segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Kiev e rebeldes avançam para nova tentativa de pôr fim à violência

Decretado “dia do silêncio” para a próxima semana que vai servir para avaliar possibilidade de cessar-fogo permanente no Leste.

 Conflito na Ucrânia já fez 4300 mortos desde Abril ANATOLII STEPANOV / AFP
É a mais recente tentativa de travar a violência no Leste da Ucrânia. Na próxima terça-feira vai ser declarado um “dia do silêncio”, que deverá marcar o fim das hostilidades entre o exército e as forças separatistas pró-russas. Porém, no terreno os confrontos permanecem e as várias quebras de acordos de cessar-fogo anteriores trazem incerteza quanto à validade das tréguas.

O anúncio foi feito pelo Presidente, Petro Poroshenko, através de um comunicado publicado quinta-feira no seu site. A notícia foi confirmada pelo lado separatista, através do presidente do parlamento da autoproclamada República Popular de Donetsk, Andrei Purguine.

O acordo foi alcançado no âmbito do grupo de contacto mediado pela Organização para a Cooperação e Segurança na Europa (OSCE) e que conta com representantes do Governo de Kiev, das forças rebeldes e da Rússia. Tratou-se de um compromisso “oral”, contou à AFP uma fonte separatista, e para isso contribuiu o facto de os dois lados estarem “cansados dos tiros sem qualquer sentido”.

Desde 5 de Setembro – data em que foi assinado um acordo de cessar-fogo em Minsk – que têm sido ensaiadas várias tentativas de pôr fim à violência, sempre sem sucesso. O memorando de Minsk previa o recuo de 15 quilômetros do armamento pesado ao longo da linha da frente, de forma a criar uma zona-tampão. Porém, os confrontos continuaram, sobretudo na área do aeroporto de Donetsk e em zonas urbanas de Lugansk. Durante o período do cessar-fogo que não o chegou a ser morreram mais de mil pessoas, no total das mais de 4300 vítimas mortais do conflito iniciado em Abril.

Com o falhanço reconhecido do acordo de Minsk, os intervenientes no conflito foram tentando implementar tréguas sectoriais. Na segunda-feira, foi anunciado um cessar-fogo na área do aeroporto de Donetsk e um acordo “de princípio” para o fim das hostilidades em Lugansk a vigorar dias depois.

Mas o desenvolvimento no terreno rapidamente dissipou qualquer esperança nos acordos firmados. Bombardeamentos esta quinta-feira provocaram a morte de um homem e feriram a sua mulher num distrito de Donetsk, controlado pelas forças rebeldes, segundo a Reuters. As forças armadas ucranianas comunicaram a morte de seis soldados e treze feridos, nos combates das últimas horas – um dos balanços mais pesados em semanas. O porta-voz do exército, Andrei Lisenko, afirmou que as forças rebeldes sofreram igualmente “muitas baixas” durante três tentativas em romper as linhas ucranianas.

A persistência dos confrontos abre espaço a um crescente cepticismo e impaciência de parte a parte. “Temos perdas humanas e sofrimento todos os dias”, lamentou o ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Pavlo Klimkin, durante uma reunião ministerial da OSCE em Basileia, em que pediu “uma verdadeira implementação” do acordo de cessar-fogo e “não apenas compromissos e palavras”.

O seu homólogo russo, Sergei Lavrov, também em Basileia, fez apelos no mesmo sentido, lembrando que “um cessar-fogo já foi anunciado antes” e que “acabou por diminuir consideravelmente a violência, mas não totalmente”. Lavrov garantiu ainda que o Governo russo irá desdobrar-se em contactos para “persuadir todos a respeitar os compromissos, assim como tudo aquilo que foi acordado em Minsk”. Um fim das hostilidades poderia levar a uma diminuição da escala das sanções económicas actualmente em vigor contra a Rússia.

Terá de se esperar até terça-feira para verificar se não haverá, como até aqui, mais quebras nas palavras dos dois lados do conflito. Ao que tudo indica, o “dia de silêncio” irá servir como um indicador acerca das reais possibilidades para que um cessar-fogo definitivo seja alcançado. Uma fonte próxima da presidência ucraniana, citada pela AFP, esclareceu que, “caso [o dia de tréguas] seja respeitado, o recuo da artilharia pesada será iniciado a 10 de Dezembro”.

Fonte: Publico.pt

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

RENASCE MAIS UMA ARMA CONTRA O COMUNISMO NA EUROPA

Rádio que denunciava o comunismo passa da incompreensão ao louvor


Quando até altos líderes católicos acreditavam no 'fim do comunismo',
a Rádio Svoboda continuou transmitindo
para países sob um comunismo em metamorfose

A Radio Free Europe, também conhecida como Radio Liberty, – ou Radio Svoboda, em russo –, é uma emissora americana que há 25 anos desempenhou um papel relevante na queda do comunismo na Europa Oriental.

Posteriormente, pareceu destinada ao ocaso pelo ilusório desaparecimento do perigo soviético.

Porém, ela hoje está mais ativa do que nunca. O perigo nunca desapareceu; pelo contrário, incubou-se astutamente, mudou os rostos, metamorfoseou-se, e agora está voltando, talvez mais ameaçador do que antes.

Entrementes, antigos “companheiros de viagem” da falida URSS, bem instalados na mídia, nos púlpitos e nos governos, sopraram que o comunismo tinha morrido. 

E um número incontável de ingênuos acreditou nesse cântico adormecedor, baixou a guarda e deixou de pensar no assunto. 

Nos ambientes católicos, onde deveria manter-se alerta o espírito de defesa da religião, perseguida e humilhada durante décadas, muitas pessoas ficaram tomadas pelo torpor.

Agora, após a entrada astuciosa, mas beligerante, de Vladimir Putin em cena, muitos desses ingênuos ou colaboracionistas, que não perceberam a manobra da metamorfose ou agiram como se ela não existisse, acordam desconcertados diante do velho monstro que reaparece para devorá-los.

A Radio Liberty instalada em Praga, continuou, porém a emitir para os países ex-soviéticos, onde a liberdade de imprensa nunca voltou à normalidade básica. E hoje é uma fonte de referência mundial.

“Nós estamos de volta graças a Vladimir Vladimirovitch Putin, porque as pessoas compreenderam subitamente que aquilo que nós fazemos é muito importante”, disse à agência AFP Nenad Pejic, um dos dois principais chefes da rádio. 

Nenad Pejic, um dos dois principais chefes da rádio
Nenad Pejic, um dos dois principais chefes da rádio.
“Nós lançamos por volta de sessenta programas na Ucrânia, alguns visando a Crimeia, outros o leste do país (...) montamos um estúdio de TV em Kiev e criamos uma sólida estrutura lá”, conta Nenad Pejic.

“Em novembro de 2013, a Radio Svoboda transmitiu em direto as manifestações na Praça Maidan em Kiev”, disse a chefe do serviço ucraniano, Maryana Dratch.

Durante o período de metamorfose do comunismo, a referida rádio sofreu cortes orçamentários importantes. Agora, pelo menos os setores ligados à crise ucraniana, estão sendo reforçados. De fato, o “comunismo 2.0” ficou evidente com a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Por ocasião da brutal anexação russa da Crimeia, a rádio criou um site Internet para aquela península em três línguas: russo, ucraniano e tártaro. 

Apenas no mês de agosto, o site em ucraniano recebeu 7,4 milhões de visitas e cadastrou 2,3 milhões de usuários.

No dia 20 de fevereiro 2014, data do massacre dos manifestantes, as visitas atingiram 1,5 milhão, sinal do apoio e do interesse de incontáveis pessoas que acordavam para o velho urso atacando. 

A Radio Svoboda foi fundada em Munique durante a Guerra Fria, mudando-se para Praga em 1995. Ela emite para 21 países em 28 línguas e emprega perto de 1.200 jornalistas, distribuídos entre a sede central e 19 escritórios no exterior. 

Vladimir Putin com vicepresidente dos EUA Joe Biden,
ele próprio da esquerda católica
que fingiu acreditar na 'morte do comunismo'
Seus jornalistas estão tendo muito que sofrer.
“Durante a guerra russo-ucraniana, nós vimos na Rússia uma espécie de histeria patriótica. Até ouvintes habituais começaram a nos enviar comentários muito desagradáveis”, relatou Pejic. Mas a rádio estava na boa direção.

Seus repórteres foram “agredidos, assediados nos locais e viveram seus mais duros momentos. Alguns foram sequestrados em Kiev, Kharkiv, Donetsk e na Crimeia”, contou Dratch, que nasceu em Kiev. 

“Nossos principais correspondentes no leste da Ucrânia tiveram que fugir de Donetsk e Luhansk. Agora temos uma rede de cidadãos-jornalistas que fornecem informações desde os locais controlados pelos separatistas”, acrescentou.

O chefe da redação na Crimeia foi forçado a exilar-se, após sofrer ameaças que lembravam os tempos da KGB, a temível polícia secreta soviética. 

Hoje, “primeiro te chamam para declarar, depois vêm as ameaças verbais, mas se eles veem que continuas, eles vão ameaçar tua mãe, teu pai. E ali é muito duro”, explicou Nenad Pejic.

O primeiro ministro ucraniano, Arseniy Yatsenyouk, durante uma recepção em Kiev para comemorar o 60º aniversário da rádio, fez dela um alto elogio: “Impérios desabaram, muros caíram, ditadores desapareceram, mas a Radio Svoboda existe e continuará a existir, como a liberdade”.

Como teria sido glorioso que elogios análogos pudessem ser feitos a associações católicas, eclesiásticas ou civis, e sobretudo a hierarcas católicos que sabiam e podiam fazer um trabalho semelhante em nome de um mais alto princípio: a Fé de Jesus Cristo!

Fonte: Flagelo Russo.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

SEMANA HOLODOMOR - 82 anos

No dia 22 de novembro pranteia-se na Ucrânia, pelos ucranianos legítimos, as 7 milhões de almas que pereceram de FOME nos anos de 1932-1933, produto da INSANIDADE de um dos maiores PSICOPATAS da história humana: josef stalin, mil vezes maldito!
Mamãe, uma sobrevivente, hoje com 90 anos, lúcida, viveu esta época entre seus 8 e 10 anos de idade sem compreender o que estava acontecendo.
Este artigo, brilhantemente escrito por Thomas Woods, destina-se a relatar às gerações contemporâneas o que foi o HOLODOMOR UCRANIANO, a mais trágica experiência humana jamais vivida por outra naçao do Orbe: MORTE COLETIVA PELA FOME.
O Cossaco.
A fome na Ucrânia - um dos maiores crimes do estado foi esquecido

Por Thomas Woods

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Como ocorre em todos os regimes totalitários, a Rússia bolchevista temia toda e qualquer manifestação de sentimento nacionalista entre aqueles povos que eram reféns do regime.  A propaganda bolchevique relativa aos direitos das várias nacionalidades dentro da esfera de influência da Rússia mascarava o temor do regime em relação ao poder do nacionalismo.
No início de 1918, o líder russo Vladimir Ilitch Lênin tentou impor um governo soviético sobre o povo da Ucrânia, o qual, apenas um mês antes, em janeiro, havia declarado sua independência.  De início, o objetivo de Lênin havia sido aparentemente alcançado.  Esse governo soviético imposto à Ucrânia tentou de imediato suprimir as instituições educacionais e sociais ucranianas; há até relatos sobre a Cheka, uma precursora da KGB, matando pessoas pelo crime de falar ucraniano nas ruas.
Embora o povo ucraniano tenha, ao final de 1918, conseguido restabelecer sua república, essa vitória foi efêmera.  Lênin, sem dúvida, iria querer incorporar a Ucrânia ao sistema soviético de qualquer jeito, porém seu real desejo de assegurar o controle da Ucrânia era por causa de seus grandes recursos naturais.  Em particular, a Ucrânia ostentava o solo mais fértil da Europa — daí o seu apelido de "o manancial da Europa".
Já no início de 1919, um governo soviético havia novamente sido estabelecido na Ucrânia.  Porém, esse novo governo soviético acabou se tornando mais um fracasso.  Todos esses eventos estavam ocorrendo durante a Guerra Civil Russa, e a ajuda de facções rivais contribui para um segundo triunfo da independência ucraniana.
Com esses dois fracassos, o regime de Lênin aprendeu uma valiosa lição.  De acordo com Robert Conquest, autor do livro The Harvest of Sorrow (A colheita do sofrimento), "Concluiu-se que a nacionalidade e a língua ucraniana eram de fato um elemento de grande peso, e que o regime que ignorasse isso de maneira ostentosa estaria fadado a ser considerado pela população como uma mera imposição usurpadora.
Quando os soviéticos adquiriram o controle da Ucrânia pela terceira e última vez em 1920, eles constataram que iriam enfrentar uma contínua resistência e incessantes insurreições a menos que fizessem grandes concessões à autonomia cultural ucraniana.  E assim, pela década seguinte, os ucranianos basicamente não foram incomodados em seu idioma e em sua cultura. 
Porém, uma facção dos comunistas russos se mostrou incomodada com isso, e seguidamente alertava que o nacionalismo ucraniano era uma fonte de intolerável divisão dentro do quadro militar soviético, e que, mais cedo ou mais tarde, a situação teria de ser confrontada de alguma maneira.
Avancemos agora oito anos no tempo.  Em 1928, com Josef Stalin firmemente no poder, a União Soviética decidiu implantar uma política de requisição compulsória de cereais — uma maneira polida de dizer que o governo iria tomar à força todo o cereal cultivado pelos camponeses, pagando em troca um preço fixado arbitrariamente pelo governo, muito abaixo dos custos de produção.  A liderança soviética, em decorrência tanto de informações equivocadas quanto de sua típica ignorância dos princípios de mercado, havia se convencido de que o país estava no limiar de uma crise de escassez de cereais.  A requisição compulsória funcionou, mas apenas no limitado sentido de que forneceu ao regime todo o volume de cereais que ele julgava ser necessário.  Porém, tal política solapou fatalmente a confiança futura dos camponeses no sistema.  Durante a Guerra Civil Russa, em 1919, para tentar combater a fome da população urbana, Lênin havia confiscado em escala maciça os cereais de vários camponeses, que foram chamados de especuladores e sabotadores.  Agora em 1928, a possibilidade de novos confiscos, algo que os camponeses imaginavam ser apenas uma aberração bárbara da época da Guerra Civil, passaria a ser uma constante ameaça no horizonte.
Os camponeses, naturalmente, passaram a ter menos incentivos para produzir, pois sabiam perfeitamente bem que, dali em diante, os frutos de seu trabalho árduo poderiam ser facilmente confiscados por um regime sem lei — o mesmo regime que havia prometido aos camponeses, quando da promulgação da NEP em 1921, que eles poderiam produzir e vender livremente.
Foi apenas uma questão de tempo para que o regime decidisse embarcar em um amplo programa de coletivização forçada das propriedades agrícolas, uma vez que a abolição da propriedade privada da terra era um importante aspecto do programa marxista.  Os camponeses despejados foram enviados bovinamente para enormes fazendas estatais.  Essas fazendas iriam não apenas satisfazer as demandas da ideologia marxista, como também iriam resolver o grande problema prático do regime: garantir que uma quantidade adequada de cereais fosse ofertada às cidades, onde o proletariado soviético trabalhava duramente para expandir a indústria pesada.  Fazendas coletivas estatais significavam cereais estatizados.
Alguns especialistas tentaram alertar Stalin de que seus objetivos, tanto industriais quanto agrícolas, eram excessivamente ambiciosos e estavam em total desacordo com a realidade.  Mas Stalin nem queria ouvir.  Um de seus economistas, diga-se de passagem, chegou a afirmar que "Nossa tarefa não é estudar a ciência econômica, mas sim mudá-laNão estamos restringidos por nenhuma lei.  Não reconhecemos leis.  Não há uma só fortaleza que os bolcheviques não possam atacar e destruir."
Paralelamente à política de coletivização forçada implantada por Stalin, ocorreu também uma brutal campanha contra os grandes proprietários de terras, fazendeiros ricos conhecidos como "kulaks", os quais o governo temia liderarem movimentos de resistência contra a coletivização.  Mas era uma fantasia de Stalin imaginar que apenas os kulaks se opunham à coletivização; toda a zona rural estava unida contra o governo.  (Até mesmo o Pravda noticiou um incidente no qual uma mulher ucraniana tentou bloquear a passagem de tratores que estavam chegando para começar a trabalhar nas fazendas coletivizadas; a mulher gritara "O governo soviético está recriando a escravidão!").
Stalin falava abertamente de sua política de "liquidar toda a classe dos kulaks"; eles eram a classe inimiga da zona rural.  Com o passar do tempo, como era de se esperar, a definição padrão de o que constituía um kulak foi se tornando bastante ampla, até finalmente chegar ao ponto em que o termo — e as terríveis penalidades que eram aplicadas a todos aqueles infelizes a quem o termo era aplicado — podia ser aplicado a praticamente qualquer camponês.
Uma historiografia sobre o Partido Comunista, autorizada pelo próprio, relatou que "os camponeses caçaram impiedosamente os kulaks por toda a terra, tomaram todos os seus animais e todo o seu maquinário, e então pediram ao regime soviético para aprisionar e deportar os kulaks."  Como descrição do reino de terror imposto aos kulaks, esse relato não pode nem sequer ser classificado como uma piada sem graça.  O regime, e não os camponeses, é quem perseguiu os kulaks.  No final, de acordo com uma testemunha ocular, para que um homem fosse condenado a um destino cruel, bastava que "ele tivesse pagado algumas pessoas para trabalhar para ele como empregados, ou que ele tivesse sido o proprietário de três vacas."
As quase 20 milhões de propriedades agrícolas familiares que existiam na Rússia em 1929 estariam, cinco anos depois, concentradas em apenas 240.000 fazendas coletivas.  Ao longo de grande parte de toda a história soviética, não era incomum algumas pessoas obterem a permissão para ser donas, em locais distintos, de alguns poucos acres de terra para uso privado.  Quando Mikhail Gorbachev assumiu o poder em 1985, os 2% de terra agrícola que eram propriedade privada produziam nada menos que 30% de todos os cereais do país — uma resposta humilhante para todos aqueles que ignorantemente afirmavam que a agricultura socializada seria mais eficiente que a agricultura capitalista, ou que eles poderiam alterar a natureza humana ou reescrever as leis da economia.
Na mesma época em que Stalin começou a coletivização forçada, em 1929, ele também recriou a campanha contra a cultura nacional ucraniana, campanha essa que estava dormente desde o início da década de 1920.  Foi na Ucrânia que a política de coletivização stalinista deparou-se com a mais ardorosa e violenta resistência — o que não impediu, entretanto, que o processo já estivesse praticamente completo por volta de 1932.  Stalin ainda considerava a contínua e inabalável presença do sentimento nacionalista ucraniano uma permanente ameaça ao regime, e decidiu lidar de uma vez por todas com aquilo que ele via como o problema da 'lealdade dividida' na Ucrânia.
A primeira etapa de sua política foi direcionada aos intelectuais e personalidades culturais da Ucrânia, milhares dos quais foram presos e submetidos a julgamentos ridículos e escarnecedores.  Após isso, tendo retirado de circulação aquelas pessoas que poderiam se transformar em líderes naturais de qualquer movimento de resistência, Stalin passou então a atacar o próprio campesinato, que era onde estava o real núcleo das tradições ucranianas.
Mesmo com o processo de coletivização já praticamente completo na Ucrânia, Stalin anunciou que a batalha contra os perversos kulaks ainda não estava ganha — os kulaks haviam sido "derrotados, mas ainda não exterminados."  Stalin começaria agora uma guerra — supostamente contra os kulaks — direcionada aos poucos fazendeiros que ainda restavam e dentro das próprias fazendas coletivas.  Dado que, a essa altura, qualquer pessoa que por qualquer definição cabível pudesse ser classificada como um kulak já havia sido expulsa, morta ou enviada para campos de trabalho forçado, essa nova etapa da campanha soviética na Ucrânia teria o objetivo de aterrorizar os camponeses comuns.  Estes deveriam ser física e espiritualmente quebrados, e sua identidade de seres humanos seria drenada deles à força.
Stalin começou estipulando metas de produção e entrega de cereais, as quais os ucranianos só conseguiriam cumprir caso parassem de se alimentar, o que os faria morrer de fome.  O não cumprimento das exigências era considerado um ato de deliberada sabotagem.  Após algum tempo, e com a produção e entrega inevitavelmente abaixo da meta, Stalin determinou que seus ativistas confiscassem dos camponeses todo o volume de cereais necessário para o governo ficar dentro da meta estipulada.  Como a produção era baixa, os camponeses frequentemente ficavam sem nada.  O desespero se instalou.  Um historiador conta que uma mulher, por simplesmente ter tentado cortar para si um pouco do seu próprio centeio, foi levada presa junto a um de seus filhos.  Após conseguir fugir da prisão, ela coletou, com a ajuda do seu filho, alguns poucos itens comestíveis e foram viver na floresta.  Morreram após um mês e meio.  As pessoas eram sentenciadas a dez anos de prisão e a trabalhos forçados pelo simples fato de colherem batatas, ou até mesmo por colher espigas de milho nos pedaços de terra privada que elas podiam gerir.  Tudo tinha de ser do governo.
Os ativistas comunistas afirmavam que os sabotadores estavam por todos os lados, sistematicamente retendo e escondendo comida, impedindo o abastecimento das cidades, e desafiando as ordens de Stalin.  Esses ativistas invadiam de surpresa as casas dos camponeses e faziam uma varredura no local em busca de alguma comida escondida.  Aqueles ativistas mais bondosos ainda deixavam algum resquício de comida para as famílias, porém os mais cruéis saíam levando absolutamente tudo o que encontravam.
O resultado foi totalmente previsível: as pessoas começaram a passar fome, em números cada vez maiores.  Um camponês que não tivesse a aparência de alguém que estava esfomeado era imediatamente considerado suspeito pelas autoridades soviéticas de estar estocando comida.  Como relata um historiador, "Um ativista comunista, após fazer uma busca minuciosa pela casa de um camponês que não aparentava a mesma fome dos demais, finalmente encontrou um pequeno saco de farinha misturada com casca de árvore e folhas.  O material foi confiscado e despejado em um lago do vilarejo."
Robert Conquest cita o testemunho de outro ativista:
Eu ouvi as crianças... engasgando sufocadas, tossindo e gritando de dor e de fome.  Era doloroso ver e ouvir tudo aquilo.  E ainda pior era participar de tudo aquilo.... Mas eu consegui me persuadir, me convencer e explicar a mim mesmo que aquilo era necessário.  Eu não poderia ceder; não poderia me entregar a uma compaixão debilitante .... Estávamos efetuando nosso dever revolucionário.  Estávamos obtendo cereais para a nossa pátria socialista....
Nosso objetivo maior era o triunfo universal do comunismo, e, em prol desse objetivo, tudo era permissível — mentir, enganar, roubar, destruir centenas de milhares e até mesmo milhões de pessoas...
Era assim que eu e meus companheiros raciocinávamos, mesmo quando... eu vi o real significado da "coletivização total" — como eles aniquilaram os kulaks, como eles impiedosamente arrancaram as roupas dos camponeses no inverno de 1932-33.  Eu mesmo participei disso, percorrendo a zona rural, procurando por cereais escondidos.... Junto com meus companheiros, esvaziei as caixas e os baús onde as pessoas guardavam seus alimentos, tampando meus ouvidos para não ouvir o choro das crianças e a lamúria suplicante das mulheres.  Eu estava convencido de que estava realizando a grande e necessária transformação da zona rural; e que nos dias vindouros as pessoas que viveriam ali estariam em melhor situação por minha causa.
Na terrível primavera de 1933, vi pessoas literalmente morrendo de fome.  Vi mulheres e crianças com barrigas inchadas, ficando azuis, ainda respirando mas com um olhar vago e sem vida.... Eu não perdi a minha fé.  Assim como antes, eu acreditava porque eu queria acreditar.
Em 1933, Stalin estipulou uma nova meta de produção e coleta, a qual deveria ser executada por uma Ucrânia que estava agora à beira da mortandade em massa por causa da fome, que havia começado em março daquele ano.  Vou poupar o leitor das descrições mais gráficas do que aconteceu a partir daqui.  Mas os cadáveres estavam por todos os lados, e o forte odor da morte pairava pesadamente sobre o ar.  Casos de insanidade, e até mesmo de canibalismo, estão bem documentados.  As diferentes famílias camponesas reagiam de maneiras distintas à medida que lentamente iam morrendo de fome:
Em uma choupana, era comum haver algum tipo de guerra entre a família.  Todos vigiavam estritamente todos os outros.  As pessoas brigavam por migalhas, tomando restos de comida umas das outras.  A esposa se voltava contra o marido e o marido, contra ela.  A mãe odiava os filhos.  Já em outra choupana, o amor permaneceria inviolável até o último suspiro da família.  Eu conheci uma mulher que tinha quatro filhos.  Ela costumava lhes contar lendas e contos de fadas com a intenção de fazê-los esquecer a fome.  Sua própria língua mal podia se mover, mas mesmo assim ela se esforçava para colocá-los em seus braços, ainda que ela mal tivesse forças para levantar seus braços quando eles estavam vazios.  O amor vivia dentro dela.  E as pessoas notaram que, onde havia ódio, as pessoas morriam mais rapidamente.  Entretanto, o amor não salvou ninguém.  Todo o vilarejo sucumbiu; todos juntos, sem exceção.  Não restou uma só vida.
Normalmente é dito que o número de ucranianos mortos na fome de 1932-33 foi de cinco milhões.  De acordo com Robert Conquest, se acrescentarmos outras catástrofes ocorridas com camponeses entre 1930 e 1937, incluindo-se aí um enorme número de deportações de supostos "kulaks", o grande total é elevado para entorpecentes 14,5 milhões de mortes.  E, mesmo assim, se apenas 1% dos alunos do ensino médio já tiver ouvido falar sobre esses eventos, isso já seria um pequeno milagre.
Durante o artigo, referi-me várias vezes a Robert Conquest, um excelente historiador da União Soviética.  Conclamo, insisto e exorto qualquer pessoa com interesse nesses eventos a ler seu extraordinário livro The Harvest of Sorrow.  A leitura flui como se fosse um romance — mas a história relatada é excessivamente real.
Fonte: Instituto Ludwig von Mises.

sábado, 15 de novembro de 2014

CRISE NA IGREJA UCRANIANA

“O Titanic está afundando”, adverte bispo ucraniano
Catedral católica de rito latino da Assunção de Nossa Senhora, na diocese de Kharkiv-Zaporizhia
Catedral católica de rito latino
da Assunção de Nossa Senhora,
na diocese de Kharkiv-Zaporizhia

Mons. Jan Sobil, bispo-auxiliar de Kharkiv-Zaporizhia, do rito latino, afirmou que os católicos locais estão espantados com a aparente indiferença dos cristãos de outras regiões do país, segundo o Serviço de Informação Religiosa da Ucrânia – RISU.
“É como se o Titanic estivesse afundando [e] as pessoas da vizinhança tocassem música e se divertissem”, declarou.

Em entrevista à Rádio Maria, Dom Jan Sobilo exortou os católicos de toda Ucrânia a sacrificar sua diversão habitual para jejuar e rezar.
“Nas cidades ocupadas pelos mercenários, as igrejas católicas do rito latino estão abertas, mas não há Missas devido ao perigo”, disse. Os sacerdotes vão visitando as paróquias e, onde há condições, celebram esporadicamente a Missa, como acontece nos tempos de perseguição.

“Nas cidades sob controle de militares mercenários, atualmente não há padres. Eles estão visitando as paróquias onde é possível celebrar Missa”.

Na cidade de Kramatorsk a igreja do Espírito Santo foi danificada durante os combates.

Na cidade de Mariupol, em território livre ucraniano, os católicos do rito latino estão ativamente engajados nos preparativos de defesa da cidade contra um ataque das tropas russas que pode acontecer a qualquer momento a despeito das promessas dos agentes do Kremlin.

Milicianos a serviço da Rússia lutam pelo plano que visa afundar Ocidente
Milicianos a serviço da Rússia lutam pelo plano que visa afundar Ocidente
A mensagem do bispo é válida não somente para a Ucrânia, mas também para o mundo inteiro. O Titanic que afunda é uma fiel imagem da situação do mundo.

E o apelo à penitência, ao abandono das diversões fáceis e levianas, já foi feito por Nossa Senhora em Fátima.

Mas, pelo visto, não ele foi muito ouvido. Por isso o Titanic está cada vez mais perto de desaparecer no frio da morte, num oceano de indiferença e de pecado.


Fonte: Flagelo russo.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

RESGATANDO A VERDADE: O QUE É "MUNDO RUSSO"?

Postado originalmente neste blog em 05.03.2011
Repostado em: 14/11/2014
O Editor.
O que é “Рускій мір”? - ("Mundo russo")?
 Ihor Losyev
Quem hoje vai determinar o valor do "Mundo russo?" Evidentemente, isso só pode acontecer na Rússia, e somente no Patriarcado de Moscou e algumas outras estruturas como a Administração presidencial, o FSB (Serviço Federal de Segurança), SVR (Serviço de Inteligência Externa), GRU (Direção Principal de Inteligência) etc.
A civilização russa na verdade tem certas características que a impedem assemelhar-se à Europa ou Ásia, porque tem traços de Bizâncio, considerados por muitos russos cultos, até hoje, como matriz original de sua cultura e história.
Bizâncio, como sabemos, era um Estado ideocrático onde a ideologia era fundamental nas decisões, muito mais importante do que a vida real. Os aspectos simbólicos dominavam a pragmasticidade. A ideologia era o sustentáculo, mas o chefe de Estado tinha a palavra final em todas as disputas ideológicas. Rússia herdou inteiramente essa primazia da ideologia bizantina sobre a vida, especialmente quando o Estado, na pessoa de seu líder, e sua igreja oficial, se apresenta como principal e único ideólogo, que não aceita concorrência e, na melhor das hipóteses poderá apenas aceitar a existência de concorrentes puramente marginais.
Os "Tzares" russos tinham precedência em relação aos metropolitas e patriarcas da igreja russa, o que inteiramente inseria-se no esquema bizantino do "cesarepapismo" (reciprocidade entre o governo do imperador e igreja em Bizâncio, quando, de fato, o imperador também era o presidente da igreja - O.K.). Era o "Tzar" moscovita que decidia quem estava com a razão, neste ou naquele conflito ideológico. Depois de Pedro I, quando os russos tomaram conhecimento que existe um outro mundo ocidental, com tendências seculares (divisão da existência social em duas esferas de igualdade de direitos - laica e espiritual), a igreja, como co-autora da autoridade "tzarista" no reino ideológico foi deslocada para segundo plano, o que, principalmente, foi acusado pela cassação do Patriarcado de Moscou e sua substituição por Santíssimo Sínodo sob o controle total do Estado. Isto privou, por determinado tempo, o já império de Petersburgo da ideologia ortodoxa imperial da anterior totalidade. Por isso, no início do século XIX foi formulada uma nova e fundamental ideologia de sincretismo religioso - estatal: "ortodoxia, monarquia (absoluta), povo. (Seu autor foi o Ministro do Ensino conde Uvarov).
Depois de 1917, no bolchevismo, a totalidade da ideologização na vida da Rússia vermelha alcançou a esfera mais ampla. A versão russificada do marxismo assumiu a missão de esclarecertudo para a vida dos súditos do império comunista. Essa ideologia fundamentava cada passo não apenas no interior do país, mas também todas as ações da URSS no mundo. Todo líder do partido comunista deveria ser também seu maior teórico, que "criativamente fomenta o marxismo-leninismo". Os lideres menores também deviam ser ideólogos de menor calibre e, portanto, obrigatoriamente, tinham consigo um livro, não escrito por eles, ou pelo menos uma coleção de textos de seus discursos ou apresentações públicas, sobre o marxismo. O poder político da URSS era impossível sem a auréola ideológica, sem participação da "ideocracia de tradições sagradas". No entanto, na União Soviética o centro ideológico devia ser único, sem permissão para nenhum centrismo político. Precisamente a ideologia, ao lado da violência por parte dos funcionários específicos, e da enorme máquina burocrática mantinha o império comunista, de etnias extraordinariamente diversas, da segregação.
Orfandade ideológica do pós-comunismo russo
Após 1991 tornou-se claro que a Federação Russa tendo mísseis, funcionários específicos, nafta e gás, não tinha um sistema totalmente ideológico que justificasse este Estado e sua aspiração para uma desenfreada expansão externa, em primeira etapa, entre os limites territoriais da antiga URSS. A presença do caos ideológico, divergência de opiniões, concorrência de idéias, que é norma numa comunidade democrática, essencial para uma formação cadenciada de idéias e consenso, assustava os russos (e não somente os governantes). Isso era absolutamente insólito, pois em toda sua história secular, Rússia viveu não mais que 20-30 anos de liberdade ideológica. E estes poucos anos consideravam-se em historiografia, na maioria dos casos, como ruína.
Aos russos parecia, e parece que a liberdade espiritual é extraordinariamente perigosa e pode conduzir à desintegração da Rússia, como aconteceu com a União Soviética.
Bóris Iéltsin exigia dos políticos e cientistas conceberem a idéia nacional russa. Era necessária a mais alta sanção ideológica para todas as etapas práticas do Estado russo para criação do próprio neo-império, potente centro de força na arena mundial. O que poderia vir a ser fundamental para tal complexo ideológico? Certamente não faliu a idéia comunista. Nem o nacionalismo russo na aparência genuína, porque ele criava problemas nos territórios nacionais da própria Rússia, não mencionando os Estados vizinhos.
Muito perspectiva se apresentou a global e nacionalista idéia do "Mundo russo". Ela deve ser nacionalista para os russos étnicos e supranacional para os não russos. Como maior propagandista desta idéia projetou-se o Patriarca de Moscou.

Ações de conquista do Patriarca Cirilo
 

Putin (C) Patriarca Cirilo (D)
Segundo o pensamento do líder da Igreja Ortodoxa russa, anunciado na IV Assembléia do "Mundo russo", o "Mundo russo" é uma civilização única, não é ocidental nem oriental, e se contrapõe a todas as outras na ideologia, mentalidade e ética. São estes três elementos que persistem pela fronteira invisível entre ele e outros "mundos". Entretanto, geograficamente e historicamente este "mundo" prende-se não a outros territórios étnicos russos, mas a Kyiv e Dnipró. É como se fosse justamente aí, há mil anos, no pensamento de Cirilo que tivesse nascido este "Mundo russo". É a tentativa de imposição da atual rede de idéias político-culturais russas a Ukraina atual convertendo-a em robô de subsistema do sistema russo. Nesta ideologia neo-imperial tudo se constrói no subsolo de todo o sistema de mitos históricos.
O Patriarca de Moscou, não obstante dados históricos, novamente produz o quadro do nascimento da Rússia... nas margens do Dnipró.
E o esquema virtual-globalista do "Mundo russo" é propenso a dissolver completamente a Ukraina e tudo o que é ukrainiano (como a Bielorrússia e tudo o que é bielorrusso) na imensidão russa. Ele novamente, como nos tempos do império russo e URSS identifica a idéia "ruskyi" e "rosiyskyi", "Rus" e "Rússia"¹. Entretanto faz certa cortesia para o lado ukrainiano para entrar em acordo, porque atualmente a identificação no estilo Karamzin (historiador russo, 1766-1826) parece muito cômica.
 
Nikita Khrushchov
Neste "Mundo russo" a Igreja Ortodoxa russa deve distinguir-se com a peculiaridade de policial ideológico e carcereiro que não reconhece fronteiras. Neste papel, de acordo com Cirilo, a sua igreja tem a sanção diretamente de Deus. Em outras palavras trata-se de uma estrutura "escolhida por Deus" que atribuía a si o direito de dispor do destino histórico de outros povos e países. Particularmente causa impressão a frase do dirigente da Igreja Ortodoxa russa do Patriarcado de Moscou (ROC-MP): Nós definimos o que é bom ou ruim com base em valores do "Mundo russo". Isso lembra bem as palavras de Lênin no Terceiro Congresso do Komsomol russo: "É moral tudo o que serve à causa do proletariado". Mas então, como agora, a pergunta é: quem define exatamente o que serve, e o que - não? Primeiramente isso definia Lênin, depois Stalin, depois Nikita Khrushchov, e depois Leonid IlyichBrezhnev.
 
Leonid Ilych Brezhnev
Quem hoje vai determinar o valor do "Mundo russo?" Evidentemente, isso só pode acontecer na Rússia e somente no Patriarcado de Moscou e algumas outras estruturas como a Administração presidencial, o FSB (Serviço Federal de Segurança), SVR (Serviço de Inteligência Externa), GRU (Direção Principal de Inteligência) etc. Mas o hierarca da igreja e bispo cristão, se ele serve a Cristo, não a César (ou quer ser o próprio César) não deveria assumir os valores ideológico-geopolíticos, e sim os valores do Evangelho.
Aqui nós vemos tentativas de criar uma superestrutura russa com rígido controle político e ideológico dos Estados recentemente independentes da antiga União Soviética, e se levar sorte, até mesmo sobre os Estados da península dos Bálcãs. É o desejo ideológico-político sobre os países vizinhos, e esta sede de dominância não conseguem ocultar as doces palavras do Patriarca Cirilo. As diligências do Patriarca mais uma vez convencem: Rússia absolutamente não pensa em se tornar democrática, ela pretende permanecer autoritária e despótica. E todas as declarações sobre "democracia e soberania" destinam-se apenas para enganar a opinião pública mundial. A perspectiva de criação do "Mundo russo" obriga lembrar os 70 anos de formação do "povo soviético", e seu resultado final.
(¹) "Rus" - antigo nome da Ukraina, do qual Rússia se apoderou, transformando-o em Rússia. Ver o artigo anterior: Gênese da Ucrânia). "ruskyi" - natural da "Rus" "rosiyskyi" - natural da Rússia.

Tradução: Oksana Kowaltschuk
Fotoformatação: A.Oliynik