O comunismo penetra no núcleo da sociedade utilizando várias vias,
uma delas "democrática", o voto, e a “ocupação de espaços” para a “hegemonia
do pensamento” que forma um novo senso comum que vai destruindo valores e
princípios antigos, se modificando e consolidando no meio do povo com novos
"princípios" de forma imperceptível, transformando toda uma nação num
rebanho bovino rumo ao matadouro. Então a guerra agora é de cabeça, de posição,
de minagem e solapamento da sociedade.
Para quem talvez ainda, não conheça a estratégia do doutrinador comunista italiano, ativista político Antonio Gramsci, é bom deixar bem claro, pelo menos em poucas palavras, o que ele preconizava.
Segundo o líder comunista, falecido em 1937, após passar anos na cadeia elaborando sua estratégia, a instauração de um regime comunista em países com uma democracia e uma economia relativamente consolidadas e estáveis, não podia se dar pela força, como aconteceu na Rússia, país que sequer havia conhecido a revolução industrial quando foi aprisionada pelos bolcheviques.
Seria preciso, ao contrário, infiltrar lenta e gradualmente a idéia revolucionária, (sem jamais declarar, que isso estava sendo feito), sempre pela via pacífica, legal, constitucional, entorpecendo consciências e massificando a sociedade com uma propaganda subliminar, imperceptível aos mais incautos, os ingênuos úteis que, por sinal, representam a grande maioria da população. O objetivo somente seria atingido pela utilização de dois expedientes distintos: a ocupação de espaços e a hegemonia de pensamento.
Este expediente está sendo aplicado na Ucrânia: ocupar espaços para alcançar a hegemonia de pensamento preconizada por Gramsci. Assim, o objetivo da Rússia comunista é o de promover a assimilação do povo ucraniano e transformá-lo em russos. Uma vez que, não havendo diferenças entre os dois povos basta anexar o território e tudo será Rússia, comunista é claro.
O artigo que se segue mostra como isso está se processando na Ucrânia.
O Cossaco.
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"Sirvo a Pátria": ao governo maciçamente anexam pessoas com
passado russo
Tyzhden (Semana), 21.01.2013
Andrii Skumin
A rotação ordinária das lideranças nas posições-chave das instituições e departamentos, que aguardavam o fortalecimento da "Família", atestou uma tendência interessante: ao governo atraem maciçamente pessoas com passado russo.
Tyzhden (Semana), 21.01.2013
Andrii Skumin
A rotação ordinária das lideranças nas posições-chave das instituições e departamentos, que aguardavam o fortalecimento da "Família", atestou uma tendência interessante: ao governo atraem maciçamente pessoas com passado russo.
O Partido das Regiões forçou através do parlamento a nomeação do novo presidente do Banco Nacional - em substituição a Serhii Arbuzov que foi transferido ao Gabinete de Ministros, encabeçando o Banco seu antigo substituto Ihor Sorkin. Anteriormente o presidente substituiu no cargo de chefe do Serviço de Segurança da Ukraina Ihor Kalinin, pelo seu primeiro vice Oleksandr Yakimenko que, de acordo com informações da mídia era, em seu tempo, chefe de segurança das estruturas relacionadas com a "Família".
As sucessivas alterações no quadro de pessoal somente destacaram a crescente influência da "Família", concentração das alavancas que no governo executivo é cada vez mais dissonante com suas fracas posições no parlamento onde ela, não obstante, deve procurar compromissos com representantes de grupos. Concomitantemente Yanukovych continua propondo iniciativas legislativas, as quais devem subordinar o governo diretamente a ele, marginalizando o papel do formal representante do Gabinete Ministerial ainda mais.
No entanto, este processo pode fazer-se acompanhar por uma tendência muito interessante: além da preponderância esperada no governo dos provenientes de Donetsk, em posições de liderança cresce o número de pessoas que, com sua biografia, de um ou outro modo estão intimamente associadas com a Federação Russa. A concentração de pessoas que nasceram, estudaram, formaram sua individualidade, serviram ou trabalharam na Rússia ou para Rússia, têm estreitos contatos familiares, empresariais ou profissionais com suas estruturas, no atual governo ukrainiano alcançaram sem precedentes, em toda história da Ukraina independente e, portanto, em grande parte um nível crítico. Então é duvidoso que pessoas ao pelo menos mentalmente, afastar-se-ão do "Mundo russo" e em suas realizações guiar-se-ão conscientes da unicidade e autonomia do Estado ukrainiano ou terão convicções pró-européias.
Afinal, qualquer funcionário, como qualquer pessoa, é influenciado pelo ambiente onde forma-se sua visão de mundo e valores. Embora atualmente ainda é cedo chamá-los agentes de influência de Kremlin [ou talvez muito tarde em não considerá-los assim - O Cossaco], e em certos assuntos eles até podem demonstrar uma obstinação incomum em face de sua profissão, mas Ukraina veem como uma espécie de "segunda Rússia". E isso torna o país particularmente vulnerável e priva de perspectivas.
Mykola Azarov, primeiro ministro.
Nasceu na Rússia. Estudou na Universidade de Moscou e até 37 anos de idade (1984) viveu e trabalhou na Rússia. Sua mãe continua residindo em Kaluga, FR, e sua esposa também é natural desta cidade. Em entrevista a jornalista Azarov declarou que se considera russo. Recebeu a "Ordem da Amizade" símbolo com o qual Moscou costumeiramente destaca as pessoas que conduzem política pró-Rússia além das fronteiras da FR. Desde meados de 1990 pertencia a partidos que visam como meta a introdução do idioma russo como segundo idioma de estado na Ukraina. Em cargos oficiais destacava-se ativamente partidário da reintegração da Ukraina nos limites de projetos de Kremlin (SES - Espaço Econômico Único, União Aduaneira, outros). Destacou-se como iniciador em Kyiv, do monumento ao primeiro-ministro do Império Russo, conhecido pela sua sublinhada xenofobia a Ukraina e Ukrainianos Pyetro Stolypin.
Oleksandr Yakumenko, presidente so SBU (Serviço de Segurança da Ukraina.
Concluiu em Yeisk (Rússia) a Escola Superior de Pilotos. Serviu no Regimento da Força Aérea da Frota do Mar Negro até 1998. Em 1997 concluiu a Academia Gagarin. De suas anotações de Yeisk sabe-se que ele considera que ainda trabalha com a KGB; não esconde que encontra-se no SBU-Ukraina porque na Rússia não o valorizam e, se valorizarem, não é exclusivo que está pronto renovar a colaboração; considera "nossos" a liderança russa.
Pavlo Lebedyev, ministro da defesa.
Nasceu em Krasnodar, FR. Em 1984 concluiu a Escola Militar, especialidade financeira. Deputado em 2006 pelo partido da Tymoshenko, passando para o Partido das Regiões em 2007.
Vitali Zakharchenko, ministro dos assuntos do interior.
Nasceu em Donetsk (Ukraina). Concluiu em Riga a Escola Superior do Ministério de Assuntos do Interior da União Soviética. Esta instituição de ensino, nos anos da reconstrução e movimento libertador nacional nos países bálticos caracterizou-se com alto nível de chauvinismo russo. Não se sabe se Zakharchenko participou das tristes ocorrências de 1991 em Vilnius, quando os comunistas tentaram com a força do exército, abafar os separatistas dos países bálticos.
Hennady Temnyk, ministro do Desenvolvimento Regional, Construção e Habitação, Serviços Comunais.
Nasceu em Kirovohrad. Estudou em Voronezh, FR, na Faculdade de Engenharia. Trabalhou em Dnipropetrovsk-Ukraina, tanto em cargos públicos como privados.
Yurii Boiko, vice-primeiro-ministro.
Concluiu o Instituto Químico-Tecnológico de Moscou Dmitri Mendelev. Em 2005 foi eleito presidente do Partido Republicano da Ukraina cujo programa previa a introdução do idioma russo como segundo idioma oficial. Ele é tido como pessoa que mantem estretas relações com estruturas russas devido a questões empresariais.
Ihor Sorkin, presidente do Banco Nacional da Ukraina.
Nasceu em Donetsk, filho de pais de nacionalidade russa e residentes em Moscou. Seu pai é vice-diretor do departamento de investimento e construção da Gazprom, ele é tido como um dos ideólogos do "South Stream" ( sistema de condução de gás). Ihor Sorkin estudou em Donetsk: Direito, Questão Bancária e Economia.
Natália Korolevska, ministra da política social.
Seu irmão trabalhou em 2010-2011 no governo de Moscou. Atualmente responde a uma questão de fraude. Natália pretendeu o lugar de lider do partido "Pátria" quando Yúlia Tymoshenko foi presa. Não conseguindo fundou um novo partido "supostamente de oposição", cuja finalidade era, justamente desviar votos, mas esta atitude deu bons lucros - virou ministra.
Tradução: Oksana Kowaltschuk
Fotoformatação: AOliynik
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