sábado, 3 de março de 2012

UM HOMEM PERFEITO ! Uma entrevista fantástica

Hoje pela manhã depois de barbear-me olhei para minha imagem refletida no espelho e perguntei:
- "Espelho, espelho meu. Existe no mundo alguém mais perfeito que eu?"
E o espelho respondeu:
- "SIM!"
Incrédulo, repliquei:
- "Impossível!!! Quem? Onde?"
E o espelho, placidamente, respondeu-me:
- "Yanukovych ! Na Ucrânia".
Pode???

O Cossaco.

Yanukovych garantiu, que tudo está normal e não denunciou "círculo estreito".

Tyzhden (Semana), 25.02.2012
OleksandrMykhylson


Depois de dois anos na presidência Viktor Yanukovych está convicto: ele faz tudo certo. E isto não é pose, mas sua profunda convicção interior. Então assim, o país continuará no mesmo curso.

Conferência de imprensa durante os últimos dias do segundo ano do mandato Yanukovych não realizou. Em vez disso, ele deu uma longa (107 minutos) entrevista a três canais de TV.

O próprio formato da entrevista demonstrou o caminho percorrido pela Ukraina durante esses dois anos. Perante o presidente da República sentaram-se três apresentadores, dois dos quais são cidadãos de outro país e não dominam o idioma ukrainiano. O próprio presidente, condizente, a toda hora passava ao idioma russo (em sua execução ímpar de Donetsk).

Entrevistadores: Savik Shuster, Yevheni Kisyeliof e Adrii Kylykov - de tempo em tempo, com sucesso fingiam supostamente fazer questionamento quase de improviso, e com seriedade esperavam do interlocutor cruciais revelações. Na verdade, em uma esfera - na esfera das demissões e nomeações, que sempre acontecem no Olimpo do poder - Yanukovych nesta entrevista realmente colocou alguns pingos nos diversos "i". Quanto ao que diz respeito à perguntas estratégicas de desenvolvimento do país, na maior parte das vezes precisa adivinhar.

Quadros. Andrii Kliuyev - um verdadeiro desmoronamento. O recém-nomeado secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa não chefiará o órgão eleitoral do Partido das Regiões nas próximas eleições parlamentares. Com a pergunta de Kisyeliof e Shuster, aos quais este assunto interessava sobremaneira, Yanukovych declarou isso muito claramente. E até acrescentou que, "precisa ainda olhar a Constituição": se não deve Andrii Kliuyev após assumir outro cargo suspender a filiação no partido?

Na verdade "olhar a Constituição" precisa antes da nomeação, e não depois. E, o garantidor da Constituição, após dois anos de trabalho deveria saber. Mas, para o exército de funcionários de Kliuyev a questão importante é outra: notícias de que Kliuyev, no assento no Conselho de Segurança Nacional de Segurança e Defesa construirá "rígida vertical" de apoio ao Partido das Regiões, não foram confirmadas. Sanção imperial não há.

Também não há - por enquanto - prontidão imperial para sacrificar o fiel Azarov (primeiro ministro). Embora haja, constantemente, questionamento sobre este assunto. "Nós discutimos abertamente este tema em círculo estreito - inicialmente sem M. Azarov, depois com M. Azarov... nós não temos "decisões de corredores", - Yanukovych provocou riso no autor dessas linhas. Mas concluiu com seriedade: Nós decidimos que Azarov deve "farejar".

Desse modo, o primeiro-ministro, provavelmente se manterá na função até outono. Afinal a demissão do presidente do gabinete ministerial levará à necessidade de reorganizar todo o governo, e isto é - desnecessária desordem e negociações com os grupos de apoio... Quem precisa disso com aproximação das eleições?

Pena. Três pilares do jornalismo não ousaram indagar ao presidente, quem são aquelas pessoas, com as quais ele "abertamente em círculo restrito" discute o destino do governo. E seria interessante"!

Felizmente, Yanukovych, em caso de necessidade, pode apoiar-se em quadros "jovens". Por exemplo, vice-primeiro-ministro Serhii Tihipko, o qual não teve medo de dizer, olhando nos olhos do presidente: "V. Yanukovych, eu não tenho medo de assumir responsabilidades, eu quero melhorar o nível de proteção social das pessoas!" Absolutamente foi assim porque foi o próprio presidente que contou.

Há rumores de que Tihipko pode encabeçar a lista eleitoral do Partido das Regiões (O partido de Tihipko "Ukraina forte" está em processo de fusão com o Partido das Regiões - OK), com um olho na cadeira do primeiro-ministro após as eleições. Mas aqui, é claro, pouco depende de Yanukovych: como declara o presidente "cumpridor das leis". O primeiro nome da lista eleitoral pode designar apenas o congresso do partido.

Tymoshenko. Como presidente do país, Yanukovych pode influenciar na "condição de aprisionados" não apenas de seus companheiros, mas também de seus oponentes. Sim - sim, ele, certamente, concorda que Tymoshenko, Lutsenko e outros foram julgados por um não muito perfeito Código e não muito europeu Código de Processo Penal. Mas, como agir?! O Código Penal deve ser respeitado, e exigências "políticas" européias de permitir a Tymoshenko e Lutsenko de participar nas eleições, infelizmente cumprir é muito, muito difícil.

"Quem mais de todos sofreu na Ukraina sobre esta questão? Mais que todos é mesmo eu!" - sinceramente queixou-se Yanukovych (bem, na verdade, não estou aprisionado!) Embora, naturalmente, o caminho para libertar Tymoshenko existe. Primeiramente devem concluir-se todas as apelações nos tribunais, "e em seguida pode haver o indulto".

"E se esse procedimento houver - e ele começa com declaração da pessoa condenada apelando ao presidente (Tymoshenko já declarou que não fará isto, nem aceitará perdão de Yanukovych caso ele ofereça. - OK). O presidente tem uma Comissão que estuda estas questões de perdão. E eu estou convencido que somos obrigados pela Constituição considerar esta questãoo e decidir", - esclareceu Yanukovych.

Na verdade o apelo para o perdão automaticamente prevê o reconhecimento da culpa do condenado. E sincero arrependimento. Claro, que após isso, mesmo na Ukrana, onde os eleitores estão acostumados com a irresponsabilidade dos políticos, sobre carreira política da Tymoshenko pode-se esquecer.

Bem - Yúlia Tymoshenko é culpada em tudo sozinha. O presidente disse isto. Verdade, por alguma razão ele tinha em mente não a incriminada questão. "O erro da Tymoshenko foi que ela não defendia-se no plano jurídico. Ela escolheu o caminho da proteção política", - disse Yanukovych.

"Todo político tem o direito de falar. Mas existem leis. E alguém é responsável por isso", - de forma confusa acrescentou ele.

Do que se trata? Talvez Tymoshenko realmente não poderia receber sete anos, se ela tivesse outros advogados? Ou talvez ela foi presa não por abuso de autoridade, mas porque falou durante o processo? Por exemplo, sobre o juiz, e até mesmo, é assustador pensar, sobre o próprio presidente? Realmente, não foi falado pouco.

Mas, certamente, não, não poderia V. Yanukovych ter em mente nada parecido. Provavelmente apenas um deslize ao falar...

Rússia. "Dormir tranquilamente ao lado de um urso não pode". Esta frase dita por Yanukovych sobre a Rússia, tornou-se um sucesso absoluto e imediatamente entrou ao acervo de ouro de aforismos políticos ukrainianos. Mas, na verdade o presidente, durante a entrevista convencia, de que o problema nas relações com a Rússia - somente um. Gás e, mais precisamente, o seu preço.

"O preço justo para nós - é o preço europeu, menos o valor do trânsito para Europa" (Grande parte do gás da Rússia vendido a países europeus transita pelo território ukrainiano - OK) - completamente justo segundo Yanukovych. Pelos seus cálculos, o preço deve ser $240 - $250,não mais". (A Europa paga aproximadamente 300 USD por mil m³, enquanto na Ukraina, em 2011 o preço praticamente dobrou: de 264 USD no início do ano, chegou a 414 USD no final de 2011, preço que está vigorando neste início de ano. Ainda Rússia diz que está dando 100 USD de desconto devido ao acordo de Kharkiv. (O acordo de Kharkiv estabelece que a frota russa tem o direito de permanecer em Sebastopol, território ukrainiano, até o ano de 2042, com possibilidade de prolongamento para mais cinco anos. Como se vê, Yanukovych entregou parte do território ukrainiano para Rússia por nada - OK). Portanto Ukraina nunca, nunca concordará com o atual exorbitante preço. E em março Yanukovych espera resolver essa questão com o "mais provável" vencedor das eleições presidenciais na Rússia.

Mas exatamente que argumentos apresentará Kyiv contra os preços que "não concorda", e que até agora é obrigado pagar?! Infelizmente, Yanukovych não disse sobre isso nenhuma palavra. E os entrevistadores não se mostraram muito interessados.

Em vez disso, o presidente seriamente tentou convencer, que o preço do gás - é absolutamente o único obstáculo para as relações civilizadas entre os dois países. Ele disse: "Removendo este problema, conosco tudo bem. Tudo mais - simples questões". Então, por exemplo, o próprio fato de dependência extraordinária devido aos elevados gastos econômicos com a energia proveniente do gás russo - isso parece não ser problema. Sem mencionar as guerras dos "queijos", "carne" ou "tubulações!, natural competição entre dois países no comércio de grãos ou armas. Finalmente, a política sucessiva do Kremlin como liquidar os restos de subjetividade geopolítica de Kyiv. Todos esses problemas simplesmente não existem.

Futuro: No decorrer da conversa a Yanukovych cuidadosamente insinuaram, que a apropriação da governabilidade pelo Partido das Regiões, nas últimas eleições municipais mesmo nas regiões, onde o Partido, para dizer o mínimo, não tinha popularidade, desperta determinadas suspeitas, Yanukovych discordou categoricamente.

"Permitam-me, temos a liberdade de expressão nesta mesa, não concordar. De maneira alguma não concordo. Porque o senhor ofende meus eleitores. O senhor ofende meus eleitores", - realmente ofendido declarou o presidente. E listou todas vitórias de sua equipe: nas eleições presidenciais de 2004 (não é segredo, que Yanukovych não apenas simplesmente fala sobre isso, mas sempre acreditou realmente), também - nas eleições parlamentares em 2006 e 2007.

No entanto, nas últimas eleições, em que o Partido das Regiões realmente obteve o primeiro lugar, mas não conseguiu formar a maioria (o que obteve comprando deputados, sem princípios, de outros partidos - OK) Yanukovych denomina "sabotagem contra Ukraina". "Essa provocação... acabou que o país, como dizem, acabou com o traseiro nu diante da crise", - ofendido explicou o presidente.

Mas tal situação não vai acontecer. E o presidente "não terá vergonha olhar as pessoas nos olhos".

Nós vamos continuar o trabalho, nunca mudaremos o rumo iniciado. Eu tenho certeza de que esse caminho vai levar ao sucesso", - resumiu Yanukovych.Quanto tempo para isso é necessário, dado o ritmo das reformas dos últimos dois anos - questão das questões. Mas ninguém perguntou. No entanto, ainda no meio da conversa pediram a Yanukovych comentar a possibilidade de mudar a Constituição de modo que ele pudesse pensar no cargo em mais que dois mandatos. Yevheni Kisyeliof até perguntou diretamente: o senhor não inveja Nazarbayev (Cazaquistão), ou mesmo Putin, que tanto tempo se mantêm no poder em seus países?

Não, Yanukovych não inveja, porque "nós temos outras tradições. E, claro, em nenhum caso vai mudar a Constituição para si... Bem, como não acreditar na pessoa que tão alto clamava pela república parlamentar atuando na oposição, e tudo mudou chegando ao poder?

Mas por enquanto isso - são especulações. Enquanto sobre o segundo mandato já é possível falar a sério. "Eu tenho o direito de pensar sobre um segundo mandato, e é real, mas para isso precisa trabalhar bem", - disse o presidente. É como ele disse acima, "todo político tem o direito de falar". Embora, às vezes, "depois alguém deve assumir responsabilidades". Se não tiver sorte.

Tradução: Oksana Kowaltschuk
Foto formatação: AOliynik

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