Os cientistas que nós perdemos. Como os
ukrainianos fazem sucesso no exterior.
Ukrainska Pravda -
Zhyttia (Verdade Ukrainiana - Vida), 03.06.2013
Halyna Tytush, Anna
Hryhorash
Desde a independência
o número de cientistas ukrainianos foi reduzido em três vezes. Os doutores e
candidatos a ciências da física, biologia e medicina vão para o exterior.
De acordo com os dados
estatísticos, a maioria das "cabeças iluminadas" trabalha nos EUA,
Rússia e Alemanha. Sobre o estado em que se encontra a ciência ukrainiana explicou
a bióloga Natália Shulga, a qual após 13 anos de sucesso nos EUA voltou para
Ukraina e com seus colegas fundou o "Clube de Ciências da Ukraina".
Os que não foram
ocupar-se com pesquisa em outros países tentam encontrar financiamento para
seus experimentos na Ukraina. Isto não são muitos que conseguem, pois aqui
quase não restam laboratórios científicos, e principalmente - não há pedidos
para os resultados de suas pesquisas.
"Minha
universidade tem poucas possibilidades para ações comerciais, e por isso não há
como implementar nosso aprimoramento" - diz o cientista Yurii Khalavka.
Yurii escolheu uma das
poucas maneiras disponíveis na Ukraina de ocupar-se realmente com a ciência.
Ele leciona química na Universidade Nacional de Chernivtsi, e paralelamente
realiza pesquisas recebendo financiamento de instituições internacionais.
"O processo de
encomendas de empresas privadas e sua posterior implantação por elas é
praticamente nula porque elas não querem gastar com ciências quaisquer
quantias. Segundo as estatísticas somente pouquíssimas empresas envolvem-se com
aprimoramento, e menos ainda o delega a terceiros", - descreve Yurii a
triste realidade.
No entanto Khalavka
continua sofrer pela ciência ukrainiana e, para melhor comunicação entre os
pesquisadores fundou a comunidade "Cientistas ukrainianos no mundo".
Sobre este e projetos análogos, este jornal já escreveu.
Entramos em contato
com alguns cientistas, que já a muitos anos vivem e trabalham no exterior.
Todos eles fazem suas pesquisas em diferentes países e são bem sucedidos em
seus campos.
Na Ukraina estas
pessoas teriam que, literalmente, sobreviver em questões de arruinadas
instituições investigativas (Research Institute), ausência de indispensáveis
laboratórios e reagentes, também elementar compreensão se necessárias suas
pesquisas ao país ou às empresas.
Nós perguntamos aos
pesquisadores se eles vêem melhor perspectiva na Ukraina e o que precisa mudar,
para que eles possam retornar e realizar suas pesquisas aqui.
As respostas vieram emocionais
e abertamente pessimistas. Sentia-se sua frustração e ressentimento porque seus
talentos e habilidades não foram apreciados em seu próprio país. Contudo os
cientistas continuam a acreditar no potencial científico ukrainiano e propõem
medidas concretas para seu desenvolvimento.
Desenvolvimento da
ciência na Ukraina - 12 anos sem crescimento
Peso específico da
realização de trabalhos científicos e científico-técnicos no PIB:
Em 2000 - 1,16%
Em 2012 - 0,8%
Uso de produção
inovadora de produtos:
Em 2000 – 15323
Em 2012 - 3404
Introdução de novos
processos tecnológicos:
Em 2000 - 1404
Em 2012 - 2188
Empresas que aprimoram
inovações:
Em 2000 - 18%
Em 2012 - 17,4%
Empresas que
introduzem inovações:
Em 2000 - 14,8%
Em 2012 - 13,6%
Sem financiamento
estatal
- Fontes de financiamento para atividades inovadoras: 25%
- outros: 9%;
- investimentos estrangeiros: 2%;
- orçamento estatal: 64% recursos próprios
Na Europa cada segunda
empresa utiliza inovações. Na Ukraina apenas cada décima.
A QUESTÃO DO RETORNO
DOS UKRAINIANOS JÁ NÃO É ATUAL. PRECISA PENSAR, SE HAVERÁ CIÊNCIA NA UKRAINA EM
GERAL
Ruslana Radchuk, 41
anos, pesquisador do Departamento de Genética Molecular, do Instituto de
Genética de cultura de plantas, Hatersleben, Alemanha.
Ocupa-se com
mecanismos genéticos que regulam o desenvolvimento de sementes. Mudou-se para
Alemanha em 1996, com seu marido, que também é especialista neste campo.
"Quando eu estava
na Ukraina, supunha que as dificuldades - isto era falta de financiamento, equipamentos,
reagentes. Na verdade, as principais dificuldades eu percebi posteriormente. No
ramo que eu trabalhava, o principal problema foi a falta de objetivos
científicos e idéias", - assim Ruslana Radchuk caracteriza os problemas da
ciência ukrainiana.
A cientista admite que
a decisão de ir embora da Ukraina era simples e apresentava-se como solução.
Os anos 90 foram muito
difíceis para os pesquisadores, e não somente. Acontecia trabalhar
simultaneamente em diferentes estabelecimentos, para apenas alimentar a
família. Nós acabamos de ter um filho, e a situação sem habitação e renda
tornou-se bastante insuportável. Parecia sem perspectivas. Eu ficava em casa
com o bebê, enquanto o marido tentava fazer trabalhos de dissertação", -
diz ela.
O pesquisador
acrescenta, que não pode gabar-se com conquistas significativas durante o
período de trabalho na Ukraina.
Nosso campo de
pesquisa requer capacidade de financiamento para reagentes e equipamentos para
realização de experimentos. Chances para trabalho científico decente realmente
não havia por isso sobre quaisquer conquistas falar não se podia. Na Alemanha
nós nos embrenhamos em um ambiente acadêmico normal, onde realizamos nossas
investigações fundamentais", - diz Ruslana.
Atualmente ela
abandonou o sonho de voltar para Ukraina. "Se houveram tais planos, eles
ficaram no passado."
As principais
dificuldades entre as comunidades acadêmicas na Ukraina e no exterior.
Na Europa a ciência é
consideravelmente mais dinâmica, altamente competitiva, freqüentemente mudam as
prioridades, no trabalho envolvem-se especialistas de todo mundo. O trabalho do
cientista geralmente é financiado com bolsas de curta duração, pelas quais é
necessário lutar e constantemente provar sua competência. A maioria dos
cientistas raramente permanece no mesmo lugar por mais de cinco anos.
Em comparação, a
ciência ukrainiana parece menos flexível, com estabilidade muito baixa, mas
garantido financiamento, o nível geral de formação é baixo. Embora, penso, na
Ukraina há oásis de pesquisa de alto nível.
A ciência moderna não
conhece limites. Ocorre uma intensa troca de informações, formam-se grandes
consórcios internacionais para investigação conjunta. Eu imagino totalmente,
que poderei trocar Alemanha por qualquer outro país, se este propuser as
condições adequadas.
No caso da ciência
ukrainiana, a resposta deve ser dada pela própria ciência. O que a própria
ciência espera da volta de cientistas ukrainianos, e se somente ukrainianos. Eu
não entendo se hoje há a necessidade do retorno dos cientistas se a situação é
aquela que precisa ser movida do lugar. Na minha opinião, este questionamento é
de ontem. Hoje a questão é mais relevante - deve haver ciência? Se deve, a
questão é, quem vai trabalhar com ela - estudiosos ukrainianos que voltarão, ou
russos, indianos, ou chineses, não tem significado. Para ciência a importância
não está na nacionalidade, mas na competente obtenção científica e de
progresso.
Eu, a muito tempo
deixei Ukraina, para julgar objetivamente a dinâmica da mudança. Nos últimos 15
anos não ouvi falar de nenhum avanço científico no campo da biologia
ukrainiana. Portanto, se há mudanças, elas não são muito otimistas.
PARA ALGUMA COISA
MUDAR NA CIÊNCIA UKRAINIANA, SÃO NECESSÁRIOS OU ENORMES ESFORÇOS OU
COINCIDÊNCIAS DE CIRCUNSTÂNCIAS POUCO PROVÁVEIS
SERHII SYLANTYEV, 36
ANOS, PhD em ciências biológicas. Ocupa-se com Neurofisiologia e
Neurofarmacologia do Instituto de Neurologia em Londres. Da Ukraina saiu no
início de 2003. Primeiro trabalhou em Taiwan, depois Austrália, agora no Reino
Unido.
"Imediatamente,
após a defesa da dissertação diante de mim surgiu o conhecido para milhares de
cientistas da ex-União Soviética problema. Embora, na realidade, ele não ocorre
necessariamente após a aquisição do grau do candidato, mas muito antes. E cada
um, de um jeito ou outro, deve resolvê-lo", - diz Serhii.
"Então primeiro
precisa responder a si próprio: você quer ocupar-se com ciência? Exatamente com
ciência, e não jogar poeira nos olhos ou passar o tempo sentado no meio
destruído instituto? Se não - então você é uma pessoa de sorte, porque você
pode jogar tudo isso fora de sua cabeça e ocupar-se com coisas mais úteis para
sua própria vida", - acrescenta ele.
Mas, segundo Serhii,
se o cientista ukrainiano decidir, apesar de tudo, continuar na profissão,
então ele tem algumas opções. "Primeiro - ocupar-se com ciência
como hobby. Mas isso é possível com ciências humanas, mas de modo algum com
ciências naturais no atual nível de desenvolvimento. Segundo - entrar em
algum grupo de pesquisadores de ciência que têm pelo menos algum dinheiro e
fazem ciência, e não simplesmente "chupam" financiamentos estatais.
Ironicamente, estes existem em nosso país, mas chegar lá não é fácil,
especialmente saindo de universidades provinciais. Eu não consegui, apesar de
inúmeras tentativas. E então sobra a terceira opção: ir para o
estrangeiro. O que eu através do processo de eliminação escolhi" - diz o
cientista. "No
entanto, eu tinha um fator facilitador: a principal fonte de minha renda no
momento de ir para o estrangeiro era o trabalho de carregador na estação de
trem (nesta época Serhii já era PhD) e tal emprego é fácil deixar",
acrescenta ele.
"Gostaria de
voltar, mas agora não há condições". "Na Europa a ciência funciona
assim: dinheiro - pesquisa - descoberta - publicação - dinheiro.”
Na Ukraina os
elementos adicionais do ciclo são excluídos, por isso são puramente casuais.
Para ser honesto: um dos grandes problemas da nossa comunidade científica - uma
visão estreita, e, como resultado, puro exagero de realizações suas e de seus
colegas. Mas se você trabalha em laboratórios realmente de nível mundial, a
grande maioria de "sucessos", obtidos em casa (na Ukraina), provoca
uma risada amarga, e em parte - vergonha.
É preciso mudar
radicalmente a estrutura de subordinação e alocação de recursos. Chamo atenção:
não é a quantidade de dinheiro, mas a estrutura de sua distribuição. Porque com
a presente hierarquia pós-soviética qualquer quantia de dinheiro afunda, como
em um buraco negro, sem a mínima conquista científica.
Um bom exemplo neste
plano é o projeto russo "Skolkovo". Ou seja no caso da Ukraina,
Rússia e outros Estados pós-soviéticos nós temos experiência clássica com
controle que comprova: o existente sistema científico não dá, praticamente, nenhum
resultado quer na disponibilidade de muito dinheiro quer na disponibilidade de
pouco, ou sua completa ausência.
Infelizmente, nós
ainda realizamos o cenário inercial do sistema científico da decomposição
soviética. O que pode resultar ou com iminente falência (se iniciar a reforma
segundo modelo soviético), ou lento (se nada for feito).
Analisando tudo, o
governo atual está orientado para cenário lento, ou por raciocínios
nostálgicos, ou por preguiça banal.
Pessoalmente, eu não
posso dizer qual desses dois cenários é melhor ou pior. Mas é evidente, que no
atual e produtivo sistema científico nossa estrutura pelo caminho da evolução
não pode ser transformada.
Por isso, quando venho
para Ukraina para fazer conferências, desde o início eu digo aos estudantes: se
algum de vocês, apesar de tudo, quer dedicar-se à ciência, então isso deverá
ser feito além da fronteira ocidental.
Tornando-se um
verdadeiro cientista de nível mundial lá fora, vocês poderão trabalhar na
Ukraina com quem quiserem (como eu tento fazer), e terão a chance, com a
modificação da situação, voltar e totalmente trabalhar aqui. Caso ainda
queiram.
Apesar de tudo,
pensamento "aqui não vai acontecer nada" eu até agora não tenho. Tudo
pode acontecer, apenas para isso é necessário enormes esforços ou pouco
provável convergência de circunstâncias. Mas, ao longo do tempo, um e outro
acontecem.
Primeiro de tudo é
necessário mudar a estrutura organizacional da ciência no país. É aconselhável
realizar a reestruturação pelo modelo anglo-saxão, já que, historicamente ele
mostrou maior eficiência.
Para começar: sistema
de distribuição de fundos segundo classificação das publicações; para
distribuição consideram-se apenas as publicações creditadas em inglês
(indispensável) em revistas indexadas que compõem o ranking internacional
(Thomson Reuters e semelhantes); as comissões de alto nível compõem-se
inteiramente por cientistas estrangeiros; a Academia Nacional de Ciências da
Ukraina e Ministério de Ciências sobre a alocação de recursos não podem influir.
Isto seria apenas o
começo, mas apenas isso pode dar um enorme impulso para aquelas instituições e
laboratórios que ainda se apresentam com algo comparados com o nível mundial.
Porque podando os
consumidores sem perspectiva, o dinheiro começará ser suficiente para trabalhos
sérios: o orçamento da Academia Nacional de Ciências da Ukraina atualmente não
é tão pequeno, e é possível financiar em nível europeu decente 2 -3 institutos
de pesquisa.
É compreensível, a
transição para tal sistema sem uma reestruturação radical do governo é
impossível, porque é impossível fazer um ramo limpo de corrupção e nepotismo no
país onde tudo trabalha graças a corrupção e nepotismo.
Portanto, ou revolução
(verdadeira, não como a Revolução Laranja), ou continuaremos ter acadêmicos com
índice 0,0 de citações científicas, como os senhores Lytvyn, Heyets e
Danylyshyn.
OS CIENTISTAS PODEM
SER ÚTEIS AO PRÓPRIO POVO, MAS PARA ISSO E NECESSÁRIO VONTADE POLÍTICA E MUDANÇAS
NAS "REGRAS DO JOGO"
Vyacheslav Khavrus,
PhD de ciências químicas, 41 anos. Desde 2008 vive na Alemanha,
"trabalhando com satisfação" no Leibniz Institute for Solid State and
Materials Leibniz em Dresden.
Khaurus desenvolve
métodos para síntese de materiais compostos à base de nanoestruturas de carbono
para aplicações futuras no domínio da eficiência energética em biomedicina e
novos materiais com propriedades desejadas.
Vyacheslav diz que na
Ukraina nada o segurava, por isso ele decidiu emigrar. "A maior parte da
minha vida eu vivi numa habitação coletiva com as condições "cama - espaço
para 3 pessoas no quarto com banheiro no final do corredor". Isto é algo
que ainda poderia aguentar, se houvesse possibilidade de um trabalho científico
decente, com instalações modernas e houvessem oportunidades de cooperação com
colegas estrangeiros e participação em projetos científicos
internacionais".
Segundo Khavrus, o
equipamento da Academia Nacional de Ciências da Ukraina - tecnicamente e
moralmente é obsoleto, porque trabalha segundo a era soviética. E até ele o
acesso é difícil, às vezes é preciso esperar semanas ou meses.
"Trabalhando em
um laboratório de química, você precisa preocupar-se, pessoalmente, como
conseguir reagentes mais necessários, proibidos devido ao seu aproveitamento no
preparo de narcóticos e psicotrópicos, ou como conseguir puxar pela escada,
para o segundo andar, porque o elevador está quebrado, um cilindro de gás
comprimido, ou pessoalmente consertar a fiação elétrica, porque o eletricista
não há meios de encontrar, "seu salário é baixo". Onde está o tempo
para a criatividade?" - indigna-se Vyacheslav.
"Reduzia
consideravelmente a vontade de permanência no país a burocracia e a papelada da
Academia Nacional. Para ingresso ou gasto de cada centavo eram necessárias
pilhas de papéis, apesar de que isto não é necessário para ciências, mas para
cobertura de funcionários. Tudo isso em vez da pesquisa, à qual ficava pouco
tempo". - diz ele.
Na onda da euforia
após Revolução Laranja, Khavrus com colegas tentavam mudar algo: escreviam
concepções de desenvolvimento na esfera científica e apelos às autoridades. No
entanto, eles foram ignorados tanto pela Academia de Ciências, quanto pela
então primeira-ministra Yulia Tymoshenko.
"Tornou-se claro,
que precisávamos emigrar, se você não quer viver sem alvo até aposentadoria,
apenas preenchendo papéis a ninguém necessários e mendigando autorizações para
compra de objetos essenciais para o trabalho", - disse Vyacheslav.
"Eu gostaria
muito viver no meu país, ao lado de amigos e familiares, mas isso somente seria
possível se esquecesse o próprio desejo de ocupar-se com a ciência verdadeira
em um nível decente. Se precisar retornar, então será um passo forçado devido a
doença ou debilidade de alguém próximo na Ukraina que precisará de minha
presença pessoal por um longo tempo. É claro, que depois disso, retornar será
quase impossível.
A principal diferença
é que na Europa não há tanta burocracia, a atmosfera é amigável, todos
trabalham em conjunto para resolver as tarefas em igualdade de condições.
Logo após minha
chegada à Alemanha, me era estranho encontrar no refeitório o diretor do
Instituto, com o qual simplesmente era possível sentar à mesma mesa e, durante
o almoço discutir problemas científicos, e não só.
Ao contrário da
Ukraina, não há soberba ou superioridade por parte da administração ou
funcionários, porque conflitos ou ineficiências são ameaça real para dissolução
da estrutura adequada.
Na Ukraina é
necessário o processo de seleção, apoio e promoção dos mais bem sucedidos
estudantes, doutorandos e cientistas na base de claramente estabelecidos e
transparentes critérios de modo que eles possam, com dignidade, viver e
trabalhar na Ukraina.
Qual o benefício da
Ukraina, que após o término de meus estudos com medalha de ouro e Universidade
Técnica Nacional da Ukraina - "Instituto Politécnico de Kyiv" com
diploma vermelho eu trabalho no exterior?
Tenho publicações em
revistas internacionais de renome e índice de Hirsch, superior a grande parte
de diretores das instituições de ensino e pesquisa na Ukraina. Embora seus, por
ninguém limitados salários e benefícios, frequentemente nem sonham meus
superiores na Alemanha. Onde está a justiça? Para onde voltar?
O principal que
precisa mudar para alterar a posição - é fazer seleção, apoiar e promover os
melhores quadros na base de critérios reconhecidos internacionalmente,
envolvendo-os na tomada de decisões.
Há muito tempo já se
sabe, que na Ukraina ter um diploma universitário, ser candidato/doutor em
ciências ou até professor, não é suficiente para ser um especialista de
qualidade ou eficiente em ciências. Também é necessário o desenvolvimento de
relações "ciência - resolução de necessidades da indústria e necessidades
ukrainianas" para adicional financiamento das investigações científicas.
Felizmente já vão
longe os tempos em que a ciência existia principalmente para apoio do complexo
militar - industrial. Há muito direciona-se a inteligência para assuntos mais
úteis à sociedade e benefício mútuo.
Por exemplo, eu não
entendo por que na Ukraina aos cientistas não colocaram a tarefa de
efetivamente resolver o problema do escaravelho da batata (Colorado potato
beetle, praga agrícola perigosa)? E sobre as soluções científicas para a
construção de casas energeticamente eficientes e reduções do consumo de energia
em casa e no trabalho?
Onde está a
contribuição científica no estudo de interessados, incluindo a criação de
revistas científicas populares, transmissão e condução de expressivas ações
educacionais?
Existem um sem número
de questões, onde os cientistas poderiam ser úteis ao próprio povo, mas para
isso é necessária vontade política e mudança nas "regras do jogo"
tanto na ciência, como na organização do sistema de propriedade da terra e
meios de produção a partir da experiência de países bem sucedidos.
Os melhores cientistas
deveriam se tornar inteligentes locomotivas de tais mudanças, familiarizando-se
com essas experiências e oferecendo soluções para realidades ukrainianas.
Mas, perspectivas eu
não vejo, apenas corrosão do criado anteriormente, declínio e degradação do
país. Que perspectiva pode haver no país, onde constantemente referem sobre
"melhorias já amanhã" (isto era mais no
início do governo Yanukovych, agora o governo já "enxerga" as
melhorias - OK), sem resultados científicos reconhecidos.
E que perspectivas
pode haver se a maioria das Faculdades não repassa conhecimento, apenas fornece
diplomas após tempo estipulado e pagamento de determinada mensalidade?
Isso já não
mencionando sobre as diversas formas de corrupção para recebimento do diploma.
Será que haveria possibilidades num país normal, com instituições normais, para
um velhaco como o Slisarchuk que fez bobos dois presidentes da Ukraina e seu
numeroso séquito (¹) ?
Este é aquele castigo,
que diariamente precisa ser carregado por todos os cidadãos da Ukraina na
aparência da desesperança e baixa qualidade de vida.
P.S.: "Verdade
Ukrainiana Vida" durante uma semana esforçou-se entrar em contato com
funcionários do Ministério de Educação e Ciências para comentários sobre a
triste estatística "fuga de cérebros" ao exterior, mas não recebeu
resposta.
O pedido de uma
entrevista com o presidente da Academia Nacional de Ciências Borys Paton nos
negaram.
(1) Sliusarchuk -
conhecido caloteiro que graças a inúmeros programas da TV ficou conhecido como
pessoa com dotes fenomenais. Na base de documentos falsificados apresentava-se
como médico, com especialidade em neurocirurgia. Seu atendimento incompetente
levou à morte de pacientes. No mínimo três. Fazia cirurgias. Chegou a receber
apoio governamental. Encontrava-se com o ex-presidente Yushchenko que lhe
prometeu a criação do Instituto do Cérebro e que seria dirigido pelo falso
médico que dizia-se perito em ampliação da memória.
Foi preso em
14.11.2011 pela falsificação de documentos e impostura.
Em 17.06.2010 Dmytro
Tabachnyk, então presidente da Comissão de Certificação do Ministério de
Educação (atualmente Ministro de Educação - OK), colocou sua
assinatura no certificado de Sliusarchuk como "professor de
neurocirurgia".
A Comissão de
Certificação da Federação Russa confirmou o atestado de professor a
Sliusarchuk.
O diploma de
pós-graduação da Universidade de Medicina Pirogov foi verificado apenas pelos
russos.
Tradução: Oksana Kowaltschuk
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