segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

ELITE UCRANIANA PROMOVE A DEGRADAÇÃO DA SOCIEDADE

Discurso de glamour e inferioridade. Como a elite ukrainiana promove a degradação da sociedade
Tyzhden (Semana), 14.01.2013
Roman Malko

A chamada elite atual - tanto pró-governo, como a oposicionista - se sente completamente confortável em imposto externamente "status", modelo de comportamento, unindo-se sinceramente às ações antiukrainianas.



Pessoas que hoje pretendem ao status da elite nacional, absolutamente não correspondem ao papel que deveriam desempenhar num país pós-colonial. Assim, não apenas não promovem a consolidação nacional e desenvolvimento do Estado, mas ainda provocam com suas ações e exemplos sua degradação. E não se trata apenas dos coerentes adeptos da conservação e restauração do "sovko" (pessoa soviética mutilada espiritualmente com o sistema totalitário - OK) do meio do atual partido do governo e de seus satélites-comunistas, mas, infelizmente, da atual maioria dos "avançados", assim chamadoss pró-ukrainianos e pró-europeus políticos e autoridades públicas. Geralmente eles se comportam de acordo com a imagem cuidadosamente construída, que aliás, não pode durar infinitamente para todos, então sua verdadeira essência emerge em casos particulares. Como, por exemplo, em seu comportamento durante os eventos diplomáticos.

Frequentemente os estrangeiros, que vem até aqui para trabalhar, esforçam-se para aprender o idioma ukrainiano. Mas com o tempo percebem, que nisto não há especial necessidade, porque a nossa assim chamada elite demonstra concretamente, que sem o idioma nacional pode-se calmamente passar.

Recentemente o Comitê Nobel concedeu o Prêmio da Paz a toda Europa unida. Na Ukraina também houve comemoração. A representação da UE organizou uma recepção de boas-vindas na Academia Diplomática. Do lado ukrainiano foram convidados os "representantes da elite nacional": líderes cívicos e religiosos, deputados da oposição, jornalistas e, naturalmente, diplomatas. Não a nata da sociedade, mas especialmente próximos a ela. Falavam, principalmente, sobre a integração européia, opção européia, vetor europeu e, claro, sobre a desejada abolição de vistos (fala-se tanto sobre a abolição dos vistos que, pelo jeito, é o que mais interessa - OK). Mas, sobre o que discutia-se nos corredores, que permaneça em segredo. Mencionaremos apenas, que as conversas lá aconteciam na maioria em inglês ou russo. O idioma ukrainiano soou apenas dos lábios de alguns personagens.

Há uma opinião vigente, que 20 anos - é pouco, para que o cérebro do homo sovieticus pudesse se formar em cérebro de humano livre. Moisés, dizem, por 40 anos conduziu seu povo através do deserto. E, o que parece, eles são o bastante, para "do nada" moldar toda uma camada social, que orgulhosamente se denominará "a elite". Politicamente, culturalmente, intelectualmente... etc.

Escravos do status
Status - ou, mais precisamente, específica imagem sobre ele - eis o que se acha na base do comportamento da estrutura dominante. Roupas de status. As maiis caras, de preferência reconhecíveis, para que os conhecedores determinem o seu valor e marca. Joiás, carros insanamente caros, inconvenientemente caros relógios. A partir daí - sapatos de avestruz e vasos sanitários de ouro, e todo esse absurdo, ao qual uma pessoa mentalmente sadia sente até vergonha de olhar. O importante não é a sua educaçãoo e quantos livros durante a vida você leu, não é a pessoa que você é, o que tem em sua cabeça... O importante é o seu status.
Por que na capital o mais popular é o monumento aos heróis da comédia de Mykhailo Starytskyi "Pronia Prokopovna e Holokhvastova?!" Talvez porque eles são a personificação das aspirações e desejos, em particular da elite atual? "Isto é devido a pobreza na infância" - afirmam os estudiosos de psicologia. E têm razão. Mas apenas parcialmente. É também de escravo, implantado ao nível do gene por muitos séculos de cativeiro. E isto puxa suas raízes do lado norte-leste, então o habitual escravo dirige seu olhar justamente para lá, estando convencido, de que nada melhor há no mundo que trará da capital, ainda que distante, mas tão doce ao coração. Isto é subconsciente. Inferioridade - em geral subconsciente: e pequenorussismo, e oportunismo, e mesquinhez são impossíveis de controlar (malorós = pequenorusso; maloróska = pequenarussa; Malorossia = Pequena Rússia - nome oficial da Ukraina na Rússia pré-revolucionária - OK).
O desejo de comprar um ingresso para um espetáculo alienígena, mesmo de uma sociedade hóstil, para apenas melhorar o seu status aos olhos dos outros, tornou-se tão comum que frequentemente não prestamos atenção a ele. Mesmo quando a questão chega ao absurdo, quando o pagamento se constitui de próprios princípios, auto-respeito e honra. É muito demonstrativa neste plano a participação da assim chamada elite nacional em absolutamente estranhos a ela jogos.
Alternativa mascarada
Criticando o pop russo ou o primitivismo cultural, enfatizando a necessidade de renascimento nacional, estas pessoas com satisfação juntam-se às abertamente antiukrainianas ações, vão a concertos, luzes de Ano Novo, pacientemente desprezam o seu lado, mas na esperança de obter daí os tão cobiçados para si dividendos de status. O desejo de permanecer no círculo, ser próprio, não se destacar da matriz geral da vida pública - mau comportamento lembra as ações de assustados adolescentes, aos quais é desesperadamente necessário afirmar-se no grupo escolhido.
Frequentemente aparecem na imprensa interessantes fatos da vida da "alta" sociedade. Às vezes são tão interessantes que fica difícil como interpretá-los imediatamente. Ou os políticos "laranjas" (os que fizeram a "Revolução Laranja" contra o que representava o ex-presidente Kuchma e seu apoio a Yanukovych em dezembro de 2004 - OK) "acidentalmente" comparecem a festa de aniversário do ex-presidente Kuchma, ou os oposicionistas aparecem em companhia de seus perseguidores do poder. Alguns criam interesses econômicos comuns, outros aparecem em relacionamentos íntimos e mais alguns gostam de assistir eventos esportivos com personagens abertamente suspeitos de outros países. Tudo isso tornou-se lugar comum, que a nação descreve claramente: "Eles são todos iguais..."
Ainda mais frequentemente tornou-se ver os representantes da elite nacional, oposicionistas com expressivas ambições pró-ukrainianas, dirigentes sociais ou culturais, portadores da "inteligência, honra e consciência" alinhados na fila por uma fatia de gostoso pastel ou um bilhete para alta sociedade. As autoridades incondicionais de repente revelam-se absolutamente grosseiros egoistas, lutadores ávidos - primitivos manipuladores e oportunistas.
Por que é assim? Talvez porque todos vieram da mesma caixa de areia, um incubador, um "kholkhoz" (fazenda coletiva). Todos ouviam Vysotsky, usavam gravatas vermelhas e contavam anedotas sobre Brezhnev. E tudo isso deixou nas mentes a marca fatal. Aqueles pseudovalores, apesar de sua flagrante falsidade, até hoje cultivam, clonam e multiplicam.
Por que a maioria desses políticos e de seus filhos, depois de 20 anos de independência, entre eles se comunicam preferivelmente, ou mesmo exclusivamente em russo? Não seria porque até agora não vivenciaram o processo da própria identificação? Ou é porque, a compreensão a qual nação pertencem, é muito fraca: em compensação domina o desejo servil assemelhar-se a alguém, tornar-se assim como alguém, vestir aquilo que este outro, rir de quem o outro ri. Mas em nenhum caso ser a própria pessoa.
Afinal, a coisa não é nem mesmo no idioma. A palavra-chave aqui é "agradar". Não por civilidade, respeito ou até medo. Fazê-lo para sua própria satisfação e senso de importância, para oportunidade de pertencer ao círculo eleito das pessoas com status.
Se são capazes de criar uma nação desenvolvida as pessoas que não conseguem identificar-se de nenhuma forma, não veem diferença em que língua falar, como se identificar, a que nação pertencer? Naturalmente que não. Essa é a mediocridade, movimentada apenas com o desejo de não serem piores que os representantes da "elite" pós-imperial.
Estes "homen do ano", "orgulho da nação" - todos, um a um escalpelados de há muito esquecidos "vencedor da competição socialista", "herói do trabalho", "udarnik de quinquênio" (udarnik - trabalhador de vanguarda do trabalho comunista - OK). E diferente não podia ser. Porque é agradável receber a estatueta dourada no palco inundado de luz sob brilho dos flashes, badaladas de ovações, aos olhos de toda nação. E então o que, quando anteriormente por aquela figura foi pago um grande não divulgado valor, então que todos saibam sobre isso, a questão não é o dinheiro e também não é a figura, mas no fato de que todos os jornais registrarão, dirão todas novidades. O status rapidamente subirá a tais alturas, sobre as quais não devem estar sonhando nem em sonhos mais sinceros.
Nada pessoal
Este é um grande problema. Nele deve-se procurar respostas para muitas perguntas. E não nos esqueçamos da "Pronia Prokopovna e Holokhvostova". Estes são os personagens chave da nossa história de oportunismo e de malorossismo" (aceitar a sua submissão à Rússia reconhecendo-se pequeno russo - OK). Muitas nações passaram por isso. E até a elite imperial de Moscou, em cujos descendentes os ukrainianos de hoje igualam-se, em seu tempo falavam exclusivamente francês. Mas para isso haviam outros motivos. Nossa situação é mais complicada.
Pessoas que se denominam elite nacional tal absolutamente não são nem desejam ser! Eles não levantarão uma palha do chão para distinguir-se da "pós-sovkova" massa (veja explicação anterior do "sovok" no início deste artigo - OK). O sentimento de pertencer a Ukraina e sua cultura - um mal inevitável que existe, e dele não se pode escapar mas, digamos, a vida real é bem diferente.
A ilustração recente de tal abordagem tornou-se a corporação do partido "Pátria" (partido de oposição - Y. Tymoshenko) cuja liderança no Ano Novo realizava-se nos idiomas russo e ukrainiano simultaneamente. Na verdade, a comunidade poderia até não ficar sabendo sobre a dupla moral dos oposicionistas, porque tudo aconteceu em um "modo fechado", caso não fosse a "démarche" de Oleksandr Bryhynets, o qual abandonou o evento em sinal de protesto. Tal decisão ele explicou que não tem "nada contra o idioma russo, mas não no evento da facção a qual defende o idioma ukrainiano. Por que não procederam assim os demais e se isto significa, que eles não viram nenhum problema nisto? "Semana" tentou receber resposta para esta pergunta de representantes da oposição, no entanto, a maioria deles não atendeu ao chamado (ok, aceitaremos que muitos ainda descansavam após comemorações), e o restante livrava-se dizendo: "Eu não estava lá, então não sei de nada". Além do próprio iniciador do protesto Oleksandr Bryhynets alguns expressaram sua posição. Em particular, de acordo com suas palavras O. Bryhynets ficou muito surpreso com Yatseniuk (um dos principais líderes da "Oposição Unida" - OK), o qual não apenas sabia, mas ainda tentou justificar o "biliguismo" corporativo da força política, a qual, tempestuosamente, mas sem sucesso tentou imitar a proteção do idioma ukrainiano no Parlamento de convocação anterior.
Então, quando os deputados começarem de novo "bater um no outro" publicamente "defendendo suas posições fundamentais", e a oposição começar ameaçar severamente a maioria do partido governamental pela traição de interesses nacionais, não devemos levar isto muito a sério. É so aguardar calmamente o final e rastrear o que acontecerá em seguida - quando desligarem-se as câmeras, afastar-se a imprensa e tudo voltar à vida normal. Pelo menos 50 dos 100 personagens, que uma hora antes eram inimigos ferrenhos, irão juntos beber conhaque e celebrar alegremente o dia vivido. E não porque eles são verdadeiros cavalheiros. Para a maioria deles política e determinada posição - é apenas negócio e nada pessoal".
Portanto o nicho da elite nacional na Ukraina permanece livre. As atuais excelências não demonstram nem capacidade, nem desejo de satisfazer aos critérios, dos quais depende a viabilidade e as perspectivas de desenvolvimento do Estado.
Vox Deputati
Oleksandr Bryhynets
Quanto a mim, se nós exigimos respeito por quaisquer regras sobre os outros, devemos primeiro observá-las sozinhos. Todas as atividades políticas ou não, relacionadas com as forças políticas que requerem o uso do idioma ukrainiano como língua nacional, devem ocorrer exclusivamente em ukrainiano. Penso, que o processo total de russificação na Ukraina independente começou por volta de 1999, quando Kuchma foi eleito para segundo mandato. Começaram reimprimir-se os canais, eles passaram para controle dos oligarcas, para quem a questão da cultura ukrainiana era estranha e imcompreensível. Este processo foi interrompido em 2005, mas desde o governo Yanukovych voltou o retrocesso. Por um lado, isso foi feito para contentar Rússia, por outro era vantajoso comercialmente, porque é mais fácil comprar um produto com propaganda pronta e mantê-la. Tymoshenko, durante seu segundo ministério esforçava-se em impedir a russificação mas, desde o governo Yanukovych a influência do idioma russo aumentou muito devido a métodos diretos e indiretos. Um dos últimos - participação de apresentadores russos na TV, que obrigam a todos passar para o russo, para poder compreender. Esta tecnologia levou ao problema que teve lugar em nossa corporação, quando foi usado o clichê usado na TV. As pessoas, para as quais tanto faz que idioma usar, acomodam-se sob os padrões que a TV impõe. Os empresários e políticos não estão interessados no aparecimento de pessoas preocupadas com a cultura nacional. Agora a nossa situação formou-se de tal forma, que em todos os lugares as "estrelas" são pessoas de Moscou. Vejam qualquer show - há sempre um juri composto de russos. Desta forma ensinam a nós, ukrainianos, que nós devemos ser julgados por pessoas da Rússia.
Yuri Odarchenko
Eu não estive na celebração do Ano Novo - não posso comentar. Mas, é claro, problema de russificação e "sovietização" do nosso espaço cultural, educacional e informativo é atual. Nós preparamos o projeto de lei sobre idiomas que irá retornar a situação para o seu devido curso.
Eu, pessoalmente, apelo na Justiça Administrativa de Kyiv contra a lei Kolesnichenko-Kivalov porque durante a sua aprovação ocorreram graves violações: de procedimentos, ausência de normas para votação individual, outros. Qualquer dessas violações é suficiente para reconhecer a lei ilegítima. (De acordo com os últimos atos da justiça na Ukraina, esperar ações contra as decisões do governo é perda de tempo - OK).
Volodymyr Yavorivskyi
Penso que o colega Bryhynets agiu certo. Eu não estive presente porque não gosto das festas dos partidos. Acredito que nós não podemos propagar slogans e agir de modo contrário entre nós. E, tais na aparência "miudezas", como esse passo do Bryhynets, devem apoiar todas as forças oposicionistas para limpeza declarada da hipocrisia. Que medidas devemos tomar? Exigir que todos os deputados, no Parlamento pronunciem-se no idioma ukrainiano. Se conseguirmos isso, conseguiremos também outros objetivos. Caso contrário, não resistiremos à russificação, à pilhagem do país, nem a adesão à União Aduaneira (projeto de Putin: Rússia, Bielirússia, Cazaquistão - OK). Então eu acho que tudo inicia-se de pequeno. Aparentemente pequeno, mas muito importante.
Vyacheslau Kyrylenko
Não estive na comemoração, não posso comentar. Mas a situação geral é certamente triste. O idioma ukrainiano contínua oficial apenas de jure. A política atual de facto é destinada para sua destruição. O caminho principal contra isso é através da lei, mas, é claro, são possíveis e necessários métodos extra-parlamentares e resistência. Precisamos chamar a atenção da comunidade, exigir seu uso no comércio, na prestação de serviços. Redigir leis para área de cinematografia, radiodifusão e canais televisivos.
Naturalmente, a principal solução - mudança de governo. Este não nos conduz tanto à Rússia ou Kremlin como a uma completa anarquia, beco sem saída. Nossa obrigação é fazer que nossos cidadãos compreendam esta situação.
Tradução: Oksana Kowaltschuk

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