Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana),
28.11.2012
Yaryna Zhurba
Em 19 de agosto de 1934, em resultado de um referendo, na Alemanha, duas posições mais importantes do governo - chanceler e presidente foram unidas em uma - Fuhrer de Estado. As consequências são bem conhecidas.
Yaryna Zhurba
Em 19 de agosto de 1934, em resultado de um referendo, na Alemanha, duas posições mais importantes do governo - chanceler e presidente foram unidas em uma - Fuhrer de Estado. As consequências são bem conhecidas.
Em 10 de abril de 1938, 99,73 de austríacos, de acordo com um referendo "apoiaram" a anexação da Áustria à Alemanha.
No referendo de 30.06.46 os poloneses "votaram" para eliminação do Senado e as chamadas reformas sócio-econômicas que marcaram o início da degradação da Polônia no meio socialista.
Com referendo de 14 de maio de 1995 e 17 de outubro de 2004 afirmaram a imagem da atual Bielorrússia e a onipotência de Aleksander Lukashenko.
Estes são alguns exemplos de referendos simulados e cínicos. Quando sua arbitrariedade os ditadores não podem mais justificar, eles organizam uma mascarada manifestação popular à qual segue-se o infortúnio de milhões porque o caminho para realização da usurpação pelo timoneiro está aberto. Mas antes dessa mascarada manifestação há aprovação da lei, escrita especialmente de modo a não permitir os sonhos dos cidadãos.
Em 06.11.2012 o Parlamento ukrainiano aprovou a lei "Sobre o referendo nacional", e em 27 de novembro foi assinada pelo presidente. A palavra "lei" como uma das formas de direito aqui somente pode ser usada no condicional. Este ato tem muito pouco a ver com a lei - tanto pelo conteúdo, como pela forma de sua aprovação. Esta lei é que ela é contrária à Constituição da Ukraina, apenas fracamente transmite o verdadeiro estado das questões. O correto a dizer - a lei nega a própria Constituição.
Possivelmente, para alguns o argumento anticonstitucional já parece pálido e pouco convincente. Como, quase todas as leis que foram aprovadas pelo atual Parlamento são anticonstitucionais - mesmo se é adequada a sua posição, certamente foi imprópria a maneira de sua adoção. No mínimo, devido ao voto impessoal.
No entanto, a lei do referendo - é de fato "Travessia do Rubicão", pelo qual, tudo em que nós nos apoiamos agora, é ilusório. Segundo esse referendo pode-se cancelar a Constituição atual e adotar uma nova cuja procedência parte do desconhecido. E que, segundo este referendo é possível cancelar e aceitar quaisquer leis, não vale a pena mencionar. Em suma, não há tais aventuras, imaginadas por autoridades, que com essa lei, não poderiam ser legitimadas por este referendo.
Para entender o sarcasmo desta lei, vale imaginar os possíveis boletins para votação. Eis um exemplo: Respondendo sim neste boletim, o cidadão, nada suspeitando, realmente poderia concordar com o estabelecimento do sistema escravista na Ukraina.
Exemplo:
Sim Não
1. Você apóia a nova Constituição da Ukraina?
2. Você concorda com a iniciativa do presidente Viktor Yanukovych que visa garantir a cada trabalhador ukrainiano um local de trabalho e completa eliminação de desemprego?
3. Você aprova a lei "Sobre providências quanto a garantias para realizar as reformas sócio-econômicas na Ukraina?
Pode-se continuar com a fantasia, mas a verdade consiste em que, mesmo com tais referendos incríveis, realizados legalmente, é hipotéticamente possível, então, estabelecer o governo dinástico de Yanukovych, federalizar Ukraina, introduzi-la na União Aduaneira, ou outras formas de reencarnação de império totalitário através de referndo falso, até inesperadamente.
É precisamente da regulamentação do tema e da realidade da ordem do referendo e da considerável soma depende o que ele representará - instrumento da democracia genuína, ou usurpação do poder.
Nos países democráticos, os referendos são uma forma eficaz da população organizar suas atividades. O exemplo mais notável é a Suiça. Para o estabelecimento da democracia o principal significado têm os referendos locais, que na Ukraina não podem realizar-se porque não existe lei atual que poderia definir a condução de sua realização.
O governo nem sequer tentou fingir, que a ferramenta do referendo deve servir ao propósito democrático - o projeto de lei de referendos locais repousa sem consideração.
A lei sobre referendo - é parte para consolidar o poder por aqueles que o detêm em suas mãos agora. Um pouco de cronologia.
1. Você apóia a nova Constituição da Ukraina?
2. Você concorda com a iniciativa do presidente Viktor Yanukovych que visa garantir a cada trabalhador ukrainiano um local de trabalho e completa eliminação de desemprego?
3. Você aprova a lei "Sobre providências quanto a garantias para realizar as reformas sócio-econômicas na Ukraina?
Pode-se continuar com a fantasia, mas a verdade consiste em que, mesmo com tais referendos incríveis, realizados legalmente, é hipotéticamente possível, então, estabelecer o governo dinástico de Yanukovych, federalizar Ukraina, introduzi-la na União Aduaneira, ou outras formas de reencarnação de império totalitário através de referndo falso, até inesperadamente.
É precisamente da regulamentação do tema e da realidade da ordem do referendo e da considerável soma depende o que ele representará - instrumento da democracia genuína, ou usurpação do poder.
Nos países democráticos, os referendos são uma forma eficaz da população organizar suas atividades. O exemplo mais notável é a Suiça. Para o estabelecimento da democracia o principal significado têm os referendos locais, que na Ukraina não podem realizar-se porque não existe lei atual que poderia definir a condução de sua realização.
O governo nem sequer tentou fingir, que a ferramenta do referendo deve servir ao propósito democrático - o projeto de lei de referendos locais repousa sem consideração.
A lei sobre referendo - é parte para consolidar o poder por aqueles que o detêm em suas mãos agora. Um pouco de cronologia.
O projeto de lei N° 6278 "Sobre o referendo nacional" foi introduzido no parlamento pelo deputado-regionalista ainda em 29.04.2010, e aprovado em primeira leitura em 03.06.2010. Sobre este projeto de lei, como mecanismo de golpe, muito se falou, mas isto não parecia tornar-se obstáculo para sua aprovação. Surpreendentemente, não só a oposição, como mais dois partidos menores apoiaram a fatídica emenda que excluía a possibilidade de revogação ou aprovação da Constituição em um referendo.
Não é exclusivo que o determinativo para muitos tornou-se não o destino do parlamentarismo ukrainiano, mas a preocupação com a depreciação de seus cartões de deputados. Afinal, com a aprovação da lei, o papel do parlamento reduzir-se-ia a zero. Tudo o que ele se recusasse a votar obedientemente poderia ser aceito pelo referendo.
O projeto de lei não foi considerado. Os regionais resolveram esperar "tempos melhores". E este tempo chegou em 06.11.2012. As eleições já se realizaram e a "sobrevivência" é mais importante que o total valor dos cartões que tem validade para os poucos dias restantes.. A motivação fundamental é que, sejam quais possam ser as manipulações, pelo resultado das eleições 300 mandatos o governo não terá (2/3 de votos necessários para mudança da Constituição - OK). Então mudar a Constituição por procedimento legítimo é impossível.
A lei foi aprovada de súbito, portanto, com todas as possíveis violações de procedimentos, com o que já poucos podem se surpreender, e até mesmo no texto da primeira leitura!!! A análise do projeto em segunda leitura e as suas decisões anteriores o parlamento decidiu... simplesmente ignorar, fingir que não existiam.
Na verdade tal votação é nula e não deveria criar quaisquer consequências legais. Se o Tribunal Constitucional não fosse "de bolso", então a aprovação de leis deste modo não poderia ser considerada. No entanto a realidade, infelizmente, é outra, e daqui derivam duas importantes conclusões.
Primeiro. Aprovada a lei que, embora de jure não deve ter consequências legais, pode criar grandes problemas para o governo ukrainiano.
Segundo. O governo é inigualável na criação de simulações e acessórios e pretende por à prova seu "talento" também no referendo.
A presidencial "Assembléia Constituinte" em toda esta história é um importante posto avançado, que lentamente construía-se no período de calmaria com o olhar atento da lei do referendo. Vale ressaltar que esté é, apesar do seu imponente nome, um órgão consultivo do presidente, que visa desenvolver o projeto de nova redação de normas constitucionais.
O próximo passo dessas iniciativas será nos cantos invisíveis da Administração Presidencial, desenvolvido e fornecido à Assembléia Constitucional o "preciso" projeto de uma nova redação da Constituição.
A Assembléia Constituinte, talvez tente fingir que este é o resultado de seus empreendimentos, e possivelmente nem tente, apoiará o projeto de lei.
Na verdade, do ponto de vista jurídico, isto não tem nenhum significado - projeto de lei elaborado pela Assembléia Constituinte de tal maneira, terá o mesmo status legal que um projeto de lei desenvolvido pelo "Tio Vasya" da porta ao lado. No entanto, a Assembléia será usada para dar a falsa impressão que o projeto não é do poder. Em seguida o projeto de lei do "tio Vasya" será submetido ao referendo.
Esta votação hipotética somente pode ser comparada com a forma como Mussolini organizou, na forma de referendo, eleições parlamentares na Itália. Mussolini apresentou apenas 1 (um) partido. A escolha das pessoas restringia-se a apoiar ou não.
Não pode ser submetido a um referendo o texto da Constituição elaborado por alguém que não seja um órgão representativo do povo. A alteração ou aprovação da Constituição, de fato, é o acordo com regras claras, cada uma das quais é de excepcional importância para a sociedade.
Note-se que a própria votação não terá muita importância: se o governo atrever-se ao referendo, a lei oferece amplas oportunidades para garantir o resultado desejado.
E, além das possibilidades "legais", como sabemos, ainda há recursos administrativos, falsificação, força brutal de bandidos e milícia, etc.
Se Yanukovych fosse realmente garantidor da soberania do Estado, da integridade territorial da Ukraina, cumprimento da Constituição, observância dos direitos e liberdades da pessoa e do cidadão, ele não hesitaria em vetar tal legislação. Mas ele não o fez...
Em 27 de novembro de 2012 é o dia que podemos dizer sem hesitação - o governo posicionou-se em aberta ofensiva contra seu próprio povo.
Tradução: Oksana Kowaltschuk
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