Forças ucranianas e separatistas cumprem o cessar-fogo "de uma forma geral", segundo a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa. Situação em Debaltseve continua por resolver.
Tal como em Setembro do ano
passado, durante a primeira tentativa de cessar-fogo no Leste da Ucrânia, as
armas do Exército ucraniano e dos separatistas pró-russos voltaram a calar-se
"de uma forma geral" na noite de sábado para domingo, à hora marcada
para o início de uma trégua assinada há três dias em Minsk.
Os
observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE)
registaram "confrontos esporádicos" nas proximidades das cidades de
Donetsk, Lugansk e Gorlivka (todas sob controle dos separatistas), mas o
cenário mais preocupante é Debaltseve, onde milhares de soldados ucranianos
tentam resistir ao cerco dos rebeldes pró-russos.
A julgar pelas declarações
dos separatistas, o eventual sucesso do cessar-fogo terá de ser avaliado sem
levar em conta a situação em Debaltseve – nesta cidade, que é também um
importante nó ferroviário entre Donetsk e Lugansk, os combates só vão parar
quando os soldados ucranianos se renderem.
"É claro que podemos
abrir fogo [sobre Debaltseve]. Está localizada no nosso território. Mas ao
longo da linha de confronto não há ataques", disse à agência Reuters um
dos comandantes rebeldes, Eduard Basurin.
Debaltseve está debaixo de
uma cortina de fogo constante, com os separatistas a tentarem conquistá-la e os
soldados fiéis a Kiev a tentarem defendê-la. O Governo ucraniano e os Estados
Unidos dizem que os rebeldes foram reforçados com armamento pesado enviado pela
Rússia, já depois do acordo assinado na manhã de quinta-feira em Minsk. O
Presidente russo, Vladimir Putin, nega estar a apoiar militarmente os
separatistas e diz ser apenas um intermediário interessado na paz no Leste da
Ucrânia. [Esse Putin é um CÍNICO, MENTIROSO, PSICOPATA !!! O Cossaco]
Na primeira conferência de
imprensa após o início do cessar-fogo, realizada ao início da tarde de domingo,
os responsáveis da OSCE disseram que os seus observadores foram impedidos pelos
separatistas de entrarem em Debaltseve.
"Tentámos enviar os
nossos observadores para Debaltseve, mas a nossa missão foi travada pela
autoproclamada República Popular de Donetsk. Apelamos a todas as partes a
aderirem totalmente ao cessar-fogo em todas as zonas e a garantir o acesso da
OSCE a todas as áreas, para que possamos cumprir a nossa missão de monitorizar
o cessar-fogo", disse Ertugrul
Apakan, responsável máximo da missão especial da OSCE para a Ucrânia.
Apesar da situação em
Debaltseve, Ertugrul Apakan disse que o cessar-fogo "manteve-se de uma
forma geral nas primeiras 12 horas".
Em Mariupol – outra cidade
ainda controlada pelas forças fiéis ao Governo de Kiev que tem sido alvo de
várias tentativas de conquista por parte dos separatistas – a missão da OSCE
"não observou qualquer violação do cessar-fogo". À exceção de uma ou
outra troca de tiros, também nas cidades de Donetsk, Lugansk e Gorlivka a manhã
de domingo foi de raro sossego para a população civil.
Casais aproveitaram para
levar os seus filhos a passear na Praça Lenine, em Donetsk, onde no sábado
apenas se ouvia o barulho de peças de artilharia. Outros habitantes passeavam
de bicicleta ou pescavam num rio coberto por uma camada de gelo.
Numa estrada perto da pequena
cidade de Svitlodarsk, a alguns quilómetros do inferno de Debaltseve, soldados
ucranianos aproveitaram a pausa nos combates para jogar à bola, entre tanques e
outros veículos militares, numa demonstração de que o cessar-fogo estava de
facto a ser cumprido "de uma forma geral", como observaram os membros
da OSCE.
Mas a aparente acalmia está
longe de garantir o eventual sucesso do cessar-fogo, ainda que as partes em
confronto tratem a violência em Debaltseve como se fosse um caso à parte. Os
primeiros dias da trégua aprovada em Setembro do ano passado também foram de
relativa calma, mas os combates acabaram por regressar, em muitos casos com uma
intensidade e devastação ainda maiores do que antes.
Numa declaração transmitida diretamente pela televisão na noite de sábado para
domingo, o Presidente ucraniano, Petro Poroshenko, deu ordens às suas tropas para
que deixassem de atacar as posições dos separatistas, mas avisou que não irá
"dar a outra face" se o seu Exército for atacado. [Esse Poroshenko é um Chuchu. Fala muito e age pouco
– O Cossaco]
"Em Minsk, nós estávamos
prontos para um cessar-fogo imediato, mas por uma razão que conseguimos
perceber, os nossos homólogos exigiram mais 60 horas", disse Poroshenko,
numa referência indireta à batalha pela cidade de Debaltseve.
"Mas pagámos um preço
muito elevado por estas 60 horas, porque dezenas de civis ucranianos, incluindo
crianças e mulheres, foram mortos", disse ainda o Presidente da Ucrânia.
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