terça-feira, 31 de julho de 2012

FREEDOM HOUSE PREOCUPADA...

Tyzhden (Semana), 20.07.2012

Freedom House está preocupada com a imagem da família Yanukovych como a maior fonte de corrupção.

A organização internacional não-governamental Freedom House está preocupada com a imagem da família do Presidente Viktor Yanukovych como a maior fonte de corrupção na Ukraina. Sobre isto falou o presidente David Kramer em entrevista a Rádio Svoboda (Liberdade).

Estamos preocupados com a proliferação da corrupção que anteriormente já existia na Ukraina", - disse David Kramer. "Em abril, quando realizamos a pesquisa, ouvimos um novo termo: "familiarização", quando as pessoas apontam diretamente para a famíliai presidencial como a maior fonte de corrupção" - disse ele.

Sobre as eleições parlamentares de outubro, Kramer se preocupa: "Temos um sentimento muito ruim quanto aos acontecimentos no transcorrer das eleições". Kramer também observou que na Ukraina piorou a justiça eleitoral e a situação dos políticos aprisionados.

Anteriormente, o jornal "Dzerkalo Tyzhnia" (Espelho da Semana), com referência às fontes competentes informou que com os ativos da "família" do presidente Yanukovych interessaram-se os representantes do Grupo de Egmont - uma organização que reúne informações financeiras de mais de 120 países, incluindo Ukraina.
Tradução: Oksana Kowaltschuk

segunda-feira, 30 de julho de 2012

OLIMPIADA 2012: O QUE ESPERAR DOS ATLETAS?

Os "olímpicos" ukrainianos não recebem comida suficiente e treinam em condições desfavoráveis.
Ukrainska Pravda - Zhyttia (Verdade Ukrainiana - Vida), 25.07.2012

Aos desportistas da equipe olímpica, do atletismo da Ukraina, não fornecem alimentação suficiente, nem mesmo água potável mais de meio litro diário. E não há onde comprar. A notícia veio pela televião TCN, a qual cjamaram os atletas para mostrar em que condições vivem.
A base se assemelha a um acampamento pioneiro esquecido, dizem os jornalistas. Da época soviética.
Os atletas usam banheiros, nos quais nem sempre funciona a drenagem, ocasionando cheiro de mofo e urina.
Os colchões velhos ocasionam dores nas costas. Os atletas que podiam, compraram novos. E, além das camas desconfortáveis e sujos travesseiros, os mosquitos perturbam o sono a noite.
"Viver nesta imundície não é agradável. E, como atrair a geração mais jovem? Vir, praticar esportes mesmo entendendo que isto já não é valorizado", indigna-se o lutador Alex Kasyanov.
A campeã mundial e da Europa, de salto triplo, Olha Solodukha, diz que a comida é pouca. "Deseja-se melhores condições e melhor alimentação, ao menos antes da Olimpíada. Não é suficiente. Principalmente para os rapazes".
Os esportistas entram na fila, e sozinhos distribuem a sopa e as saladas. Gostariam de comer mais algum alimento. Não há nada nas geladeiras, não há geladeiras. Não há mercados próximos, e ir até Kyiv é violação do regime.
Os desportistas dizem que o governo destina 205 UAH (28 USD) por dia para cada pessoa. Aonde foi parar o dinheiro não sabem.
O chefe da equipe não respondeu a esta pergunta. De início não queria que fossem tiradas fotos. Em seguida pediu aos jornalistas que se retirassem. "Os atletas precisam treinar e não reclamar".
O ginásio também assusta: tapete sujo e rasgado, aparelhos danificados ou insuficientes.
No entanto o vice-presidentee do Ministério da Juventude e Esporte Serhii Hlushchenko declarou que o governo destinou 564 milhões de UAH (70.500.000 USD) para a preparação da equipe aos XXX Jogos Olímpicos em 2012, em Londres.

Tradução: Oksana Kowaltschuk


sexta-feira, 27 de julho de 2012

EPÍSTOLA: Poema de TARAS SHEVTCHENKO


EPÍSTOLA
Aos meus conterrâneos vivos e mortos e não nascidos existentes na minha amistosa Ukraina e fora dela.

Escrita no ano de 1845

Poema de TARÁS SHEVTCHENKO
Tradução: Por Oksana Kowaltschuk


І смеркає, і світає,
1 Anoitece e amanhece,
День божий минає,
Dia santo finda,
І знову люд потомлений,
Novamente o povo cansado
І все спочиває
E tudo repousa
Тілько я, мов окаянний,
5 Somente eu, como maldito,
І день і ніч плачу
Dia e noite choro
На розпуттях велелюдних,
Nos cruzamentos populosos,
І ніхто не бачить,
E ninguém não vê,
І не бачить, і не знає —
E não vê, e não sabe —
Оглухли, не чують;
10 Emouqueçeram, não ouvem;
Кайданами міняються,
Permutam grilhões,
Правдою торгують
Mercantilizam a verdade.
І Господа зневажають,
E a Deus desprezam,
Людей запрягають
Pessoas atrelam[1]
В тяжкі ярма. Орють лихо,
15 A jugos pesados. Lavram o mal,
Лихом засівають,
E o mal semeiam,
А що вродить? побачите,
E o que nascerá? Vereis,
Які будуть жни́ва!
Qual será a colheita!
Схаменіться, недолюди,
Reconsiderai, tiranos,
Діти юродиві!
20 Crianças alienadas! [2]
Подивіться на рай тихий,
Olhai no paraíso silencioso,
На свою країну,
No seu país,
Полюбіте щирим серцем
Afeiçoai-vos com coração sincero
Велику руїну,
Ao grande escombro, [3]
Розкуйтеся, братайтеся,
25 Libertai-vos, irmanai-vos, [4]
У чужому краю
Em país estranho
Не шукайте, не питайте,
Não procurai, não perguntai,
Того, що немає
O que, não existe
І на небі, а не тілько
Nem no céu, não somente
На чужому полі.
30 No campo alheio.
В своїй хаті своя й правда,
Em sua casa, sua verdade
І сила, і воля.
E força, e vontade.
Нема на світі України,
Não há no mundo outra Ukraina, [5]
Немає другого Дніпра,
Não há um outro Dnipró,
А ви претеся на чужину.
E vós correis ao estrangeiro.
Шукати доброго добра,
36 Procurar um bem melhor
Добра святого. Волі! волі!
Um bem santo. Liberdade! Liberdade!
Братерства братнього! Найшли,
Irmandade fraterna! Encontrastes, [6]
Несли, несли з чужого поля
Carregastes, carregastes do campo alheio
І в Україну принесли
40 E a Ukraina trouxestes
Великих слов велику силу,
Grandes palavras, grande vigor,
Та й більш нічого. Кричите,
E nada mais. Agora gritais,
Що Бог создав вас не на те,
Que Deus criou-vos não para,
Щоб ви неправді поклонились!
A inverdade vós curvastes!
І хилитесь, як і хилились!
45 E curvais, como curvastes!
І знову шкуру дерете
E novamente a pele arrancais
З братів незрящих, гречкосіїв,
Dos irmãos iletrados, lavradores,
І сонця-правди дозрівать
E o sol - verdade amadurecer
В німецькі землі, у чужії,
Em terras alemãs, estranhas,
Претеся знову!... Якби взять
50 Correis novamente!...Se pegardes
І всю мізерію з собою,
Toda miséria consigo, [7]
Дідами крадене добро,
O bem roubado pelos avós,
Тойді оставсь би сиротою
Então ficaria órfão
З святими горами Дніпро!
Com montanhas santas Dnipró!
Ох, якби те сталось, щоб ви не вертались,
55 Ah, se acontecesse, que vós não voltásseis,
Щоб там і здихали, де ви поросли!
Que lá expirásseis, onde vós crescestes! [8]
Не плакали б діти, мати б не ридала,
Não chorariam filhos, mãe não choraria,
Не чули б у Бога вашої хули
Vossa blasfêmia a Deus não chegaria [9]
І сонце не гріло б смердячого гною
E o sol não aqueceria fétido esterco
На чистій, широкій, на вольній землі
60 No limpo e largo, no livre torrão
І люди б не знали, що ви за орли,
E pessoas não saberiam, que águias sois,
І не покивали б на вас головою
E não vós desaprovariam meneando a cabeça
Схаменіться! будьте люди,
Reconsiderai! sede pessoas,
Бо лихо вам буде
Porque o mal vós atingirá.
Розкуються незабаром
65 Brevemente livrar-se-ão
Заковані люде,
Acorrentadas pessoas,
Настане суд, заговорять
Ocorrerá julgamento, falarão
І Дніпро, і гори!
Dnipró, e montanhas! [10]
І потече сторіками
E fluirá em cem rios
Кров у синє море
70 Sangue ao mar azul
Дітей ваших... і не буде
De vossos filhos...e não haverá
Кому помагати
Ninguém ajudando
Одцурається брат брата
Irmão rejeitará irmão
І дитини мати
E a mãe ao filho,
І дим хмарою заступить
75 A nuvem de fumaça impedirá
Сонце перед вами,
O sol diante de vós,
І навіки прокленетесь
Para sempre sereis amaldiçoados [11]
Своїми синами!
Pelos filhos seus! [12]
Умийтеся! образ Божий
Lavai! de Deus a imagem
Багном не скверніте
80 Não desfigureis com lama [13]
Не дуріте дітей ваших,
Não enganeis filhos vossos,
Що вони на світі
Que eles vieram ao mundo
На те тілько, щоб панувать...
Para dominar, apenas
Бо невчене око
Porque o olho iletrado
Загляне їм в саму душу
85 Perscrutará sua alma
Глибоко! глибоко!
Profundo! profundo!
Дознаються небожата,
E saberão pobrezinhos,
Чия на вас шкура,
De quem vestis a pele, [14]
Та й засядуть, і премудрих
E julgarão, e aos mui sabidos
Немудрі одурять!
90 Os tolos enganarão! [15]
Якби ви вчились так, як треба,
Se vós estudásseis como precisa,
То й мудрость би була своя
A sabedoria seria vossa.
А то залізете на небо:
Mas rastejando ao céu:
«І ми не ми, і я не я,
"E nós não somos nós, e eu não sou eu, [16]
І все те бачив, і все знаю,
95 E tudo o que vi, e tudo o que sei,
Нема ні пекла, ані Раю
Não há inferno, nem Paraíso,
Немає й Бога, тілько я!
E não há Deus, somente eu!
Та куций німець узловатий,
O alemão é curto mas também desata os nós
А більш нікого!...» — «Добре, брате,
E mais ninguém!..." -"Está bem, irmão
Що ж ти такеє?»
100 E você o que é?"
«Нехай скаже
"Deixa que diga
Німець. Ми не знаєм»
O alemão. Nós não sabemos." [17]
Отак-то ви навчаєтесь
É assim que estudais
У чужому краю!
Em país estranho!
Німець скаже: «Ви моголи».
105 O alemão dirá: "Vós sois Moguls".
«Моголи! моголи!»
"Moguls! Moguls!" [18]
Золотого Тамерлана
Do áurico Tamerlão [19]
Онучата голі
Netinhos despidos.
Німець скаже: «Ви слав’яне»
O alemão dirá: "Vós sois eslavos".
«Слав’яне! слав’яне!»
110 "Eslavos! eslavos!"
Славних прадідів великих
De grandes ancestrais gloriosos
Правнуки погані!
Bisnetos inaptos!
І Коллара читаєте.
E ledes Kollara [20]
З усієї сили,
Com todas as forças
І Шафарика, і Ганка,
115 E Shafarik, [21] e Hanka, [22]
І в слав’янофіли
E aos eslavófilos [23]
Так і претесь... І всі мови
Assim avançais... E todas as línguas
Слав’янського люду —
Dos povos eslavos —
Всі знаєте. А своєї
Conheceis todas. Mas a sua
Дас[т]ьбі... Колись будем
120 Deus dará... Algum dia
І по-своєму глаголать,
Iremos falar a esmo
Як німець покаже
Quando o alemão mostrar
Та до того й історію
E ainda a história
Нашу нам розкаже, —
Nossa nos contar, —
Отойді ми заходимось!
125 Então nós nos empenhamos
Добре заходились
Bem nós empenhamos
По німецькому показу
Pelo exemplo alemão
І заговорили
E começamos a falar
Так, що й німець не второпа,
Mas, nem o alemão entendeu,
Учитель великий,
130 Grande Professor,
А не те, щоб прості люде
Quanto mais pessoas comuns
А ґвалту! а крику!
A violência! os gritos!
«І гармонія, і сила,
"E harmonia, e força, [24]
Музика та й годі!
Música e basta!
А історія!... поема
135 A história!... poema [25]
Вольного народа!
Nação livre!
Що ті римляне убогі!
O que aqueles pobres romanos! [26]
Чортзна-що — не Брути!
Diabo sabe o que - não Brutus!
У нас Брути! і Коклеси!
Para nós Brutus! e Koklesy!
Славні, незабуті!
140 Gloriosos, inesquecíveis!
У нас воля виростала,
Crescia nossa liberdade
Дніпром умивалась,
No Dnipró banhava-se,
У голови гори слала,
Montanhas às cabeças enviava,
Степом укривалась!»
Com estepes cobria-se!"
Кров’ю вона умивалась,
145 Em sangue banhava-se,
А спала на купах,
Mas dormia sobre pilhas,
На козацьких вольних трупах,
De cadáveres, de livres cossacos
Окрадених трупах!
Espoliados cadáveres! [27]
Подивіться лишень добре,
Apenas olhem bem,
Прочитайте знову
150 Novamente lede
Тую славу. Та читайте
Aquela glória. Mas lede
Од слова до слова,
De palavra à palavra
Не минайте ані титли,
Não desvieis nem o til,
Ніже тії коми,
Nem aquela vírgula,
Все розберіть... та й спитайте
155 Compreendei tudo... e perguntai
Тойді себе: що ми?...
A si mesmo: quem nós somos?...
Чиї сини? яких батьків?
Filhos de quem? de que pais?...
Ким? за що закуті?...
Por quem? por quê acorrentados?...
То й побачите, що ось що
Vereis então, que eis que
Ваші славні Брути:
160 Vossos gloriosos Brutus:
Раби, подножки, грязь Москви,
Escravos, bajuladores, imundície de Moscou,
Варшавське сміття — ваші пани
Lixo de Varsóvia - vossos senhores [28]
Ясновельможнії гетьмани.
Potentíssimos hetmanes. [29]
Чого ж ви чванитеся, ви!
Por quê vós vangloriais, vós!
Сини сердешної Украйни!
165 Da Ukraina infelizes filhos
Що добре ходите в ярмі,
Que sob o jugo viveis bem,
Ще лучше, як батьки ходили.
Bem melhor, que vossos avós viviam. [30]
Не чваньтесь, з вас деруть ремінь,
Não vós vangloriais, de vós esfolam couro,
А з їх, бувало, й лій топили.
E deles, acontecia, derretiam sebo.
Може, чванитесь, що братство
170 Talvez, vós vangloriais, que a irmandade [31]
Віру заступило.
Substituiu a fé cristã.
Що Синопом, Трапезондом
Que em Sinop, Trebizonda [32]
Галушки варило.
Bolinhos coziam.
Правда!.. правда, наїдались.
Verdade!...verdade, fartavam-se.
А вам тепер вадить.
175 E a vós agora enjoa. [33]
І на Січі мудрий німець
E na Sichi o alemão sábio [34]
Картопельку садить,
Planta batatinha,
А ви її купуєте,
E vós a comprais,
Їсте на здоров’я
Comeis prá saúde
Та славите Запорожжя.
180 E glorificais Zaporozhzhia.
А чиєю кров’ю
E de quem o sangue
Ота земля напоєна,
Que regou aquela terra
Що картопля родить, —
Que produz batata,
Вам байдуже. Аби добра
Sois indiferente. Desde que seja
Була для городу!
185 Boa para horta!
А чванитесь, що ми Польщу
Mas jactai-vos, que a Polônia
Колись завалили!...
Derrotamos, certa vez!...
Правда ваша: Польща впала,
Vossa verdade: Polônia caiu,
Та й вас роздавила!
E vos esmagou! [35]
Так от як кров свою лили
190 Assim como o sangue derramaram
Батьки за Москву і Варшаву,
Os pais por Moscou e Varsóvia
І вам, синам, передали
A vós, filhos, passaram
Свої кайдани, свою славу!
Seus grilhões, sua glória! [36]
Доборолась Україна
Lutou, lutou Ukraina
До самого краю.
195 Até o limite.
Гірше ляха свої діти
Pior que o inimigo, seus filhos
Її розпинають.
A crucificam.
Заміс[т]ь пива праведную
Em vez da cerveja, o digno
Кров із ребер точать.
Sangue das costelas sugam.
Просвітити, кажуть, хочуть
200 Dizem, esclarecer querem
Материні очі
Da mãe, os olhos
Современними огнями.
Com eternas chamas.
Повести за віком,
Além da vida levar,
За німцями, недоріку,
Atrás dos alemães, desamparada,
Сліпую каліку.
205 Cega aleijada, [37]
Добре, ведіть, показуйте,
Bom, levai, mostrai,
Нехай стара мати
Que a velha mãe
Навчається, як дітей тих
Aprenda, como cuidar
Нових доглядати.
As novas crianças.
Показуйте!... за науку,
210 Mostrai!... pela ciência,
Не турбуйтесь, буде
Não preocupeis, haverá
Материна добра плата.
Bom pagamento materno.
Розпадеться луда
Desintegrar-se-á o engano
На очах ваших неситих,
Nos vossos olhos não saciados,
Побачите славу,
215 Vereis a glória, [38]
Живу славу дідів своїх
Glória viva de seus avós
І батьків лукавих.
E de pais dissimulados,
Не дуріте самі себе,
Não mintam para si mesmos,
Учітесь, читайте,
Estudai, lede,
І чужому научайтесь,
220 E de outrem aprendei,
Й свого не цурайтесь.
Do próprio não vós esqueçais,
Бо хто матір забуває,
Porque, quem esquece a mãe,
Того Бог карає,
Por Deus será castigado,
Того діти цураються,
Dele os filhos se esquivam,
В хату не пускають.
225 Em casa não acolhem.
Чужі люди проганяють,
Estranhos mandam embora, [39]
І немає злому
Já não há aceitação
На всій землі безконечній
Em toda a terra infinita
Веселого дому.
Nem casa alegre.
Я ридаю, як згадаю
230 Eu choro quando lembro
Діла незабуті
Inesquecíveis ações
Дідів наших. Тяжкі діла!
De avós nossos. Difíceis ações!
Якби їх забути,
Como esquecê-las,
Я оддав би веселого
Com alegria eu daria
Віку половину.
235 De minha vida metade. [40]
Отака-то наша слава,
Assim é a nossa glória,
Слава України.
Glória da Ukraina.
Отак і ви прочитай[те],
Então e vós lede, [41]
Щоб не сонним снились
Para adormecidos não sonhardes [42]
Всі неправди, щоб розкрились
240 Todas as mentiras, que se abram
Високі могили
Altas sepulturas
Перед вашими очима,
Diante de vossos olhos,
Щоб ви розпитали
Para vos questionardes
Мучеників, кого, коли,
Mártires, quem, quando
За що розпинали!
245 Por quê crucificavam!
Обніміте ж, брати мої,
Abracem, irmãos meus, [43]
Найменшого брата —
O irmão menor [44]
Нехай мати усміхнеться,
Para que a mãe sorria,
Заплакана мати.
Mãe chorosa.
Благословить дітей своїх
250 E abençoe filhos seus
Твердими руками
Com mãos firmes [45]
І діточок поцілує
E beije as criancinhas
Вольними устами.
Com os lábios libertos. [46]
Забудеться срамотня
E esqueça-se a infame
Давняя година,
255 A antiga hora, [47]
І оживе добра слава,
E reviva a boa glória,
Слава України,
Glória da Ukraina,
І світ ясний, невечерній
E o mundo claro, inexaurível
Тихо засіяє...
Em silêncio brilhará...
Обніміться ж, брати мої.
260 Abraçai-vos, irmãos meus.
Молю вас, благаю!
Peço-vos, suplico!


"Epístola - poema inteiramente político e edificante. Ele é dirigido exclusivamente aos senhores ukrainianos. Na Ukraina escravizada pelos czares moscovitas havia também ukrainianos senhores de escravos e que, leais a Moscou, tratavam seus escravos com o mesmo rigor dos senhores moscovitas.
A principal idéia dessa "Epístola está nas palavras bíblicas que Shevchenko colocou no início do poema, apenas precisa substituir as palavras "Deus" por "Ukraina" e "irmão" por "homem", e veja como fica: "Se vocês, senhores ukrainianos, dizem, que amam Ukraina, mas odeiam o homem-escravo ukrainiano, então isto é mentira"!
Foi preciso ver muita desgraça causada por senhores ukrainianos aos homens-escravos, foi preciso ver com próprios olhos aquela grande ruína nacional na qual os senhores converteram Ukraina, para que do peito pudesse escapar tal mágoa como nesta epístola.
Os senhores ukrainianos no "Livoberezhia (terras a esquerda do rio Dnipró) - descendiam da "Starshyna" cossaca [Starshyna é a designação do conjunto de ocupantes de postos de comando. Os cossacos não eram uma simples reunião de pessoas. Era um exército regular e organizado, voluntário, sem soldo. Formava-se, geralmente, de homens que não se submetiam a escravidão e fugiam para a área ocupada pelos cossacos chamada "Sich" ou "Zaporizhzhia". – OK] e mais ou menos dividiam-se em dois grupos: os assim chamados "molha-focinho" que afogavam a garganta com cachaça, frequentemente para esquecer toda aquela mentira próxima a eles, e os liberais, livres pensantes, isto é, aqueles que se reuniam em suas festanças, gostavam comentar os bons tempos antigos na Ukraina, e proferir palavras vazias sobre a liberdade e irmandade. Palavras vazias - porque eles estiveram no estrangeiro, estudaram por lá (e seus filhos para lá enviavam). Então apropriaram-se dessas palavras e as proclamavam, mas, na Ukraina não as incorporavam à vida: curvavam-se ante a mentira (diante do governo do czar) e pressionavam os escravos ukrainianos, como se as palavras sobre a irmandade dissessem respeito apenas ao ocidente da Europa, como se o aldeão ukrainiano fosse diferente.
E então, na "Epístola" Shevchenko, de modo paterno coloca diante dos olhos de nossos senhores toda aquela falsidade, aconselha e pede reconsiderar enquanto é tempo.
Para que não fiquem vazias suas palavras, o poeta conclui que tudo o que aprendem dos estrangeiros, os nossos senhores - é muito superficial, que eles, como crianças pequenas, repetem seus professores, por isso a inteligência não é deles, é emprestada, e realmente, nenhuma inteligência, nenhum conhecimento eles possuem. Eles apegam-se a inúmeros slogans, como "eslavofilia" (apego a todos eslavos), estudam as línguas eslavas, mas a sua desconhecem, porque seu professor estrangeiro não lhes falou quem são. Talvez não sejam eslavos, talvez sejam mongóis! Ufanam-se com seu passado, sua história, história da Ukraina - mas não conhecem bem nem a história da "Hetmanshchyna" (período da existência dos cossacos cujo chefe era chamado "Hetman"), nem o significado do "Zaporizhzhia" (local da existência cossaca), nem por quê Ukraina lutou com a Polônia. Elogiam aquilo que não precisa, diante do mundo gabam-se com sua antiga liberdade, mas carregam grilhões, que lhes legaram seus pais!
Devido ao pretexto de que conduzem Ukraina de acordo com o espírito da época, dizem à toda Europa, mas, na verdade usurpam suas riquezas - o país encontra-se à margem do abismo. Contra a Ciência o poeta não é que diz algo, pelo contrário, ele aconselha a estudar como é preciso, porque somente o verdadeiro estudo lhes mostrará quem são, de que pais são filhos, a glória de seus avós. E não devem rejeitar o que é próprio porque os que rejeitam não encontram lugar nesta terra.
Shevchenko intima a não palavras mas à ação de abraçar o irmão menor - findando assim este ato de culpabilidade aos seus conterrâneos senhores ukrainianos.
Para uma melhor compreensão da visão de Shevchenko sobre a história ukrainiana precisa observar que ele, na Epístola, separa fortemente a geração dos avós da geração dos pais e dos filhos - aos quais foi escrita esta Epístola. Mas que as mencionadas questões, no poema, têm importância para todos nós, por esta razão o título do poema.
Tradução: Oksana Kowaltschuk
NOTAS DE RODAPÉ
Elaboração: Oksana Kowaltschuk
Nota
Linha
Descrição
1
14
Pessoas atrelam. As pessoas são os agricultores servos obrigados a lavrar o campo.
2
20
Crianças alienadas. Aqui Taras Shevchenko mostra sua mágoa, principalmente ao Hetman Bohdan Khmylmytskyi que, para vencer os poloneses que lutavam contra Ukraina para apoderar-se de todas as suas terras, estabeleceu acordo com Moscou. O acordo, em poucos anos foi violado por Moscou, e toda a região central e a esquerda do rio Dnipró caiu sob o jugo moscovita.
3
24
Ao grande escombro. O Poeta exorta os senhores ukrainianos para amarem o seu país, que mesmo em ruínas tem harmonia, força e história.
4
25
Libertai-vos, irmanai-vos. As algemas significam a escuridão em que a nação, agora, sob o domínio moscovita, vive. A nação deve procurar o caminho do entendimento mútuo, real, não somente com palavras.
5
33
Não há no mundo outra Ukraina. Não há outro país como Ukraina.
6
38
Irmandade fraterna! Encontrastes. Slogans criados pela Revolução Francesa: bem, irmandade, liberdade, etc.
7
51
Toda miséria consigo. Toda pobreza, insignificância.
8
56
Que lá expirásseis, onde vós crescestes. Onde se educaram, onde cresceram, se estão no estrangeiro. Porque quando voltam ao país, só se preocupam com o seu próprio bem.
9
58
Vossa blasfêmia a Deus não chegaria. Porque vocês ofendem Deus, desprezam-no dizendo uma coisa e fazendo outra.
10
68
Dnipró e montanhas. Neste julgamento serão testemunhas Dnipró e montanhas nas suas margens - Ukraina inteira se levantará contra vocês por causa da opressão que exercem sobre o irmão menor.
11
77
Sereis amaldiçoados para sempre. Este julgamento se assemelha ao julgamento vindouro de Deus retratado por Isaias.
12
78
Pelos filhos seus! Pagarão por vocês seus filhos, porque vocês já não existirão.
13
80
Não desfigureis com lama. O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, não pode mentir.
14
88
De quem vestis a pele. Agora vocês se tornaram senhores. Mas, anteriormente, eram homens comuns como aqueles que agora mantém sob o jugo.
15
90
Os tolos enganarão. O homem comum condenará os inteligentes, isto é, os opressores.
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E nós não somos nós, e eu não sou eu. Pensamento de filósofos alemães, profundos e inteligentes. Nossos senhores, porém, são superficiais e se apegam apenas às palavras e não aos pensamentos, daí que suas conclusões não contém a verdade, apenas palavras banais que atribuem, erroneamente, a um ou outro estudioso sério.
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Deixa que o diga O alemão. Nós não sabemos. Pode ser um alemão ou qualquer outro estrangeiro erudito.
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Moguls! Moguls! Na então ciência histórica havia uma corrente que acreditava serem os eslavos descendentes de mongóis.
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Do áurico Tamerlão. Tamerlão (1336-1405). Emir da Ásia Central (1370-1405). Conquistador. Realizava ataques devastadores contra o Irã, Ásia Menor, Cáucaso e Índia. Comandou a chamada Horda de Ouro.
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E ledes Kollara. Jan Kollar (1793-1852). Cientista e poeta Checo-Eslovaco, que defendia a idéia da unidade dos povos eslavos.
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E Shafarik. Paul Joseph Shafarik. Eslovaco. Linguista, etnógrafo, historiador literário e poeta. Estudioso da história, língua e literatura dos povos eslavos.
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Hanka. Vaclav Hanka (1791-1861) Filólogo e poeta checo. Líder do renascimento nacional. Defendia a idéia da unidade eslava.
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E aos eslavófilos. Eslavófilos - representantes de uma das áreas do pensamento social e político da Rússia dos anos 40 - 50 do século XIX. Com medo da influência posicionavam-se contra as idéias ocidentais. Seus pontos de vista eram complexos e contraditórios, com evolução para o conservadorismo. Nos anos 40 os ocidentais os criticavam pela escravatura e conclamavam para que estudassem mais a história nacional e fossem mais progressistas. Os eslavófilos em oposição aos "ocidentalizados" engrandeciam a ortodoxia oficial e defendiam a idéia da forma original russa de desenvolvimento através de comunidades agrárias. Taras Shevchenko dirige suas palavras contra as manifestações daqueles "compatriotas", que se preocupavam com a união dos eslavos sob o cetro do czar autocrata russo, ignorando os interesses do povo ukrainiano e seus interesses político-sociais de vanguarda.
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E harmonia, e força. Harmonia na música, nas canções, satisfação em ouvir. Elogio ao idioma ukrainiano que tem harmonia e força e que, mesmo falado parece musical. Assim os senhores ukrainianos elogiavam o idioma ukrainiano na presença de Shevchenko para lhe agradar mas, entre si, usavam o idioma russo.
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A história!... poema. Poema - palavra grega. Nossos senhores dizem que nossa história de luta pela liberdade é tão linda, que é como se alguém construísse um poema.
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O que aqueles pobres romanos! E novamente os senhores pátrios dizem que os heróis romanos eram inferiores, se comparados aos heróis ukrainianos, porque eles não lutaram com eficiência pela liberdade: Brutus tornou-se famoso porque em 509 a.C. matou o rei, e Roma tornou-se uma república livre. Outro Brutus em 43 a.C. matou Cesar, que pretendia tornar a república czarista e tornar-se czar, daí o nome. Horace Kokles, famoso na mitologia romana, o herói que defendeu sozinho uma ponte sobre o Tibre contra os etruscos.
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Espoliados cadáveres. Esta é a resposta de Shevchenko aos senhores ukrainianos que glorificavam a nossa liberdade.
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Lixo de Varsóvia. Os dirigentes bajuladores de Varsóvia: Teteria e Khanenko.
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Potentíssimos hetmanes. Não convém pensar que Shevchenko julgava mal a todos os "hetmanes". Ele glorificava àqueles que realmente cuidavam da Ukraina: Polubotok, Mazepa, Doroshenko, respeitava muito mas sentia grande mágoa por Bohdan Khmylnytskyi devido ao acordo de Pereyaslav com os russos. A crítica é dirigida aos bajuladores de Moscou: Rozumovskyi, Samoilovuch, Skoropadskyi, Briúkhovetskyi.
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Bem melhor, que vossos avós viviam. Como avós, deve-se compreender aqueles antepassados que lutavam contra o jugo polonês, que não era mais leve que o russo.
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Talvez vós vangloríeis que a irmandade. A verdadeira história da época dos "hetmane" os senhores não conhecem, vangloriam-se com o que não conhecem bem. Vangloriam-se até com episódios que não merecem glória. Irmandade é o Zaporizhzhia (local e organização dos cossacos). Shevchenko repreende os senhores, lembra que, o glorioso Zaporizhzhia, que era o terror dos turcos - estrangeiros ocuparam, isto é, os alemães.
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Que em Sinop, Trebizonda. Cidades do litoral da Turquia no litoral norte. Ásia Menor.
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E a vós agora enjoa. Agora não há mais proveito da situação.
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E na Sichi o alemão sábio. "Sich" ou Zaporozhizhia (ou mais antigamente Zaporizhzhia) eram os nomes das terras onde viviam os cossacos. Havia uma espécie de quartel militar organizado onde os cossacos viviam sem nenhuma remuneração, a não ser a glória alcançada em lutas pela pátria. As terras adjacentes, geralmente eram ocupadas por cossacos idosos ou mutilados, que constituíam família e ocupavam-se com agricultura, pequena criação de animais e apicultura.
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E vos esmagou. Não há porque vangloriar-se. É verdade que por causa da Ukraina, Polônia caiu, mas, para Ukraina chegou o fim - sob Moscou.
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Seus grilhões e sua glória. Aqui a referência já não é mais aos avós, mas aos pais dos atuais senhores, que serviam à Polônia e Moscou. Então a glória dos senhores na verdade - nossos grilhões. Polônia e Moscou porque a parte da margem direita do rio Dnipró continuou sob o jugo da Polônia.
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Cega aleijada. A velha mãe é Ukraina, que, como criança desamparada não vê, não sabe o que está acontecendo.
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Vereis a glória. A grande e verdadeira glória dos avós, e a glória dissimulada dos pais. A referência é a épocas diferentes.
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Estranhos mandam embora. As pessoas não aceitam os traidores, eles se tornam estranhos.
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De minha vida metade. As ações dos avós eram difíceis mas grandiosos, porém nada restou. Então, seria melhor não saber.
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Então e vós lede. Eu li, diz o autor, portanto sei qual é nossa glória.
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Para adormecidos não sonhardes. Para abrir bem os olhos e enxergar a realidade tal qual ela é.
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Abracem, irmãos meus. Entenda-se - os senhores ukrainianos.
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O irmão menor. O aldeão escravo.
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Com mãos firmes. Tendo consciência do que fazem.
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Com os lábios libertos. Sem mentiras.
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A antiga hora. Aquela que trazia vergonha.


BIOGRAFIA: Taras Hryhorovych Shevchenko
Pesquisa Internet
Taras Shevchenko nasceu em 08.03.1814 na aldeia Moryntsi, próximo de Kyiv, hoje Província Cherkasy. Faleceu em 10.03.1861, em São Petersburgo. Poeta ukrainiano, escritor, ativista social e político, filósofo, folclorista, etnógrafo , historiador.
Descendente dos cossacos, nasceu numa família de servos. Passou sua infância na aldeia Kerelivka.
Em 1822 iniciou seus estudos com o diácono local. Em 1823 morreu sua mãe e em 1825 morre o pai. Ambos morreram extenuados devido ao pesado trabalho escravocrata. Taras emprega-se na casa de outro diácono. Trabalha e continua estudando mas, não suportando os maus tratos do diácono, foge.
Nas aldeias vizinhas procura um preceptor-pintor. Encontra e emprega-se para o trabalho servil e estudo de pintura. Em seguida trabalha no castelo de P. Engelhardt, o qual, uma noite, o surpreendeu pintando e mandou açoitá-lo. Pessoas generosas que Shevchenko foi conhecendo quiseram ajudá-lo e, em 04.05.1838 pagaram ao seu dono a alta (na época) quantia de 2.500 rublos livrando-o da escravidão.
Livre, Shevchenko entrou para Academia de Artes, tornando-se exímio retratista, gráfico e ilustrador. Nesta época já escrevia poemas, lia clássicos da literatura universal, entusiasmava-se com história e filosofia.
Em 1840 é editada sua primeira coleção de poesias que impressionou os ukrainianos. Os russos, porém, o criticaram pelo uso do "idioma do homem-servo".
Em 1843 viaja pela Ukraina e conhece muitas pessoas de destaque. Publica sua poesia "Rozryta Mohyla" (Tumulo Escavado), na qual posiciona-se contra a escravidão da nação ukrainiana pela Rússia czarista. Em seguida escreveu a poesia "Son" (Sonho) colocando-se numa luta frontal contra o Império Russo.
Em 1845, tornando-se colaborador da "Comissão Kyievo - Arqueológica" viaja pela Ukraina juntando materiais folclóricos e etnográficos, e pintando monumentos históricos e de arquitetura. Faz amizade e conversa bastante com os aldeões-servos.
Neste ano escreveu várias poesias, inclusive a "Epístola" que, devido ao seu caráter não puderam ser publicadas, mas espalhavam-se entre a nação ukrainiana em manuscritos.
Em 1846 vai para Kyiv e entra na "Cirilo Mytodiyevska Irmandade" uma organização política, secreta. Em 1847 Shevchenko foi aprisionado e extraditado para São Petersburgo. Com ele foi encontrada a poesia "Try Lita" (Três verões) e por isso ele recebeu pena bem mais severa que os outros aprisionados, participantes da "Irmandade".
Foi mandado, como soldado, para Orenburg, e na sua sentença o próprio czar Nicolau I escreveu: "Sob a mais severa vigilância com a proibição de escrever e pintar". Na fortaleza de Orsk Shevchenko conseguia tanto pintar quanto escrever. E, até conseguiu guardar quatro pequeninos libretos.
Em 1848 foi incluído numa expedição ao Aral. Durante a permanência na ilha Kos-Aral escreveu e pintou muito.
Em 1850 recebeu mais uma condenação e foi enviado para fortaleza Novopetrovskyi na península Manhushlak, onde passou sete anos muito difíceis devido a severa vigilância.
Após dois anos da morte do czar Nicolau I , graças às providências dos amigos, Shevchenko foi libertado em 1857. A viagem de volta foi longa. Primeiro num barco de pesca até Astrakhan, e de lá, já num navio até Nyzhnyi Novgorod, onde precisou esperar meio ano. Somente em 1858 chegou a São Petersburgo. Instalou-se na Academia de Artes onde viveu até sua morte.
Com muita dificuldade conseguiu licença para visitar Ukraina, o que fez em 1859. Instalou-se na rua Vyshhorodskyi. Sonhou casar e comprar um pedaço de terra às margens do rio Dnipró, mas isto não aconteceu. Foi enviado para São Petersburgo, onde permaneceu até o último dia de sua vida sob vigilância secreta da polícia. Extenuado moralmente e sofrido fisicamente durante os dez anos de degredo Shevchenko se renova e continua escrevendo. Algumas de suas obras proibidas são editadas em Leipzig, e até uma pequena coleção de poesias "Kobzar" foi editado na Ukraina. Também foi editado um "Kobzar" em idioma russo, traduzido pelos poetas russos.
Shevchenko morreu em 10.03.1861. Foi enterrado em São Petersburgo mas, de acordo com seu pedido, após 58 dias, seu ataúde foi transferido à Ukraina e enterrado às margens do rio Dnipró.
Tradução: Oksana Kowaltschuk