Em preparação essa data de memória, em 14 de maio de 2021, os membros do Comitê de Direitos Humanos do Congresso Mundial Ucraniano (UWC) se reuniram com a liderança Mejlis do Povo Tártaro da Crimeia - Chefe do Mejlis Refat Chubarov e membros do Mejlis Riza Shevkiyev e Gayana Yüksel. A reunião também contou com a presença de Mustafa Dzhemilev, líder nacional dos tártaros da Crimeia. O UWC foi representado pelo Presidente do Comitê de Direitos Humanos do UWC, Borys Wrzesnewskyj, e pelos membros do Comitê - Chefe do Escritório de Representação do UWC I Ucrânia Serhiy Kasyanchuk e o Conselheiro Político do UWC Tymish Martynenko.
Durante a reunião, as partes discutiram a cooperação entre o Congresso Mundial Ucraniano e Mejlis e a coordenação de esforços para proteger os direitos humanos na Crimeia ocupada, em particular, os direitos de certos indivíduos, perseguidos pelas autoridades de ocupação russas, presos políticos e o povo tártaro da Crimeia.
As partes também discutiram a cooperação em termos da iniciativa da Ucrânia para estabelecer a Plataforma da Crimeia - um formato de negociação internacional que visa alcançar a desocupação da Península da Crimeia por meios diplomáticos e políticos.
Hoje, as ações dos ocupantes russos na Crimeia são um exemplo das piores e mais brutais violações dos direitos humanos no continente europeu. Isto, em primeiro lugar, aplica-se aos representantes das comunidades tártaras da Crimeia e da Ucrânia, que são perseguidos por motivos nacionais e religiosos e pelas suas convicções. Essas violações só podem ser encerradas com a união de forças e a união da comunidade internacional contra o agressor.
Segundo dados, 191.400 pessoas foram deportadas da Crimeia nos primeiros dois dias da operação de deportação em 1944, enquanto 5.989 foram acusadas de cooperar com a Alemanha nazi e outros "elementos anti-soviéticos" foram detidos e enviados para os gulag, campos de trabalho soviéticos.
Os Tártaros da Crimeia foram deportados para áreas inóspitas da Sibéria, Ural e Ásia Central, onde ficaram sem documentos e em condições de toque de recolher, sem o direito de viajar e até mesmo para procurar famílias perdidas durante a deportação.
As condições difíceis de vida em assentamentos especiais, complicados ainda mais pelo clima desacostumado, doenças infecciosas e falta do serviço médico provocaram doenças e a morte em massa. De acordo com o Movimento Nacional dos Tártaros da Crimeia, durante os primeiros 4 anos da deportação morreram 46,2% das pessoas.
No ano 1956 o Partido Comunista condenou abertamente a política de deportações, em 1967 foram revogadas as acusações de traição, e em 1974 - a proibição de voltar aos seus antigos lugares de residência na Crimeia, e em 1989 foram declarados ilegais e criminosos todos os atos de repressão contra os povos submetidos ao deslocamento forçado.
Em 2019 o Parlamento da Ucrânia reconheceu como genocídio a deportação dos tártaros da Crimeia e os Mejlis, assembleia popular dos tártaros da Crimeia fez uma carta que enviou à Organização das Nações Unidas (ONU) para que os países membros que a integram reconheçam também o genocídio.
Desde a ilegal ocupação da Criméia em 2014 pelo regime despótico de Vladimir Putin os tártaros voltaram a sofrer o regime de perseguição política.
A maioria dos tártaros não reconheceu a anexação em 2014 e continua sem aceitar a ocupação russa agora" afirmou Efe Narian Dzhelial, representante da minoria tártara na península, à imprensa. Dzhelial afirmou que os tártaros, que representam pouco mais de 10% da população da Crimeia, boicotaram desde então todas as eleições realizadas na península, entre elas as presidenciais, nas quais o chefe do Kremlin, Vladimir Putin, foi reeleito há um ano.
O líder histórico dos tártaros, Mustafa Dzhemilev, exilado em Kyiv, acredita que seu povo está pior com Putin do que durante a União Soviética. "Desde 2014 não se vê nenhuma melhoria na situação do meu povo e também não esperamos avanços. Os tártaros são discriminados. As autoridades locais se limitam a recorrer ao terror e à repressão", denuncia Dzhemilev.
BELICISMO RUSSO
Fora dos continentes europeu-asiático, poucos são os que sabem como são os russos. Um povo belicista, dominador, cruel e sangüinário. Mesmo tendo o território mais extenso do mundo (17.075.400 Km2), nunca se satisfaz. Está sempre a busca de novas dominações, sejam elas territoriais, psicológicas ou ideológicas. A cronologia apresentada a seguir, demonstra e comprova a assertiva. CRONOLOGIA DO BELICISMO RUSSO: UM POVO VORAZ, DOMINADOR E IMPERIALISTA
Período Histórico
1471 - 1496
- Guerra contra Novhorod-Siversky
1499
- marcha para Ural.
1500 - 1503
- Guerra contra Lituânia.
1512
- Guerra contra Polônia
1550
- Guerra contra o Khan de Kazan
1550
- Segunda guerra contra Kazan
1556
- Guerra contra Astrakhan
1557
- Guerra contra Criméia
1558 - 1563
- Guerra contra Linflandia (?)
1579
- Guerra contra Polônia
1581
- Marcha para Sibéria
1590 - 1595
- Guerra contra Suécia
1598
- Guerra contra Khan da Sibéria - Kutchma
1600
- Marcha ao rio Ob na Sibéria
1608 - 1618
- Guerra contra Polônia
1610 - 1617
- Guerra contra Suécia
1632 - 1634
- Guerra contra Polônia
1637
- Guerra contra Azov
1643 - 1652
- Guerra contra China
1654 - 1667
- Guerra contra Polônia, início da ocupação da Ucrânia
1656 - 1661
- Guerra contra Suécia
1668 - 1669
- Guerra contra Pérsia - Iran
1671
- marcha para Astrakhan
1676 - 1681
- Guerra contra Turquia, Criméia, Moldova (Moldávia)
1687
- guerra contra Criméia
1689
- marcha para Criméia
1695
- Marcha para Azov
1695 - 1697
- Marcha para Kamtchatka
1700 - 1721
- Guerra contra Suécia, início do extermínio do Hetmanato.
1711
- Guerra contra Turquia
1722 - 1724
- Guerra contra Pérsia - Iran
1733 - 1739
- Guerra contra Polônia
1735 - 1739
- Guerra contra Turquia, Criméia, Moldava
1741
- Guerra contra Polônia
1741 - 1743
- Guerra contra Suécia
1756 - 1762
- Guerra contra Alemanha
1764
- Catarina II liquida o país dos Hetmane
1768 - 1774
- Guerra contra Turquia e Moldava
1787 - 1792
- Guerra contra Turquia e Moldava. Ocupação da Criméia
1788 - 1790
- Guerra contra Suécia
1792
- Guerra contra Polônia
1794
- Guerra contra Polônia
1769
- Guerra contra Pérsia - Iran
1799
- guerra contra a França
1800
- Guerra contra a Inglaterra
1804 - 1807
- Guerra contra França
1805 - 1812
- Guerra contra Turquia e Moldava
1806
- Marcha para Sakhalin
1808 - 1809
- Guerra contra Suécia
1812 - 1814
- Guerra contra Suécia
1812 - 1814
- Guerra contra França
1813
- Guerra contra Geórgia
1820
- Marcha para Kazaquistão
1826 - 1828
- Guerra contra Pérsia - Iran
1828 - 1829
- Guerra contra Turquia, Moldava, Valakhia
1833
- Marcha contra Constantinopla
1839
- Marcha para Khiva (?)
1843 - 1859
- Guerra contra Chechênia, Daguistão, Tcherkacia
1847
- Marcha para Cazaquistão
1850
- Marcha para KoshKurgan
1853
- Marcha para Ak-Metsheth (?)
1853 - 1856
- Guerra contra Turquia, França e Inglaterra , na Criméia
1850 - 1856
- Marcha para Kokand
1865
- Ocupação de Tashkend
1866 - 1868
- Marcha para Bukhar
1868
- Ocupação de Samarkand
1873 - 1875
- Marcha para Khiva
1877 - 1878
- Guerra contra Turquia
1880 - 1881
- Marcha para Turkmenistan
1884 - 1885
- Marcha para Afeganistão
1901
- Ocupação da Manchúria
1904 - 1905
- Guerra contra Japão
1914 - 1917
- Guerra contra Alemanha, Austro - Hungria, Bulgária e Turquia
1917
- Guerra contra a Finlândia
1918
- Guerra contra a Ucrânia
1918
- Marcha para Lituânia, Letônia e Estônia
1919
- Marcha para Bielorrússia
1919 - 1921
- Guerra contra Ucrânia
1920 - 1921
- Ocupação da Geórgia, Birmânia e Azerbaijão
1939
- Guerra contra Polônia
1939 - 1940
- Guerra contra Finlândia
1939
-Ocupação das terras ocidentais ucranianas
1940
- Ocupação da Bessarábia e sul da Bucovina
1941 - 1945
- Guerra contra Alemanha
1941
- Ocupação militar da Pérsia - Iran
1944
- Ocupação da República de Tubinsk
1994
- Deportação dos Tártaros da Criméia
1945
- Marcha para Japão
1956
- Marcha para Hungria
1968
- Marcha para Tchecoslováquia
1979 - 1990
- Guerra em Afeganistão
1992
- Guerra em Moldava
1991 - 1994
- Guerra em Ossétia do Sul e Abhkazia, contra Geórgia
1992 - 1996
- Guerra em Tadgiguistão
1994 - 2000
- Guerra em Chechênia
2008
- Guerra contra Geórgia
2014
- Invasão da Criméia
QUEM SERÁ O PRÓXIMO ???
Fonte: Jornal ucraniano virtual "Vessokiy Zamok" - http://www.wz.lviv.ua/
Decididamente este povo não gosta de paz. São 95 guerras ou conflitos militares em 537 anos. É muita coisa.
Nota: É possível que alguns países, regiões ou localidades se defrontem com a dificuldade de transliteração do ucraniano para o português.