quarta-feira, 31 de julho de 2013

OPERAÇÃO "WISLA"

História - Era Soviética - Operação "Wisla"
 
A. G. Lipkan, professor de História da Ukraina, Universidade Técnica Nacional "Instituto Politécnico de Kyiv".
 
Atualmente, ao serem disponibilizados os materiais secretos dos arquivos, abriram-se oportunidades para um profundo estudo e análise do problema da deportação e repatriamento da população da Ukraina e Polônia, identificando as reais causas e conseqüências destes trágicos processos.
 
A deportação de ukrainianos de suas terras étnicas na Polônia não encontraram reflexo adequado na ciência histórica soviética. Somente nos anos da independência ukrainiana começaram as publicações das coleções de documentos, materiais e memórias das transferências dos ukrainianos da região denominada "Zakerzonnia" (Regiões da Lemkivshchyna, Nadsiannia, Kholmshchyna, Pidliashia) - Estado ukrainiano da Idade Média, desde o final do século IX a meados do século XIII e que na época do maior poderio expandia-se, do Mar Báltico no norte ao Mar Negro no sul, e das cabeceiras da Wisla (Vístula) no oeste à península Tamansk no leste.
Tal "questionamento inconveniente", como reassentamento de pessoas no período pós ocupacional do território das regiões ocidentais da Ukraina para Polônia e da Polônia para o território da URSS por longo tempo foi silenciado.
 
Na composição da Polônia encontravam-se terras ancestrais ukrainianas: Lemkivshchyna, Nadsiannia, Kholmshchyna, Pidliashshia, nas quais ainda viviam mais de 700.000 ukrainianos.
 
Durante a Segunda Guerra Mundial no centro de atenção dos políticos poloneses houve problemas em relação a  Ukraina Ocidental, que no período entre guerras fez parte da "Rzezpospolita" (Commonwealth polonês). Praticamente todos os partidos e agrupamentos poloneses pronunciavam-se para que estas terras continuassem na composição da Polônia após o final da Segunda Guerra Mundial.
 
O território da Galícia (Halychyna) era vista por eles como parte inalienável da Polônia. Afirmava-se, que foram os poloneses que salvaguardaram as terras do leste da Galícia dos conquistadores tártaros e turcos, do perigo da conquista da Rússia e total russificação. A terra da Galícia apresentava-se como panteão da flor da nobreza polonesa, e então - era o santuário místico, cuja perda igualava-se a catástrofe nacional.
 
Deve-se observar, que os ukrainianos eram deportados de suas terras, os poloneses  - não. Durante as deportações, tanto dos soviéticos, como da parte polonesa empregavam-se inúmeros abusos e ultrajes sobre os migrantes.
 
Como observou I. Pelho: Desde os tempos dos ataques tártaros na Ukraina não conheciam tal violência e escarnio, tal saqueamento como após a Segunda Guerra Mundial, das autoridades comunistas.
 
A revisão das fronteiras na Europa durante a Segunda Guerra Mundial acompanhava-se por uma grande limpeza étnica. Hitler escolheu-a como instrumento de destruição física dos povos eslavos a fim de tornar suas terras "espaço vital para os alemães". Stalin realizava a "limpeza" pelo caminho da deportação. Neste sistema de deportações encontrou-se Ukraina.
 
Imediatamente após o retorno do governo soviético à Ukraina Ocidental inicia-se o repatriamento político. Na notificação do secretário regional de Ternopil I. Kompantsya ao secretário do Partido Comunista da Ukraina D. Korotchenko sobre ativação do movimento da OUN (Organização dos Nacionalistas Ukrainianos) no território da Província de Ternopil pede-se o direito para realizar o repatriamento das famílias dos "participantes da formação de bandos para além dos limites de Ternopil".
No interesse da repatriação da Polônia das minorias nacionais pronunciavam-se os comunistas poloneses, os quais queriam ver a futura Polônia como país de uma única nacionalidade. Isto verificava-se também como método de solução dos amadurecidos problemas nacionais, particularmente a questão ukrainiana que tornou-se importante principalmente durante a guerra. Os pontos de vista dos grupos políticos poloneses não-comunistas do leste da Galícia coincidiam com as intenções dos comunistas poloneses. Eles também estavam a favor do repatriamento dos ukrainianos após a guerra, para União Soviética, ou a sua pulverização nas regiões central e ocidental da Polônia.
 
Princípios jurídicos da realização de deportação - repatriamento absolutamente não havia. Em setembro de 1944, a então URSS não era sujeito de relações jurídicas internacionais e não tinha nenhum direito ou autoridade para assinar este acordo sendo um representante de poder temporário. Como país e como aparelho estatal ainda não tinha sido formado. O governo real e legítimo do Estado polonês não encontrava-se nos territórios da Polônia, libertos dos nazistas, mas ocupados por tropas soviéticas. O governo legítimo do Estado polonês encontrava-se em exílio na Inglaterra.
 
Concebido pelo sistema totalitário stalinista e polonês regime "democrático-nacional", a ação genocida visava uma série de propósitos. Cessaria o funcionamento do indesejável ao regime totalitário foco do movimento nacional ukrainiano que era representado pela população dos "extremos orientais" do antigo estado polonês. Os líderes pró-comunistas da então Polônia demonstravam submissão a Stalin e seu consentimento para escolher o caminho socialista de desenvolvimento. Eles também flertavam com os elementos chauvinistas de seu país que queriam ver a Polônia do pós-guerra sem quaisquer minorias nacionais, incluindo mais de um milhão de ukrainianos.
 
Em agosto de 1945 Moscou assinou e publicou o acordo formal com a Polônia reconhecendo a linha Curzon como fronteira ukraino-polonesa, e sobre o repatriamento "voluntário" de cerca de um milhão de ukrainianos do Zakerzonnia. Esse acordo foi concebido na base de decisões das conferências de Teerã (1943) e Yalta (1945), cujos participantes, líderes da URSS, Inglaterra e USA nem pensaram pedir consentimento a Ukraina para apartar de suas terras Pidliashshia, Kholmshchyna, Lemkivschyna, Nadsiannia, parte da Boikivshchyna e Lemkivshchyna. Para membros da coalizão anti-Hitler esta pergunta não era essencial, mas para ukrainianos que encontravam-se no "Zakerzonnia" - tragédia. As destruições em massa dos ukrainianos, que começaram ativamente em junho de 1945 continuaram até maio de 1947.
 
No dia 24 de julho de 1944 o Exército Vermelho entrou pela segunda vez em Lviv.
 
Assim que o Exército Vermelho entrou nas terras de pré-guerra, que até 1939 estavam na composição da Polônia.  As autoridades da URSS e da Polônia, em Moscou, aprovaram a decisão que para as grandes massas de ukrainianos e poloneses foi inesperada: transferência mútua. Em 09 de setembro de 1944, em Lublin, foi assinado o "Acordo entre o governo da República Socialista da Ukraina e da Comissão Polonesa de Libertação Nacional sobre a evacuação da população ukrainiana da Polônia e cidadãos polacos do território da URSS". Com um golpe de caneta, segundo modelo tradicional bolchevique, aconteceu o que os nacionalistas poloneses sonharam durante anos. Ainda seguia a guerra, ainda não foram estabelecidos os limites, mas Polônia, com base neste documento imediatamente desembaraçou-se de cerca de 600 mil ukrainianos. Com promessas de uma vida feliz numa Ukraina livre, liberdade para desenvolvimento nacional, métodos de intimidação e engano, e em muitas ocasiões a provocação, conseguiram em pouco tempo realocar dezenas de milhares de ukrainianos para URSS e saquear a terra florida além do Sian (vizinhança militar do UPA - Exército Insurgente Ukrainiano).
 
Em 3 de setembro de 1945 para o território do sudeste da Polônia foram enviados três divisões do exército polonês, cuja principal tarefa foi a realização do repatriamento dos ukrainianos. Comprovação disso foi a decisão do Comitê de Segurança regional em Rzeszów, que ordenou para alocar 2/3 dos regimentos de composição de pessoas para ação de repatriação. Para transferências de ukrainianos foram envolvidas todas as estruturas de força da Polônia Comunista - Exército polonês, "Polícia da pequena burguesia", FSM, ORMO, BH. Destacaram-se ativamente a Organização Militar Nacional, Forças Armadas Nacionais, e outras. Iniciou-se propaganda hostil contra os ukrainianos no território polonês.  Em 3 de setembro de 1945, o governo polonês, ao contrário da decisão tomada na conferência de Varsóvia, enviou para terras ukrainianas 3 divisões de infantaria com a finalidade de deportação forçada dos ukrainianos para o território da URSS. Queimaram aldeias inteiras na Lemkivshchyna, Nadsiannia, Kholmshchyna. Na aldeia Piskovychi morreram 720 pessoas, em Pavlokoma - 365, Malkovychi - 140, Vilshany - 18. Queimaram completamente a aldeia Zavadka, onde foram assassinadas 32 pessoas e a aldeia Kalnytsia, onde morreram 20 pessoas. Aprisionaram os delegados da conferência de Varsóvia, comitês ukrainianos liquidaram. De 03.09.1945 a julho de 1946 deportaram 280.000 ukrainianos. Posteriormente deportaram 482.880 ukrainianos. A Secretaria de Segurança Pública em Rzeszow recomendou deportar até famílias mistas , se o pai não fosse polonês. Tal abordagem contribuiu para que a realocação adquirisse semelhança com deportação. Com a participação de unidades militares foram expulsos acima de 260.000 pessoas. No total, de 1944-1946, à URSS foram deportados quase 500 mil ukrainianos. E a deportação  não poupou nem mesmo os ukrainianos ocidentais que serviam no Exército Vermelho.
 
O momento culminante do conflito foi a operação "Wisla", dirigida contra os ukrainianos do "Zakerzonnia" e destacamentos do UPA (Exército Insurgente Ukrainiano) que defendia a população ukrainiana da deportação forçada das terras de seus avós autóctones. Como observado na reunião do Conselho Mundial de Coordenação Ukrainiana em Kyiv em 22.08.1996, até setembro de 1946, da Polônia para Ukraina foram deportadas 488.662 pessoas. Ficaram nas suas terras ainda, aproximadamente 200 mil pessoas, justamente pelas quais esperava a ação sangrenta "Wisla".
 
A política das autoridades comunistas polonesas quanto aos ukrainianos realizava-se de acordo com o conceito geral de criação na Polônia de um estado de nacionalidade única. Planejava-se alcançar isto, antes de tudo, com o reassentamento dos ukrainianos para USRR, e depois, no transcorrer da ação "Wisla" para as terras do oeste e norte da Polônia, onde eles deveriam "polonizar-se" rapidamente. Em 23.04.1947 o Politburo polonês aprovou a criação de um campo de concentração para população ukrainiana em Yavozhni.
 
Visto que o acordo de transferência entre a República Popular da Polônia e URSS (depois de encompridar sua extensão duas vezes) deixou de funcionar e o governo da URSS já não queria encompridá-lo, precisava procurar outros meios para liquidar as minorias ukrainianas na Polônia. E os primeiros projetos de reassentamento da população restante, nas assim chamadas terras "odzhyskane" (terras abandonadas no Oder e na Prússia Oriental, que faziam parte da Alemanha) foi apresentado ao primeiro secretário do Comitê Central PORP V. Homulka em novembro de 1946. Já em fevereiro de 1947 0 vice-chefe do Estado-Maior Geral do exército polonês S. Mossor expressou-se claramente a este respeito: "Na primavera realizar uma ação enérgica de reassentamento dessas pessoas com famílias unitárias, por todas as terras devolvidas, onde rapidamente serão assimiladas". O Politburo PORP aceitou a decisão: "Rapidamente realocar os ukrainianos e famílias mistas em terras reintegradas (primeiramente no sul da Prússia), não formando grupos e não mais próximo que a 100 km da fronteira. 
 
Em 28 de abril de 1947 o grupo operacional "Wisla", que consistia de cerca de 20 mil soldados, gerenciamento da segurança pública e milícia pública iniciou o reassentamento dos ukrainianos.
 
A ação, que significava a negação de qualquer direito da pessoa, a intenção de destruição das raízes espirituais do povo ukrainiano pelo caminho de seu despejo total, cobriu um território de 19.500 km² - Lemkivshchyna, Nadsiannia, Kholmshchyna, Pidliashshia... Aqui, desde a era da"Kyivska Rus" constantemente habitavam os ukrainianos como comunidade única. Aquele dia seis divisões do exército polonês cercaram as aldeias ukrainianas, divisões da NKVD e guardas de fronteira da Checoslováquia bloquearam as fronteiras norte e leste. Às 4 horas da manhã o grupo operacional "Wisla", sob o comando do general Mossor começou a evacuação dos ukrainianos aos "województvo" do norte e leste polonês. (Województwo é parte territorial-política do território polonês, algo como estado para nós. Um dos menores, o Województwo Malopolske tem um território de 15.182 km² - OK)
 
O citado montante do exército calculava-se na base de que os órgãos militares não levavam em conta a quantidade de divisões do UPA (Exército Insurgente Ukrainiano - pessoal que lutava pela independência da Ukraina, vivia na clandestinidade, geralmente nas matas - OK), mas apenas a quantidade de aldeias de cada região, planejadas para evacuação. Determinaram 20-50 soldados para uma aldeia, mais de 30-150 soldados da divisão especial para cada 28 sub-distritos, aos quais correspondiam de 6 a 21 aldeias. Tal cálculo de forças sugere que o principal objetivo da ação "Wisla", foi realocação dos ukrainianos, não luta com UPA.
 
Portanto, não é surpreendente que a ação direta contra o UPA passou ao segundo plano. O ministro da Defesa Nacional da Polônia M. R. Zhymyersky chamou a atenção para este fato do comandante da "Wisla" general Mossor.
 
A realização da ação militar "Wisla" adquiriu características de deportação. A população recebeu aproximadamente duas horas para recolhimento de objetos essenciais e abandono da aldeia. Métodos brutais na saída, e posteriormente viagem de longo prazo em terríveis condições anti-sanitárias contribuíram para o fato de que nas estações finais os deportados se encontrassem em estado assustador. Ao todo foram deportados aproximadamente 150 mil ukrainianos, que foram fixados em Olshtynsk, Szczecin, Wroclaw, Poznan, Gdansk e Bialystok. A ação foi estendida para todas famílias ukrainianas, independentemente do grau de lealdade e filiação política. Foram subjugados à deportação as famílias dos ukrainianos-oficiais e soldados do exército polonês, funcionários dos órgãos de segurança e os desmobilizados.
 
A ação "Wisla" durou de 28 de abril a 12 de setembro de 1947. Neste período, ao todo foram deportadas 140.575 pessoas de nacionalidade ukrainiana ou de famílias polono-ukrainianas. A operação iniciou quando as pessoas semearam seus campos, e nova safra ainda não colheram. Tudo foi preciso deixar e sair com o que foi possível colocar na carroça ou, mais frequentemente, carregar nas mãos. No novo local - nas antigas províncias alemãs - os ukrainianos encontraram tudo destruído pela guerra.
 
Nas aldeias polonesas a população foi dispersada, com apenas 2 -3 famílias ukrainianas em cada. Em Olshtynsk repovoaram segunda vez porque verificou-se que havia ali muitas famílias ukrainianas. As pessoas eram colocadas em casas destruídas porque o que havia de melhor foi capturado pelos locais e pelos que vieram imediatamente após a guerra. Os evacuados ficaram um bom tempo em choque, eles esperavam por rápido regresso. Alguns ex-proprietários e também jovens secretamente voltavam para suas casas para cuidar dos restos da propriedade e da plantação, a fim de estocar pão para inverno. Mas eles logo eram capturados e devolvidos. Freqüentemente eram mandados para Jaworzno. Este acampamento para ukrainianos em Pryshvinsk não diferia de Auschwitz. Apenas não havia crematório. O acampamento tinha doze torres com metralhadoras, três fileiras de cerca de arame farpado, e do lado da estrada - parede de concreto de 5 metros. A guarda desempenhavam 18 oficiais e 300 soldados. Entre os prisioneiros havia mulheres e crianças.Especialmente perseguiam os padres e os intelectuais. Durante 20 meses, no acampamento, foram aprisionados mais de três mil  pessoas pacíficas. Dessas 136 morreram em curto espaço de tempo. Os presos trabalhavam por 12 horas por 1/2 litro de café e um pedaço de pão. Às vezes lhes davam um arenque inteiro, salgado e sem água, ou sopa de cabeças de peixe. Ao banheiro eram acompanhados. Dormiam em bancos de madeira sem colchão. Pela não execução de tarefas eram castigados cruelmente, eram colocados de joelhos por horas, com tijolos nas mãos. Eram fechados nos cárceres e martirizados com interrogatórios. Houve casos de suicídio na cerca que era eletrizada. Somente no início de janeiro de 1949 o acampamento foi transformado em prisão para os combatentes do UPA.
 
Sofreram repressão os sacerdotes das igrejas ortodoxas e grego-católicas. Parte de clérigos foi presa e condenada de 4 a 10 anos. À URSS foram deportados 300 padres grego-católicos, ortodoxos e membros do Consistório da Igreja Ortodoxa Autocefálica de Kholm. Em Lublin reduziram o número de paróquias ortodoxas para sete e um monastério. Parte de objetos sagrados entregaram à Igreja católica romana, outra parte foi destruída ou desviada.
 
Da ação "Wisla" participaram 120.000 homens do exército polonês e diversos grupos armados. Os bolcheviques participaram com tanques e equipes especiais contra os guerrilheiros e bloquearam a fronteira ukraino-polonesa, os tchecos enviaram uma brigada de montanha, algumas divisões de infantaria e uma escola para militares. E tudo isso para 2,5 - 3 mil guerrilheiros do UPA! No contexto da luta contínua contra UPA continuou a evacuação de ukrainianos. Queima de aldeias ukrainianas, matança de ukrainianos que resistiam a evacuação, aprisionamento de 4 mil mulheres ukrainianas, crianças e idosos no campo de concentração em Jaworzno - são as principais características da deportação dos ukrainianos.
Em meados de 1947 a deportação, em princípio, foi finalizada.
 
A deportação da população ukrainiana privou a luta armada do UPA de seu objetivo, tornou-a sem perspectiva. Por isso, o principal comandante do UPA Roman Shukhevych decidiu cessar a luta pelo "Zakerzonnia". Assim, o então governo polonês, com a condescendência de Moscou, realizou realmente brutal deportação da população ukrainiana violando normas humanas de vida.
 
A ação violenta sob o codinome "Wisla" permanece como uma das mais trágicas da história do povo ukrainiano. Em 03.08.1990 o Senado polonês condenou-a, mas uma enorme quantidade de questões legais em conexão com esta questão ainda aguarda apreciação pelo "sejm" polonês.
 



Tradução: Oksana Kowaltschuk
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