Nesta
sexta-feira [26] a Hungria suspendeu o fornecimento de gás à Ucrânia por tempo
indeterminado e chegou a acordo com a Rússia para aumentar as suas reservas,
com o objetivo de passar ao lado das consequências da crise energética entre
Moscou e Kiev.
A notícia chega quatro dias depois de o primeiro-ministro
húngaro, Viktor Orban, se ter reunido com o diretor executivo da gigante russa
Gazprom, Alexei Miller, e no mesmo dia em que representantes da UE, da Rússia e
da Ucrânia negociaram, em Berlim, uma solução para o corte do fornecimento de
gás de Moscou a Kiev.
Num breve comunicado, a operadora húngara FGSZ anunciou que
interrompeu a transmissão de gás para a Ucrânia "na tarde de 25 de
Setembro de 2014 [quinta-feira] por um período indefinido".
A empresa estatal justifica a suspensão com razões de segurança,
motivadas pelo "aumento significativo" da procura nos próximos tempos
na Hungria. Com o previsível aumento do volume de gás, a rede de gasodutos de
Beregdaróc, na fronteira com a Ucrânia, terá de ser "alterada, para
garantir que todos os gasodutos estejam preparados para receberem a transmissão".
Apesar destas explicações, a
empresa estatal ucraniana Naftogaz acusa a Hungria de ceder a chantagens da
Rússia e pede a Bruxelas que exija aos seus países-membros "o respeito
pelas regras internas da UE".
"A
Naftogaz lamenta profundamente a decisão da FGSZ e apela aos seus parceiros
húngaros que respeitem as suas obrigações contratuais e a legislação da
UE", que prossegue com uma acusação: "Nem os países da UE nem a
Ucrânia devem ser pressionados politicamente através de chantagens na energia.
(…) A Naftogaz está empenhada em ser um parceiro estável e um ponto de ligação
vital para a chegada de gás russo à UE. Em troca, a Naftogaz espera que os seus
parceiros da UE e os seus países vizinhos respeitem as suas obrigações
contratuais, e também a legislação da UE."
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