segunda-feira, 26 de agosto de 2013

UMA BATALHA VENCIDA. COMO VENCER A GUERRA?

Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 22.09.2013
Zinovia Voronovych

Один бій виграли. Як виграти  війну?
O embargo na exportação forçará nossos fabricantes pensar sobre a qualidade de sua produção. Para que queiram comprá-la alhures, além da CEI - Comunidade dos Estados Independentes (Bielorrússia, Rússia, Azerbaijão, Armênia, Cazaquistão, Quirguistão Moldova, Uzbequistão). Ukraina é um país fundador, mas ela não ratificou o estatuto fundador então formalmente ela é apenas observador da CEI. Pertenceram, mas já se desligaram Turcomenistão e Geórgia.

A alfândega russa levantou o bloqueio geral das exportações ukrainianas, que durou quase uma semana. No entanto deixou claro: esta "administração aduaneira reforçada" pode voltar, - se Ukraina assinar o Acordo de Associação com UE. A mídia russa declara, que esta guerra aduaneira terminou em derrota ao Kremlin: " A tentativa da Rússia de dissuadir Ukraina da assinatura do Acordo de livre comércio com UE é pouco provável que possa se chamar de sucesso. "Chocada" com as ações da Rússia, a UE pode suavizar as condições apresentadas a Ukraina para assinatura do Acordo", - segundo o jornal russo "Kommersant".

A União Européia, que preferiu não interferir no conflito entre Ukraina e Rússia, desta vez estava do nosso lado. A Comissão Européia chamou inaceitável qualquer ameaça econômica da Rússia contra Ukraina relacionada com a assinatura do Acordo de Associação entre Kyiv e Bruxelas, no mês de novembro. O representante da Comissão Européia John Clancy disse, que a assinatura do Acordo para livre comércio com um terceiro país não pode ser usada como justificativa para crueldade dos procedimentos aduaneiros. O conflito entre Ukraina e Rússia será examinado na reunião do Parlamento Europeu em 28 de agosto. Apoio a Ukraina expressaram EUA. Apenas o governo ukrainiano não arriscou a um pronunciamento de apoio às exportações ukrainianas. Os exportadores, principalmente aqueles, que exportam produtos perecíveis, contam prejuízos em milhões, - e, o primeiro ministro ainda declara, que não existe nenhuma guerra comercial! O presidente e o primeiro-ministro lembram a vítima de violência doméstica, que esconde os hematomas sob a maquiagem, mas, até o último, tenta convencer todos "como ele me ama".

O conflito comercial com a Rússia mais uma vez demonstrou o problema básico da economia ukrainiana: nós somos muito dependentes dos mercados da Rússia e da CEI, principalmente devido a baixa competitividade dos produtos. Portanto, precisa urgentemente procurar outros mercados, já que esta guerra comercial - não é primeira e não é última. É hora de fazer conclusões.

Problemas com exportações para Rússia continuarão até o final do ano. Avaliar as perdas  desse conflito é difícil porque nem toda exportação foi bloqueada. As cargas de parte das empresas passam, outras - não, - diz o especialista do Centro Internacional das perspectivas de investigação Oleksandr Zholud - mensalmente as empresas ukrainianas exportam para Rússia mercadorias para 1,5 bilhões de dólares. Se tem problemas cada quinta empresa, então até o final do ano perderemos 1,5 - 2  bilhões de dólares. Isto vai piorar a nossa balança  de pagamentos. Como cobrir este déficit? No primeiro semestre o déficit foi coberto com empréstimos nos mercados estrangeiros. Agora levantar fundos nos mercados estrangeiros será mais difícil. Quanto aos produtores ukrainianos, é claro, eles têm de procurar novos mercados. Enfim, eles já os procuraram anteriormente. A questão é, por que não encontraram? Qualquer produção que queiram exportar para UE deve corresponder às normas da UE e ter competitividade nos preços. Se tomarmos a produção de máquinas, ela é adequada apenas para exportação aos países da CEI. Mas precisa compreender, que Europa - é um mercado mais rico, e os fabricantes deveriam estar interessados no ajustamento da exportação para UE. Outra questão, que instantaneamente melhorar a qualidade e passar pelas devidas certificações é impossível.

No entanto, hoje a economia da Ukraina é muito menos dependente das exportações para CEI que dez anos atrás. Por exemplo, como relataram em "Zaporizhstal" (Interromperam completamente a exportação para Rússia devido a este conflito), para o mercado russo e demais países da CE, a empresa oferece apenas 15 - 17% de sua produção. 20 - 25% fornecem para Europa: Bulgária, Polônia e Romênia.

Na Associação dos Confeiteiros dizem que o principal é esperar a assinatura do Acordo sobre a zona de comércio livre com UE, então problemas com a venda de doces não vai haver. O mercado de doces com UE estimam em 40 bilhões de euros, enquanto o russo - apenas 3 - 4 bilhões.  "Hoje, o acesso ao mercado da UE é limitado devido a alto imposto de exportação. Depois da assinatura do Acordo nós vamos negociar para colocar uma boa parte de nossos produtos pela tarifa zero" - dizem na associação "Ykrkond-prom".

Entretanto, ir para o mercado europeu não poderão todos os fabricantes. Será mais difícil aos que hoje exportam legumes, carnes e produtos lácteos para CEI. O conflito comercial com a Rússia forçará os fabricantes pensar sobre a qualidade do que produzem, diz o dirigente da agência "PróAgro" M. Vernetskyi. Ele aconselha que, ao invés de contar as perdas, os produtores deveriam pensar porque são tão dependentes do mercado russo. "O paradoxo é que, embora Rússia tenha pretensões à qualidade das mercadorias ukrainianas, compra-as. Outros simplesmente não compram. Nós podemos produzir tanto quanto podemos exportar. Se a empresa está focada apenas na Rússia e durante anos não tentou harmonizar seus padrões com os europeus, então agora pode reinvindicar o quê? diz M. Vernetskyi. - A UE - um mercado onde podemos vender mais e por preços melhores, mas para isso é preciso melhorar a qualidade. O consumidor lá é mais exigente. Quanto tempo os produtores de frango tentaram o mercado europeu, mas conseguiram. Na Ukraina tem cinco empresas de criadores de aves, e elas decidiram entre si o que é melhor e trabalharam para isso. Outra questão é com a produção da horticultura, fruticultura e laticínios. São centenas de produtores que jamais conseguirão entender-se. 60% do nosso leite vem dos pequenos aldeões, quando na EU os pequenos produtores não podem entregar o leite para processamento. Nosso leite é de 2ª qualidade - igual a 3ª qualidade russa. Então, aqui o Estado deve mudar sua política, para que a nossa produção láctea seja competitiva.

Tradução: Oksana Kowaltschuk

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

TRÊS INDEPENDÊNCIAS NOS ÚLTIMOS 350 ANOS

HINO ESPIRITUAL PELA UCRÂNIA




Dia da Independência da Ukraina - 24.08.2013

Blog de Lilia S. Telishevska

Esta data memorável entrou em nossos corações não apenas como Dia do nascimento do país, mas antes de tudo - como uma clara comemoração de memória de todas as gerações de nossos antepassados que com coragem lutaram pela afirmação de nosso Estado. A nós coube a ocasião histórica realizar o sonho de muitos ukrainianos - tornamo-nos donos da nossa terra, devemos  nas nossas posses cultivá-la e embelezá-la com nosso trabalho , segurança e concórdia.

Que nossa tradicional laboriosidade ukrainiana, generosidade espiritual, sabedoria e sensação de dignidade própria tragam para nossa Ukraina um impetuoso desenvolvimento e novas realizações!

Que o dia da Independência venha com fragrância de agosto do pão ukrainiano e traga a cada casa felicidade e prosperidade, entendimento e coesão, paz e amor.

A 22 anos atrás - 1 de dezembro de 1991 - um referendo nacional foi realizado para apoiar o ato da independência da Ukraina. Mais de 90% das pessoas do nosso país naquele dia votaram pela liberdade e um destino melhor.

De acordo com os resultados do referendum ninguém tinha dúvidas, se a nação ukrainiana desejava ter seu país independente. Pela terceira vez durante os últimos 350 anos, desde a guerra de Libertação em meados do século XVII Ukraina conquistou sua independência. Agora a principal tarefa seria preservar a independência e a soberania do Estado ukrainiano, a fim de evitar erros cometidos nas duas etapas anteriores quanto a existência do estado - no século XVII e em 1917-1920.

Em 24 de agosto de 1991 nosso país foi oficialmente denominado -UKRAINA. Em 4 de setembro de 1991 sobre a cúpula do prédio do Parlamento flutuou a azul-amarela bandeira nacional ukrainiana. Em 15.01.1992 a música do compositor M. Verbetskyi e letra da P. Chubenskyi "Ukraina não pereceu...", tornou-se o Hino Nacional da Ukraina. Em 19.02.1992 o Parlamento aprovou o tridente como um pequeno brasão de armas da Ukraina. Símbolo Nacional tornou-se símbolo de Estado.


Independência dá oportunidades, não bens

Verdade Ukrainiana, blog de Andrii Yusov, 22.08.2013

Compreendemos erroneamente a Independência
A Independência cria para Nação adicionais possibilidades de desenvolvimento específico dentro da comunidade global. Independência dá possibilidades para construção de um Estado eficaz, economia livre, cultura contemporânea, nação bem sucedida, mas isto são apenas possibilidades, elas podem ser usadas com sucesso, ou podem ser negligenciadas.

Nós, erroneamente compreendemos a Independência e por vezes, injustamente a culpamos. Dada a vontade política, a maioria dos ukrainianos pôs-se no aguardo da realização de seus desejos primordiais: justiça social, renascimento nacional e cultural, crescimento econômico. Nesta ocasião a minoria pragmática rapidamente percebeu que enormes oportunidades abre, individualmente, diante de cada um a Independência ukrainiana. Alguém entrou na política ou ocupou-se com a cultura, alguém iniciou um negócio ou (Deus me perdoe!) encabeçou uma nova burocracia, alguém simplesmente aproveitou a liberdade para mudar-se para o exterior, mas eles não reclamavam, eles agiam!

Não vale confundir a Independência do país e a qualidade do Estado que nele é construído. No território do país pode-se construir, como um estado democrático eficaz, como um monstro totalitário. É possível e necessário criticar o Estado, mas a Independência da nação é absoluta e constantemente valiosa.

Portanto às perguntas retórico-depressivas como: "O que me deu a Independência?" tem a resposta surpreendentemente simples - possibilidades. Possibilidades para você, sua família e toda Nação.

Independência - santificado de oportunidades.

Wikipédia escreve: "Independência - capacidade de aceitar decisões independentes que se submetem a próprios desejos e interesses e não necessitam de instruções e ordens externas. Independência para o país - autonomia política, ausência de subordinação, soberania." Nós apenas estamos aprendendo aceitar decisões independentes, orientamo-nos com interesses no nível individual, da família e da nação, decisões que possam nos fornecer os benefícios desejados em várias esferas da vida.

Independência não faz a linguiça barata - ela deve criar oportunidades a cada um receber salário digno para comprá-la. Independência não obrigará a todos falar no idioma ukrainiano, mas permitirá fazer isto a você e a seus filhos, permitirá a você influenciar as pessoas ao seu redor na fidelidade de suas opiniões.

Independência dá à nação a oportunidade de realizar-se politicamente, economicamente e culturalmente - fazer tudo aquilo, que sob escravidão é simplesmente impossível.

Nossos antepassados no início do distante século XX, extraordinariamente se alegrariam com a Independência porque, finalmente, poderiam desenvolver a cultura nacional e empreendedorismo, abrir em segurança os centros de instrução e cultura, as cooperativas, imprimir livros, construir igrejas, ganhar dinheiro e dirigi-lo ao desenvolvimento de sua comunidade - hoje nós podemos fazer tudo isso! Sim, fazer individualmente, não esperando pelo auxílio do Estado ou aparecimento súbito de um patrocinador, e não nos queixar.

Primeira vez em muitos séculos em nossa terra não nos destroem fisicamente, não nos limitam no desenvolvimento cultural, não nos proíbem de sermos nós mesmos. Mas nós ainda não estamos acostumados com a Independência. Frequentemente olhamos para trás e esperamos do alto, dos diversos níveis do governo, ou benefícios, ou proibições e justificamos a nossa inércia com falta de disponibilidade do primeiro ou existência do segundo.

Eu gostaria de, especialmente, chamar a atenção dos conterrâneos do Leste e Sul - e seja qual for o poder que temos hoje na Ukraina independente, se queremos, então podemos falar usando nossa língua nativa, desenvolver nossa cultura, religião, construir institutos de cidadania comunitária, elevar a cultura pública de nossos compatriotas, envolver-nos com instrução, auto-educação, desenvolver o governo local e partidos democráticos - tudo isto podemos e devemos fazer, aproveitando a Independência, caso contrário nossos ancestrais e descendentes simplesmente não nos entenderão.

Observem ao redor, constantemente em todos os cantos do grande país surgem e se fortalecem pessoas e equipes de correligionários, que não esperam permissão ou ajuda. Eles aproveitam as oportunidades da Independência para criação de novas histórias de êxito, realização de sua própria visão de futuro e valores europeus. Então, você pode se juntar a eles ou propor sua alternativa.
Aproveitaremos a Independência ao máximo!

(O autor é ativista comunitário e presidente do partido político de oposição UDAR).


Tradução: Oksana Kowaltschuk



HINO NACIONAL UCRANIANO

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

PLANO RUSSO CONTRA A UCRÂNIA: Consciente e cruel

Gazeta.dt.ua (Espelho da semana), 16.08.2013
Yulia Mostova e Tetiana Celina

O fato de que a Rússia esta na ofensiva, agora ninguém mais duvida. O fato de que o objetivo tático deste ataque - frustrar a assinatura do Acordo de Associação com UE pela Ukraina - também. Na densa cortina de fumaça de relatos conflitantes da mídia conduzem-se apenas discussões como considerar as primeiras bravatas da Moscou, o que é isto - foguetes de sinalização ou já explodem projéteis de combate?

Recebidos os últimos informes confiáveis da linha de fogo, podemos afirmar: Rússia abriu o primeiro front ukrainiano. Por enquanto primeiro.

De acordo com relatórios de inteligência DT.UA, até recentemente, Rússia não considerava a guerra econômica como o principal meio de combate da convergência da Ukraina com União Européia e assinatura da associação. Kremlin tinha certeza: a estadia de Tymoshenko na prisão - garantia mais confiável para o acordo não acontecer. Ao fato de que Tymoshenko permanecerá na prisão, Kremlin também não duvidou. E Moscou se permitiu relaxar. Mas não fechou completamente seus olhos para o nosso namoro pró europeu e, aparentemente decidiu: Ok, deixe que dancem antes do casamento  - com a União Aduaneira, é claro.

No entanto, no início de junho, Moscou recebeu a informação de Berlim, de que Merkel já não considerava a prisão de Tymoshenko como obstáculo intransponível e inclinava-se para assinatura do Acordo. Moscou rapidamente acordou e, não no melhor humor. Imediatamente foi realizada uma reunião de emergência e Putin encarregou seu assessor S. Hlazyev para projetar uma estratégia que anulasse completamente a possibilidade da assinatura do Acordo de Associação da Ukraina com UE.

Hlazyev chamou para ajudar V. Medvedchuk que, além de ser pessoa de confiança de Putin, de acordo com os entendidos desempenha a proposição... de Yanukovych, o papel de "ligação" da Bankova com o Kremlin. O fato é que Yanukovych já escolheu para o papel de confidente vários candidatos, de Liovochkin e Boiko a Poroshenko e Klyuyev - mas não se satisfez com nenhum deles. Putin e Yanukovych falam "idiomas diferentes", então eles precisam de tradutor, cujo papel às vezes desempenha o compadre (Medvedchuk) do presidente russo.

A estratégia de pressão sobre Ukraina foi desenvolvida em curto espaço de tempo e colocada a Putin. Analisando próprios erros, Moscou chegou a conclusão que, pela primeira vez eles perderam a guerra de informação. Após cuidadoso monitoramento dos meios de comunicação, ao líder russo não somente apresentaram os impressionantes temas dos principais canais ukrainianos, sobre como é ruim a União Aduaneira e como será bom a Ukraina o Acordo de Associação com UE, mas também incluíram a relação dos proprietários desses canais, seus negócios e comércio exterior com a Rússia: sobre Pinchuk com seus tubos, e Poroshenko com seus doces, e que pessoalmente faz campanha na TV pela Associação, e sobre Kolomoiskyi, que roubou descaradamente "UkrTatOil", e sobre "Família, que murmura sobre opção européia,  mas quer fazer fluxos no petróleo russo, - uma palavra, sobre todos que "engordam" pelas contas da Rússia e lhe recompensam com negra ingratidão.

Kremlin ficou furioso - não pode tão descaradamente morder a mão do seu ganha-pão. Ukraina, indispensavelmente deve ser colocada em seu lugar a ela designado na União Aduaneira, atingindo a fileira de seus pilares econômicos. Prejudicando os maiores produtores ukrainianos que exportam seus produtos para Rússia, Moscou pretende criar desafios significativos para os seus negócios, forçando seus proprietários a afinar seus insolentes meios de comunicação e exigir do governo da Ukraina rejeitar o Acordo de Associação com UE em proveito da UA. Mas, mesmo sem a pressão aos oligarcas as autoridades ukrainianas, de acordo com o projeto, brevemente deveriam sentir o sopro da guerra até numa profunda retaguarda.

De acordo com alguns dados, durante os sete meses a exportação ukrainiana caiu 12%, para Rússia - mais de 20%. Se esta tendência de continuar desdenhando a importação ukrainiana na Rússia continuar, no final do ano Ukraina pode perder de 5 a 8 bilhões de dólares.

Problemas com negócios de grandes exportadores e contribuintes de impostos, que constituem parte significativa do orçamento e do PIB, inevitavelmente conduzirá a uma menor produção, redução da receita, falta de pagamento de salários ou perda de emprego e... o quê? Correto - ao crescente descontentamento do eleitorado, que mesmo anteriormente não tinha muita compaixão pelo atual governo. Um dos objetivos do Kremlin - deslocar o fundamento eleitoral sob os pés de Yanukovych nas províncias do leste e sul do país. Como mostra a sociologia russa, ao proprietário da Bankova, com diferentes graus confiam 21% dos cidadãos da Ukraina, e ao proprietário do Kremlin 42%. Com base nestes números, Moscou espera que, em busca do culpado na acentuada deterioração da situação sócio-econômica do país e do colapso das esperanças para a restauração da amizade e amor com a Rússia os habitantes da Criméia e Odessa, Kharkiv e Zaporizhzhia, Luhansk e Donetsk apontarão naquele que confiam menos, e em oposição ao Yanukovych e Putin apoiarão o último.

Informe do alfandegário campo de batalha

Em 14 de agosto, o Serviço Federal da Alfândega da Rússia para as primeiras quatro dezenas de empresas citadas em julho deste ano, adicionou todos os exportadores ukrainianos. "E as medidas de segurança tornaram-se ainda mais reforçadas". Segundo informação da Federação dos Trabalhadores da Ukraina - FRU, a alfândega verifica todos os carregamentos ukrainianos, incluindo descarga, sobrecarga e novo carregamento. "Isto  leva ao aumento do tempo parado e, consequentemente, aumenta os custos ou frustra a entrega da mercadoria, danifica a produção, enfraquece a posição dos fabricantes ukrainianos no mercado da FR. Sendo que o mercado russo para muitas empresas ukrainianas - tem importância crítica", - enfatiza FRU. Segundo a Federação, a exportação de bens ukrainianos para Rússia na segunda metade deste ano foi projetada em 8,5 bilhões de dólares. "As perdas da Ukraina provenientes das ações do lado russo podem alcançar, dependendo da evolução dos acontecimentos, 2 - 2,5 bilhões de dólares somente no segundo semestre deste ano." - estimaram na FRU.

O governo da Federação Russa oficialmente renegou sua participação, explicando que a decisão sobre suspensão das importações ukrainianas assumiu o serviço alfandegário russo. No Serviço Aduaneiro Federal da FR anunciaram sobre a expansão da lista de documentos indispensáveis e persistentemente criam obstáculos para entrada de produtos ukrainianos para o mercado russo. De acordo com representantes de muitas empresas ukrainianas, cujo produto não pode passar pelo desembaraço aduaneiro os guardas russos agem conforme padrão: reviram o certificado de origem CT1, que permite a entrada na FR sem pagamento de imposto no âmbito da Comunidade dos Estados Independentes - CEI, manifestam dúvidas sobre a autenticidade do documento e exigem outras provas. E propõem deixar a mercadoria nos terminais da alfândega (um ou dois meses), entregando a lista de preços para os serviços de armazenagem, manuseio, descarregamento e carregamento. Se não lhe agrada esta opção, você deve entregar imediatamente a mercadoria para o comprador? Por favor, pague a taxa alfandegária estabelecida para os importadores europeus (você quer fazer parte da Europa, certo?) e siga viagem. Vai enviar queixa ao tribunal? Sim, por favor! Depois de seis meses ele dará a decisão, depois compareça. A produção de algumas empresas, por exemplo, aquelas que fornecem a Rússia legumes e frutas, na fronteira com o máximo rigor foram verificadas também pelos serviços fitossanitários. Em outros, como o "Metinvest" a alfândega começou exigir amostragem, em consequência do que violou a integridade do metal.

E, na Duma estatal explicam: não há nenhuma política, simplesmente dificuldades burocráticas, porque Ukraina - não é um membro da União Aduaneira, na UA para ela seria mais fácil...

Muitos exportadores ukrainianos como o "Obolon", decidiram não abusar da sorte e, cessaram suas exportações para FR, esperando para ver quais novas invenções alfandegárias adotarão os russos. A espera pode ser longa, e não somente alfandegária.

Por que dormiram

E agora, uma das questões mais importantes: por que Ukraina revelou-se absolutamente despreparada para tal rumo de acontecimentos? Mas, de acordo com nossas informações, ainda em fevereiro Yanukovych foi informado sobre possíveis sanções econômicas da Rússia; e que os países da UA estão desenvolvendo novas exigências para qualidade da produção; advertiram, que era necessário preparar-se, incluíndo uma possível larga escala de bloqueio econômico. O presidente, segundo nossas fontes, compartilhou a informação com o primeiro-ministro, que teria acenado, como dizem, não se preocupe, tudo resolveremos.

Os sinais alarmantes continuaram a fluir. Das embaixadas ukrainianas, que testemunhavam o trabalho dos russos nos países da Europa com criação de dificuldades para assinatura do Acordo de Associação  e propaganda da UA. E da própria Rússia que advertia (embora debilmente), que no caso da criação da Área de Livre Comércio - ZVT, com UE Ukraina se exporá às dificuldades econômicas com UA. E, também de especialistas, os quais não acreditavam que Rússia simplesmente "deixará ir" Ukraina. E, dos negócios. Aliás, o acima citado comunicado da Federação dos Trabalhadores da Ukraina - já é terceiro.

No entanto na Bankova todos estavam calmos - seja enganando-se pela moleza da Rússia, no período inverno-primaveril, ou por acreditar em gênio anticrise, ou contando com o habitual "provavelmente passará".

Onde estava, com o que se ocupava a nossa inteligência e contra-inteligência, não está claro. Para onde olhava nossa Embaixada?

De acordo com nossa informação, já em julho, quando em muitos de nossos produtores iniciaram-se as dificuldades, o presidente da FRU enviou memorando a Yanukovych no qual citou trechos dos documentos do Serviço Aduaneiro Federal da Rússia, contendo uma lista de 49 "de alto risco" empresas ukrainianas e informou as dificuldades que têm surgido. Em conexão com isto somente na semana passada (!) o Presidente instruiu RNBOY (Conselho de Segurança Nacional e Defesa da Ukraina) coordenar os trabalhos de avaliação e previsão, como, provavelmente, percebeu que isto é uma questão de segurança nacional, e não problemas particulares como o declarou publicamente o primeiro-vice-Primeiro Ministro Arbuzov. E, finalmente, ontem Azarov (Primeiro Ministro) criou um grupo  (liderado pelo vice-primeiro-ministro Boiko) para resolver a situação. Neste grupo não entrou nem o representante do Ministério do Exterior, porém foi incluído o indicado do "posto de observação da União Aduaneira na Ukraina " V. Muntiyan.

E por que o governo não se preocupou com o problema? Porque ele acredita que estes são problemas pessoais dos empresários. Até agora Azarov e Arbuzov, de acordo com nossas informações, davam instruções aos ministros "não apoiem", exceto uma ajuda muito seletiva àqueles que poderiam ser interessantes ao apoio da "Família". Porque para "Família" há apenas duas tarefas primordiais - manter a situação até as eleições e preservar os próprios lucros.

Somente nossos míopes e imprevidentes "pastores" não entendem, que não devem apenas acariciar e desvelar-se pelos alimentados rebanhos do negócio ukrainiano, os quais eles podam e ordenham, mas também proteger os cabeças da manada dos escandinavos do norte. Do contrário os poderão ordenhar e podar outros.

Yanukovych não reconhece, que a principal ameaça ao seu poder e propriedade - não é Tymoshenko, mas Rússia. Uma vez no poder e temeroso de perder as simpatias da base do eleitorado ele flerta com Kremlin ao invés de carregar os melhores cérebros da estratégia de desenvolvimento do país a longo prazo para as relações com o vizinho estratégico. Isso não foi feito mesmo quando essas relações começaram a inflamar. Contudo, graças à verdade observamos: a quem carregar? Arbuzov, Prasolov, Kozhara? É ridículo. Embora, com certeza, é trágico. Para o país, a máquina de estado é ineficiente, mesmo em tempos de paz. O que podemos dizer sobre o estado de emergência econômica.

Acordou - pense
o que você fez pela Ukraina

Estas palavras do ex-presidente russo Bóris Yeltsin hoje devem aplicar-se a todos políticos ukrainianos, burocratas, empresários, jornalistas, cidadãos.

No entanto, o que Ukraina pode fazer nesta situação? Eis o básico. - Imediatamente criar um centro situacional, onde grupos de peritos e juristas poderão procurar soluções e trabalhar num conjunto de medidas pertinentes e preventivas.

É claro que os atuais problemas da Ukraina devem tornar-se objeto de investigação internacional. Kyiv deve apelar a OMC, de quem é sócio como Rússia. De acordo com nossos interlocutores europeus, Ukraina pode contar com um suporte sólido da UE. Parece que não ficarão de lado os EUA, e outros membros da OMC, enquanto a Rússia - o único país na história, que começou a violar as regras da organização (e não apenas para Ukraina), não permanecendo em suas fileiras mesmo um ano.

É necessário pedir consulta urgente à Comissão Européia, por é por causa de seu desejo de assinar o Acordo de Associação que a economia ukrainiana encontrou-se na zona de fogo russa. Mas, é necessário executar todos os itens da "lista Fule" para que em novembro todos os itens do "dever de casa" sejam executados.
Vale apelar também à arbitragem da Zona de Livre Comércio - CIS, pois que, o nosso comércio é livre, hoje ninguém dirá.

E o que será se Ukraina parar de bombear o gás russo para Europa, por exemplo, duvidando de sua origem russa ou alegando que sua qualidade não segue padrões ukrainianas. A União Européia ficará revoltada? Sim, é preciso expor os nossos problemas a nível internacional. Pensam que é piada? Não, eu ouvi essa proposta de pessoas muito sérias. "Na guerra é como na guerra", - dizem eles.

Nós consideramos que poderemos resistir a este "ataque psíquico" somente com união. Devem consolidar-se os oligarcas ukrainianos, porque é óbvio que o tempo em que os problemas podiam ser resolvidos individualmente já passou. A ameaça comum deve unir e incentivar ao desenvolvimento de um plano coordenado de ações.
A sociedade ukrainiana também deve mobilizar-se. Sim, Rússia é nossa vizinha e parceiro, ao qual chamam de estratégica. Mas ela não se comporta como vizinha, e muito menos como parceira. Será que para alguns ainda não está claro? A comunidade ukrainiana na internet já explodiu com apelos para não comprar produtos russos. Nós não temos menos razão que os americanos e europeus que, demonstrativamente, nas últimas semanas derramam no asfalto a vodka russa.

É improvável que Rússia esteja aguardando resistência eficaz da Ukraina, e é porque sabe como nós o preço das autoridades ukrainianas - seu intelecto, profissionalismo e patriotismo. E porque nos últimos quinze anos Kyiv reagia a todas as maquinações de Moscou ou com deplorável sorriso ou raivoso murmúrio - não mais. Ukraina não se ornou com a garantia de um memorando sobre sua segurança e não dirigiu-se à arbitragem de Estocolmo, perdeu oportunidade para resolver muitos de seus problemas econômicos com a adesão de Moscou a OMC na etapa de sua entrada a esta organização.

Na véspera  do Dia da Independência, os cidadãos, o governo, a oposição, os jornalistas, o "terceiro setor" devem decidir que Ukraina nos é necessária. "Dada de presente" ou verdadeira. Qual deve ser conquistada e qual precisa defender.

Tradução: Oksana Kowaltschuk

terça-feira, 20 de agosto de 2013

FERROVIA DA SEDA: Cazaquistão tem grandes chances para minar o monopólio da Rússia

Ukrainskyi Tyzhden (Semana Ukrainiana), 14.06.2013
Michael Binion - Astana - Londres
Cazaquistão tem grandes chances para minar o monopólio da Rússia e seu controle político sobre os fluxos de tráfego entre Oriente e Ocidente.
 
 


Durante séculos o Oriente fornecia para Europa aquilo que tinha preço, - especiarias, jade, jóias e seda. Caravanas de camelos traziam a preciosa carga através do deserto pela antiga Rota da Seda. Hoje, China tornou-se uma oficina universal e novamente reabre antigas rotas terrestres para Europa, para acelerar o transporte de milhões de seus contêineres. No entanto, a moderna Rota da Seda será feita de aço. Atualmente constroem a nova "Ponte Eurasiana Terrestre" - estrada de ferro, onde estrondearão os trens, vencendo milhares de quilômetros da "Celestial", através da Ásia Central para Istambul e, em seguida, através dos Balcãs para Alemanha, para o Ocidente.
Cazaquistão, como nenhum outro país, teve sorte com a localização geográfica: exatamente na linha de tráfego de produtos. Esta ex-república soviética, com vasto território, agora febrilmente constrói rodovias e ferrovias para o transporte de mercadorias desde a fronteira da China para Europa. Usando os excelentes lucros da indústria do petróleo e recursos minerais, Astana gastou na última década 135 bilhões de USD na abertura de uma alternativa ferroviária da Trans-Siberian. Assim ela debilitou o monopólio de Moscou e seu controle político sobe os fluxos de tráfego entre o Oriente e Ocidente, e propôs aos espectadores chineses reduzir o caminho de suas cargas à Europa de 45 dias para, no mínimo 35 dias.
Os russos não se alegram com os processos que fazem as antigas repúblicas soviéticas da Ásia Central, política e economicamente menos dependentes de Kremlin ou tornam mais estreitos seus laços com China.
Em abril, o líder imutável do Cazaquistão Nursultan Nazarbayev e o presidente do Turcomenistão Gurbanguly Berdymyhamedov oficialmente cravaram os últimos pregos de gancho, simbólicos, no último trecho na fronteira de seus países. Agora as cargas através do território turcomano rapidamente rumarão para o sul - para o porto iraniano Bandar Abas, no Golfo Pérsico. Na última década Casaquistão construiu cerca de 1200 km de novas ferrovias no oeste, próximo a Turquia. E, em outubro, será eliminado o último obstáculo: será aberto o novo túnel, no valor de 1,9 bilhões de USD, sob o Bósforo. Trens viajarão diretamente para o coração da Europa.
Em uma recente conferência em Cazaquistão, seus ministros anunciaram planos para usar novas rotas de transporte como corredores de desenvolvimento, onde será construída a infra-estrutura de alta tecnologia, com novas cidades e centros de companhias de desenvolvimento em processos tecnológicos em diversos ramos de vanguarda, coberta pela internet. No VI Fórum Econômico em Astana o vice-primeiro-ministro Kairat Kelimbetov, que estudou no Ocidente e apoia a rápida modernização do seu país, dirigiu-se a oito mil delegados do fórum com as seguintes palavras: "Nós nos tornaremos um corredor de prosperidade". Tal sistema, como ele acrescentou, ligará os mercados onde vivem bilhões de pessoas - um terço da população mundial. 
Bem sucedida economia de Cazaquistão depende do crescimento de investimentos tanto da Europa como da China, e a exportação em grande escala de recursos minerais e energéticos garante ao país grandes retornos em ambos mercados.
O melhoramento da insuficientemente desenvolvida infra-estrutura no Cazaquistão - uma das prioridades nacionais para o futuro. Mas, durante a colocação da nova ferrovia entre o Oriente e o Ocidente será preciso superar grandes problemas. Primeiro - exatamente o itinerário. A linha através do Cazaquistão, Turcomenistão e Irã para Turquia já está construída, embora a balsa através do lago Van no leste leva muito tempo. Verdade, o Ocidente sob a influência dos EUA não quer investir em qualquer linha ferroviária que atravessa o território do Irã, e nem usá-la. Além disso, as tensões políticas na região entre os estados da Ásia Central podem ser fechadas. Cazaquistão constrói alternativa: uma linha através Astana até às margens do Mar Cáspio, de onde as balsas trarão os trens até as margens do Azerbaijão e então eles irão até Geórgia. O velho, ainda soviético itinerário do Cáucaso chegava a Turquia através da Armênia, mas a guerra entre ela e Azerbaijão bloqueou-o. Então agora constroem um itinerário de desvio ao redor do território armênio à Turquia através da cidade de Kars.

Segundo problema - diferença na largura da bitola. Todos os estados da antiga União Soviética tem a largura de 1.520 mm, e na China, Irã, Turquia e Europa continental o standard é de 1.435. Nos pontos de transição entre os sistemas (na estação Dostyk, na fronteira cazaque-chinesa, Serakhs, fronteira turcomana-iraniana ou Akhalkalaki na fronteira georgiano-turca) os contêineres obrigatoriamente devem ser trasladados para outros trens com diferentes larguras de carros. Os trens de passageiros da Europa para Rússia perdem muito tempo quando eles são mudados para uma bitola mais larga, mas para transporte de mercadorias isso também será desvantajoso. Na Espanha desenvolveram um mecanismo para estreitamento dos pares de rodas quando da permutação à bitola mais estreita, então os trens podem alterar esta configuração em andamento, mas o valor da compra do novo parque de vagões de carga com tais equipamentos será praticamente inacessível. Além disso, é necessário simplificar radicalmente os acordos aduaneiros. Os representantes do Ministério dos Transportes de Cazaquistão disseram no fórum, que atualmente cerca de 32 países assinaram acordo de trabalho sobre único regime aduaneiro para o trânsito de trens. No entanto, a burocracia e corrupção ameaçam tornar a passagem pela fronteira cara e imprevisível.
Última questão - finanças. China, que sozinha constrói vigorosamente uma rede ferroviária de alta velocidade em seu próprio território, investe bilhões em sistemas semelhantes no mundo, oferecendo empréstimos e subvenções para muitos vizinhos, para prolongamento da "ponte terrestre eurasiana". Alguns estados da Ásia Central, especialmente Cazaquistão têm a sua disposição grandes somas de dinheiro para novas linhas e estradas paralelas. O Banco Mundial ofereceu a Astana um crédito no valor de 2,125 bilhões de USD - para implementar planos de desenvolvimento de transportes. Outra parte de dinheiro vem de bancos e investidores privados.
Mas, apesar do apoio de longa data das comissões regionais das Nações Unidas para assuntos econômicos e aprovação oficial da Rússia e do Ocidente, obstáculos políticos ainda existem. A FR de qualquer modo quer manter o quanto mais de transporte para sua "Trans-Siberian Railway" - lenta, obsoleta e constantes engarrafamentos. Presentes na conferência os funcionários russos acentuavam que Moscou considera a linha eurasiana um acréscimo a Siberiana, e não é contra a sua construção. Mas, de fato, o novo ramo será um concorrente direto. Sem dúvida, os russos não se alegram com os processos que fazem as ex-aliadas repúblicas da Ásia Central politicamente e economicamente menos dependentes de Kremlin ou vinculadas mais de perto com a China.
Estados Unidos colocam-se com grandes dúvidas aos planos de exportação de mercadorias da China através dos territórios do Irã e Golfo Pérsico, ou quaisquer outras linhas, que ligarão mais de perto Turquia e Irã.
Mas em ambas as extremidades da rota proposta continua a construção da ferrovia em grande escala. Europa precisa muito de produtos chineses e "Celestial" necessita vendê-los. Grandes investimentos de ambos na rapidez da ferrovia apenas alimentaram o desejo de inserir o elo perdido entre os dois mercados. Cazaquistão percebeu a oportunidade histórica para preencher a lacuna e tornar-se "karavam-sarayem" (principal local de descanso) no futuro Caminho da Seda ferroviário.
Tradução: Oksana Kowaltschuk

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

RÚSSIA INICIOU GUERRA COMERCIAL CONTRA A UCRÂNIA


Economichna Pravda (Verdade econômica), 12.08.2013
Mykola Polovetskyi
 
Viktor Yanukovych (E) e Putin (D)
 
Já por duas semanas fervem as notícias sobre a proibição do fornecimento dos produtos "Roshen" para Rússia. Revelou-se que este não é o principal problema dos produtores ukrainianos. Os russos começaram o uso maciço de mecanismos ocultos de discriminação de produtos ukrainianos. Isto é feito implicitamente - através da utilização de procedimentos administrativos, sem declaração de guerra.
 
No final de julho dezenas de empresas ukrainianas começaram experimentar dificuldades no processamento de exportação de seus produtos para Rússia. "Começaram nos observar, realizar pesquisas adicionais," - disse o representante de uma das empresas afetadas.
 
Nossa fonte no Serviço de Alfândega da Ukraina informou que não sabia nada sobre essas dificuldades. Mas as fontes da "Verdade Econômica" no Serviço Aduaneiro Federal da Rússia compartilharam conosco informações interessantes. Segundo eles, cerca de 40 empresas ukrainianas aparecem no banco de dados do Serviço Aduaneiro Federal da FR como arriscadas Em uma das declarações consta que, de acordo com o perfil de risco russo, em nossas empresas foram identificados problemas na fase de registro da declaração. Isto significa que a partir de agora, todos os carregamentos de empresas "suspeitas" poderão passar por uma revisão cuidadosa, mesmo se houver apenas um suspeito.
 
Importante! Cair no rol de empresas de risco não ameaça com proibição de importação da produção, pela Rússia, como aconteceu com "Rochen". No entanto, garante várias experiências desagradáveis durante o desembaraço aduaneiro, como abertura de vagões ou caminhões, completa descarga de mercadorias, completa verificação de todas as características, nova pesagem, carregar novamente, e muito mais.
 
Assim os russos, por qualquer erro dos fornecedores ukrainianos podem recusar-se ao desembaraço aduaneiro. Ou, no mínimo provocar atrasos na entrega, surgindo daí ameaças de rompimento de contratos e penalidades.
 
Infelizmente, o Ministério da Economia não nos forneceu nenhum comentário sobre esta situação. Embora seja fácil de supor que, nesse caso, é extremamente difícil utilizar os procedimentos da OMC para proteger os fabricantes ukrainianos. Pois, basicamente, não há nada de ilegal nos procedimentos formais descritos.
 
(Caminhões parados)
 
A "Verdade Econômica" dirigiu-se à maioria das companhias citadas. Pelo telefone nós recebemos alguns comentários informais que confirmaram a nossa informação. Resposta aberta nós recebemos apenas na seção de titânio do "Group DF" de Dmytró Firtash. Porém muitos outros grupos de exportadores ukrainianos foram incluídos, desde fabricantes de máquinas aos fabricantes de produtos de confeitaria. "Crimea TITAN" por muitos anos participa com êxito no mercado russo, participando com cerca de 30% no mercado de dióxido de titânio neste país. Rússia não produz dióxido de titânio, portanto, não há problema real de proteção aos produtores nacionais. A produção de "Criméia TITAN" e a documentação aduaneira que a acompanha cumpre todas as normas e requisitos necessários da legislação da FR e Ukraina. Esperamos que ao final do teste, "Crimea TITAN" seja excluído da base do Serviço Aduaneiro Federal da Rússia", - disse o chefe do comércio de titânio Business Group DF Oleksandr Votyntsev.
 
Componente político
 
Poucos na Ukraina acreditam que a "guerra do queijo" ou "guerra do chocolate" é desencadeada por produtos de baixa qualidade. Sim, nossos fabricantes usam óleo de palma e vários substitutos. Mas os russos, com certeza, fazem o mesmo. Portanto, a resposta à atividade dos russos deve ser procurada na arena política. A ação dos russos não se restringe a determinados ramos. Sujeito ao bloqueio  de, por exemplo, metal e acessórios, sob a categoria de "risco" seriam todas as empresas que trabalham no mesmo ramo.
 
(Yanukovych esfregando o olho)
 
Observe, que a lista dos russos não inclui produtos, cuja composição, supostamente, inclui óleo de palma ou benzopireno (produto cancerígeno). Então estudamos a lista de "risco" em termos de proprietários. Verificou-se que a maioria das empresas pertence a pessoas bastante famosas e, de alguma forma próximas ao atual governo: Petró Poroshenko, Dmytró Firtash, Igor Kolomoiskyi, Serhii Tihipko, Yurii Ivanhushchenko, irmãos Kliuiev, Kostiantyn Zhevaho, Bóris Kolesnikov, Igor Eremeiev, outros.
 
Então cogita-se de alguns "pontos negros", enviados para pessoas muito influentes antes da decisão sobre a assinatura do Acordo da Associação UE-Ukraina, previsto para novembro deste ano, em Vilnius.
Fatos interessantes: dados alfandegários russos mostram que empresas ukrainianas foram incluídas na lista de risco em 12 de julho - ou seja, muito antes da visita de Putin a Ukraina por ocasião do Batismo da Rus.
 
(Bandeira da Ucrânia)
 
Mas as sanções contra empresas ukrainianas começaram em 24-25 de julho - isto é dois dias antes da visita de Putin.
Não se exclui que o início deste perfil de risco, foi a permanência de Putin no encontro com Yanukovych, de apenas 15 minutos e sua rápida partida para uma "mesa redonda" com Medvedchuk (¹) - tudo isso são pontos de uma mesma cadeia. Mas isso ainda é apenas especulação.
Quando e em que condições cessarão as sanções contra os produtos ukrainianos, ainda não se sabe. A alfândega russa não respondeu a esta pergunta.
 
(1) Medvedchuk - político ukrainiano. Idealizador do movimento "Escolha ukrainiana" ou "Escolha civilizacional". Entre outros assuntos ele defende a entrada da Ukraina à União Aduaneira, o estatuto oficial da língua russa. Ele desenvolve ativa propaganda de suas idéias e pessoalmente paga pelos custos, segundo diz.

Putin batizou a filha do Medvedchuk.
 
Путін приїхав на круглий стіл Медведчука. Фото Олега Царьова
 
Putin, no dia 27 de julho, quando da visita a Ukraina, após 15 minutos com Yanukovych compareceu a uma conferência organizada por Medvedchuk, denominada "Conferência de valores Ortodoxo-eslavos - base da escolha civilizacional da Ukraina". Participaram desta reunião, além de Putin, Sergei Glazyev assessor do presidente russo, dirigentes de instituições científicas da Ukraina e da Rússia, peritos e especialistas comunitários e culturais, representantes de organizações comunitárias e mídia. Assunto: se à sociedade ukrainiana as autoridades européias impõem "valores europeus" os ukrainianos devem levantar-se pela preservação e fortalecimento das orientações seculares ortodoxo-eslavas, princípios e tradições.
Putin, nesta reunião declarou que, considerando a atual concorrência nos mercados mundiais, a Ukraina sem a Rússia não verá progresso.
 
Pesquisa e tradução: Oksana Kowaltschuk

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

HOLOKOST: O inferno na terra - 5ª parte

(Continuação da 4ª Parte)

LEMBREMOS DE VYNNYTSIA - 5ª PARTE
 
Antin Drahan
 
ASPECTOS E CONDIÇÕES DE CADÁVERES E VESTIMENTOS
 
Como já mencionado, as roupas e os cadáveres estavam amontoados nas sepulturas coletivas sem nenhuma ordem. Isto nos indica que eram jogados de cabeça para baixo. Somente uma parte das roupas encontrava-se em algum estado de conservação, a maioria apodreceu. Em algumas sepulturas as roupas estavam queimadas e foram constatados dois motivos. No primeiro caso, o fogo surgiu ainda por ocasião do enterro porque foram jogados fósforos acesos ou tocos de cigarro ainda aceso. No outro caso o fogo surgiu espontaneamente devido aos processos químicos ali existentes.

O resgate dos cadáveres encontrava ainda, outras complicações e dificuldades. Em várias sepulturas, principalmente no pomar, entre as camadas de vestimentas e cadáveres havia uma camada de cal virgem. A cal era jogada nos cadáveres provavelmente para eliminar o mau cheiro quando inicia-se a decomposição. Após alguns anos a cal e os cadáveres da camada subseqüente formaram uma massa sólida. Também em sepulturas onde não havia cal, o resgate não se apresentava facilmente. Como já mencionado, os cadáveres, na maioria foram jogados de cabeça para baixo, e além de estarem em desordem ainda encontravam-se trançados. E, além do próprio peso, havia o peso da camada de dois metros de terra que os transformou num corpo reunido, compactado. Era preciso retirá-los com muito cuidado para não lhes causar mais danos. Somente numa grande vala nas primeiras escavações no pomar, os cadáveres encontravam-se arrumados com bastante ordem. O que predispôs os carrascos a tanta "bondade" não é possível adivinhar. Talvez esta tenha sido a primeira cova e eles ainda não haviam adotado o costume de jogar a cabeça para baixo.

IDENTIFICAÇÃO DOS CADÁVERES

Como já relatado anteriormente, todos os cadáveres masculinos apresentavam as mãos amarradas nas costas, às vezes em dois locais. Alguns tinham também as pernas amarradas. Todos vestiam as roupas típicas soviético-ukrainianas usuais da região. Os cadáveres masculinos vestiam camisa, calça e casaco ou paletó. Alguns ainda vestiam cueca e camiseta. De 196 cadáveres femininos, 49 estavam completamente nus. Todos, de acordo com a comissão médica eram jovens e a maioria de cadáveres femininos  usava apenas uma camisa (A camisa feminina, daquela época, pode ser comparada a uma camisola. O comprimento ia até abaixo dos joelhos. Era bordada no peito e mangas, por cima usava-se uma saia). Isto induziu à terrível suspeita, corroborada com testemunhos, que estas mulheres antes do seu assassinato, ainda foram desonradas pelos seus carrascos. Somente os cadáveres de algumas mulheres mais velhas estavam vestidos. Ao contrário dos cadáveres masculinos, somente poucas mulheres tinham as mãos amarradas.

Estabelecer a identidade dos cadáveres de acordo com os procedimentos normais era impossível. Não se podia reconhecê-los, digamos - pela expressão de seu rosto. Daí, procurar com atenção uma possível anomalia de seu corpo, principalmente a existência de amputação nas partes terminais. Essas descobertas eram anunciadas na imprensa local e desta maneira conseguiu-se estabelecer a identidade de 15 cadáveres. Também dedicou-se atenção especial aos dentes e sua inserção ou falta. Mas esta averiguação não deu resultado porque naquele tempo não havia em Vinnytsia nenhum dentista que trabalhasse aí anteriormente. Também não havia nenhuma possibilidade de estabelecer a identidade pelo cabelo devido as alterações químicas nas sepulturas. A maior parte de identificações deu-se pela roupa e documentação.

Simultaneamente com as tentativas de estabelecer a identidade dos cadáveres, a comissão médica envidava todos os esforços para estabelecer suas idades, porque isto poderia ser a chave de investigação médica e jurídica. Ajustando métodos médico-jurídicos modernos, a idade era possível estabelecer com bastante precisão, salvo poucos erros. Nestes casos os dentes desempenhavam importante papel porque a idade da pessoa pode ser conhecida, não tanto pela quantidade de dentes preservados, como pelos dentes sãos. Em alguns casos as conclusões deduziam-se pela distribuição da pele no rosto, nas orelhas. Com base nos dados obtidos instituiu-se que as pessoas - cadáveres, encontradas em todas as sepulturas nos três meses de escavações, e examinadas conforme descrito, dividiam-se pela idade em tês categorias: entre 20 - 30 anos...638; entre 30 - 40 anos...4.076; acima de 40 anos...1.366. A idade dos demais não foi possível estabelecer, nem mesmo aproximadamente. Concluiu-se que as vítimas dos bolcheviques, no extermínio da nação em Vinnytsia foram, principalmente, homens na idade entre 30 e 40 anos.

CAUSAS DA MORTE

Todos os cadáveres resgatados denunciavam sinais evidentes de tiro na nuca. Somente em poucos casos isto não pôde ser comprovado devido aos danos sofridos pelo cadáver durante as escavações. Na maioria das cabeças de cadáveres foram encontradas balas. E, geralmente mais de uma. Dois tiros provados em 6.360 casos. Três buracos de bala havia em 78 crânios e 2 cadáveres possuíam 4 sinais de tiro. Outros possuíam uma marca de tiro ou a quantidade de tiros não pôde ser estabelecida.
Uma certa quantidade de cadáveres apresentava crânios esmagados com objetos sólidos, provavelmente cano de pistola. Além de tiros na nuca, alguns cadáveres apresentavam ainda tiros adicionais na testa ou no lado da cabeça.
Certa quantidade de cadáveres possuía ainda, além de balas na nuca, os lábios repuxados forçosamente até a garganta, e outros um laço no pescoço.
A comissão médica com grande precisão ainda estabeleceu a espécie do tiro. Foi confirmado que nem todos os tiros eram mortais, principalmente os que não atingiam o cérebro. Muitos tiros podiam apenas causar completa paralisação, não a morte, nem tiravam a consciência. E, daí se conclui que os carrascos davam a tarefa por concluída porque somente em alguns casos davam o golpe de misericórdia com forte pancada na cabeça. O esmagamento do crânio com pancadas foi constatado em 395 casos. As observações subseqüentes permitiram justificar a suposição que uma grande quantidade era enterrada viva. A testemunha deste fato é que dentro das gargantas e até nos intestinos foi encontrada terra que, sem dúvida, foi engolida quando já nas valas coletivas cobertos com terra.

BALAS E TIROS

Como é comum acontecer nas investigações jurídico-médicas, em Vinnytsia foi dedicada muita atenção aos crânios dos cadáveres, às balas nos lugares das escavações e à natureza dos tiros. Como já foi referido muitas balas foram encontradas nos crânios dos cadáveres que apresentavam-se deformados devido ao choque com os ossos. Mas, com base no seu peso e medição dos orifícios causados no crânio, constatou-se que os carrascos utilizaram armas automáticas de mão, de pequeno calibre. Todas as balas possuíam diâmetro inferior a 6mm. Algumas balas, talvez devido a alguma incorreção de tiro ou falha mecânica, alojavam-se na nuca sob a pele, não chegando aos ossos. Nesses casos elas preservaram sua forma e peso original que reportava às balas deformadas. O seu diâmetro apresentava 5,6 mm, 1,2 cm de comprimento e 2,5 g de peso. Nos lugares das escavações, nas sepulturas ou entre as roupas, somente poucas vezes foram encontrados cartuchos, mas somente uma única vez, após limpeza, foi possível ler: "T33". A quase total ausência de cartuchos faz supor que as vítimas não eram fuziladas no local onde eram enterradas, salvo, algumas exceções.

Outro ponto importante para estabelecer era a distância da qual eram os tiros disparados na nuca das vítimas. Foram averiguados os sinais que a bala deixava quando disparada entrava no corpo. É evidente que a longa permanência dos cadáveres na terra dificultava as investigações, mas em muitos casos, ainda assim foi possível confirmar sinais claros de queimaduras, tanto na pele, quanto na roupa, que claramente evidenciavam que os fuzilamentos foram executados de pequena distância. E em alguns casos, podia-se afirmar que a arma foi encostada na cabeça da vítima.

MODO E LOCAL DOS FUZILAMENTOS

A investigação dos cadáveres pelos especialistas, sem sombra de dúvida revelou que os fuzilamentos eram executados por mãos hábeis e que com algumas exceções eram finalizadas em outro local, não nos lugares das escavações, sobre as sepulturas ou dentro delas.

Com apenas alguns casos rejeitados foram determinados dois métodos de fuzilamento. No primeiro procedimento atiravam na nuca da vítima, de baixo para o alto, na direção do cerebelo. O segundo método consistia atirar na nuca da vítima apontando para a primeira vértebra cervical, que sustenta a cabeça, cuja perfuração provoca morte certa. Nos dois procedimentos aplicavam com exatidão o sistema elaborado. A mudança da técnica do fuzilamento era ditada, provavelmente, pela força da arma de fogo em uso.

Durante as investigações surgiu a pergunta, em que posição encontrava-se a vítima durante o fuzilamento. As marcas de tiros e a direção das balas indicaram que todos eram fuzilados na posição vertical, em pé. O tiro na nuca em direção a testa somente poderia ser dado nesta posição. Muitos cadáveres possuíam sinais de tiros suplementares na coroa, na testa ou têmporas. Com base nestes tiros a comissão pôde afirmar que os verdugos freqüentemente davam o golpe de misericórdia às suas vítimas segurando-as em posição inclinada, ou quando elas já se inclinavam abatidas pelo primeiro ou segundo tiro. Em outras ocasiões, com anteriormente descrito, a vítima tinha o crânio esmagado pela própria arma.

Quando se queria determinar o local dos fuzilamentos, as deduções da comissão e as confissões das testemunhas confirmavam que todas essas milhares de vítimas, com pouquíssimas exceções, não eram fuziladas no mesmo lugar em que eram enterradas. Apontava para isso a quase ausência de cartuchos de balas naqueles lugares. Uma pequena quantidade de cartuchos e alguns cadáveres nas camadas de roupas que cobriam a massa de cadáveres nas sepulturas testemunhavam que somente algumas pessoas eram fuziladas no local das sepulturas comuns. Surgiram suposições que um ou dois comissários da NKVD, no final, fuzilaram aqueles carrascos menores que fuzilavam os presos. Desta maneira limitava-se ao mínimo o número de possíveis testemunhas do crime e minimizava-se o risco de que o fato fosse revelado.

As confirmações das testemunhas e o exame das possibilidades corroboravam as suposições de que as vítimas, na quase totalidade, eram fuziladas no pátio da NKVD. Com base nos fatos, investigações e relatos de testemunhas a comissão pôde, com bastante propriedade, divulgar os pormenores daquele, em tempos de paz, sem procedência na história, extermínio da nação.

IMOBILIZAÇÃO DAS MÃOS E AMORDAÇAMENTO
 
Os cadáveres semi-decompostos já por si só atemorizavam, mas em Vinnytsya a visão dantesca ultrapassava todos os limites, quando os olhos dos espectadores fixavam-se em milhares de cadáveres estendidos no chão, com mãos amarradas para trás e amordaçados em muitos casos. Somente os cadáveres femininos - não possuíam mãos amarradas. A imobilização das mãos evidenciou uma técnica sofisticada. O barbante cingia fortemente os ossos nas duas mãos, em consequência do que em alguns cadáveres os punhos caíram. Nestes cadáveres podia-se afirmar que tais imobilizações causavam às vítimas grande dor. Para amarrar as mãos sempre usavam-se barbantes de fabricação industrial de fibra de linho, 608 mm de diâmetro e 1,20 m - 1,30 m de comprimento. A técnica para amarrar as mãos era assim: as mãos das vítimas eram torcidas para trás com as palmas viradas para os lados. Daí amarravam-se os punhos circundando-os duas vezes e ambas as pontas do barbante, uma por cima, outra por baixo, perpassavam-se mais uma vez entre as mãos e fortemente se amarrava de modo que cada mão estava em seu laço. Impossível retirar a mão desse laço. Em alguns casos os cadáveres retirados das valas coletivas ainda tinham amarrados os cotovelos. Para isto usava-se o mesmo tipo de barbante, porém mais comprido. Nestes casos circundavam com barbante os dois braços e, em seguida amarravam separadamente. Os motivos para imobilização dupla das mãos das vítimas não foi possível determinar. 

Além das mãos amarradas, 24 cadáveres ainda tinham amarrados os pés. Também foi usado o mesmo tipo de barbante. Os pés eram amarrados acima dos tornozelos e do mesmo modo que as mãos e os cotovelos. Concluiu-se que os pés das vítimas eram amarrados antes de serem levados para o local dos fuzilamentos porque a vítima podia, ainda, dar pequenos passos. Somente homens jovens tinham os pés amarrados, provavelmente para que não tentassem fugir.

Em alguns cadáveres havia o laço no pescoço, do mesmo barbante. Os laços estavam fortemente apertados com uma só ponta. Mas, ao que parece, o laço não foi a causa da morte, pois os cadáveres ainda apresentavam marcas de fuzilamento na nuca. Alguns cadáveres ainda apresentavam uma mordaça de lenço ou tecido, na boca. Essas vítimas também apresentavam marcas de fuzilamento na nuca. Daí a suposição que antes da morte ainda eram torturadas e fechavam-lhes a boca para que não se ouvissem gritos de dor.

(Continua)

Tradução: Oksana Kowaltschuk




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