sábado, 28 de novembro de 2020

"HOLODOMOR - MORTICÍNIO PELA FOME NA UCRÂNIA - 28/11/2020"

 "HOLODOMOR - MORTICÍNIO PELA FOME NA UCRÂNIA - 28/11/2020"

Por Heitor De Paola

Homenagem do Heitor De Paola à todo o povo ucraniano 


Em nome do povo ucraniano espalhado pelas quatro orbes do mundo e em meu nome particular, a minha eterna gratidão ao Grande Amigo Heitor De Paola por tão singela homenagem.
Anatoli Oliynik

Oração pela Ukraina (Oh Deus, onipotente e único, Guarde para nós a Ukraina).
Escrito em 1885.
Música: Mykola Lysenko.
Letra: Oleksandr Konyskyi
Oh Deus onipotente e único,
Para nós guarde a Ukraina,
Com raios da liberdade e luz
Ilumine-a oh Deus.
Com a luz da ciência e saber
A nós, filhos, ilumine
Em puro amor à Pátria
A nós, oh Deus, cresça
Rezamos, oh Deus único,
Guarde a Ukraina para nós,
Todas suas graças e generosidades
Ao nosso povo encaminha.
Dê-lhe liberdade, dê-lhe destino,
Dê-lhe um mundo bom, felicidades,
Dê-lhe, oh Deus, ao povo
E muitos, muitos anos.

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

SEMANA HOLODOMOR UCRANIANO 2020

Dia 28 -sábado - as 20:00 horas concerto on-line em Memoria do Holodomor.
Acesse : Folclore Ucraniano Barvinok ,   facebook.com/barvinokoficial
                YouTube.com/c/AINTEPAR

Holodomor - é a designação do Genocidio cometido pelo regime de Stálin em 1832-1933 que vitimou milhões de camponeses ucranianos. Todo quarto sábado do ano, - neste ano dia 28 - por lei da Ucraniana, é o dia da Memória desse Genocidio.
Assista ao concerto on-line e clique nas fotos cartazes para conhecer a história.


MORTE PELA FOME














SEMANA EM MEMÓRIA ÀS VÍTIMAS DO HOLODOMOR

 

SEMANA EM MEMÓRIA ÀS VÍTIMAS DO HOLODOMOR

De 22 a 28/11/2020 - Semana da Memória pelas vítimas do Holodomor.
O povo ucraniano, em todo o mundo, estará pranteando seus conterrâneos, vítimas da insanidade de um psicopata: STÁLIN.
Este blog se une aos conterrâneos para, também, prestar a sua homenagem com publicações históricas daquele nefasto acontecimento sob o lema

"NÃO DEIXAREMOS APAGAR A VELA DA MEMÓRIA"
 
1932-1933
 

Memorial do Holodomor em Kiev - Ucrânia
 
 
Holodomor como genocídio
Tyzhden (Semana)
Myroslava Antonovych
 
Olhares mortificados que interrogam: "O que fizemos nós? O que está acontecendo?
Perguntamos nós: Onde estava o resto do mundo enquanto isso acontecia?
 

Enquanto no Olimpo dos políticos pátrios propõem alterações à Lei "Sobre Holodomor de 1932 - 1933 na Ukraina" e apagá-lo da memória da nação, cancelando do programa escolar as lembranças desta tragédia, cada vez mais cientistas ocidentais aderem à idéia, de que isso foi genocídio.

 
Armênios, judeus, ukrainianos... Na recém publicada "Crestomatia investigativa do genocídio" o jurista americano Samuel Totten e o historiador australiano Paul Bartrop observaram que na Ukraina no transcorrer dos anos 1932 - 1933 morreram de fome de 5 a 7 milhões de agricultores, maioria dos quais eram etnicamentee ukrainianos. A fome artificaial soviética ocorreu porque o governo de Stalin retirou toda a safra e até os meios de produção de alimentos. Neste caso, o grande número de mortes foi resultado do extermínio social, ideologicamente planejado. O objetivo era destruir os "kulaks" (assim chamados os camponeses mais prósperos que relutavam em aderir à coletivização) mas, na verdade, tornaram-se alvo todos que apoiavam a ukrainização (nacionalismo ukrainiano, a liberdade de expressar sua cultura), incluindo os mais pobres. Acompanhava este comportamento a integração violenta de vários grupos religiosos e étnicos da presente estrutura soviética na condição da russificação forçada. Genocídio, produto da manifestação extrema de tecnologia social, transformava as formas tradicionais de posse e uso da terra e, literalmente, varreu das aldeias até a última migalha de tudo o que podiam consumir os moradores.

Os professores Totten e Bartrop chegaram à conclusão que o assassinato em massa de pessoas se encaixa até com a mais severa definição de genocídio, e incluem o Holodomor dos anos 1932 - 1933 na Ukraina a três atos fundamentais de tais ações contra a humanidade na primeira metade do século XX (junto com o genocídio armênio e Holocausto).

Entre os ítens listados na Convenção das Nações Unidas sobre a prevenção do crime de genocídio e castigo por ele (1948) e do Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional pelos atos de genocídio (1998), quanto ao Holodomor, mais comumente utilizam o terceiro - "criação intencional a um grupo qualquer, de tais condições de vida, que são projetadas para sua completa ou parcial destruição física."

No texto "Elementos de crimes", que também é usado pelo Tribunal Penal Internacional como uma fonte de direito, nesta ação são destacados tais componentes:


1: O criminoso criou (causou, impôs) para uma ou mais pessoas determinadas condições de vida.


2: Essa pessoa ou pessoas pertencem a um determinado grupo nacional, étnico, racial ou religioso.

3: O criminoso tinha a intenção de destruir, no todo ou em parte, o grupo nacional, étnico, racial ou religioso, como tal.

4: As condições de vida estavam calculadas para destruição física deste grupo, no todo ou em parte.

5: Esta ação acontecia no contexto de uma série de ações analógicas, direcionadas contra esse grupo ou era uma ação que sozinha poderia causar tal destruição.

Com a intenção de matar Cada um destes elementos de genocídio pode ser encontrado no Holodomor dos anos 1932 - 1933 na Ukraina. Criação para pessoas de certas condições de vida: a situação ocorreu artificialmente através da fixação de quotas de grãos e exclusão primeiramente de todos os grãos, e depois o restante dos alimentos.
Isto foi dirigido contra os camponeses, massa fundamental dos quais - ukrainianos, que é indício do segundo elemento do crime de genocídio: pessoa ou pessoas pertencem a um determinado grupo nacional, étnico, racial ou religioso. Tratava-se de uma parte específica da nação, porquanto a ukrainização no começo dos anos trinta chegou a tal nível, o qual os líderes bolcheviques consideraram perigoso, e eles decidiram destruir ou comprometer o espírito deste componente da nação. Como indicou o Tribunal Penal Internacional em relação a ex-Iugoslávia, "se uma parte específica do grupo é simbólica para esse grupo, ou a mais importantee para sua sobrevivência, isto pode significar que esta parte pode ser determinada como essencial.

A resolução do Comitê Central do Partido Comunista da União Soviética (bolchevique) e do Conselho dos Comissários do Povo da URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) "Sobre armazenamento de grãos na Ukraina, Cáucaso do Norte e da Região Oeste", de 14.12.1932 claramente investigava-se o medo do governo diante do resultado da ukrainização, que alcançou além do "permitido" pela lei, e comunicação direta de seus resultados com a política de retirada de grãos. E tinha como método a repressão a resistência social e nacional.

O terceiro elemento do genocídio - é uma intenção criminosa de destruição, no todo ou em parte, do grupo nacional, étnico, racial ou étnico como tal - também é visto claramente na fome dos anos 1932 - 1933. Obviamente, que tal poder anti-humano como o soviético, em nenhum documento não anunciava os planos de matar pela fome milhões de camponeses ukrainianos. No entanto, como observa o Tribunal Penal Internacional, a conclusão sobre a existência da intenção e consciência pode-se fazer dos fatos e circunstâncias. Isto quer dizer que o mal-intencionado não necessariamente deve ser fixado claramente nos documentos ou manifestado em discursos públicos.

Exatamente os fatos e as circunstâncias indicam a existência de tais elementos de crime de Holodomor, como intenção e consciência. Há uma grande quantidade de documentos, os quais confirmam, que o governo sabia sobre a terrível situação dos camponeses ukrainianos. Foram publicadas cartas não só de cônsules estrangeiros, mas também os relatórios secretos dos funcionários do GPU USSR (Administração Política do Estado - República Socialista Soviética Ukrainiana) sobre a fome em diversas regiões da Ukraina. Por exemplo, em um relatório informativo da Divisão da Província de Odessa, de 9 de junho de 1932 falava-se sobre a fome entre os agricultores, os quais já não tinham víveres. Testemunho de conhecimento do governo da morte pela fome mais que suficiente.

Na "lista negra" O quarto elemento do crime de genocídio: as condições de vida foram calculadas na destruição do grupo, total ou parcial. Particularmente, Stanislau Kosior e Vlas Chubar receberam o direito de suspender a entrega de mercadorias para as aldeias ukrainianas até o final do plano de armazenamento de grãos. E que ele foi absolutamente exagerado, a interrupção na entrega de mercadorias significava fome. Esta resolução referia-se apenas para aldeias ukrainianas. Entre as medidas que visavam a destruição física de seus habitantes pode-se, particularmente, distinguir o regime de "listas negras", introduzido também, exatamente, nas regiões habitadas por ukrainianos. Em geral para estas "listas" foram inscritas as fazendas coletivas de 82 distritos da Ukraina, isto é, quase a quarta parte de seu território, com 5 milhões de habitantes. Estas aldeias os bolcheviques cercavam por tropas armadas, todos os estoques de alimentos e sementes dali foram retirados, proibiam qualquer tipo de comércio e importação de quaisquer mercadorias. Isto é, a entrada na "lista negra" automaticamente significava a morte.

Quinto elemento: os fatos ocorriam no contexto de uma série de ações analógicas direcionadas contra determinado grupo. Holodomor foi organizado como um crime, entre um rosário de outros, direcionados à morte total ou parcial, da nação ukrainiana. Em seu artigo "O genocídio soviético na Ukraina" o autor do termo "gernocídio" Rafael Lemkin apresenta as ações dos bolcheviques na URSS como a destruição da nação ukrainiana em quatro etapas: 1) primeiramente a elite nacional; 2) igrejas nacionais; 3) uma parte significativa dos camponeses ukrainianos; 4) mistura de ukrainianos com outras nacionalidades, na forma de deslocamento (famílias ukrainianas eram deportadas para Sibéria, Primorskyi Krai e ao Extremo Oriente russo e no seu lugar traziam famílias russas).

Em todas as quatro fases a destruição do caráter nacional dessa operação, como escreveu Lemkin, era determinativo, porque mesmo até as principais vítimas do genocídio - esfomeados camponeses ukrainianos - são representados como portadores do espírito nacional e aqueles traços que os tornam "cultura e nação".

Portanto, em Holodomor dos anos 1932 - 1933 na Ukraina estão presentes todos os cinco elementos do crime de genocídio.

Enfim, os fatos de objeção ao genocídio do Holodomor, como genocídio, podem desempenhar um papel positivo, porque favorecem a construção de argumentos em proveito de sua qualificação como genocídio. E isto, por sua vez, ajudará o reconhecimento internacional como genocídio. Como escreveu James Earnest Mace, uma das organizações que apoiava a criação da Comissão Americana em relação ao Holodomor ukrainiano foi o Comitê Judaico da América. "Uma das maiores contribuições, que este Comitê fez para proteção dos judeus e os povos do mundo todo, foi patrocinar a literatura sobre negação do Holocausto - escreveu Mace, - os ukrainianos devem aprender esta lição.

Tradução: Oksana Kowaltschuk
Foto formatação: Anatoli Oliynik


SEXTA-FEIRA, 11 DE MARÇO DE 2011

UCRÂNIA: Vitima do comunismo russo

Realismo comuno-socialista

Foto nº 1
1. Holodomor, ou a Grande Fome na Ucrânia de 1929 a 1932.
O povo ucraniano foi vítima de uma das maiores atrocidades do século XX: o extermínio pela fome, deportações em massa e terror, de 7 a 10 milhões de ucranianos, sem contar algumas outras nacionalidades soviéticas. Se os judeus tiveram o "holocausto" ou o Shoah, os ucranianos e outros demais povos sob o jugo soviético comandado por Jósef Stálin (Ioseb Besarionis Dze Jughashivili) tiveram o holodomor, ou a "morte pela fome", em língua ucraniana. Ao coletivizar a terra dos camponeses, Stalin deportou, pela força, milhões de cidadãos para as fazendas coletivas do Estado, ou os kholkozes. No entanto, devido aos maus tratos e ao tratamento análogo de escravos com que eram tratados, os camponeses se rebelavam e fugiam das fazendas, além de esconder os grãos dos alimentos, para sua própria sobrevivência, uma vez que o Estado confiscava a maior parte dos cereais. A mesma crise que matou milhões na Rússia, em 1921, ameaçava se repetir de novo, na coletivização. Todavia, Stalin não estava preocupado com isso. Como os agricultores resistiam ao confisco de seus bens e propriedades rurais, ele simplesmente usou a "arma da fome" para subjugar o campesinato soviético. Grandes extensões da Ucrânia tiveram seus grãos confiscados, e como uma massa de esfomeados fugia para as cidades, o regime comunista fechou as fronteiras das cidades, deixando a população morrer à míngua de fome. A polícia política soviética, para controlar os passos dos fugitivos da fome no meio rural, impôs um sistema de passaportes, para fiscalizar o direito de ir e vir dos cidadãos. Quem fosse pego sem passaportes, poderia ser deportado para seu local de origem, para os campos de concentração ou então seria fuzilado. Muitas crianças esfomeadas fugiam pra Moscou e eram mandadas de volta para a Ucrânia, para morrerem lá. Stalin ainda decretou uma lei perversa, chamada pelo povo como "lei das espigas": bastava o roubo de alguns grãos de alimentos, para imputar anos de cadeia ao infrator. Ou quando não iam para seu país de origem, alguns camponeses eram mandados para o "gulag" ou como "colono especial" na Sibéria, em condições de vida desumanas. Eram usados como mão de obra da GPU, a então polícia política da época, em regime de trabalhos forçados, onde uma boa parte morria de maus tratos e exaustão. A foto nº 1 acima é uma pilha de cadáveres abandonados num cemitério, causada pela fome.

1.1 Cenas do Holodomor.


 Foto 2
Corpos abandonados em um cemitério ucraniano.


 Foto 3
Os transeuntes indiferentes, enquanto outros agonizam pela fome. . .

 Foto 4
Nem os animais são poupados da penúria. . .

 Foto 5

 Foto 6
A morte como espetáculo cotidiano. . .


 Foto 7

 Foto 8


 Foto 9
Crianças ucranianas famintas. . .

 Foto 10

 Foto 11


 Foto 12

 Foto 13
Cadáver de uma camponesa ucraniana.


Matéria publicada originalmente no blog "Conde Loppeux de la Villanueva" a quem são devidos os créditos.

EIS O QUE OS COMUNISTAS SABEM PRODUZIR COM PERFEIÇÃO!

O CAOS HUMANO
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terça-feira, 27 de outubro de 2020

RETORNO DE CHERNOBYL: Diário de um Homem Irado

AUTOR: Dupuy, Jean-Pierre

TRADUÇÃO: Pedro Sette-Câmara

Editora: É Realizações

Gênero: Ciências Humanas e Sociais

Subgênero: Antropologia

Número de Páginas: 176

Ano: 2020

Após embarcar em missão para Chernobyl, Jean-Pierre Dupuy, cientista renomado convertido à filosofia, descobre o que está por trás deste nome tornado familiar. Lá, se depara com aquilo que ele denomina “a invisibilidade do mal” – a catástrofe não deixou para trás nada além de campos devastados, povoados arruinados, casas inabitadas. Sem traço de vida. A única residência é o sinistro “sarcófago” – essa tumba que recobre o reator – e continua transmitindo suas radiações... De regresso a Paris, o autor é confrontado com a disparidade escandalosa entre o balanço oficial da catástrofe , confirmado por um relatório da ONU apresentado como definitivo, e aquilo que ele crê ter visto ou aprendido no lugar. O número de mortos em Chernobyl foram dez ou dez mil? Os bebês monstros são fato ou farsa? Face a estas contradições, Jean-Pierre Dupuy pesquisou acerca do universo mental da tecnocracia mundial. Ele mostra que todo o balanço de catástrofes deve sofrer intervenção de dimensões éticas e filosóficas que escapam aos especialistas. A questão do mal, atualmente, se coloca de uma maneira nova. Agora temos a temer tanto os arautos do bem quanto os do mal.

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

FUNDADOR DO FOLCLORE NA UCRANIANO

Mykhailo Maksymovych (retrato desenhado por Taras Chevtchenko) fundador do folclore ucraniano.


Em 03 de setembro de 1804 nasceu Mykhailo Maksymovych, um filólogo ucraniano, historiador da Ucrânia, botânico (um dos primeiros evolucionistas do Império Russo), fundador do folclore ucraniano. Os trabalhos científicos de Maksimovich no campo das ciências naturais ("Sobre os sistemas do reino vegetal", 1827; "Fundamentos da Botânica", vols. 1-2, 1828-1831; "Reflexões sobre a Natureza", 1831) dão motivos para considerar o cientista um dos fundadores da botânica doméstica. A partir de 1834 ele foi o primeiro reitor da Universideade de Kyiv. Como linguista, Maksymovych publicou uma séri de artigos sobre a classificação das línguas eslavas (1838, 1845 e 1850), nos quais usou amplamente dados da língua ucraniana. Em uma discussão com M. Pogodin e P. Lavrovsky, Maksymovych defendeu a "antiguidade" da língua ucraniana. Maksimovich foi o autor da grafia etimológica "Maksimovichivka". Como crítico literário, Maksymovych estudou "A Tale of Igor's Regiment", que traduziu para o ucraniano. Ele é o autor da publicação e estudo dos mais antigos monumentos literários da Rússia de Kyiv - "Verdade Russa", "Contos de anos passados". Foi o autor da obra "História da Antiga Literatura Russa" (1839), sobre as crônicas cossacas, em particular Grabianka. Além disso, Maksymovych traduziu salmos para o ucraniano e escreveu vários poemas, incluindo "Oh, como a Ucrânia desejava você", dedicado a Taras Shevchenko. Como folclorista em 1827, Maksimovich publicou "Pequenas Canções Russas" em Moscou, em 1834 - "Canções Folclóricas Ucranianas" (a terceira coleção "Coleção de Canções Ucranianas", Parte 1 foi publicada em Kiev em 1849). Suas publicações folclóricas despertaram interesse no exterior, incluindo a Grã-Bretanha e a América. Em 1840 e 1841 em Kiev e em 1850 em Moscou publicou o histórico almanaque "Kievlyanin". Em 1859 e 1864, ele publicou o almanaque "Ucraniano" em Moscou. Maksymovych foi o primeiro historiador da antiga Kyiv, dedicando 25 artigos a ele. Ele primeiro mostrou o papel de Peter Mohyla na construção da cultura ucraniana, contou sobre a história de muitos monumentos de Kiev, incluindo a Trindade, Ascensão, Igreja de São João, Khreshchatyk, a Porta Dourada, muralhas da cidade, colinas. Ele também trabalhou no campo da arqueologia ucraniana e foi o autor da primeira obra arqueológica na Ucrânia usando o método tipológico ("Setas ucranianas dos tempos antigos", 1868). Maksymovych foi o primeiro historiador da antiga Kyiv, dedicando 25 artigos a ele.  no campo da arqueologia ucraniana e foi o autor da primeira obra arqueológica na Ucrânia usando o método tipológico ("Setas ucranianas dos tempos antigos", 1868).

sábado, 4 de julho de 2020

A SOMBRA DE STALIN


A sombra de Stalin
Eduardo Mackenzie
02/07/2020

O novo filme da realizador polonesa Agnieszka Holland é uma obra de arte e um manifesto anti-comunista.

 

L’Ombre de Staline, para os espectadores franceses, conta, de maneira magistral, um dramático episódio da vida de Gareth Jones (1905-1935), o primeiro jornalista que descobriu o que estava ocorrendo na Ucrânia em 1932-1933. Ele não entendia como Stalin fazia para exportar trigo a países ocidentais, enquanto que os meios informados europeus sabiam que os camponeses soviéticos estavam passando dificuldades tremendas.

Interpretado pelo excelente James Norton, Gareth Jones tinha um certo renome quando decidiu fazer essa reportagem. Sua habilidade lingüística (também falava em francês, russo e alemão) o havia levado aos melhores círculos diplomáticos. Em 1930, foi assessor de política exterior do ex-primeiro-ministro David Lloyd George. Enviado à Alemanha para entrevistar Hitler, Jones subiu ao avião que o líder nazista tomou para chegar a seu primeiro mitin como chanceler. Este detalhe biográfico foi utilizado depois pelos comunistas para caluniar Jones e imputar-lhe simpatias nazistas.

Ao chegar a Moscou, o jovem repórter soube que um de seus colegas que investigava sobre a Ucrânia havia desaparecido. Contra o conselho de alguns, conseguiu obter uma permissão para viajar para a Ucrânia de trem. O que ele encontrou em Kouban foi aterrador: em pleno inverno, os camponeses estavam na miséria total, sem luz elétrica, sem alimentos, sem sementes. Não tinham sapatos, nem roupas, nem papel, nem pregos, nem fogão para se aquecer. O trigo e demais produtos agrícolas eram confiscados brutalmente pelas autoridades bolcheviques.

Jones descobriu assim, e sofreu na própria carne, a terrível fome, orquestrada por Stalin, para punir os camponeses dessa região que havia sido uma base dos exércitos brancos durante a guerra civil. Essa decisão levou milhares dessas vítimas desesperadas a optar pelo canibalismo para sobreviver. Cerca de 7 milhões de soviéticos morreram de fome, quatro dos quais eram camponeses ucranianos.

Jones saiu desse lugar agonizante quase por milagre. Capturado por uma milícia local, só escapou da morte, ou ao desaparecimento, graças à credencial que tinha de Lloyd George. Sob a ameaça de que três de seus colegas presos em Moscou seriam suprimidos se ele não dissesse em Londres que estava tudo bem na Ucrânia, Joses foi expulso da URSS. Em que pese a tudo isso, ele denunciou a hecatombe em uma coletiva de imprensa, em 29 de março de 1933. Moscou optou por libertar os reféns meses mais tarde.

A intenção de Jones era frear com suas declarações a monstruosa fome, a qual passaria à história sob a denominação de “Holodomor”, quer dizer, a exterminação deliberada pela fome. Não conseguiu. Ajudados por jornalistas de esquerda, sobretudo por Walter Duranty, o cínico (e muito esquerdista) correspondente do New York Times em Moscou, os soviéticos responderam que Jones mentia, que seu testemunho era “propaganda contra-revolucionária do Ocidente capitalista”.

Duranty, que em privado reconhecia que havia uma catástrofe na Ucrânia, sem dizer em seus artigos, recebeu depois o Prêmio Pulitzer por haver “informado de maneira imparcial” sobre a Rússia. Jones, ao contrário, passou ao esquecimento. Porém, ele conseguiu publicar, ao menos, 20 artigos na imprensa inglesa e norte-americana sobre o que viu e fotografou na Ucrânia, graças a que o magnata australiano Rupert Murdock, o único que resistiu aos ditames soviéticos e da intelectualidade ocidental bem pensante, lhe deu essa possibilidade.

Três anos mais tarde Gareth Jones morreu em circunstâncias misteriosas, enquanto realizava uma reportagem na Mongólia, após ser preso e ultimado por bandidos de direito comum que possivelmente estavam sob o soldo do NKVD soviético.

Poucos especialistas conheciam até hoje o nome do jornalista que havia revelado essa imensa matança comunista. “Agnieszka Holland decidiu corrigir essa flagrante injustiça, e agora todo o mundo pode conhecer o destino desse homem valente”, comentou a escritora Yaryna Havriliouk. Ela acrescenta que esse filme mostra “a luta do homem contra o sistema”. Eu diria que esse filme presta homenagem ao triunfo póstumo de um indivíduo livre, contra uma ditadura criminosa que se acreditava invencível.

Tradução: Graça Salgueiro


quarta-feira, 20 de maio de 2020

PERSEGUIÇÃO COMUNISTA À IGREJA

Posted: 29 Mar 2020 01:30 AM PDT

Dom Sviatoslav Shevchuk, Primaz do rito greco-católico,
o maior dos ritos orientais da Igreja Católica
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs

Em entrevista para a Catholic Radio and Television Network, o Arcebispo-mor de Kiev-Galícia e de toda a Rússia, Dom Sviatoslav Shevchuk, Primaz do Rito greco-católico na Ucrânia, fez reveladoras confidências sobre sua formação eclesiástica acontecida sob o socialismo soviético. “Zenit”

O rito greco-católico é o maior dos ritos orientais da Igreja Católica: mais de 10 milhões de fiéis, incluindo a Ucrânia e a diáspora. Cerca de meio milhão deles reside no Brasil, especialmente no Paraná e em Santa Catarina. 

Dom Sviatoslav explicou que cresceu numa sociedade totalmente ateia. Na escola “nos ensinavam que Deus não existia”. Só a família transmitia a fé crista. 

O jovem arcebispo disse que a primeira vez que viu um padre foi por ocasião de um enterro. 

“O sacerdote veio na calada da noite para celebrar o funeral e depois desapareceu velozmente. Como menino, fiquei curioso de saber quem era o sacerdote e o que estava fazendo. Eu entrevia nele um reflexo da presença de Cristo”. 

“Esse sacerdote tinha estado duas vezes no cárcere por praticar seu ministério e através dele descobri verdadeiramente Alguém e alguma coisa pela qual vale a pena dar a própria vida”.


Foi assim que o futuro bispo decidiu ir para o seminário. Mas não tinha nada a ver com os seminários atuais.

A entrevista abaixo foi concedida quando Dom Sviatoslav era administrador apostólico da eparquia (diocese) de rito ucraniano em Buenos Aires. Foi concedida à associação "Ajuda à Igreja Necessitada" e tem a vantagem de estar dublada em português:

Funcionava assim: “O sacerdote que encontrei também era reitor do seminário secreto, clandestino. Para mim, foi a descoberta de um mundo completamente novo.

“Meu modo de estudar era bem estranho. Raramente encontrava meus professores do seminário – pelo menos uma vez cada dois meses.

“Quando os encontrava, davam-me sempre um livro, que tinha de copiar e estudar durante dois meses. Assim começou minha formação sacerdotal! 

“Nem minha mãe nem meu pai estavam ao corrente. Se eu fosse descoberto pela polícia secreta, minha mãe, que era professora de música, e meu pai, que era engenheiro, teriam perdido o trabalho.

“Muitas pessoas na Ucrânia que foram descobertas acabaram detrás das grades ou no exílio. 

“Graças a Deus não aconteceu nada. Para mim e para meu plano de me tornar sacerdote, a Mãe de Deus tinha que destruir a União Soviética.

“Eu me lembro que rezava: é impossível para os homens destruir o mal, mas para Deus nada é impossível.



Missa clandestina num bosque na Ucrânia sob governo comunista


“A Sagrada Eucaristia era o ponto central da nossa vida.

“Lembro-me de um sacerdote que encontrei certa vez: ele jamais falava muito dos sofrimentos, das perseguições e das torturas; ele me contava que certas vezes na prisão todos os sacerdotes celebravam a liturgia. 

“Nós ficávamos pasmos: como é que isso era possível? De onde vinham o cálice e a patena? 

“Ele tirou os óculos e disse: ‘Eis o que nós usávamos: uma lente servia de cálice com uma gota de vinho, e na outra, que servia como patena, púnhamos um pedacinho de pão. Assim nós celebramos a liturgia na prisão ou nos campos de concentração”.


O atual arcebispo Sviatoslav participou pela primeira vez de uma missa no ano 1991, quando acabava de servir como conscrito no Exército Soviético. 

Quando ele entrou no Exército Vermelho toda a vida religiosa acontecia em segredo, mas ao sair a União Soviética estava caindo. Ele assistia à divina Liturgia na igreja de sua cidade natal de Strait, na Ucrânia.

“Era maravilhoso, sentia-me como no céu! A liturgia bizantina de São João Crisóstomo é um símbolo da liturgia celeste”, exclamou.

Dom Sviatoslav explicou que “o comunismo destruiu a nossa sociedade e que só por meio da graça do Espirito Santo é que a Igreja pode curar essas feridas. 

“Durante a ex-União Soviética era perigoso ser cristão. Hoje na Europa o importante é não ter medo de ser cristão, ainda quando isso pareça não ser ‘conveniente’”.


Só o heroísmo na Fé – como o de Dom Sviatoslav e o de tantos outros sacerdotes e bispos que padeceram e até morreram sob a opressão comunista – leva à vitória os verdadeiros filhos da Igreja Católica.