quinta-feira, 6 de novembro de 2025

FATOS HISTÓRICOS DA UCRÂNIA

 Fatos Históricos da Ucrânia

Moderdor: Yuriy Petko

Em 3 de novembro de 1937, ocorreu um dos episódios mais sombrios da história cultural da Ucrânia - um dia que marcou de forma indelével a memória de todo um povo.

No desfiladeiro de Sandarmokh, na Carélia, no norte gelado da antiga união soviética, o regime bolchevique exterminou o coração da intelectualidade ucraniana - artistas, pensadores, escritores e cientistas que criavam, sonhavam e respiravam em ucraniano.


Nessa data, os executores soviéticos fuzilaram mais de uma centena de representantes da elite cultural da Ucrânia: poetas, dramaturgos, historiadores, pintores e tradutores - pessoas cuja única “culpa” era a de serem ucranianas, de pensarem livremente, escreverem na sua língua e defenderem a dignidade nacional contra a imposição de moscou.

Entre os assassinados encontravam-se Les Kurbas, o genial reformador do teatro ucraniano; Mykola Zerov, poeta neoclássico e tradutor brilhante; Mykola Kulish, dramaturgo cujas peças ajudavam a abrir os olhos da sociedade; Valerian Pidmohylnyi, autor de “A Cidade”, o primeiro romance urbano em língua ucraniana; Pavlo Fylypovych, Myroslav Irchan, Marko Voronyi - e muitos outros nomes que poderiam ter definido o rosto da cultura ucraniana do século XX.

Essas execuções ocorreram à noite, em grupos de dezenas de pessoas, entre 27 de outubro e 4 de novembro de 1937. Durante esses dias, em Sandarmokh, foram mortos 1.111 prisioneiros do campo especial de Solovki. Mais de mil vidas interrompidas sem julgamento, sem investigação, sem direito à memória.

Ao longo da existência do campo de Solovki e do sistema prisional do NKVD, cerca de 50 mil pessoas de várias nacionalidades perderam a vida ali - e uma parte significativa delas eram ucranianas.

Décadas depois, historiadores e escritores descreveram esse movimento aniquilado como o “Renascimento Fuzilado” - uma geração que poderia ter transformado a Ucrânia em uma das culturas mais desenvolvidas e industriais da Europa, mas que foi deliberada, sistemática e cruelmente destruída.

Sandarmokh não é apenas um local de sepultamento em massa. É uma ferida aberta da memória ucraniana e uma prova de genocídio contra o espírito nacional do país. Lá repousam aqueles que deveriam estar nos livros escolares, nos palcos, nos museus, na memória coletiva da Europa.

Eles não morreram - foram assassinados. Mas as suas palavras, os seus pensamentos e o seu amor pela Ucrânia continuam vivos.

Sandarmokh permanece como um crime sem prescrição - e lembrar-se dele é um dever moral. O esquecimento seria o segundo assassinato.

Aqueles que ainda procuram “russos bons” cometem um erro sistemático. Este crime é apenas um entre milhares semelhantes ao longo dos últimos séculos - mais um elemento que revela o quadro permanente de ódio coletivo da maioria absoluta dos russos contra os ucranianos, simplesmente pelo fato de eles serem ucranianos.

Esta guerra não é pela posse de território, mas pela destruição total dos ucranianos enquanto nação. O ódio dos russos contra os ucranianos é profundo e visceral. A única solução possível para este problema reside na dissolução da Rússia e na restauração da independência e soberania de todos os povos subjugados por aquele estado imperial.

Só então poderá desaparecer a raiz da tragédia que hoje ameaça levar o mundo a uma nova catástrofe global.

Fonte: Amigos da Ucrânia.

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