldeia Piatychany;
   b) leste -  construção rodoviária N° 646;
   c) sul    -  estrada de Liten;

O valor das construções residenciais será pago pelo Comissariado.

Presidente do Conselho Municipal Fursa, secretário Slobodianiúk".

Testemunho do colaborador da estação hidro-biológica de Vinnytsia H. Hulevych: 

"Na primavera de 1938 eu fui para Kyiv e fiquei lá três meses. Nesse tempo, em Vinnytsia, prenderam meu irmão. Voltando no verão para Vinnytsia eu vi , em frente ao local do meu trabalho, na estrada de Liten, uma nova cerca de aproximadamente 3m de altura, de tábuas bem ajustadas e em duas linhas. Para minhas indagações o que isto significava e para que, recebi diversas respostas. A mais frequente é que era construção da NKVD. Depois de algum tempo surgiram comentários que ali enterravam os fuzilados da NKVD. Certa vez senti cheiro putrefato trazido pelo vento da direção da cerca. Observando a cerca com atenção, descobri um pequeno buraco de onde caiu um nó, e olhei através dele. Vi muita argila fresca amontoada e bem próximo da cerca - montes já escurecidos de cadáveres, os quais, provavelmente, ainda não conseguiram enterrar. Cada vez que um carro se aproximava eu o seguia com os olhos até o portão, atrás do qual ele desaparecia. Eu cogitava que dentro do carro estava também o cadáver de meu irmão. Quase diariamente eu via veículos de carga que à noitinha passavam ao longo da nossa estação para o portão da cerca de estacas e, no dia seguinte, carregados de argila partiam na direção da estrada de Liten".

Das palavras do guarda de mercado OPANAS SKREPKA, de Vinnytsia, protocolou-se o seguinte testemunho:

"De 1935 a 1941 eu era guarda das plantações frutíferas municipais, na estrada de Liten. Em março de 1938 um pomar ao lado da plantação sob minha guarda foi cercado com altas estacas de madeira. Perguntando aos trabalhadores que colocavam estas estacas eu soube que ali planejavam construir uma creche ou um parque infantil. Mais ou menos um mês depois eu subi, à noite, numa árvore que crescia próximo da cerca. Havia luar. Próximo da cerca eu vi seis buracos, cada um aproximadamente com 3m². Nos buracos havia alguns cadáveres. Não estavam cheios, daí porque ainda não estavam cobertos. Já anteriormente eu havia observado que para dentro da cerca começaram entrar veículos carregados e deles jogavam algo - ouvia o som surdo sobre o chão. Naturalmente, ver o que acontecia lá, eu não podia. Algumas vezes, de manhã bem cedinho, após a chegada de veículos de carga à noite, eu percebia um traço de sangue pela estrada de Liten até o local cercado. De manhã, o guarda da NKVD que ficava permanentemente na guarita, cobria esse traço com areia. À noite eu não ouvia nem tiros, nem gritos mas, durante o dia, às vezes via quando chegavam os comissários em automóveis. Então soavam tiros. Às vezes vinha de dentro da cerca forte cheiro cadáverico. Ninguém podia aproximar-se porque ao lado da cerca, tanto na parte interna como externa, constantemente andavam vigilantes. Em 1938 os funcionários da NKVD exigiram de mim algumas mudas do horto florestal que eu guardava. Quando eu neguei categoricamente, fui levado até o escritório municipal da NKVD. Lá me advertiram que eu não tinha direito de proibir coisa nenhuma. Depois disso os funcionários da NKVD levaram do horto aproximadamente 200 mudas jovens de pinheiros, boldos e acácias e as plantaram nas sepulturas cobertas. Somente uma parte dessas árvores vingou".

MARIA PONOMARCHUK (estrada de Liten, N°44) testemunhou:

Desde 1927 eu resido nesta moradia, e do local cercado pela NKVD até minha casa são somente 300m. Frequentemente eu percebia que os agentes da NKVD, de uniforme, noite e dia ficavam de guarda. O que eles construíam no local cercado ninguém sabia mas já naquele tempo havia murmúrios que, quando NKVD constrói boa coisa não espere. Ninguém acreditava na notícia espalhada propositalmente sobre a construção do parque esportivo infantil. Em 1938 eu vi, diversas vezes, quando na área cercada entravam dois veículos bastante carregados e cobertos com lona. Naquele tempo já se supunha que ali eram enterrados os fuzilados pela NKVD".

Os mesmos acontecimentos afirmavam outras testemunhas - diz a brochura SUMA: "Crime de Moscou em Vinnytsia". As indicações do técnico de construção FEDIR STRANYTSIA, dos trabalhadores VASYL KOZLOVSKYI, PETRO ZIVAK, motorista YEVHEN BINETSKYI, guarda OLEKSA KOZLOVSKYI, supervisor de olaria TROKHEM AMOSOV e sua esposa OLENA são perfeitamente idênticos. Todos testemunharam que após a construção da cerca, na primavera de 1938, do antigo pomar frequentemente emanava odor cadavérico, que durante a noite ali entravam ou saíam veículos de carga e que antes da vinda do exército alemão em julho de 1941, os guardas da NKVD constantemente andavam ao lado da cerca. Essas pessoas fornecem testemunho incontestável que a NKVD resolveu aproveitar essa porção de terreno como local de enterro de suas vítimas. E, para garantir que no futuro não haveria risco de descoberta do pavoroso crime, o local foi proclamado como zona proibida, como se vê no protocolo firmado pelos órgãos governamentais da cidade de Vinnytsia.

Desta maneira interromperam-se as construções do largo terreno, que no pensamento da NKVD afastava o perigo da descoberta do mistério das sepulturas coletivas. O plantio de árvores nas sepulturas afastaria no futuro a possibilidade de qualquer sinal.

No entanto, para sepultar a imensa massa de vítimas da NKVD, fuziladas nos anos de 1937-1939, este terreno não foi suficiente. Para o enterro dos cadáveres foi aproveitado o cemitério, também na estrada de Liten.

A primeira testemunha, HULEVICH, que informou sobre sepulturas coletivas, abertas pela NKVD, evidenciou:

"Eu residia na parte da cidade, cujo caminho mais curto para o centro era através do cemitério. Indo para o trabalho, frequentemente via que no cemitério abriam sepulturas. Mas eu não imaginava porque as preparavam. Entretanto, achando no outono de 1937, na álea principal uma galocha e percebendo a marca de sangue nela eu comecei observar com atenção. Certa vez à noitinha, no outono do mesmo ano eu vinha pela aléia principal do cemitério e notei que um veículo aproximou-se do portão. Escondi-me na sombra de uma árvore e vi que o veículo, com algumas pessoas sentadas, estava carregado e coberto com lona. O carro aproximou-se das valas. Eu percebi claramente o baque dos corpos jogados dentro das valas, acompanhados de brutais injúrias. Rapidamente, completando o fechamento da vala com terra e sempre injuriando, as pessoas subiram no veículo e saíram do cemitério".

O sacristão YURII KLEMENKO, que vive em Bobliúv, em 29.06.1943 testemunhou:

"Em 1941 eu trabalhei como guarda e atendente do depósito junto ao hospital Pirohov em Vinnytsia. Este hospital localizava-se próximo ao cemitério, separado apenas pela cerca. De minha guarita avistava todo o cemitério. No outono de 1937 eu vi os prisioneiros abrindo buracos no cemitério, de 2m². Eles eram vigiados durante o trabalho. Tudo isso despertou minha curiosidade e por isso, durante a noite comecei observar. Próximo de duas horas entrou no cemitério um veículo de carga. Sob a luz dos refletores eu vi claramente como duas pessoas jogavam algo do veículo para o buraco. Eu nunca interoguei ninguém a respeito porque tinha medo de ser aprisionado pela NKVD!"

O contador PETRO BOKKHAN testemunhou:

"Em 1937 frequentemente ia à casa dos pais de minha esposa, que residiam próximo ao cemitério. Na maioria das vezes eu ia através do cemitério e frequentemente via, no local separado próximo do hospital de Pirohov que abriam sepulturas. Voltando para casa, mais ou menos às 8:00 horas à tardinha, via que este trabalho ainda continuava. Mas, quando eu passava pelo cemitério pela manhã, todas as sepulturas estavam cobertas".

Interrogada a enfermeira YEVHENIA PROLINSKA, de Vinnytsia, contou:

"No outono de 1937 eu trabalhava como enfermeira no hospital Pirohov. Frequentemente fazia plantão à noite. Certa vez eu notei que veio ao hospital o médico da prisão da NKVD, o qual eu conhecia apenas de vista. Ele, normalmente usava uniforme da NKVD mas, na ocasião usava roupas civis. Procurava o coveiro que residia no hospital. Ordenando ao coveiro levar 3 -4- pás cortadeiras, o médico foi com ele ao cemitério. Pelo fato de que meu esposo foi aprisionado pela NKVD em 20 de dezembro, eu me interessei pelas visitas noturnas do médico. Tirei o avental branco, vesti um paletó preto e, secretamente, fui ao cemitério. Eram 2 ou 3 horas da noite. Parei próximo da cerca ao ouvir uma conversa da qual participavam umas dez pessoas. Próximo delas havia dois veículos de carga, cuidadosamente cobertos com lona. Na minha imaginação eram cadáveres dos assassinados na prisão da NKVD, e aqui faziam-se preparativos para enterrá-los. Se fossem prisioneiros que morreram naturalmente, seriam enterrados às claras, e não secretamente à noite. Vendo que as pessoas aproximavam-se dos veículos, e receando ser percebida, apressei minha volta ao hospital. De manhã, ao passar pelo cemitério no qual, neste local, fazia guarda um miliciano, eu observei com precisão que havia uma parte, de mais ou menos 3m² onde a terra foi remexida e aplainada... Quando no dia posterior eu perguntei ao guarda o que trouxeram à noite para o cemitério, ele respondeu: "Isto não lhe diz respeito, não é assunto de seu interesse". Tais acontecimentos repetiam-se com frequência, e a solicitação dos serviços do coveiro não se restringia apenas ao médico mas também aos comissários da NKVD. No local onde eu observei estas sepulturas, em condições normais não enterravam".

Tradução: Oksana Kowaltschuk

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HOLOKOST: O inferno na terra – 2ª Parte

HOLOKOST: O inferno na terra – 1ª Parte
http://noticiasdaucrania.blogspot.com.br/2013/03/holokost-o-inferno-na-terra-1-parte.html

sexta-feira, 12 de abril de 2013

SERHII TARUTA TESTEMUNHA A FAVOR DE TYMOSHENKO

Sócio do falecido Shcherban, Serhii Taruta, testemunhou a favor de Tymoshenko
Tyzhden (Semana), 03.04.2013
Oleksandr Mukhelson

Apesar de que esse testemunho, provavelmente não melhore a situação da acusada. Na Ukraina a investigação e o julgamento, que em todos os assuntos "políticos", tomam a mesma posição, concordaram com as exigências da proteção em ouvir o ex-sócio de Shcherban, Taruta e seu sócio atual Vitaly Haiduk, mas isto não significa que se influenciarão pelo seu depoimento.

Compareceram ao julgamento dois filhos de Yevhen Shcherban - Ruslan e Yevhen. Yulia Tymoshenko não estava presente, segundo o juiz ela não quis vir mas, segundo o advogado isto não é verdade. Tymoshenko não é trazida ao tribunal pelo serviço penitenciário, e esta já não é primeira vez.
Serhii Taruta

De acordo com o testemunho de Serhii Taruta, em 1995 Yevhen Shcherban, com seu familiar Volodymyr Shcherban, governador de Donetsk, criaram a empresa ISD Corporation que forneceria gás para empresas da região. "Ainda em 1995 Yevhen Shcherban, Volodymyr Shcherban e Oleksandr Mamot convidaram-me para liderar a ISD Corporation. Eu e Yevhen Shcherban mantinhamos boas relações."
"A empresa "Unitedd Energy Systems of Ukraine", que na época era dirigida por Tymoshenko também era fornecedora de gás em Donetsk".

Taruta declarou que realmente houve um conflito anterior entre as duas empresas porque a UES (Tymoshenko) queria fornecer o gás diretamente. Mas houve entendimento e, antes do assassinato, que foi em 03.11.1996 todos os conflitos já estavam resolvidos. Ele, especialmente confirmou que a empresa UES observava os acordos. "Eu não conheço precedentes em que a UES, depois do acordo tentasse fornecer gás com subterfúgio a ISD.Entretanto a empresa ITER praticou tal situação (ITER era empresa concorrente da UES)".

À pergunta do promotor, Taruta afirmou que ISD não  recusou-se da cooperação com UES porque havia acordo entre eles. Mas, nesta altura do depimento o promotor ficou nervoso. Taruta apenas afirmava o que já havia declarado numa entrevista aberta anteriormente. Após esta entrevista ele foi convocado à promotoria e chamado à responsabilidade pela "divulgação de materiais de investigação". Se isto realmente aconteceu, o promotor poderia prever a reação de Taruta e não demonstrar nervosismo. À pergunta se Taruta sabia sobre conflitos com Shcherban, Taruta respondeu que não tinha conhecimento de quaisquer conflitos.

Às perguntas da defesa Taruta disse que após a morte de Yevhen Shcherban a cooperação entre UES e ISD continuou, e que nenhum ativo ou propriedade não passou ao controle da UES ou pessoalmente a Tymoshenko ou Lazarenko, isto é, os acusados pela morte de Chcherban não ganharam nada.

Taruta não pôde - ou não quis falar sobre o misterioso destino da propriedade de Shcherban que "diluiu-se" não se sabe onde depois de sua morte. Após a morte  de Sherban e sua esposa, que também era parceira de negócios, as empresas por eles controladas sofreram inspeções maciças de órgãos de controlo. O dinheiro, jóias e alguns títulos de valor desapareceram sem deixar rastro. Os filhos alegam que não receberam nada.

Anteriormente os protetores de Tymoshenko, e ela mesma declaravam que os ativos do falecido passaram para o controle de Rinat Akhmetov. Taruta não deu explicações a este respeito. "Eu não tenho todas as informações porque a decisão não era minha, era do conselho da administração", afirmou Taruta.

Outros fatos colocam em dúvida a acusação contra Tymoshenko. Segundo o deputado Moskal. Ele nos conta quanto recebeu a pessoa que assumiu o crime de Ruslan, filho de Yevhen Shcherban. Crime que aconteceu durante uma caçada em 18.02.2012. A caçada realizou-se na reserva próxima a aldeia Sudorovyi do distrito Slavianska. O assassinado foi o morador local R. Drosdov.
 
Ruslan Shcherban
"Como apontaram as testemunhas, cujas palavras confirmaram montanhas de argumentos, o assassinato realizou Ruslan Shcherban (filho de Yevhen Shcherban, cujo assassinato a Procuradoria Geral diz que realizou-se devido a encomenda de Yulia Tymoshenko)", - declarou Moskal.

"No entanto, depois de 3 de abril, data em que Ruslan Shcherban escreveu sua "famosa" carta ao embaixador dos EUA, John Tefft, na qual mencionou o envolvimento da Tymoshenko na morte de seu pai, o processo criminal quanto aos acontecimentos na caçada, de assassinato premeditado reclassificaram para assassinato por negligência, e o próprio crime assumiu o desempregado Oleksandr Novikov", - indica o deputado.

De acordo com o veredicto Novikov foi condenado a 4 anos, com protelação por três anos e multa de 3400 UAH. Como é de conhecimento, em abril de 2012 Ruslan Shcherban declarou que forneceu à Procuradoria Geral os documentos para o possível envolvimento de Yulia Tymoshenko e Pavlo Lazarenko no assassinato de seu pai.

Em sua carta ao embaixador dos EUA Ruslan Shcherban se diz admirado com a reação dos EUA a este assunto. "A impressão é que alguns políticos tentam proteger os assassinos perante a justiça. Caso contrário é impossível explicar intermináveis ultimatos das autoridades ukrainianas para libertar Tymoshenko da prisão", - disse Shcherban.

Segundo o deputado Hennadi Moskal a principal testemunha Ruslan Shcherban foi protegido e pressionado. O assassinato de Drosdov foi cometido Ruslan Shcherban, que estava bêbedo, e para não ser preso concordou em dar falso testemunho contra Yulia Tymoshenko em pagamento do favor recebido.

Tradução: Oksana Kowaltschuk
Foto formatação: A.Oliynik

terça-feira, 9 de abril de 2013

MANIFESTO OPOSICIONISTA EM KYIV "LEVANTA-TE UKRAINA"

Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana) e Tyzhden (Semana), 07.04.2013
 
No manifesto da oposição compareceram 15-20 mil pessoas.


 
A manifestação aconteceu na praça do monumento ao grande poeta Tarás Shevchenko, contra as ações do governo. As bandeiras são dos partidos de oposição: "Liberdade" (Tiahnebok), "Pátria" (Tymoshenko-Yatseniuk), "UDAR (Klychko), "Frente de mudanças", "Congresso de Nacionalistas Ukrainianos", outros partidos europeus e ukrainianos.
 
 
As pessoas também seguravam cartazes com pedidos de cassação da reforma de pensões, realização de eleições municipais em Kyiv (o governo adiou estas eleições porque o provável candidato da oposição (Klychko) estava recebendo muito apoio popular -OK), e demissão do Gabinete Ministerial.
 
A milícia diz que a participação era de apenas 3 mil (O que ela não diz é que ela impediu a vinda das caravanas das províncias que se dirigiam a Kyiv - OK).
 
Tradução: Oksana Kowaltschuk
Foto formatação: A.Oliynik
 
 

domingo, 7 de abril de 2013

LUTSENKO EM LIBERDADE!

 
Луценка випускають. Фото УНІАН
 
 
Lutsenko indultado
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana)

Yanukovych assinou o decreto perdoando o ex-ministro do Interior Yurii Lutsenko e o ex-ministro do Meio Ambiente Heorhii Filipchuk. 

Apesar de libertado Lutsenko não poderá pretender a quaisquer cargos públicos oficiais, porém ele não ficará afastado da política. Ele declarou que não tem ambições na campanha das eleições presidenciais em 2015. Ele vai apoiar o candidato da oposição para este cargo.

 "Eu nuca me afastei da política, então eu não estou voltando. Eu estava na política e na política permanecerei. Eu realmente penso ocupar-me de política. Quero enfatizar, não tenho ambições quanto a campanha presidencial, em 2015. Toda minha atividade será direcionada em apoio aos candidatos democráticos que na data de hoje já se destacaram na comunidade. Eu farei tudo para não atrapalhar a nenhum desses candidatos, e alcançarmos a vitória total. Mas eu tenho certeza que esta vitória somente existirá com o apoio da sociedade. Deste modo, o meu lugar é entre as pessoas que vão apoiar as eleições presidenciais na Ukraina. Eu estarei na rua, eu estarei entre as pessoas, e farei tudo para que Ukraina volte ao caminho da democracia, não pretendendo a nenhum papel formal nesta campanha", - sublinhou o político. Ele também disse que vai apoiar a condenada Yulia Tymoshenko e que não pretende "sacrificar" nem mais um dia com a vingança, já perdeu mais de dois anos, "eu vou trabalhar em favor das perspectivas", e acrescentou: "Saiu para liberdade o principal otimista do país". E, em resposta aos jornalistas a o que vai fazer respondeu que irá para casa "beijar a esposa e dizer as palavras que era impossível dizer sob a supervisão das Câmaras".
 

Луценко на волі. Фото Романа Шрайка
 
Луценко вийшов на волю. Фото ЛігаБізнесІнформ



 
 
Lutsenko, através do telefone apoiou a manifestação da oposição em Kyiv, hoje.
 
O advogado Ihor Fomin disse que pretende trabalhar para conseguir a reabilitação completa de Lutsenko.
 
A Comissária para os Direitos Humanos Valéria Lutkovska (encarregada do Parlamento Ukrainiano) pediu a Yanukovych pela liberdade de Lutsenko.
 
O Comissário Europeu para o Alargamento e Política de Vizinhança Stefan Füle saudou a decisão de Yanukovych na decisão de perdão a Lutsenko e Filipchuk e disse que este é o primeiro passo importante que visa resolver os problemas da justiça.
 
Para Europa Lutsenko tornou-se uma "notícia fantástica".
 
O Presidente do Parlamento Europeu Martin Shulz agradeceu a Pat Cox e Aleksandr Kwasniewski por seus esforços para libertar Lutsenko. Eles pediram pelo indulto a Yanukovych. 
 
Carl Bildt, ministro de Relações Exteriores diz que a libertação de Lutsenko foi um "primeiro bom passo". Outros deverão vir.
 
O ministro das Relações Exteriores da Polônia Radislaw Sikorski diz que a libertação de Lutsenko foi um sinal encorajador para a Cimeira da Parceria Oriental em Vilnius no final do ano.
 
A especialista Européia Amanda Pol acredita que a libertação de Lutsenko abre caminho para a assinatura do Acordo da Associação.
 
O embaixador da UE para Ukraina Ian Tombinskyi convidou Y. Lutsenko à representação da UE.
 
O ministro de Negócios Estrangeiros da Lituânia Linas Linkevychus diz que a libertação de Lutsenko foi um passo positivo para perspectiva européia. Como sabemos, Lituânia, de 1 de julho desempenhará a presidência da UE e justamente sob sua presidência realizar-se-á a Cimeira da Parceria Oriental.
 
Tradução: Oksana Kowaltschuk

sábado, 6 de abril de 2013

QUEREMOS ENTENDER

A atenção excepcional concedida aos crimes nazistas é perfeitamente justificada. Ela responde à vontade dos sobreviventes, de testemunhas, dos pesquisadores de compreender e das autoridades morais e políticas de confirmar os valores democráticos.

Mas por que os testemunhos dos crimes comunistas têm uma repercussão tão fraca na opinião pública?

Por que o silêncio constrangido dos políticos?

E, sobretudo, por que um silêncio "acadêmico" sobre a catástrofe comunista que atingiu, há aproximadamente 96 anos, um terço da espécie humana, sobre quatro continentes?

Por que essa incapacidade de situar no centro da análise do comunismo um fator tão essencial quanto o crime, o crime de massa, o crime sistemático, o crime contra a humanidade?

Estamos diante de uma impossibilidade de compreensão?

Não se trata, antes, de uma recusa deliberada de saber, de um medo de compreender?

As 149 milhões, 469 mil e 610 vitimas desse genocídio, dentre as quais 7 milhões de ucranianos só em 1932-33, aguardam respostas: Por que não os comunistas?
 
 
 A CONTA MACABRA DO COMUNISMO

http://noticiasdaucrania.blogspot.com.br/2011/11/conta-macabra-do-comunismo.html