segunda-feira, 8 de setembro de 2014

GUERRA MUNDIAL: CUIDADO COM A RÚSSIA

Guerra Mundial: “sim, pode acontecer de novo”, diz editorialista

Coluna de blindados russos rumo à Ucrânia
Coluna de tanques russos rumo à Ucrânia

Roger Cohen, editorialista do influente “The New York Times” abordou um problema que tira o sono dos observadores mais atentos e influentes.

Pode estar acontecendo o início da Terceira Guerra Mundial?

Cohen é cauteloso. Ele observa a deformação psicológica inoculada nos ocidentais pelo excesso de otimismo das últimas décadas.

Ele compara e constata que antes da I Guerra Mundial a Europa e o mundo civilizado nadavam em análogo otimismo.

Nunca a Europa tinha vivido um tempo tão longo e tão pacífico como o da Belle Époque que culminou no malfadado 1914.

Acreditava-se que o enriquecimento dos países e a multiplicação dos intercâmbios comerciais afastava a hipótese de um conflito geral. A final, a guerra destruiria a prosperidade de todos, e portanto ninguém quereria.

Pregava-se que a humanidade caminhava para uma reconciliação universal, que eventuais atritos ficariam restringidos no espaço e se resolveriam com tratados diplomáticos e/ou comerciais.

Mas, diz Cohen pensando naquele ano, “o inimaginável pode acontecer”. E, acrescenta, quase aconteceu na recente anexação da Crimeia pela Rússia.

Também pareceu que o inimaginável nunca aconteceria quando um jovem nacionalista servo, Gavrilo Princip, assassinou o herdeiro da Coroa Austro-Húngara em Sarajevo, 28 de junho de 1914.


Cruzes de túmulos de soldados alemães no Cemitério Militar de Hooglede
Cruzes de túmulos de soldados alemães no Cemitério Militar de Hooglede

Tudo fazia crer que o crime se resolveria a nível local. Mas os eventos se sucederam em cascata.

Em quatro anos, os grandes impérios centrais tinham ruído, milhões de homens tinham perecido nas trincheiras, e Europa jazia em meio a destroços fumegantes.

Hoje Vladimir Putin encarna o fervor nacionalista que serviu de faísca em 1914. E a violência do separatismo ucraniano alimentado por Moscou mostra a periculosidade do irredentismo nacionalista ateado pelo chefe do Kremlin.

Cohen não é católico ou não o diz, mas a I Guerra Mundial inaugurou o ciclo de catástrofes contra o qual Nossa Senhora veio advertir o mundo se não fazia penitência dos maus costumes.

Ela não foi ouvida, a Rússia espalhou seus erros por todo o mundo, desencadeou a II Guerra Mundial aliada à Alemanha nacionalista de Hitler, e agora parece estar soprando um incêndio universal a partir da Ucrânia.

Cohen, porém, acha possível que a agressão russa à Ucrânia se estenda a nações vizinhas como a Polônia e os Países Bálticos. A NATO teria que despachar tropas e jatos de guerra, que teriam como contrapartida um acirramento da belicosidade russa.


A Polônia se prepara para o pior. Parada militar em Varsovia, agosto 2014.
A Polônia se prepara para o pior. Parada militar em Varsovia, agosto 2014.
As peças do dominó estão dispostas para uma ir derrubando a outra em série e nem os EUA ficariam indenes.

E Cohen sublinha: “o inimaginável pode acontecer. Aliás, quase aconteceu agora na Criméia”.

No Pacífico os atritos entre a China e o Japão raspam o conflito. Um ultimato pode acontecer. Na fronteira da Estônia a Rússia concentra quantidades anormais de tropa.

Uma faísca, uma advertência mal ouvida por alguma das partes e a Terceira Guerra Mundial começa, observa Cohen.

Certamente pode não acontecer. Mas, paz não é igual a pacifismo. Se os campos europeus estão semeados de caveiras é porque o continente olhou para a guerra com repulsão e achou que nunca aconteceria.

O sistema internacional não parece especialmente estável e está menos previsível que em 1914.




Paraquedistas poloneses, americanos e canadenses treinam na Polônia com os olhos postos na Ucrânia
Paraquedistas poloneses, americanos e canadenses treinam na Polônia com os olhos postos na Ucrânia

O pacifismo europeu não tem contrapartida em Moscou ou Pequim. Ainda menos nas potências islâmicas.

Obama exibe preocupante fraqueza. Os EUA acredita, em sua enorme superioridade material militar, mas não exibem a determinação de usá-la que tinham outrora.

A Rússia viola os tratados e Obama fica em lamentações verbais. Seu otimismo parece invencível, como o otimismo de 1914 que precedeu a I Guerra Mundial e a seu desdobramento posterior que foi a II Guerra Mundial que atingiu auges na carnificina de Stalingrado e nas explosões nucleares de Hiroshima e Nagasaki.

Um realismo bem colado na realidade, que alguns podem confundir com o pessimismo, tal vez teria sido melhor para a paz e para a sobrevivência de milhões de homens.
 
 
Fonte: Flagelo Russo.

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