Bykivnia é uma aldeia localizada a noroeste de Kyiv. A origem do nome é desconhecida.
Nesta aldeia, nos anos 1930 e início dos anos 1940, antes da ocupação de Kyiv pelos alemães, foram criadas condições para realizarem-se aí, enterros em massa de pessoas represadas e executadas em Kyiv, pelos órgãos de NKVS (órgão anterior a NKVD), que funcionava em 1937-1938, os anos do Grande Terror.
O órgão local, responsável pelos aprisionamentos e destino dos presos geralmente compunha-se de três pessoas da província sob a orientação geral de Mykola Yezhov (Yejov).
Visava os antigos "kurkuli" (aldeões, ex-proprietários de terra nas aldeias), malfeitores e todos os que, de alguma maneira se opuseram, ou poderiam vir a se opor (pessoas mais esclarecidas nas comunidades) ao domínio soviético. Também o clero rural e antigos participantes de partidos de oposição.
As sentenças compreendiam duas categorias: fuzilamento e envio para os "gulags" (prisões – campos de concentração onde as pessoas eram submetidas a trabalhos forçados). Poucos sobreviveram devido às péssimas condições: exigiam-se quotas extenuantes no trabalho, má alimentação e frio intenso quando eram destinados aos "gulags" de regiões frias como as Ilhas Solovki, Sibéria etc.
A ordem da NKVS nº 00447, de 30/07/1937 dispunha sobre as repressões e, a partir de agosto de 1937 a novembro de 1938 foram aprisionados de 800 mil a 820 mil pessoas, das quais, no mínimo 350 mil a 445 mil foram exterminadas. O restante foi enviado aos "gulags".
As ordens iniciais determinavam quotas - aprisionar 233.700 pessoas, 59.200 delas fuzilar -- quotas freqüentemente superadas pelo trio local para mostrar dedicação e conseguir destaque.
As operações executadas sob essa ordem receberam a denominação "Grande Terror".
Essa ordem somente veio a público em 1992. Os documentos encontrados indicam que o Partido Comunista da União Soviética e seus dirigentes desempenharam participação ativa na organização das perseguições e execuções em massa.
Em Bykovnia foram enterradas 120 a 130 mil pessoas. Essa tragédia equipara-se às tragédias de Auschwitz, Bukhenwald, Dachau, Babyn Yar, Katyn ...
Em 1944 - 1945 também foram enterrados ali, no fundo da mata, os militares da União Soviética aprisionados pelos alemães durante a II Grande Guerra, e pessoas da comunidade, que o exército alemão enviava à força para trabalhos forçados na Alemanha e que retornavam à Pátria, do cativeiro. Foram encontrados cadáveres de fuzilados, em grande quantidade.
Ainda durante o governo da União Soviética, com o intuito de atribuir aos alemães todas estas atrocidades, realizaram-se quatro comissões para averiguar os fatos. As três primeiras acusaram o fascismo alemão. Somente a quarta, sob pressão da população atribuiu a ação criminal ao NKVS.
Em 30/04/1994 ocorreu a abertura do complexo à memória das vítimas do regime comunista.
Em 21/05/2006 o ex-presidente Victor Yushenko assinou o decreto que dá à reserva de memória histórica "Túmulos de Bykivnia" a condição de Nacional.
Em 28/10/2006, com a bênção do Patriarca Filaret, o Arcebispo Dymytryi, de Pereiaslav, encabeçou a missa de réquiem dedicada ao traslado de 817 vítimas do regime comunista na floresta Bykivnia.
A floresta Bykivnia é o último lugar de repouso para mais de 100 mil pessoas inocentes que morreram fuziladas, após serem detidas pelo NKVS, os serviços sociais soviéticos.
Pesquisa: Internet
Oksana Kowaltschuk
Fotoformatação: A.Oliynik
Fotos de Viktor Kruk
A SEGUIR ALGUMAS IMAGENS RESULTANTES DO RASTRO DEIXADO PELO COMUNISMO RUSSO
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