terça-feira, 30 de setembro de 2014

RUSSOS PROTESTAM CONTRA PUTIN E FAZEM PASSEATA PELA PAZ NA UCRÂNIA

domingo, 28 de setembro de 2014


Moscovitas bradam: “Putin, chega de mentiras!”


Dezenas de milhares de russos protestaram em Moscou  contra a guerra na Ucrânia e contra as mentiras de Putin
Dezenas de milhares de russos protestaram em Moscou
contra a guerra na Ucrânia e contra as mentiras de Putin

No domingo, 21 de setembro, dezenas de milhares de cidadãos russos participaram de uma passeata no centro de Moscou, pela paz na Ucrânia e contra o papel do Kremlin na guerra que abala o leste ucraniano, segundo informou o site francês 20minutes.fr. 


O grande cortejo incluía figuras da oposição, e muitos levavam bandeiras ucranianas enquanto bradavam slogans como “Não à guerra na Ucrânia” e “Parem com as mentiras de Putin”, constatou um jornalista da agência France Press – AFP.

Tratou-se da primeira manifestação maciça contra a guerra. Guerra essa que a mídia oficial nega que Putin esteja conduzindo.

As fraudes da informação oficial – única existente na Rússia, uma vez que a Internet acaba de perder a sua liberdade – foram denunciadas na “Marcha pela Paz”.

Dela participaram “dezenas de milhares” de pessoas segundo Sergueï Davidis, um dos organizadores, e apenas 5.000 segundo a polícia. 



“Estou persuadido de que a guerra foi provocada por Putin”, desabafou Vladimir Kachitsine, 44, que participou de cadeira de rodas. “Eu quero que Putin pare de se meter nos assuntos internos da Ucrânia”, acrescentou.
“Putin significa a guerra, ele é o chefe do partido da guerra”, defendeu o opositor Boris Nemtsov.

“Sou russo. Tenho vergonha de que Putin seja meu presidente”
“Sou russo. Tenho vergonha de que Putin seja meu presidente”

“Ele retrocederá se vir que somos numerosos, porque ele teme a seus próprios cidadãos, só o povo russo pode barrar o caminho de Putin”, disse o antigo vice-primeiro ministro de Boris Yeltsin, citado pela agência Reuters

“Esta guerra é uma loucura e um crime contra a Ucrânia, contra os habitantes do Donbass e contra os russos”, sublinhou Igor Iasine, 34.

Os promotores da passeata pediram às autoridades russas o fim da “política agressiva e irresponsável” na Ucrânia, que, segundo eles, conduz a Rússia ao isolamento, à desordem econômica e ao agravamento das “tendências fascistas”. “Essa política já custou a vida de milhares de ucranianos e de russos”, escreveram eles no Facebook.

A polícia de Moscou exibiu uma intimidatória presença em volta do cortejo anti-Putin, de acordo com jornalistas da Reuters.

Algumas dezenas de simpatizantes do restaurador da “URSS 2.0” tentaram uma contramanifestação simultânea em apoio à rebelião pró-russa, agitando bandeiras da “Nova Rússia” e da “Republica Popular de Donetsk” separatista.

Em São Petersburgo, mais de 1.000 pessoas participaram de análoga “Marcha pela Paz”, a qual, entretanto, foi proibida pelas autoridades.

Apesar do crescente mal-estar da maioria da população pacífica da Rússia diante do número de seus soldados mortos e feridos, as pesquisas – costumeiramente manipuladas pelo regime – anunciaram que Putin atingiu recordes de popularidade desde o início da repudiada guerra. 

Acredite quem quiser, ou puder.

Fonte: Flagelo Russo.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

HUNGRIA SUSPENDE GÁS PARA A UCRÂNIA



Nesta sexta-feira [26] a Hungria suspendeu o fornecimento de gás à Ucrânia por tempo indeterminado e chegou a acordo com a Rússia para aumentar as suas reservas, com o objetivo de passar ao lado das consequências da crise energética entre Moscou e Kiev.
 
A notícia chega quatro dias depois de o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, se ter reunido com o diretor executivo da gigante russa Gazprom, Alexei Miller, e no mesmo dia em que representantes da UE, da Rússia e da Ucrânia negociaram, em Berlim, uma solução para o corte do fornecimento de gás de Moscou a Kiev.
Num breve comunicado, a operadora húngara FGSZ anunciou que interrompeu a transmissão de gás para a Ucrânia "na tarde de 25 de Setembro de 2014 [quinta-feira] por um período indefinido".
A empresa estatal justifica a suspensão com razões de segurança, motivadas pelo "aumento significativo" da procura nos próximos tempos na Hungria. Com o previsível aumento do volume de gás, a rede de gasodutos de Beregdaróc, na fronteira com a Ucrânia, terá de ser "alterada, para garantir que todos os gasodutos estejam preparados para receberem a transmissão".
Apesar destas explicações, a empresa estatal ucraniana Naftogaz acusa a Hungria de ceder a chantagens da Rússia e pede a Bruxelas que exija aos seus países-membros "o respeito pelas regras internas da UE".
"A Naftogaz lamenta profundamente a decisão da FGSZ e apela aos seus parceiros húngaros que respeitem as suas obrigações contratuais e a legislação da UE", que prossegue com uma acusação: "Nem os países da UE nem a Ucrânia devem ser pressionados politicamente através de chantagens na energia. (…) A Naftogaz está empenhada em ser um parceiro estável e um ponto de ligação vital para a chegada de gás russo à UE. Em troca, a Naftogaz espera que os seus parceiros da UE e os seus países vizinhos respeitem as suas obrigações contratuais, e também a legislação da UE."

Presidente da Ucrânia diz que o pior da guerra já passou e a paz está próxima



O Presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, afirmou, esta quinta-feira, que o acordo de paz assinado com os separatistas pró-russos há cinco dias significa que a parte "mais perigosa" do conflito no leste já passou e a paz está próxima.
 
foto VALENTYN OGIRENKO/REUTERS
 Presidente da Ucrânia diz que o pior da guerra já passou e a paz está próxima
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko
 
"Não tenho qualquer dúvida de que a parte principal e mais perigosa da guerra já passou, graças ao heroísmo dos soldados" ucranianos, disse, numa conferência de imprensa em Kiev, acrescentando estar convencido de que o seu plano de paz "vai funcionar".
"Acabamos com a tirania, consolidamos o nosso rumo europeu, resistimos na luta contra o inimigo externo e, não tenho dúvidas, a paz já não está longe", acrescentou.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

UCRÂNIA SELA ACORDO COM A UNIÃO EUROPÉIA

Ucrânia e UE selam acordo de associação, Kiev dá mais autonomia ao Leste


Apesar da ratificação do acordo com Bruxelas, a entrada em vigor de uma das suas cláusulas mais importantes – a do comércio livre – foi adiada de Novembro deste ano para Janeiro de 2016.
 
Petro Poroshenko - Presidente da Ucrânia mostra o acordo com a UE
 
O Parlamento ucraniano ratificou nesta terça-feira o Acordo de Associação com a União Européia, numa cerimônia "histórica e sem precedentes" realizada em simultâneo com a votação no Parlamento Europeu (PE).
O momento era histórico e o Presidente da Ucrânia não poupou nas palavras. "Quem está disposto a morrer pela Europa?", perguntou Petro Poroshenko no seu discurso perante os deputados do Parlamento ucraniano, transmitido em direto e acompanhado pelos eurodeputados em Estrasburgo.
A cerimônia estava marcada para as 10h GMT (11h em Portugal continental) e o presidente do PE, Martin Schulz, não se atrasou um minuto.
"Dois parlamentos a votar em simultâneo é um procedimento histórico e sem precedentes, algo que nos deve deixar orgulhosos", disse Schulz, recebendo os aplausos de muitos dos 697 eurodeputados presentes no momento da votação.
As palavras de Martin Schulz em Estrasburgo e de Petro Poroshenko em Kiev não ocuparam mais de 20 minutos, e a votação final nos dois parlamentos acabou por falar mais alto do que qualquer discurso. Na Ucrânia, os 355 deputados presentes votaram a favor da ratificação do acordo; em França, 535 disseram "sim", 127 disseram "não" e 35 disseram que não queriam dizer nem uma coisa nem outra.
O ambiente em ambos os parlamentos foi de festa, com Martin Schulz a ser várias vezes interrompido com aplausos, tanto em Estrasburgo como em Kiev. "O Parlamento Europeu sempre defendeu a integridade e a soberania da Ucrânia e continuará a agir da mesma forma", disse.
Do outro lado o Presidente ucraniano dramatizava o discurso e lembrava as dezenas de pessoas que morreram durante os protestos na Praça da Independência, em Kiev, e as várias centenas que foram mortas durante a guerra no Leste do país, enquanto lutavam nas fileiras do Exército ucraniano: "Nenhuma nação pagou um preço tão elevado para se tornar européia." De acordo com os números das Nações Unidas, desde o início da guerra, em Abril, morreram cerca de 2700 pessoas e centenas de milhares procuraram refúgio em outras zonas da Ucrânia e na Rússia.
O grito que serviu de ponto final à intervenção de Petro Poroshenko reforçou a mesma idéia: "Glória à Ucrânia. Glória à União Européia."
O Acordo de Associação assinado nesta terça-feira obriga a Ucrânia a aprovar um conjunto de reformas que ponha o país no caminho certo para a adesão e foi em tom de aviso que o Presidente ucraniano se dirigiu aos deputados. "A União Européia só quer uma coisa: reformas. A situação atual não pode servir de desculpa para não agirmos. Vamos fazer tudo em conjunto – Presidente, Governo, Parlamento", disse Poroshenko, numa referência às divisões em Kiev sobre a melhor forma de pôr fim à guerra no Leste e recuperar o país.
Comércio livre adiado
Apesar da ratificação do acordo, a entrada em vigor de uma das suas cláusulas mais importantes foi adiada de Novembro deste ano para Janeiro de 2016. A decisão de adiar o acordo de comércio livre entre a Ucrânia e os países da União Européia foi tomada em conjunto com a Rússia, no final da semana passada.
Na base deste adiamento está o argumento de Moscou de que o seu mercado seria inundado por produtos baratos provenientes da União Européia e exportados depois pela Ucrânia.
O adiamento desta importante parte do Acordo de Associação foi entendido em Kiev como uma vitória da Rússia e levou à demissão do vice-ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Danilo Lubkivski. Também a oposição ao Presidente Petro Poroshenko fez saber que irá discutir este assunto na campanha para as eleições antecipadas de Outubro.
Em linha com o que tinha prometido quando se candidatou à Presidência, o chefe de Estado ucraniano anunciou a dissolução do Parlamento em finais de Agosto, marcando eleições antecipadas para Outubro – Petro Poroshenko considera que a atual composição do Parlamento, que vem dos tempos do Presidente Viktor Yanukovych, está a bloquear a aprovação de leis que ele considera essenciais para o desenvolvimento do país.
A recusa do antigo Presidente Viktor Yanukovych em assinar o Acordo de Associação com a União Européia, em Novembro do ano passado, esteve na base das primeiras manifestações em Kiev, que levariam à sua deposição, em Fevereiro, e à ocupação de edifícios governamentais por milícias pró-russas nas províncias de Donetsk e Lugansk, em Abril.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

MILICIANOS ESPANHÓIS NO LESTE DA UCRÂNIA

Milicianos pró-russos viriam para América Latina

Milicianos espanhóis viriam para América Latina
Milicianos espanhóis viriam para América Latina
O jornal “El Mundo”, de Madrid, entrevistou dois milicianos espanhóis que lutam no “Batalhão Vostok”, no leste da Ucrânia, por causa das afinidades do grupo separatista com as crenças comunistas.

Ángel Arribas Mateo, 22, é de Cartagena e tem tatuada a imagem de Lenine no braço direito e a de Stalin no esquerdo. 

Rafael Muñoz Pérez, 27, é das Astúrias. Os dois ingressaram como voluntários na milícia pró-russa mais violenta e sanguinária.

Eles receberam instrução militar no local e estão adquirindo experiência de combate. Ostentando a bandeira da II República espanhola da Guerra Civil 1936-1939, eles repetem a todos o slogan comunista “No pasarán”.

Ángel frequentou a juventude do Partido Comunista dos Povos da Espanha (PCPE) e o Partido Comunista (PCE), que faz parte da Izquierda Unida, representada no Parlamento espanhol. 

Rafael e Ángel partilham a visão marxista-leninista do mundo, e por isso decidiram se unir aos separatistas guiados por Moscou.

“Não temos passagem de retorno”, dizem, mas reconhecem que a situação militar está ruim para os pró-russos e, se piorar, já pensam em fugir para a Rússia e depois seguir para Cuba e/ou Venezuela.

Quando conseguiram entrar no território rebelde e se apresentaram como “comunistas espanhóis”, foram aclamados pelos terroristas do “Vostok”.

Sem conhecer a língua local, estreitavam efusivamente as mãos daquela brigada internacional e bradavam: “No pasarán!”.

Para eles, trata-se de vingar a Guerra Civil espanhola, perdida por seus pais e avôs. 

Os dois foram criados no clima de distensão e anestesia que dominou Espanha nas últimas décadas. Por isso, foi uma surpresa quando pegaram em armas de guerra e começaram a treinar.

“Entrarei em combate, se for necessário, contra os bastardos fascistas”, disse Ángel. Para eles, o maior sinal de amizade dos terroristas foi ter-lhes fornecido modernas Kalashnikovs.

Ángel e Rafael foram visitar a estátua de Lenine e os monumentos soviéticos que estão sendo derrubados nas cidades livres da Ucrânia.

Fanatismo comunista-republicano os levou para Ucrânia e os traria para América Central ou do Sul
Fanatismo comunista-republicano os levou para Ucrânia
e os traria para América Central ou do Sul
Para se distinguirem dos milicianos provenientes de países tão diversos como a Chechênia ou a Sérvia, eles costuraram a bandeira da Segunda República, que ostentam, na bandeira comunista vermelha com a foice e o martelo.



Ambos dizem estar orgulhosos, porque em Donetsk “não há polícia, mas não há problema algum (sic!). Sou comunista, mas se isto é anarquismo, eu troco”, brinca Ángel, com uma linguagem orwelliana. 

É claro que, se há “problema”, são os saques e crimes praticados por seus colegas de milícia. E se um cidadão resistir, pode acabar na fossa comum. É assim como está sendo feita a paz na anarquia comunista!

Perguntado pelo jornalista sobre o que fariam se a rebelião fracassar apesar do ingente apoio de Putin, Rafael responde:

— Não sei o que dizer. Eu imagino que se a resistência sucumbir, não pensamos nos imolar. Se virmos que isto está perdido, vamos embora, diz Rafael.

Ángel está muito à vontade no “Vostok”, e acrescenta: “Se ganharmos a guerra, eu ficaria vivendo aqui. Ofereceram-nos até casa e carro próprio”, obviamente confiscado à ponta de Kalashnikov.

Porém, os dois reconhecem que a realidade não parece prometer a realização desse desejo. O exército ucraniano está rodeando a cidade, as bombas atingem os ninhos rebeldes e os milicianos já não podem sair para treinar.

As noites são difíceis: quando bombardeiros e drones sobrevoam o quartel, todos pulam para fora do prédio, com medo de serem sepultados com ele.

“Se a coisa ficar feia, tentaríamos cruzar a fronteira russa. Se não nos deixarem voltar à Espanha, pediríamos asilo a Cuba ou à Venezuela”, diz Ángel, que confidencia ter sonhado participar na revolução marxista de Fidel.

O testemunho desses dois milicianos comunistas revela a afinidade ideológica entre as falanges subversivas internacionais colocadas por Putin na Ucrânia e os grupos revolucionários marxistas ou populistas há tempos bem instalados na América Latina.


   


Fonte: Flagelo Russo.

domingo, 14 de setembro de 2014

PUTIN cria um cristianismo adulterado

Putin, o “espírito de Munique” e a tragédia prevista em Fátima

 Milicianos da 'República Popular de Donetsk' beijam ícone de Putin. Um cristianismo adulterado posto a serviço de uma ambição anticristã.
 Milicianos da 'República Popular de Donetsk' beijam ícone de Putin.
Um cristianismo adulterado posto a serviço de uma ambição anticristã.
Vladimir Putin “brinca com fogo” no leste da Ucrânia, escreveu o filósofo francês Bernard-Henri Lévy para o “The New York Times”. Lévy criou a imagem de pensador radical da esquerda chique, não podendo ser tido como um conservador ou direitista.





Na teoria Lévy não está tão longe do pensamento que justifica Putin, porém na prática está espantado com os crimes que estão sendo cometidos até com ar de "cristianismo" pelo chefe do Kremlin.

Para ele, Putin “mobilizou os piores elementos existentes na região: criminosos, ladrões, estupradores, ex-presidiários e vândalos e os transformou numa força paramilitar”.

Os comandantes que seguem as instruções de Putin devem matar ou afugentar intelectuais, jornalistas e autoridades morais em Donetsk e Lugansk, acrescenta o filósofo, que entretanto omite a perseguição anticatólica e contra todo religioso não submisso ao Patriarcado de Moscou

Para Lévy, as milícias separatistas pró-russas constituem um exército de agitadores que toma conta e destrói prédios públicos, hospitais, escolas e prefeituras do país que pretende liberar.

Segundo o autor, Putin permitiu a consolidação de “uma verdadeira guerra de gangues”, que em certa medida ele não controla plenamente, pois umas se voltaram contra as outras numa anarquia que faz pensar nos piores momentos do caos feudal.


Mercenários em estado de ebriedade se gabam de matar ucranianos
Mercenários em estado de ebriedade se gabam de matar ucranianos
“A esse mundo do crime soturno, sem estrutura ou disciplina, a esses baderneiros indômitos que só conhecem a lei da selva e constituem um novo estilo de tropa sem uma mínima ideia da guerra, cujas leis, Deus é testemunha, desconhecem em absoluto, a essa coleção heterogênea o presidente Putin entregou um arsenal aterrador com o qual esses soldados amadores não estavam familiarizados e com o qual vêm brincando como crianças com fogos de artifício.

“A Rússia distribuiu grandes quantidades de armamento pesado aos separatistas e os treinou para utilizar o sistema de mísseis SA-11, do gênero que se acredita ter sido empregado para derrubar o voo MH 17 da Malaysia Airlines”.

Lévy tenta imaginar a gangue vitoriosa comemorando seu troféu, os oficiais russos destinados pelo Kremlin para supervisionar esses mísseis, e a consternação destes quando o autoproclamado ministro da Defesa da República de Donetsk se atribuiu a responsabilidade de abater um avião militar ucraniano que acabou sendo o MH-17.

Fivela de mercenário pró-Putin
Fivela de mercenário pró-Putin
O filósofo verbera com paixão a atitude dos pró-russos que deixaram os corpos das vítimas abandonados nos campos ou amontoados em vagões mal refrigerados, que exportaram para a Rússia restos possivelmente comprometedores, e pilharam os objetos de valor dos corpos das vítimas.

Quando escreveu isso, Lévy não pensava na América Latina e no quanto certas gangues e/ou organizações criminosas de narcotraficantes ou de ideologias socialoprogressistas estão predispostas a tentar em nossos países análogas ‘proezas’ anárquicas seguindo o modelo de Putin.

Para o filósofo, em todo caso estamos diante de crimes contra a humanidade, resultantes de uma estratégia de guerra nova promovida pelo chefe máximo do Kremlin.

Em face dessa ofensiva que faz do crime organizado uma tropa de choque regular, o autor francês acena para a obrigação moral de tirar as consequências.

Moralmente, como pode a França, país natal de Lévy, entregar à Rússia dois porta-helicópteros da classe Mistral? Transformar-se-ão eles na ‘joias da coroa da frota russa diante da Sebastopol invadida e, quiçá, de um outro porto ucraniano?

Lévy aponta outros sinais desalentadores de claudicação na União Europeia diante do comandante da imoral ofensiva russa.

Para ele, a atitude de apaziguamento, condescendência e até bajulação de certos representantes europeus em face de Putin, se chama “espírito de Munique”.

Charmberlain, Daladier, Hitler, Mussonlini e Ciano  após a assinatura do Acordo de Munique.  Falso espírito de paz preludiou a pior das guerras.  Obama e a UE parecem optar por análoga entrega.
Charmberlain, Daladier, Hitler, Mussonlini e Ciano
após a assinatura do Acordo de Munique.
Falso espírito de paz preludiou a pior das guerras.
Obama e a UE parecem optar por análoga entrega diante de Putin.
O mesmo espírito que, em 1938, preludiou a imensa tragédia da II Guerra Mundial.

Para ele, esse espírito é um estigma.

Estigma, acrescentamos, que atrai horizontes sombrios como os de 1938 sobre os países liderados por populistas enamorados de Putin.



Esse horizonte apavorante pode ser concluído com base na história humana. Mas, se considerarmos a dimensão moral dos movimentos presentes diante de Deus, o que dizer?

Os terríveis dias futuros para os quais Nossa Senhora acenou em Fátima e o papel que neles teria a Rússia revolucionária, fazem com que a ‘manobra Putin’ ganhe toda a sua dimensão.


Fonte: Flagelo Russo

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

PRISIONEIROS UCRANIANOS SÃO LIBERTADOS

Presidente da Ucrânia confirma libertação de 1200 prisioneiros mantidos pelos rebeldes


Novas sanções da UE visam gigantes petrolíferos russos. Governo de Moscou volta a ameaçar com encerramento de espaço aéreo às companhias ocidentais que viajam para a Ásia.

 

Petro Poroshenko - Prsidente da Ucrânia
 
Os líderes rebeldes que dominam as auto-proclamadas repúblicas autônomas de Donetsk e Lugansk, no Leste da Ucrânia, já libertaram 1200 prisioneiros, em cumprimento dos termos de um acordo de tréguas firmado na passada sexta-feira entre o Governo de Kiev e os combatentes pró-russos.
A troca dos prisioneiros capturados por ambos os lados durante os cinco meses de conflito era um dos 12 pontos do acordo negociado na capital bielorrussa, Minsk, sob os auspícios da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE). O Presidente ucraniano, Petro Poroshenko, confirmou que “nos últimos quatro dias” o Governo de Kiev assegurou a liberdade de 1200 cidadãos capturados pelos separatistas.
Envergando um uniforme militar, Poroshenko discursou para uma plateia de trabalhadores metalúrgicos na cidade portuária de Mariupol, no Sudeste do país: um dos alvos dos rebeldes na última semana de combates antes da negociação do cessar-fogo. Num sinal evidente da fragilidade das tréguas, a cidade foi fortificada pelo Exército nacional – e o Presidente insistiu que os meios são suficientes para travar qualquer ofensiva rebelde que desfaça o compromisso alcançado em Minsk.
Nos arredores da cidade, os confrontos entre soldados ucranianos e separatistas pró-russos repetiram-se ao longo do fim-de-semana, deixando os observadores nervosos com a possibilidade de um regresso da violência em larga escala ao Leste da Ucrânia. “Faremos tudo para manter a paz”, sublinhou o chefe de Estado, mas “não abriremos mão da cidade de Mariupol nem de nenhum território ucraniano”. “O Exército tem ordens para assegurar a defesa de Mariupol com artilharia, rockets, tanques e aviões”, informou Poroshenko. “Se avançarem, serão esmagados”, prometeu.
Em Kiev, o porta-voz do Ministério da Defesa, Andri Lisenko, referiu-se a “pequenas violações” da trégua, que envolveram fogo de metralhadora e morteiros mas “nada de artilharia pesada” nem de mísseis. O mesmo responsável disse ainda que a Rússia tinha parado de enviar material militar aos rebeldes. Mesmo assim, o Governo de Kiev exprimiu “preocupação” com movimentações militares russas na península da Crimeia, que foi anexada por Moscou em Março. Segundo Lisenko, o contingente mobilizado para o Norte da Crimeia, na fronteira com a Ucrânia, inclui 64 tanques, uma centena de veículos blindados, vários sistemas de artilharia e baterias de mísseis.
Apesar da ocorrência de tiroteios esporádicos, a OSCE, responsável pela supervisão do acordo de Minsk, considerou que o cessar-fogo está a ser observado por ambas as partes. Citado pela Reuters, o Presidente da Suíça, Didier Burkhalter, disse que “os próximos dias são cruciais” para perceber se a trégua poderá vingar – e assim fazer avançar o plano de paz para uma nova fase de entendimento político. “Os diferentes intervenientes [no conflito] têm a responsabilidade de encontrar uma solução política”, frisou Burkhalter, reconhecendo que esse será um desafio maior e mais difícil de concretizar do que o cessar-fogo.
Entretanto, em Bruxelas, os parceiros europeus preparam-se para aprovar formalmente novas sanções contra a Rússia, que restringem o acesso das petrolíferas russas aos mercados de capitais, disse fonte comunitária citada pela AFP.
As empresas Rosneft e Transneft, e as atividades petrolíferas do gigante do gás Gazprom “cumprem os critérios” fixados pelos embaixadores dos 28 Estados membros da União Europeia (UE) para imporem novas restrições de financiamento a bancos, empresas de defesa e petrolíferas em que o Estado russo tenha uma participação superior a 50%.
Os investidores europeus não poderão comprar obrigações ou ações nem conceder empréstimos a essas empresas. O objetivo é dificultar a capacidade destes grupos para se financiarem de maneira autônoma e “obrigar o Estado russo a meter a mão no bolso”, comentou a fonte da AFP.
As medidas reforçam as sanções econômicas adoptadas no fim de Julho, quando a UE suspendeu a venda à Rússia de bens susceptíveis de uso militar, tecnologias sensíveis e equipamentos para o setor energético. Devem também ser acrescentados algumas dezenas de nomes à lista - de que já constam cerca de cem russos e ucranianos -  de visados pelo congelamento de bens e proibição de vistos de viagem no espaço europeu.
 
Rússia admite fechar espaço aéreo
A Rússia anunciou que poderá responder às novas sanções com a interdição do seu espaço aéreo às companhias aéreas ocidentais que sobrevoam o seu território, nas ligações entre a Europa e a Ásia. O primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, tinha já posto essa hipótese, que acarretaria elevados custos para as transportadoras aéreas.

GUERRA MUNDIAL: CUIDADO COM A RÚSSIA

Guerra Mundial: “sim, pode acontecer de novo”, diz editorialista

Coluna de blindados russos rumo à Ucrânia
Coluna de tanques russos rumo à Ucrânia

Roger Cohen, editorialista do influente “The New York Times” abordou um problema que tira o sono dos observadores mais atentos e influentes.

Pode estar acontecendo o início da Terceira Guerra Mundial?

Cohen é cauteloso. Ele observa a deformação psicológica inoculada nos ocidentais pelo excesso de otimismo das últimas décadas.

Ele compara e constata que antes da I Guerra Mundial a Europa e o mundo civilizado nadavam em análogo otimismo.

Nunca a Europa tinha vivido um tempo tão longo e tão pacífico como o da Belle Époque que culminou no malfadado 1914.

Acreditava-se que o enriquecimento dos países e a multiplicação dos intercâmbios comerciais afastava a hipótese de um conflito geral. A final, a guerra destruiria a prosperidade de todos, e portanto ninguém quereria.

Pregava-se que a humanidade caminhava para uma reconciliação universal, que eventuais atritos ficariam restringidos no espaço e se resolveriam com tratados diplomáticos e/ou comerciais.

Mas, diz Cohen pensando naquele ano, “o inimaginável pode acontecer”. E, acrescenta, quase aconteceu na recente anexação da Crimeia pela Rússia.

Também pareceu que o inimaginável nunca aconteceria quando um jovem nacionalista servo, Gavrilo Princip, assassinou o herdeiro da Coroa Austro-Húngara em Sarajevo, 28 de junho de 1914.


Cruzes de túmulos de soldados alemães no Cemitério Militar de Hooglede
Cruzes de túmulos de soldados alemães no Cemitério Militar de Hooglede

Tudo fazia crer que o crime se resolveria a nível local. Mas os eventos se sucederam em cascata.

Em quatro anos, os grandes impérios centrais tinham ruído, milhões de homens tinham perecido nas trincheiras, e Europa jazia em meio a destroços fumegantes.

Hoje Vladimir Putin encarna o fervor nacionalista que serviu de faísca em 1914. E a violência do separatismo ucraniano alimentado por Moscou mostra a periculosidade do irredentismo nacionalista ateado pelo chefe do Kremlin.

Cohen não é católico ou não o diz, mas a I Guerra Mundial inaugurou o ciclo de catástrofes contra o qual Nossa Senhora veio advertir o mundo se não fazia penitência dos maus costumes.

Ela não foi ouvida, a Rússia espalhou seus erros por todo o mundo, desencadeou a II Guerra Mundial aliada à Alemanha nacionalista de Hitler, e agora parece estar soprando um incêndio universal a partir da Ucrânia.

Cohen, porém, acha possível que a agressão russa à Ucrânia se estenda a nações vizinhas como a Polônia e os Países Bálticos. A NATO teria que despachar tropas e jatos de guerra, que teriam como contrapartida um acirramento da belicosidade russa.


A Polônia se prepara para o pior. Parada militar em Varsovia, agosto 2014.
A Polônia se prepara para o pior. Parada militar em Varsovia, agosto 2014.
As peças do dominó estão dispostas para uma ir derrubando a outra em série e nem os EUA ficariam indenes.

E Cohen sublinha: “o inimaginável pode acontecer. Aliás, quase aconteceu agora na Criméia”.

No Pacífico os atritos entre a China e o Japão raspam o conflito. Um ultimato pode acontecer. Na fronteira da Estônia a Rússia concentra quantidades anormais de tropa.

Uma faísca, uma advertência mal ouvida por alguma das partes e a Terceira Guerra Mundial começa, observa Cohen.

Certamente pode não acontecer. Mas, paz não é igual a pacifismo. Se os campos europeus estão semeados de caveiras é porque o continente olhou para a guerra com repulsão e achou que nunca aconteceria.

O sistema internacional não parece especialmente estável e está menos previsível que em 1914.




Paraquedistas poloneses, americanos e canadenses treinam na Polônia com os olhos postos na Ucrânia
Paraquedistas poloneses, americanos e canadenses treinam na Polônia com os olhos postos na Ucrânia

O pacifismo europeu não tem contrapartida em Moscou ou Pequim. Ainda menos nas potências islâmicas.

Obama exibe preocupante fraqueza. Os EUA acredita, em sua enorme superioridade material militar, mas não exibem a determinação de usá-la que tinham outrora.

A Rússia viola os tratados e Obama fica em lamentações verbais. Seu otimismo parece invencível, como o otimismo de 1914 que precedeu a I Guerra Mundial e a seu desdobramento posterior que foi a II Guerra Mundial que atingiu auges na carnificina de Stalingrado e nas explosões nucleares de Hiroshima e Nagasaki.

Um realismo bem colado na realidade, que alguns podem confundir com o pessimismo, tal vez teria sido melhor para a paz e para a sobrevivência de milhões de homens.
 
 
Fonte: Flagelo Russo.