segunda-feira, 24 de novembro de 2014

RENASCE MAIS UMA ARMA CONTRA O COMUNISMO NA EUROPA

Rádio que denunciava o comunismo passa da incompreensão ao louvor


Quando até altos líderes católicos acreditavam no 'fim do comunismo',
a Rádio Svoboda continuou transmitindo
para países sob um comunismo em metamorfose

A Radio Free Europe, também conhecida como Radio Liberty, – ou Radio Svoboda, em russo –, é uma emissora americana que há 25 anos desempenhou um papel relevante na queda do comunismo na Europa Oriental.

Posteriormente, pareceu destinada ao ocaso pelo ilusório desaparecimento do perigo soviético.

Porém, ela hoje está mais ativa do que nunca. O perigo nunca desapareceu; pelo contrário, incubou-se astutamente, mudou os rostos, metamorfoseou-se, e agora está voltando, talvez mais ameaçador do que antes.

Entrementes, antigos “companheiros de viagem” da falida URSS, bem instalados na mídia, nos púlpitos e nos governos, sopraram que o comunismo tinha morrido. 

E um número incontável de ingênuos acreditou nesse cântico adormecedor, baixou a guarda e deixou de pensar no assunto. 

Nos ambientes católicos, onde deveria manter-se alerta o espírito de defesa da religião, perseguida e humilhada durante décadas, muitas pessoas ficaram tomadas pelo torpor.

Agora, após a entrada astuciosa, mas beligerante, de Vladimir Putin em cena, muitos desses ingênuos ou colaboracionistas, que não perceberam a manobra da metamorfose ou agiram como se ela não existisse, acordam desconcertados diante do velho monstro que reaparece para devorá-los.

A Radio Liberty instalada em Praga, continuou, porém a emitir para os países ex-soviéticos, onde a liberdade de imprensa nunca voltou à normalidade básica. E hoje é uma fonte de referência mundial.

“Nós estamos de volta graças a Vladimir Vladimirovitch Putin, porque as pessoas compreenderam subitamente que aquilo que nós fazemos é muito importante”, disse à agência AFP Nenad Pejic, um dos dois principais chefes da rádio. 

Nenad Pejic, um dos dois principais chefes da rádio
Nenad Pejic, um dos dois principais chefes da rádio.
“Nós lançamos por volta de sessenta programas na Ucrânia, alguns visando a Crimeia, outros o leste do país (...) montamos um estúdio de TV em Kiev e criamos uma sólida estrutura lá”, conta Nenad Pejic.

“Em novembro de 2013, a Radio Svoboda transmitiu em direto as manifestações na Praça Maidan em Kiev”, disse a chefe do serviço ucraniano, Maryana Dratch.

Durante o período de metamorfose do comunismo, a referida rádio sofreu cortes orçamentários importantes. Agora, pelo menos os setores ligados à crise ucraniana, estão sendo reforçados. De fato, o “comunismo 2.0” ficou evidente com a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Por ocasião da brutal anexação russa da Crimeia, a rádio criou um site Internet para aquela península em três línguas: russo, ucraniano e tártaro. 

Apenas no mês de agosto, o site em ucraniano recebeu 7,4 milhões de visitas e cadastrou 2,3 milhões de usuários.

No dia 20 de fevereiro 2014, data do massacre dos manifestantes, as visitas atingiram 1,5 milhão, sinal do apoio e do interesse de incontáveis pessoas que acordavam para o velho urso atacando. 

A Radio Svoboda foi fundada em Munique durante a Guerra Fria, mudando-se para Praga em 1995. Ela emite para 21 países em 28 línguas e emprega perto de 1.200 jornalistas, distribuídos entre a sede central e 19 escritórios no exterior. 

Vladimir Putin com vicepresidente dos EUA Joe Biden,
ele próprio da esquerda católica
que fingiu acreditar na 'morte do comunismo'
Seus jornalistas estão tendo muito que sofrer.
“Durante a guerra russo-ucraniana, nós vimos na Rússia uma espécie de histeria patriótica. Até ouvintes habituais começaram a nos enviar comentários muito desagradáveis”, relatou Pejic. Mas a rádio estava na boa direção.

Seus repórteres foram “agredidos, assediados nos locais e viveram seus mais duros momentos. Alguns foram sequestrados em Kiev, Kharkiv, Donetsk e na Crimeia”, contou Dratch, que nasceu em Kiev. 

“Nossos principais correspondentes no leste da Ucrânia tiveram que fugir de Donetsk e Luhansk. Agora temos uma rede de cidadãos-jornalistas que fornecem informações desde os locais controlados pelos separatistas”, acrescentou.

O chefe da redação na Crimeia foi forçado a exilar-se, após sofrer ameaças que lembravam os tempos da KGB, a temível polícia secreta soviética. 

Hoje, “primeiro te chamam para declarar, depois vêm as ameaças verbais, mas se eles veem que continuas, eles vão ameaçar tua mãe, teu pai. E ali é muito duro”, explicou Nenad Pejic.

O primeiro ministro ucraniano, Arseniy Yatsenyouk, durante uma recepção em Kiev para comemorar o 60º aniversário da rádio, fez dela um alto elogio: “Impérios desabaram, muros caíram, ditadores desapareceram, mas a Radio Svoboda existe e continuará a existir, como a liberdade”.

Como teria sido glorioso que elogios análogos pudessem ser feitos a associações católicas, eclesiásticas ou civis, e sobretudo a hierarcas católicos que sabiam e podiam fazer um trabalho semelhante em nome de um mais alto princípio: a Fé de Jesus Cristo!

Fonte: Flagelo Russo.

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