Discurso de glamour e
inferioridade. Como a elite ukrainiana promove a degradação da
sociedade
Tyzhden (Semana), 14.01.2013
Roman Malko
A chamada elite atual - tanto pró-governo, como a oposicionista - se sente completamente confortável em imposto externamente "status", modelo de comportamento, unindo-se sinceramente às ações antiukrainianas.
Tyzhden (Semana), 14.01.2013
Roman Malko
A chamada elite atual - tanto pró-governo, como a oposicionista - se sente completamente confortável em imposto externamente "status", modelo de comportamento, unindo-se sinceramente às ações antiukrainianas.
Pessoas que hoje pretendem ao status da elite nacional, absolutamente não correspondem ao papel que deveriam desempenhar num país pós-colonial. Assim, não apenas não promovem a consolidação nacional e desenvolvimento do Estado, mas ainda provocam com suas ações e exemplos sua degradação. E não se trata apenas dos coerentes adeptos da conservação e restauração do "sovko" (pessoa soviética mutilada espiritualmente com o sistema totalitário - OK) do meio do atual partido do governo e de seus satélites-comunistas, mas, infelizmente, da atual maioria dos "avançados", assim chamadoss pró-ukrainianos e pró-europeus políticos e autoridades públicas. Geralmente eles se comportam de acordo com a imagem cuidadosamente construída, que aliás, não pode durar infinitamente para todos, então sua verdadeira essência emerge em casos particulares. Como, por exemplo, em seu comportamento durante os eventos diplomáticos.
Frequentemente os estrangeiros, que vem até aqui para trabalhar, esforçam-se para aprender o idioma ukrainiano. Mas com o tempo percebem, que nisto não há especial necessidade, porque a nossa assim chamada elite demonstra concretamente, que sem o idioma nacional pode-se calmamente passar.
Recentemente o Comitê Nobel concedeu o Prêmio da Paz a toda Europa unida. Na Ukraina também houve comemoração. A representação da UE organizou uma recepção de boas-vindas na Academia Diplomática. Do lado ukrainiano foram convidados os "representantes da elite nacional": líderes cívicos e religiosos, deputados da oposição, jornalistas e, naturalmente, diplomatas. Não a nata da sociedade, mas especialmente próximos a ela. Falavam, principalmente, sobre a integração européia, opção européia, vetor europeu e, claro, sobre a desejada abolição de vistos (fala-se tanto sobre a abolição dos vistos que, pelo jeito, é o que mais interessa - OK). Mas, sobre o que discutia-se nos corredores, que permaneça em segredo. Mencionaremos apenas, que as conversas lá aconteciam na maioria em inglês ou russo. O idioma ukrainiano soou apenas dos lábios de alguns personagens.
Há uma opinião vigente, que 20 anos - é pouco, para que o cérebro do homo sovieticus pudesse se formar em cérebro de humano livre. Moisés, dizem, por 40 anos conduziu seu povo através do deserto. E, o que parece, eles são o bastante, para "do nada" moldar toda uma camada social, que orgulhosamente se denominará "a elite". Politicamente, culturalmente, intelectualmente... etc.
Escravos do status
Status - ou, mais precisamente, específica imagem sobre ele - eis o que se acha na base do comportamento da estrutura dominante. Roupas de status. As maiis caras, de preferência reconhecíveis, para que os conhecedores determinem o seu valor e marca. Joiás, carros insanamente caros, inconvenientemente caros relógios. A partir daí - sapatos de avestruz e vasos sanitários de ouro, e todo esse absurdo, ao qual uma pessoa mentalmente sadia sente até vergonha de olhar. O importante não é a sua educaçãoo e quantos livros durante a vida você leu, não é a pessoa que você é, o que tem em sua cabeça... O importante é o seu status.
Por que na capital o mais popular é o monumento aos heróis da
comédia de Mykhailo Starytskyi "Pronia Prokopovna e Holokhvastova?!" Talvez
porque eles são a personificação das aspirações e desejos, em particular da
elite atual? "Isto é devido a pobreza na infância" - afirmam os estudiosos de
psicologia. E têm razão. Mas apenas parcialmente. É também de escravo,
implantado ao nível do gene por muitos séculos de cativeiro. E isto puxa suas
raízes do lado norte-leste, então o habitual escravo dirige seu olhar justamente
para lá, estando convencido, de que nada melhor há no mundo que trará da
capital, ainda que distante, mas tão doce ao coração. Isto é subconsciente.
Inferioridade - em geral subconsciente: e pequenorussismo, e oportunismo, e
mesquinhez são impossíveis de controlar (malorós = pequenorusso; maloróska =
pequenarussa; Malorossia = Pequena Rússia - nome oficial da Ukraina na Rússia
pré-revolucionária - OK).
O desejo de comprar um ingresso para um espetáculo alienígena,
mesmo de uma sociedade hóstil, para apenas melhorar o seu status aos olhos dos
outros, tornou-se tão comum que frequentemente não prestamos atenção a ele.
Mesmo quando a questão chega ao absurdo, quando o pagamento se constitui de
próprios princípios, auto-respeito e honra. É muito demonstrativa neste plano a
participação da assim chamada elite nacional em absolutamente estranhos a ela
jogos.
Alternativa mascarada
Criticando o pop
russo ou o primitivismo cultural, enfatizando a necessidade de renascimento
nacional, estas pessoas com satisfação juntam-se às abertamente antiukrainianas
ações, vão a concertos, luzes de Ano Novo, pacientemente
desprezam o seu lado, mas na esperança de obter daí os tão cobiçados para si
dividendos de status. O desejo de permanecer no círculo, ser próprio, não se
destacar da matriz geral da vida pública - mau comportamento lembra as ações de
assustados adolescentes, aos quais é desesperadamente necessário afirmar-se no
grupo escolhido.
Frequentemente aparecem na imprensa interessantes fatos da vida da
"alta" sociedade. Às vezes são tão interessantes que fica difícil como
interpretá-los imediatamente. Ou os políticos "laranjas" (os que fizeram a
"Revolução Laranja" contra o que representava o ex-presidente Kuchma e seu apoio
a Yanukovych em dezembro de 2004 - OK) "acidentalmente" comparecem a festa de
aniversário do ex-presidente Kuchma, ou os oposicionistas aparecem em companhia
de seus perseguidores do poder. Alguns criam interesses econômicos comuns,
outros aparecem em relacionamentos íntimos e mais alguns gostam de assistir
eventos esportivos com personagens abertamente suspeitos de outros países. Tudo
isso tornou-se lugar comum, que a nação descreve claramente: "Eles são todos
iguais..."
Ainda mais frequentemente tornou-se ver os representantes da elite
nacional, oposicionistas com expressivas ambições pró-ukrainianas, dirigentes
sociais ou culturais, portadores da "inteligência, honra e consciência"
alinhados na fila por uma fatia de gostoso pastel ou um bilhete para alta
sociedade. As autoridades incondicionais de repente revelam-se absolutamente
grosseiros egoistas, lutadores ávidos - primitivos manipuladores e
oportunistas.
Por que é assim? Talvez porque todos vieram da mesma caixa de
areia, um incubador, um "kholkhoz" (fazenda coletiva). Todos ouviam Vysotsky,
usavam gravatas vermelhas e contavam anedotas sobre Brezhnev. E tudo isso deixou
nas mentes a marca fatal. Aqueles pseudovalores, apesar de sua flagrante
falsidade, até hoje cultivam, clonam e multiplicam.
Por que a maioria desses políticos e de seus filhos, depois de 20
anos de independência, entre eles se comunicam preferivelmente, ou mesmo
exclusivamente em russo? Não seria porque até agora não vivenciaram o processo
da própria identificação? Ou é porque, a compreensão a qual nação pertencem, é
muito fraca: em compensação domina o desejo servil assemelhar-se a alguém,
tornar-se assim como alguém, vestir aquilo que este outro, rir de quem o outro
ri. Mas em nenhum caso ser a própria pessoa.
Afinal, a coisa não é nem mesmo no idioma. A palavra-chave aqui é
"agradar". Não por civilidade, respeito ou até medo. Fazê-lo para sua própria
satisfação e senso de importância, para oportunidade de pertencer ao círculo
eleito das pessoas com status.
Se são capazes de criar uma nação desenvolvida as pessoas que não
conseguem identificar-se de nenhuma forma, não veem diferença em que língua
falar, como se identificar, a que nação pertencer? Naturalmente que não. Essa é
a mediocridade, movimentada apenas com o desejo de não serem piores que os
representantes da "elite" pós-imperial.
Estes "homen do ano", "orgulho da nação" - todos, um a um
escalpelados de há muito esquecidos "vencedor da competição socialista", "herói
do trabalho", "udarnik de quinquênio" (udarnik - trabalhador de vanguarda do
trabalho comunista - OK). E diferente não podia ser. Porque é agradável receber
a estatueta dourada no palco inundado de luz sob brilho dos flashes, badaladas
de ovações, aos olhos de toda nação. E então o que, quando anteriormente por
aquela figura foi pago um grande não divulgado valor, então que todos saibam
sobre isso, a questão não é o dinheiro e também não é a figura, mas no fato de
que todos os jornais registrarão, dirão todas novidades. O status rapidamente
subirá a tais alturas, sobre as quais não devem estar sonhando nem em sonhos
mais sinceros.
Nada pessoal
Este é um grande problema. Nele deve-se procurar respostas para
muitas perguntas. E não nos esqueçamos da "Pronia Prokopovna e Holokhvostova".
Estes são os personagens chave da nossa história de oportunismo e de
malorossismo" (aceitar a sua submissão à Rússia reconhecendo-se pequeno russo -
OK). Muitas nações passaram por isso. E até a elite imperial de Moscou, em cujos
descendentes os ukrainianos de hoje igualam-se, em seu tempo falavam
exclusivamente francês. Mas para isso haviam outros motivos. Nossa situação é
mais complicada.
Pessoas que se denominam elite nacional tal absolutamente não
são nem desejam ser! Eles não levantarão uma palha do chão para distinguir-se da
"pós-sovkova" massa (veja explicação anterior do "sovok" no início deste artigo
- OK). O sentimento de pertencer a Ukraina e sua cultura - um mal inevitável que
existe, e dele não se pode escapar mas, digamos, a vida real é bem
diferente.
A ilustração recente de tal abordagem tornou-se a corporação do
partido "Pátria" (partido de oposição - Y. Tymoshenko) cuja liderança no Ano
Novo realizava-se nos idiomas russo e ukrainiano simultaneamente. Na verdade, a
comunidade poderia até não ficar sabendo sobre a dupla moral dos oposicionistas,
porque tudo aconteceu em um "modo fechado", caso não fosse a "démarche" de
Oleksandr Bryhynets, o qual abandonou o evento em sinal de protesto. Tal decisão
ele explicou que não tem "nada contra o idioma russo, mas não no evento da
facção a qual defende o idioma ukrainiano. Por que não procederam assim os
demais e se isto significa, que eles não viram nenhum problema nisto? "Semana"
tentou receber resposta para esta pergunta de representantes da oposição, no
entanto, a maioria deles não atendeu ao chamado (ok, aceitaremos que muitos
ainda descansavam após comemorações), e o restante livrava-se dizendo: "Eu não
estava lá, então não sei de nada". Além do próprio iniciador do protesto
Oleksandr Bryhynets alguns expressaram sua posição. Em particular, de acordo com
suas palavras O. Bryhynets ficou muito surpreso com Yatseniuk (um dos principais
líderes da "Oposição Unida" - OK), o qual não apenas sabia, mas ainda tentou
justificar o "biliguismo" corporativo da força política, a qual,
tempestuosamente, mas sem sucesso tentou imitar a proteção do idioma ukrainiano
no Parlamento de convocação anterior.
Então, quando os deputados começarem de novo "bater um no outro"
publicamente "defendendo suas posições fundamentais", e a oposição começar
ameaçar severamente a maioria do partido governamental pela traição de
interesses nacionais, não devemos levar isto muito a sério. É so aguardar
calmamente o final e rastrear o que acontecerá em seguida - quando desligarem-se
as câmeras, afastar-se a imprensa e tudo voltar à vida normal. Pelo menos 50 dos
100 personagens, que uma hora antes eram inimigos ferrenhos, irão juntos beber
conhaque e celebrar alegremente o dia vivido. E não porque eles são verdadeiros
cavalheiros. Para a maioria deles política e determinada posição - é apenas
negócio e nada pessoal".
Portanto o nicho da elite nacional na Ukraina permanece livre. As
atuais excelências não demonstram nem capacidade, nem desejo de satisfazer aos
critérios, dos quais depende a viabilidade e as perspectivas de desenvolvimento
do Estado.
Vox Deputati
Oleksandr Bryhynets
Quanto a mim, se nós exigimos respeito por quaisquer regras sobre
os outros, devemos primeiro observá-las sozinhos. Todas as atividades políticas
ou não, relacionadas com as forças políticas que requerem o uso do idioma
ukrainiano como língua nacional, devem ocorrer exclusivamente em ukrainiano.
Penso, que o processo total de russificação na Ukraina independente começou por
volta de 1999, quando Kuchma foi eleito para segundo mandato. Começaram
reimprimir-se os canais, eles passaram para controle dos oligarcas, para quem a
questão da cultura ukrainiana era estranha e imcompreensível. Este processo foi
interrompido em 2005, mas desde o governo Yanukovych voltou o retrocesso. Por um
lado, isso foi feito para contentar Rússia, por outro era vantajoso
comercialmente, porque é mais fácil comprar um produto com propaganda pronta e
mantê-la. Tymoshenko, durante seu segundo ministério esforçava-se em impedir a
russificação mas, desde o governo Yanukovych a influência do idioma russo
aumentou muito devido a métodos diretos e indiretos. Um dos últimos -
participação de apresentadores russos na TV, que obrigam a todos passar para o
russo, para poder compreender. Esta tecnologia levou ao problema que teve lugar
em nossa corporação, quando foi usado o clichê usado na TV. As pessoas, para as
quais tanto faz que idioma usar, acomodam-se sob os padrões que a TV impõe. Os
empresários e políticos não estão interessados no aparecimento de pessoas
preocupadas com a cultura nacional. Agora a nossa situação formou-se de tal
forma, que em todos os lugares as "estrelas" são pessoas de Moscou. Vejam
qualquer show - há sempre um juri composto de russos. Desta forma ensinam a
nós, ukrainianos, que nós devemos ser julgados por pessoas da Rússia.
Yuri Odarchenko
Eu não estive na celebração do Ano Novo - não posso comentar. Mas,
é claro, problema de russificação e "sovietização" do nosso espaço cultural,
educacional e informativo é atual. Nós preparamos o projeto de lei sobre idiomas
que irá retornar a situação para o seu devido curso.
Eu, pessoalmente, apelo na Justiça Administrativa de Kyiv contra a
lei Kolesnichenko-Kivalov porque durante a sua aprovação ocorreram graves
violações: de procedimentos, ausência de normas para votação individual, outros.
Qualquer dessas violações é suficiente para reconhecer a lei ilegítima. (De
acordo com os últimos atos da justiça na Ukraina, esperar ações contra as
decisões do governo é perda de tempo - OK).
Volodymyr Yavorivskyi
Penso que o colega Bryhynets agiu certo. Eu não estive presente
porque não gosto das festas dos partidos. Acredito que nós não podemos propagar
slogans e agir de modo contrário entre nós. E, tais na aparência "miudezas",
como esse passo do Bryhynets, devem apoiar todas as forças oposicionistas para
limpeza declarada da hipocrisia. Que medidas devemos tomar? Exigir que todos os
deputados, no Parlamento pronunciem-se no idioma ukrainiano. Se conseguirmos
isso, conseguiremos também outros objetivos. Caso contrário, não resistiremos à
russificação, à pilhagem do país, nem a adesão à União Aduaneira (projeto de
Putin: Rússia, Bielirússia, Cazaquistão - OK). Então eu acho que tudo inicia-se
de pequeno. Aparentemente pequeno, mas muito importante.
Vyacheslau Kyrylenko
Não estive na comemoração, não posso comentar. Mas a situação geral
é certamente triste. O idioma ukrainiano contínua oficial apenas de jure. A
política atual de facto é destinada para sua destruição. O caminho principal
contra isso é através da lei, mas, é claro, são possíveis e necessários métodos
extra-parlamentares e resistência. Precisamos chamar a atenção da comunidade,
exigir seu uso no comércio, na prestação de serviços. Redigir leis para área de
cinematografia, radiodifusão e canais televisivos.
Naturalmente, a principal solução - mudança de governo. Este não
nos conduz tanto à Rússia ou Kremlin como a uma completa anarquia, beco sem
saída. Nossa obrigação é fazer que nossos cidadãos compreendam esta
situação.
Tradução: Oksana Kowaltschuk
Nenhum comentário:
Postar um comentário