sábado, 30 de abril de 2011

MARGINALIZAÇÃO DO PAÍS

Tyzhden (Semana)
Oleksandr Kramar
Fracassa o programa decenal de luta contra a pobreza. A marginalização ameaça várias regiões da Ukraina.
De acordo com dados oficiais, comparando com a situação do ano 2000, o nível de pobreza aumentou em 11 províncias ukrainianas.
As "preocupações" governamentais não minoram a situação, pelo contrário, os problemas crescem.
O principal problema das regiões depressivas é o evidente e especialmente dissimulado desemprego.
Apesar dos recentes e otimistas prognósticos do diretor do Serviço governamental de Ocupação, Volodymyr Haletskyi, quanto à diminuição do desemprego em 2011, de acordo com os registros o desemprego vem aumentando em 0,1% ao mês, e já ultrapassou 0,62 milhões de pessoas (17% a mais que em 2010). Também aumenta o tempo em que a pessoa fica desempregada.
Além disso, agrava-se a estrutura. Se em 2010 os dispensados do trabalho, devido a dificuldades econômicas, de 48,6% em 2009, diminuíram para 43% em 2010, entre os concluintes de estudos, de 11,5% passaram para 13,7% os que não conseguiram colocação.
Algumas regiões apresentam elevado número de candidatos para preenchimento de 10 vagas laborais:
Khmelnytska - 293, Cherkasy - 259, Vinnytsia - 139.
Nas regiões depressivas, mesmo com a saída da crise não houve reação positiva. Houve casos em que o problema continua se agravando. Os governantes tentam apelar, afirmando que o nível de desemprego na Ukraina é menor que em outros países da União Européia. Então por que os nossos desempregados partem para os países da União Européia e lá conseguem trabalho e remuneração satisfatória, até mesmo na ilegalidade?
O desemprego é bem maior que o metodologicamente apurado pelo MOP (Órgão Internacional do Trabalho). É mais crucial nas aldeias, onde as pessoas procuram sobreviver através de trabalhos informais. São pessoas que não possuem recursos, nem conhecimentos para desenvolver atividades de maior porte na criação de animais ou mesmo na agricultura.
A parte leonina da informalidade, em 2010, que era de 4,5 milhões de pessoas, cabe aos aldeões, 2,3 milhões, e aos distritos 700 mil. O restante procura ocupar-se com "trabalhos que aparecem". O trágico da situação é que a maioria do "setor informal" é constituído de jovens de 15 a 24 anos (58,7%).
Outro grupo são pessoas que não conseguiram arranjar emprego e, depois de certo tempo desanimam e param de procurar. São 320 mil indivíduos que não são somados aos desempregados que constituem um grupo de 280 mil.
Assim, os ukrainianos, que apenas com imenso desejo são considerados "empregados", para minimizar o desemprego, contam-se 5,1 milhões. Desta forma são 8,3 milhões de desempregados e não 1,9 milhões como aponta o Órgão Internacional do Trabalho. E, ainda temos 1,32 milhões de pessoas que trabalham apenas parte do dia ou da semana.
Então é um terço da população ukrainiana que não encontra emprego e procura serviço em outros países.
Ukrainianos - mão de obra barata?
Algum tempo atrás, o ministro da política social, Serhiy Tihipko, encaminhou estudos para empregabilidade. Na verdade, estes estudos estão direcionados para auxílio aos empresários que encontram dificuldades em encontrar trabalhadores especializados, já que os salários pagos não são concorrentes em suas regiões.
A possibilidade prevista pelo governo é de transferência de trabalhadores de algumas regiões mais desenvolvidas, o que acarretará novos problemas: elevação nos preços das moradias, congelamento dos salários por haver mão-de-obra em quantidade, custo de vida em geral. E, ainda sugere o ministro, contratos de trabalho temporários, para o caso da necessidade de dispensar o trabalhador (Grande amigo dos trabalhadores este ministro! - O.K.). Por sua própria conta os trabalhadores, ou já procuram serviço no exterior, ou irão procurar.
O que falta nas regiões mais afetadas é investimento que, nestas regiões foi menor em 2010, entre duas a cinco vezes. É preciso despertar o interesse dos investidores estrangeiros para estas regiões, ou desenvolver os pequenos negócios. No entanto, o governo protege os interesses de algumas regiões e grupos orientados para exportação desenvolvendo, ao mesmo tempo, uma verdadeira guerra com pequenos empresários, ignorando o desenvolvimento do comércio interno.
Os investimentos estrangeiros diretos aprofundam as diferenças sendo que 75% deles são direcionados somente a 8 das 27 regiões. (Os investimentos beneficiam a região do Presidente e seus diletos amigos. Vários estão entre os ricos do mundo - O.K.).
Ao invés da preocupação real com o desemprego, o governo prefere não enxergá-lo. E ainda, o Partido das Regiões (amigos do rei - O.K.) propõe importar para Ukraina força trabalhadora do estrangeiro (será da Rússia? - O.K.). "Até o final do ano nós convidaremos de além fronteira pessoas, porque os nossos... não teremos mãos trabalhadoras suficientes. Nem todos hoje querem trabalhar porque acostumaram-se receber boa ajuda estando desempregados. Eles trabalham com pequenos negócios, fazem trabalhos temporários" - declarou o antigo presidente da federação dos sindicatos, hoje deputado pelo Partido das Regiões (partido do presidente) Oleksandr Stoian. Tal "política social" parece completamente direcionada na transformação da maior parte da população na mão-de-obra barata.
Complementando, Ivan Farion, escreve no jornal "Vysokyi Zamok", do dia 12.04.2011, e com base na reportagem da revista Forbes, constata que os 100 (cem) ukrainianos mais ricos possuem bens no total de 50 bilhões de dólares, enquanto o orçamento do Estado ukrainiano constitui apenas um pouco mais de 40 bilhões de dólares.

Tradução: Oksana Kowaltschuk

quinta-feira, 28 de abril de 2011

223 "PIANISTAS", que desconsideram o Estado.

 Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 21.04.2011

Ivan Krulko

 No dia 19 de abril o Parlamento Ukrainiano aprovou a absurda em seu conteúdo, e antieuropéia em sua essência, a declaração referente ao "Ao 65º aniversário do Processo judicial Internacional aos antigos líderes da Alemanha, do exército Internacional, no Tribunal de Nuremberg".

O objetivo deste trabalho é muito simples - por um lado, continuar a reabilitação dos crimes do regime totalitário comunista, separando-o do regime nazi-fascista. Por outro lado impor mitos sobre os assim chamados colaboradores e cúmplices dos nazistas, lançando sombras sobre OUN ( Organização dos Nacionalistas Ukrainianos) e UPA (Exército Insurgente Ukrainiano) que lutaram tanto contra os nazistas, quanto contra a NKVD (órgão da polícia secreta da Rússia, de 1934 a 1943).

No Parlamento Ukrainiano encontraram-se 233 votos a favor deste documento, dos 450 do total. 

Tais declarações - sucessivo golpe na Integração à Europa
Os representantes do governo fazem juramentos de lealdade à opção européia da Ukraina. E isso é feito, tanto para consumo interno, porque  a integração européia é muito popular entre os eleitores ukrainianos, quanto para o exterior, demonstrando seu compromisso com o curso da integração européia.

A questão é outra quando realiza-se o cenário desejado pelo Kremlin, de atrair a Ukraina para o seu lado.

Mas, mesmo acreditando que o governo realmente deseja a integração com UE, então tais declarações que distinguem o regime soviético do regime nazista são dissonantes não apenas da posição oficial da UE, mas também das organizações, das quais Ukraina faz parte, em particular o Conselho Europeu e OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa).

Na Resolução do Conselho Europeu de Nº 1481, de 26 de janeiro de 2006 sobre a necessidade da condenação internacional dos crimes dos regimes comunistas totalitários, em particular é destacado:

"Sem exceção, todos os regimes totalitários comunistas que governaram na Europa Central e Oriental, no século passado e que ainda permanecem no poder em elguns países do mundo, caracterizam-se por inúmeras violações dos direitos humanos.

Isto foram as execuções individuais ou em massa, morte em campos de concentração, mortes pela fome, deportações, torturas, trabalhos forçados e outras formas de terror físico de massas, perseguições por motivos étnicos ou religiosos, violação da liberdade de consciência, de pensamento e expressão, violação da liberdade de imprensa e ausência de pluralismo político.

Os crimes eram justificados com a teoria da luta de classes e do princípio da ditadura do proletariado. A interpretação destes dois princípios legitimava a "eliminação" de pessoas consideradas como obstáculo na construção de uma nova sociedade e, portanto, inimigos dos regimes totalitários comunistas.

A parcela predominante de vítimas em cada um dos respectivos países foram os seus próprios cidadãos. Especialmente, isto refere-se à população da ex-URSS, onde o número de mortos foi muito maior que o número de vítimas em outros países.

A queda dos regimes comunistas totalitários na Europa Central e Oriental nem sempre foi acompanhada por uma investigação internacional, em seus crimes. Além disso, a comunidade internacional não levou ao tribunal os autores desses crimes, como foi feito com os autores dos horríveis crimes do nazismo.

Além disso a Assembléia apela a todos os partidos comunistas e pós-comunistas nos Estados Membros do Conselho Europeu - se ainda não fizeram isto - dar uma nova avaliação da história do comunismo e do seu próprio passado, e claramente dissociar-se dos crimes totalitários dos regimes comunistas e condená-los de forma inequívoca".

A mesma posição foi tomada pelo Parlamento Europeu, que em 02.04.2009 aprovou a Resolução referente ao citado documento do Conselho Europeu.

De acordo com a posição do Parlamento Europeu: "Europa não terá unidade se ela não conseguir uma idéia geral de sua história, não reconhecer o nazi-fascismo e o stalinismo, os regimes nazistas e stalinistas como herança comum e não organizar uma discussão atenciosa e honesta dos crimes desses regimes no século passado".

Neste contexto vale recordar que, de acordo com a declaração do Parlamento Europeu de 23.09.2008, o dia 23 de agosto foi proclamado Dia Europeu da Memória das Vítimas do Stalinismo e do Nazismo.

Posição semelhante observa-se na Resolução da Assembléia Parlamentar da OSCE, de 29 de junho de 2009.
Assim sendo, a posição comum da Europa Unida é inequívoca - o regime totalitário soviético e o regime totalitário nazista - são irmãos gêmeos. Daí a URSS não é nada diferente da Alemanha nazista.

A isso também é indispensável lembrar o Pacto Molotov-Ribbentrop e as comuns "danças e desfiles", dirigidos pelos soviéticos "osvoboditieli" (libertadores), com os nazistas na véspera da Segunda Guerra Mundial.

Portanto, a pergunta lógica, senhores deputados, de que maneira o Estado pode integrar-se à UE se o seu Parlamento não compartilha com a posição européia quanto ao entendimento comum da história e da condenação dos crimes do periódo totalitário?

Cópia exata conforme padrão de Kremlin, como diagnóstico do atual governo No final do ano passado, em 23 e 24 de novembro, declarações similares em conteúdo e ideologia foram aprovados pela DUMA (Parlamento russo) e do Conselho da Federação Russa.

Certas exclamações e até mesmo frases inteiras das declarações dos nossos vizinhos do norte foram "arrancadas" e incluídas no texto da declaração aprovada pelo Parlamento ukrainiano.

A cópia do original russo demonstra não somente o potencial dos "autores" da declaração, mas confirma mais uma vez que o atual governo diretamente copia todas as decisões elaboradas em Moscou.

Bandeiras vermelhas, como prorrogação da desconsideração da Ukraina
 
No mesmo dia em que foi aprovada esta vergonhosa declaração, o Parlamento incluiu na ordem do dia uma outra questão - um projeto de lei sobre alterações à Lei da Ukraina "Sobre perpetuação da Vitória na Grande Guerra Patriótica de 1941-1945" (quanto a agenda oficial de uso das cópias da Bandeira da Vitória).

Especificamente, este projeto de lei propõe "o uso oficial no Dia da Vitória de cópias da Bandeira da Vitória em edifícios (torres, mastros), juntamente com a bandeira do Estado da Ukraina.

Em outras palavras é que, sem exceção, tudo na Ukraína será  "coberto" com bandeiras vermelhas da União Soviética.

Esta lei está prevista para considerações nesta semana. E, a julgar pelo Parlamento, as chances para sua aprovação são altas.

Com a adoção desta lei, Ukraina contrasta o mundo democrático, glorificando a nível de Estado, o passado totalitário comunista, expondo bandeiras da era de Stalin ao lado das nacionais.

Mais, em todos estes acontecimentos - declarações, projetos de lei, idéias, de organizações extremistas em levar as bandeiras vermelhas na cidade de Lviv no dia 9 de maio observa-se claramente uma ação planejada. A principal meta desse projeto é a continuidade na divisão da Ukraina em oriental e ocidental, separando-a da Europa democrática e o retorno decisivo para a zona de influência do Kremlin.

Embora possa haver mais um objetivo implementado em paralelo. Na situação de pobreza em massa, elevação dos preços nos produtos alimentares e serviços comunais, o governo tentará demonstrar à Ukraina do leste, que realiza deste modo suas nostálgicas expectativas. De acordo com o princípio "não podemos dar o pão, então daremos espetáculo".

Autor: Ivan Krulko, Presidente do Movimento Jovem - Movimento Popular da Ukraina, mestre em direito.
Tradução: Oksana Kowaltschuk


 

quarta-feira, 27 de abril de 2011

DEPUTADOS NA UCRÂNIA

Vejam como votam os parlamentares na Ucrânia. Este é um "grande" exemplo de ética na política e lisura de caráter daqueles que se colocam na "defesa" dos "interesses" do povo. Pobre povo! Pobre nação!

Você não acredita? Então assista mais um pouquinho no vídeo seguinte.

É possível confiar em parlamentares assim?


Dez minutos e trinta e cinco segundos de exemplos de "virtude" e demonstração como se EMPULHA uma nação ! Não importa o sexo!!!


Tyzhden (Semana), 06.04.2011
Roman Malko

Caso de pianistas do Parlamento sob ameaça
O verdadeiro talento não se esvai, não se esconde com a investidura no Parlamento. Quem nasceu para jogar, vai fazer isso sob quaisquer condições.
O presidente dá o sinal. Os reforçados senhores, e as apresentáveis titias, com rapidez de movimentos devem, rapidamente, apertar os "botões", de seus ausentes amigos, e bem, para que o voto seja contado, e a orquestra execute a música previamente determinada.

A um mês atrás, na sessão do Parlamento ukrainiano encontravam-se vários deputados europeus que, admirados e escandalizados, fotografavam e comentavam. Depois do "espetáculo", durante alguns dias houveram planejamentos para introdução de um novo sistema eletrônico para votação. Mas, o novo sistema "Conselho 3" revelou-se primitivo demais para execução de "apreciadas melodias". Então, para que sua introdução?

Mas, como "nada é eterno debaixo do sol", de acordo com inúmeros pedidos de jornalistas e comunidade em geral, milagrosamente o Conselho Superior concordou em publicar, a partir de 06.04.2011, no site oficial, a lista de presença dos deputados.

A lista de presença pode levar ao desconto dos vencimentos. O desconto nos vencimentos pode não assustar já que o vencimento não é único . . .  E também não significa que será preciso ficar sentado o tempo todo na sala somente para apertar o tal botão já que existem outros locais bem mais interessantes. Por exemplo, o bufê, onde, além de degustar algo gostosinho, pode-se tomar um conhaque e, também dar um beliscãozinho no músculo trazeiro de alguma jornalista.

Mas, há ainda a esperança do sistema "Conselho - 3" que foi para revisão, na intenção de ficar esquecido, venha a ser implantado. O presidente do Parlamento, Volodymyr Lytvyn, fragilizado por suspeitas relacionadas com o assassinato do jornalista H. Gongadze, queira reabilitar o seu conceito perante a comunidade e fazer algo de bom destruíndo o "coro" de pianistas no Parlamento, e ao mesmo tempo causar um duro golpe em seus pares, na despedida.

Tradução: Oksana Kowaltschuk


sexta-feira, 15 de abril de 2011

CHERNOBYL: 25 ANOS


O DESASTRE DE CHERNOBYL

O elemento mais perigoso que saiu do reator de Chernobyl não foi o césio, não foi o plutônio:
Foi a MENTIRA!

Uma mentira que se espalhou como a radioatividade pelo país e pelo mundo inteiro

(Alla Yaroshinskaya – Deputy of the URSS Supreme Soviet)

A MENTIRA INSTITUCIONALIZADA !

 A marca registrada do COMUNISMO

(O Cossaco)

Assista ao final desta reportagem o vídeo O DESASTRE DE CHERNOBYL com duração total de 1h35min.
(Importantíssimo à partir de 1h18min até o final)

Em 26 de abril de 2011, completa-se 25 anos da catástrofe de Chernobyl, uma usina nuclear construída pela URSS.
Por coinscidência, esta catástrofe correu 25 anos depois da catástrofe com o dique de Kurenivska. Ambas as tragédias tem muito em comum: Foram construídas com centenas de violações às normas internacionais.
Vejam as imagens 25 anos depois
 
 
































Homenagem aos bombeiros mortos pela irradiação. Foram os primeiros a chegar no local para salvar possíveis sobreviventes
ASSISTA AO VÍDEO



Tragédia de Chornobyl: 25 anos depois

26.04.2011
Fotos de Yuriy Vinchuk



Hoje Ukraina lembra a tragédia que aconteceu a 25 anos. Tragédia que mudou radicalmente a história do país, levou e continua levando centenas de vidas.

Exatamente a 25 anos, na Рівно 25 оків тому, на , em Chernobyl explodiu o reator do quarto bloco energético.Elementos radioativos de iodo, estrôncio e césio se espalharam para o norte da Ukraina, Bielorrúsia, Estados bálticos, Polônia, Suécia, finlândia e outros países.

Jornalistas da "Ukrainska Pravda" estiveram na cidade abandonada de Preypiat" e próximo da usina atômica de Chornobyl.

Na entrada da cidade de Prypiat
Já aqui o radiômetro mostra mais de 800 rad/hora

Atração infantil "maquininhas": Pracinha de atrações no centro de Prypiat. Um dos lugares de maior popularidade para turistas.


Cabine telefônica: A cabine telefônica soviética tocou pela última vez, há 25 anos.


Medições em vários lugares vão de 600 a 1000 rad ou mais.


"Lênin sempre jovem": Em Prypiat conservaram-se vários símbolos da antiga URSS.


Besouros e borboletas
Freqüentemente comunicavam que sob a ação da radiação flora e fauna apropriam-se de tamanhos desproporcionais.
Em Chornobyl não encontramos tais anomalias. Os besouros e borboletas apresentam tamanhos normais e seu comportamento é adequado.


4º bloco energético, onde aconteceu a explosão: as fotos aos jornalistas foram proibidas


Jornalistas internacionais
Os jornalistas internacionais vieram com roupas mais prevenidas. Mas, as proteções especiais, de aparências efetivas são de pouco aproveitamento.
Os ukrainianos comportavam-se com maior naturalidade, andando, inclusive sobre o musgo que absorve a radiação. No musgo a radiação alcança 1300 rad/hora


O que sobrou do sistema financeiro de Prypiat


Tanques-monumentos
Transporte que participou na liquidação do fogo no quarto bloco da Estação energética de Chornobyl.
Havia ali um número bem maior deles, agora só ficaram seus lugares.
Um funcionário do Ministério de Emergências esclareceu que a parte principal deles encontra-se em "túmulos especiais".
Segundo suas palavras, uma parte foi utilizada pela "refundição". Pela primeira vez ouvimos que o metal após a "refundição" deixa de emitir a radiação.


ENTREVISTA


Ukraina Moloda (Ukraina Jovem), 22.04.2011
Lina Kushnir

No sábado, 26.04.1986, Valentina Shevchenko estava no trabalho. "Às nove da manhã recebi o telefonema de Vasyl Durdunets, então Ministro dos Assuntos do Interior. Ele narrou os acontecimentos na Ukraina no último dia e, no final acrescentou que houve um incêndio na usina nuclear de Chernobyl, mas que já foi extinto. "E o povo?", perguntei. "Tudo bem, - disse, - uns dançavam no casamento, outros plantam verduras, e alguns pescam no rio Prypiat..."

O acidente ocorreu a 1 hora e 23 minutos, mas, mesmo pela manhã ninguém estava ciente que a era do "átomo pacífico" tinha acabado. E que a vida na Ukraina ficaria dividida em "antes" e "depois" da catástrofe de Chernobyl. Valentina Shevchenko lembra bem o ano porque esteve no epicentro dos acontecimentos - teve que tomar decisões difíceis, nem sempre do agrado de Moscou. Ela relembra os acontecimentos daquela primavera...

"Chornobyl para mim - como ferida aberta"

Presidente do Presidium do Soviete Supremo Valentina Shevchenko - sobre porque após o acidente da usina atômica realizaram uma demonstração de 1º de maio e como, contrariamente a Moscou, retiraram todas as crianças de Kyiv.


Os moradores de Prypiat saíram para três dias, mas revelou-se para sempre

- Senhora Valentina, sobre a explosão na usina atômica, dizem que Moscou soube primeiro, e não Kyiv?

- É verdade. A usina de Chernobyl não subordinava-se a Kyiv, e sim a Moscou. E o que aconteceu na usina, primeiramente souberam lá. Depois eu soube do senhor V. Shcherbetskyi que no final do dia viria uma comissão encabeçada pelo presidente do Conselho de Ministros da URSS. Viriam também os melhores especialistas atômicos da União Soviética, Ievhen Velikhov, Yuri Israel e o radiologista principal Leonid Ilyin. Diretamente de Borespil (aeroporto de Kyiv), eles foram para usina. E, já à noite, vendo a gravidade da situação, aprovaram o remanejamento dos moradores de Prypiat. Na manhã do dia 27 os ônibus se dirigiram à cidade. E, até às 15:00h, foram retiradas da cidade 53.000 pessoas. Os moradores das aldeias da província de Kyiv amistosamente receberam todas estas pessoas - dividiram o teto e o último pedaço de pão. Como o plano inicial de evacuação era para apenas três dias... As pessoas trouxeram apenas o mínimo e os documentos. No dia 28 já começaram falar sobre a necessidade de evacuar as pessoas da zona de 10km.

- A senhora foi a primeira, entre as pessoas da liderança da Ukraina, que por sua própria iniciativa foi a Chernobyl? A ameaça naquele tempo ainda não era conhecida?

- Eu sentia que ocorreu uma desgraça, mas ninguém, nos primeiros dias não compreendia todo perigo. Eu me preocupava como tão grande quantidade de pessoas foi recebida, o que necessitavam. Fui a Chernobyl e lá me encontrei com a comissão médica. Eles me pediram iodo para profilaxia, lavagem das roupas dos trabalhadores da usina, lavagem das instalações dos jardins de infância, escolas e centros médicos... Eu andava pelas casas, interessava-me como os evacuados foram recebidos. As pessoas estavam tranqüilas, esperavam pelo breve retorno. Todos diziam: "Qual perigo? Quando os alemães estiveram aqui - isso sim era perigo. E agora? Sol, calor, precisamos plantar". Eu e o motorista até almoçamos lá. Entramos no armazém e compramos queijo, pão, lingüiça... Como se fosse agora, lembro: da mata saíram mulheres com grandes bacias de airela (chornytsi - esta frutinha, de cor preta, ainda hoje não é recomendada para consumo por estar bastante impregnada de radiação - O.K.). Voltei de Chernobyl cerca de meia noite. Em Vilch nos parou um posto radiológico, que de manhã ainda não havia lá. Minhas sandálias "luziam" terrivelmente. Então eu as deixei lá.

- Mais tarde houve muitas acusações de que não se podia depois do acidente levar as pessoas para demonstração de 1° de maio. Quem tomou as decisões?

- Em 30 de abril houve uma reunião do Partido Comunista da Ukraina, onde se examinou esta questão. Os cientistas informavam, que neste dia a radiação em Kyiv seria normal. Antes do término da reunião veio comunicado de Moscou esclarecendo que não havia necessidade de adiar a demonstração. Assim todos concordaram: Permitir não muitas pessoas e ser rápida. Mas, como ficou conhecido depois, no dia 30, às 20:00h o vento virou em direção a Kyiv e na cidade começou subir a radiação. A demonstração não durou duas horas, embora elas duravam normalmente de 3 a 5 horas. Todos os líderes deviam permanecer em seus postos porque esperava-se a liderança de Moscou. Vieram Ryzhkov e Lihachov e foi decidida a evacuação das pessoas no raio de 30km. Aos evacuados destinaram 9 mil apartamentos preparados para moradores de Kyiv, como presente de 1º de maio.

As crianças chegaram praticamente em "Teplushkakh"

- A idéia de remover as crianças de Kyiv foi sua. A senhora fez isso contra a opinião de especialistas de Moscou ...

- Eu senti esta necessidade intuitivamente. Pois não sabíamos muito mais do que os outros cidadãos. Lembro, pedi à biblioteca encontrar toda a literatura disponível sobre radiologia. Aí entendi que o funcionário que trabalha numa usina nuclear, durante um ano, pode receber 5 microroentgen. E aqui para nós o ministro da preservação da saúde diz, que 5 microroentgen é dose permitida para crianças. Eu levantei a gritaria, que as crianças deveriam ser evacuadas.

Em três de maio convidei para o Presidium o principal ginecologista da Ukraina, chefe do Departamento de Saúde Materno-infantil, e o diretor adjunto do Instituto de Maternidade e Infância, para aconselhamentos em relação às crianças e mulheres grávidas. Este encontro foi "ilegal". A ninguém falei ou pedi autorização, mas eu precisava saber o que fazer. Eles recomendaram colocar as grávidas em casas de parto, e não deixar as crianças na rua.

No dia 6 de maio conversei com o General Fedorov, chefe do Serviço Federal de Defesa Civil. Ele me disse que desconfiava que a Comissão não fornecia dados objetivos sobre a área infectada. Ele me mostrou um mapa com as províncias de Chernihov, Zhytomyr e Kyiv manchadas, marcadas assim pelo exército. Nós fomos até Shcherbytskyi, que chamou Israel e Ilin, para juntos decidirmos pelo melhor. Eles foram contrários à evacuação das crianças, diziam que não havia necessidade. Mas, quando chorei, silenciaram. Interpretei o silêncio deles como aprovação. As crianças deveriam ser evacuadas.

Já no dia seguinte conversei com os dirigentes de todas as repúblicas soviéticas sobre acolher nossas crianças. Na Ukraina nos prometeram liberar todos os sanatórios, ambulatórios profiláticos, centros de lazer e descanso. De Moscou veio telegrama para não semear pânico. No dia 9 Shcherbytskui recebeu um telefonema de Gorbachov também recomendando evitar pânico. "E o que o senhor lhe respondeu?" - perguntei. - "É a Valentina Shevchenko que levantou pânico, e todos nós nos submetemos a ela". - "Então o que faremos?" - quase choro. -"Evacuaremos, - disse ele. - Pelas crianças ninguém nos repreenderá".

- Como conseguiram evacuar tal quantidade de crianças em curto tempo?

- Decidimos assim: evacuamos toda escola, liderada pelo diretor e professores. Desenvolvemos um cronograma claro, quais escolas para qual Província ou República  e dia da viagem. Constantino Masyk, vice-presidente do Conselho dos Ministros da URSS ficou encarregado pelo transporte. Não tenho idéia aonde ele conseguiu todo o transporte, mas, da estação de Kyiv, diariamente partiam dezenas de comboios. Três dias atrás eu recebi uma carta interessante de Kryvyi Rih. Nela diz, que em maio de 1986 os trabalhadores do campo preparavam-se para o encontro com crianças de Kyiv - eles recebiam a escola de número 242. O chefe lembra como um trabalhador, aproximando-se comentou: "Poderia Valentina Semenivna para o seu natal Kryvyi Rih mandar as crianças em melhores vagões". Porque as crianças vieram praticamente em "teplushkakh" (vagões de gado adaptados para transporte de pessoas. - O.K.) E, realmente foi assim, nós procuramos tudo, para o quanto antes retirar as crianças da Capital e zonas perigosas de Kyiv, Zhytomyr, Chernihov. Imagine, nós evacuamos 526 mil crianças em cinco dias!

Todas as Repúblicas da União vieram ao nosso encontro. Por exemplo, na Geórgia as crianças foram recebidas pessoalmente pelo Primeiro Secretário do Comitê Central do Partido Comunista Potiashvili. Às crianças garantiram alimentação reforçada e as melhores condições. No entanto, lembro que certa vez Shcherbytskyi disse: "queixam-se que em Repúblicas da Ásia alimentam mal nossas crianças. Fui até lá. Estive no lago Isyk-Kul, onde descansavam 2,5 mil crianças de Zhytomyr. Eu almocei com eles na sala de jantar - ótima comida. Então reuni todos no gramado e perguntei o motivo das queixas. Então um garoto se levanta e diz: "Não nos dão batata!" Comigo estava a vice-presidente do Conselho de Ministros de Quirguistão, e eu disse a ela: "Estas crianças comem batata no desjejum, almoço e jantar. Elas não se acostumaram ao arroz e ao cordeiro, portanto não se surpreenda". E às crianças disse: "Quando voltarem para Ukraina comerão batatas à vontade. Enquanto isso escrevam cartas aos parentes, e eu as levarei para Ukraina". Voltei trazendo várias caixas grandes, cheias de cartas, que entreguei para Central dos Correios.

Em Odessa tivemos um caso diferente. Recebi um telegrama dos professores, que estavam em Arkadia. Exigiam meu comparecimento imediato. Larguei tudo e fui. Contaram que as crianças recebiam cinco refeições reforçadas - caviar preto e vermelho, manteiga, muitos frutos. Em seguida os professores verificaram que a dieta das crianças foi cortada. Eles decidiram seguir três funcionários da cozinha e os prenderam quando carregavam os produtos. Foi organizado um tribunal popular, que até foi televisionado. Os funcionários foram demitidos dos empregos e condenados a três anos em liberdade vigiada - porque todos tinham filhos.

Nós pensamos que evacuamos as crianças por um mês, mas foram quase quatro. Até construírem o sarcófago sobre a usina. Precisamos resolver muitos problemas como licença às mães que viajaram com crianças pequenas. Eu disse que foram 526 mil crianças, mas na verdade, com os adultos que as acompanharam, nós evacuamos 700 mil pessoas.

E nós agimos corretamente - já foi reconhecido que protegemos estas crianças de grandes problemas com a saúde.

- E onde esteve sua família?

- Durante a demonstração de Primeiro de Maio, na tribuna, na Rua Khryshchatyk, meu filho e minha nora grávida. Todos os líderes vieram com suas famílias. Em 9 de maio junto ao Monumento da Glória estavam todos com a família, inclusive o neto de Shcherbytskyi - com o avô colocou flores. O perigo ainda não percebíamos. Mais tarde eu mandei minha nora para fora de Kyiv onde ela ficou até outubro, e deu à luz lá. O filho que era militar, foi enviado para Cazaquistão.

Moradores da Província de Sumy trouxeram até cachorros e gatos para os migrantes.

- Estabelecer um grande número de migrantes foi, provavelmente, uma tarefa ainda mais difícil?

- Até 1° de novembro foram construídas 11 mil construções individuais para os moradores reassentados das aldeias. Assinei um decreto sobre a criação de dois novos distritos - Zhurivskyi na Província de Kyiv e Brusylivskyi em Zhytomyr. E cada região da Ukraina devia construir nestes distritos uma aldeia. Se observarmos estas aldeias, cada uma tem suas particularidades, características da província que as construiu. Nos dias da entrega recebi um telefonema do presidente do Comitê de obras de Ternopil!, que dizia: "Vamos entregar a aldeia, e temos a proposição de levar às pessoas, para estas casas: farinha, grãos, batata, barricas de pepinos, de tomates, 10 galinhas, talvez um leitãozinho, para que as pessoas não entrem em paredes nuas". "Mas é maravilhoso!", digo. Depois conversei com todos os presidentes dos Comitês de Obras, e esta idéia foi aceita. Kyiv levou até aparelhos de TV, geladeiras, cortinas, louças, e de Sumy trouxeram até cachorros e gatos. As pessoas se preocuparam tanto com este mal, que ele, naturalmente uniu toda nação ukrainiana.

Até o final do ano todos os evacuados receberam um novo lar. Transferíamos aldeias inteiras. Mas... Cheguei ao distrito Zhurivskyi, e encontro duas mulheres sentadas na soleira. "Nós duas queremos ir para casa - dizem - para Polissia, onde crescemos". As pessoas ainda estão de luto por sua terra natal ... Pensa que foi fácil transferi-los? Ainda foi preciso aprovar a decisão, em 22.05.1986 sobre o despejo forçado de pessoas da zona de 30km. Eles não queriam sair. Até o último momento acreditavam que tudo ficaria bem...

- Os acontecimentos de Chornobyl com a situação no Japão a senhora compara?

- Eu, constantemente, procuro estar acompanhando os acontecimentos no Japão. É uma grande desgraça. Mas, no Japão pelo menos tem experiência. Nós não  tínhamos nada. Um acidente dessa magnitude e com conseqüências tão danosas ocorreu primeira vez no mundo. Os cientistas ainda não tinham conhecimento para solucionar tais problemas. E hoje, quando ouço: e isso estava errado, e aquilo... Mas nós fomos os primeiros!

Em fevereiro eu recebi jornalistas japoneses. Eles queriam saber, nos mínimos detalhes, como em poucas horas conseguimos evacuar os moradores de Prypiat e principalmente - quem os recebia? Eles não compreendiam, como famílias absolutamente estranhas podiam acolhê-los. E não para um - dois dias, mas para meio ano!

Tal catástrofe superar com forças somente do Japão, mesmo sendo um país de alta tecnologia, é quase irreal. Nós vencemos a catástrofe de Chernobyl com forças de todas as repúblicas. De todos os cantos da União Soviética vinham técnicas, materiais de construção e profissionais. Foi mobilizado todo o potencial econômico e intelectual de um grande país. E nós conseguimos evitar novas explosões e obstruir os resíduos das águas do Mar de Kyiv (Mar artificial - águas do rio Dnipró represadas. - O.K.), porque isto significaria sujar as águas do rio, águas que bebem 40 milhões de ukrainianos. No Japão águas foram contaminadas, e as emissões continuam. Segundo o exemplo de Ukraina, eles também constroem um sarcófago. Nós construímos o nosso para 10 anos, segundo os cálculos dos estudiosos. Eu estou muito preocupada porque no transcorrer dos 25 anos nada mais foi feito. E aquele sarcófago apresenta rachaduras. Esses dias resolveram juntar dinheiro em toda Europa para construir um novo sarcófago. Que Deus ajude os europeus valorizarem a coragem dos nossos homens, os quais com a própria vida fecharam o reator e salvaram não só Ukraina, mas também Europa.

- No filme "Mulheres de Chornobyl", filmado por sua iniciativa, ressoou a frase que com o acidente de Chornobyl teve início a desagregação da União soviética. E a senhora como pensa?

- Sim, eu me lembro desta frase. Com efeito, esta catástrofe dividiu a Ukraina em antes e depois de Chornobyl. Após o acidente houve muitas acusações contra as autoridades soviéticas - que nem todas as medidas foram tomadas, que muita coisa foi ocultado da Ukraina. O próprio Gorbachov somente se pronunciou no dia 14 de maio! E assegurava que não havia perigo.

Eu não diria que o acidente está diretamente associado com o colapso da URSS, não, já se encaminhava para isso. Mas Chornobyl, de verdade, poderia ser aquela gota que completa a taça da paciência.

Em geral, em Chornobyl havia muitas pessoas desonestas que "aqueceram suas mãos" e entraram na política. Essas pessoas nada faziam, apenas criticavam tudo e todos. Especialmente Volodymyr Yavorivskyi, que não moveu uma palha, mas exclamava: "Para tribunal Shevchenko, para tribunal Shcherbytskyi", mas fez o seu nome. Às vezes me lembro daqueles tempos e percebo que não guardei nem documentos, nem fotos daquela primeira viagem a Chornobyl. Porque então eu não pensava, que devia levar comigo um correspondente, um fotógrafo, um canal de TV... Eu pensava como posso ajudar as pessoas que tiveram problemas terríveis...

RECOMPENSAS

- Lembro muito bem quando entregava às mães e viúvas Estrelas de Ouro de Heróis, com as quais foram, postumamente, agraciados os primeiros que correram para apagar o fogo. Pedi a V. Shcherbytskyi para que essas recompensas fossem dadas por algum homem, mas ele não aceitou. Então eu fui ao encontro pensando: "O que poderei dizer a uma mãe que perdeu um filho de 23 anos? O que dizer para uma esposa, com filho de seis meses no colo e já viúva?" Entro, todos de luto, eu também uso roupa preta. Digo: "Peço desculpas às esposas, mas primeiro quero entregar as recompensas às mães. Porque elas educaram tais filhos, que às custas de suas próprias vidas, salvaram o mundo". Choravam elas, chorava eu... Depois, o fotógrafo e correspondente Yakiv Davedson aproximou-se de mim e disse: "Tal entrega de recompensas em toda minha vida, ainda não lembro. Porque não se alegravam com estas recompensas, choravam..."

AUXÍLIO

- De Prypiat e aldeias afetadas, lembro, evacuamos mais de 300 mulheres grávidas. Sem nada - saíram com a roupa do corpo. O bebê, quando nascer, precisará de roupinhas, carrinho. Entrei em contato com um grupo de soldados soviéticos amigos, que serviam na Alemanha e lhes pedi o necessário. No início de junho vieram dois aviões. Um deles com tudo o que um bebê necessita. No outro - roupas e objetos para crianças órfãs, de famílias numerosas. Tudo novo, com etiquetas! Mas, como naquela época a União Soviética recusava ajuda de além fronteira, eu mantive segredo. Os produtos dos aviões foram recebidos por pessoas confiáveis. Mais tarde encaminhei uma carta ao comando militar na Alemanha, agradecendo.


Tradução: Oksana Kowaltschuk
Fotos e videos formatação: AOliynik

 
O DESASTRE DE CHERNOBYL

 

terça-feira, 12 de abril de 2011

YANUKOVYCH OUVIU STALIN

Ukrainska Pravda, 03/02/2011
Mykola Tverdokhlib

… Passará algum tempo, e o olhar das novas gerações será direcionado ao nosso trabalho e vitórias de nossa Pátria socialista. Elas levantarão novamente a bandeira de seus pais e avós e nos darão reconhecimento integral. Seu futuro eles vão construir sobre o nosso passado”. Da conversa de Stalin com Alexandra Kolontai, dezembro de 1939.
Assim profetizava o ditador. Argumento irrefutável disso é a atuação de Viktor Yanukovych no cargo de presidente da Ukraina, o qual dá à memória de J. Stalin total reverência.
O presidente da Ukraina ouviu o “líder de todos os povos”, e desde os primeiros dias de seu exercício no cargo começou a usar a experiência do ditador Stalin.

Enumeremos apenas algumas de suas ações que copiam o “grande sábio”.

A fim de reforçar seu poder pessoal no país, Stalin eliminou a oposição da vida pública. Inicialmente colocava os oposicionistas na cadeia, depois os enviava para degredo a regiões inóspitas e, finalmente, os destruía fisicamente.
Yanukovych, por enquanto, coloca os oposicionistas atrás das grades.

Stalin destruía os “kulaks”. (Kulaks eram os aldeões considerados ricos, que possuíam 2 ou 3 vacas, uma parelha de cavalos, um arado. Eram aqueles que nós chamaríamos hoje  de pequenos agricultores – e que se colocaram contra as fazendas coletivas – os Kholkhozes - O.K.)
Yanukovych sufoca os pequenos e médios empresários com seu novo Código de Impostos.

Stalin organizava encenações de atentados contra ele.
Yanukovych também segue este caminho. Ultimamente, com maior freqüência, surgem informações sobre preparação de atentados ao presidente. Como contava Vysotsky “esta idéia não é nova, mas por ninguém abraçada”. Espalhando as invencionices sobre atentados a Yanukovych, seus subordinados tentam levantar sua popularidade, convencê-lo do seu significado e acusar a oposição de terrorismo. E Yanukovych submete-se a essas intimidações. Recentemente, durante uma visita a Ukraina Ocidental, para “salvar” sua preciosa vida, embaralhava seus passos como uma lebre, mudando a rota de vôo de seu avião.

Stalin, teoricamente fundamentava sua luta com “os inimigos da nação”, criando o conceito de aguçamento da luta de classes no caminho para o socialismo. Seus caudatários, para eliminar os “inimigos da nação” baseavam-se no artigo 58 do Código Penal RSFSR (República Federativa Socialista Soviética Russa).
Yanukovych também prepara uma “base jurídica” para a punição de seus adversários políticos. Seus assessores preparam leis sobre a prevenção ao terrorismo na Ukraina, relativo à defesa da honra da polícia – a defensora do regime.

Stalin e sua camarilha contribuíram para que as músicas ouvidas no país elogiassem ogrande sábio”.
Yanukovych também não se opõe ser exaltado nas canções. É por isso que nos jardins de infância, até agora só em Donbass, as crianças cantam uma canção sobre o “bom tio Vitia”.

Stalin introduziu uma censura brutal na mídia, transformando-a em mecanismo de pressão sobre a consciência do povo.
O regime de Yanukovych, nesta área, segue seu “nativo e caro”. Os órgãos do governo restringem as atividades dos jornalistas e emissoras de televisão, proibindo as críticas ao atual governo, bem como cobrir determinados temas.

Devoção especial ao “líder de todas as nações” Viktor Yanukovych expressou após a destruição da imagem do ídolo em Zaporizhzha. Ficou tão ofendido pelo ídolo que, com grande prazer observa como seus asseclas aprisionam e torturam ukrainianos, culpando-os por esse crime.

Tradução: Oksana Kowaltschuk

quinta-feira, 7 de abril de 2011

CRIMES DE GUERRA - 1941 - História e Acontecimentos

Notícias diárias ukrainianas - Lviv, Ukraina
09.07.1941
Do correspondente de guerra Kurt Hamle

Extermínio de 1500 ukrainianos em Lutsk - Ukraina

Dia 24.06.1941, pela manhã, reuniram os prisioneiros políticos da prisão soviética em Lutsk no grande pátio interno. No dia 22 de junho os alemães atravessaram a fronteira e vinham diretamente para Lutsk. De alguma maneira era preciso esvaziar a prisão, dos presos políticos. O próprio diretor, coronel soviético, aprsentou-se perante 4.000 presos e ordenou que, os que pertenciam ao movimento nacional ukrainiano deveriam reunir-se  no outro pátio, que seriam libertados. Apresentaram-se 1.500 pessoas que foram encaminhadas para o pátio indicado. Entre os restantes ficaram dois ukrainianos, os quais não acreditaram nas palaras do coronel, anteriormente conhecido pelos maus tratos aos prisioneiros. Eles permaneceram.

Sete meses de torturas

Sete meses eles já estão aqui trancados. Sobreviveram a três meses de interrogatórios diários. Seus nervos já não são dos melhores, refletem o sofrimento acumulado devido aos espancamentos, interrogatórios noturnos sob a luz de refletores, fome e outras chicanas para confissões agravantes.

E, eis agora, nos últimos dias, não se deixaram aniquilar. O que fizeram os carrascos com 1500 escolhidos ukrainianos, em engano e métodos - é bolchevique! A promessa de liberação, é claro, era engano, porque 1.500 nacionalistas ukrainianos é ameaça até para um Estado de 120 milhões. O zeloso dirigente da prisão decidiu, de acordo com ordem superior, destruir aquelas 1.500 pessoas.

A massa sob metralhadora

Colocadas as metralhadoras, as primeiras fileiras recebem a descarga. Gritos de dor elevam-se no ar. Os mortos amontoam-se sobre os menos ou mais feridos. Mas, para que o derramamento de sangue se conclua totalmente, os bolcheviques jogam granadas de mão. Durante a "limpeza" os últimos feridos são mortos com tiros de revólver. Este foi um terrível banho de sangue. Gritos e tiros produziram, nos 2.500 presos que permaneceram nas câmeras, medo e inquietação. Em acréscimo os "oprichnik" (guarda criada por Ivan, o Terrível - O.K.) da NKVD cegamente lançaram granadas para dentro das células, onde havia 30 ou mais prisioneiros..

Quando na prisão de Lutsk continuava este sangrento banho soviético, a marcha das tropas alemãs aproximava-se da cidade. O diretor e a guarda prisional fogem.

Castigo justo

Passadas algumas horas, os "oprichnik" voltam, para exterminar o resto dos prisioneiros, acreditando que os alemães ainda não entraram na cidade. Mas enganaram-se. A prisão já havia sido tomada e o massacre sangrento descoberto. Os "oprichnik" caem nas mãos dos alemães e encontram o merecido castigo.

A ação sangrenta na prisão de Lutsk - não é exceção. Ela demonstra os métodos diabólicos do bolchevismo, que desde 1917 não mudou em nada. Ela demonstra também que tipo é o inimigo, o bolchevique comunista, e que tipo de animal contrapõe-se na luta contra a organizada Europa.


Notícias diárias ukrainianas - Lviv, Ukraina.
10.07.1941

Bandidos torturam sem fim

Chegam mais notícias. Em Dubni, os bolcheviques torturaram até a morte 1.500 ukrainianos. A perícia médica constatou que estes barbaros inumanos primeiramente violentavam as mulheres e crianças. Em seguida torturavam todos até a morte. Depois dos terríveis  sofrimentos que vivenciaram, os moradores do oeste da Ukraina, com coração agradecido, recebem a aproximação do exército alemão. (Infelizmente "os libertadores" não demoraram para demonstrar o seu lado bárbaro e assassino, tal e qual - O.K.)


Notícias diárias ukrainianas - Lviv, Ukraina
10.07.1941

A "hecatombe ukrainiana"

Em Bibrtsi (cidade da Província de Lviv) a NKVD torturou o advogado Dr. Kulchytsky. Cortaram suas orelhas e o nariz, depois jogaram-no em líquido fervente. Assim torturaram mais 17 pessoas.

Em Kamianets Strumyloviy (Província de Lviv), a NKVD, com ajuda de judeus, matou o advogado Stefanovych, dois irmãos Mulkevych, prof. Mykhaylo Lytvyn, três irmãos Lukashevsk, prof. Melnyk, cidadão Kuts, e muitos outros cujos nomes permanecem desconhecidos para nós.

Na cidade Sudova Vyshnia (Província de Lviv), os bolcheviques, como em toda parte, procuravam novas vítimas. Caiu um tiro provocativo próximo a casa do cabo da UHA (Exército Ukrainiano de Halychena) Eustáquio Fostiak. Os lacaios do inimigo acusaram os ukrainianos. A NKVD invadiu a casa  de E. Fostiak que não se encontrava em sua residência.. No dia seguinte novamente um tiro de local não determinado. No dia 28 de junho, bem cedo, os bolcheviques retiraram E. Fostiak de sua casa, levaram-no ao campo e fuzilaram-no.


Homenagem no local onde foram fusilados os padres ortodoxos em novembro de 1941

Cenas de fusilamento de ucranianos em Babyn Yar
Pesquisa: Internet
Oksana Kowaltschuk
Fotoformatação: A. Oliynik