"Porque somos ukrainianos..." - Terceira parte
Quantos soldados havia no UPA? O segredo desvenda Klym Savur [8].
No caso de deportação em massa de ukrainianos, como relatavam em sua documentação secreta os tchekistas, à UPA, para proteger seus familiares, juntar-se-á não apenas a população local, mas também dezenas de milhares de soldados do Exército Vermelho. Na Ukraina poderá desencadear uma guerra de libertação nacional contra o regime stalinista comunista, cujos efeitos podem ser imprevisíveis.
Isso foi o que assustou Stalin e forçou-o a suspender a ordem de Beria - Zhukov, sobre a deportação de todos os ukrainianos.
Observamos que a deportação era parte inalienável da política interna de repressão do governo soviético comunista. De acordo com material de arquivo, para o período 1920-1935 foram realizados, no mínimo 130 operações de deportação de nações. Milhões de pessoas foram despejadas, a força, de suas casas e levadas para Sibéria, Cazaquistão, Uzbequistão. Quase metade delas - morreu na estrada (frio, péssima alimentação, excesso de pessoas nos não adaptados vagões de carga, convívio com verdadeiros bandidos - O.K.).
A nação ukrainiana que participou da guerra contra a Alemanha nazista, e tendo sofrido as maiores perdas humanas, permaneceu colônia de outro império totalitário - a URSS - e foi forçada a continuar sua luta pela independência.
É importante recordar, que análogo foi o destino em muitas outras nações do mundo. Enviando seus filhos para as frentes das batalhas, esperava-se, após a vitória sobre Hitler, encontrar a liberdade de metrópoles da Inglaterra, França, Holanda e outros participantes da coalizão anti-Hitler, mas elas permaneceram colônias depois de 1945.
Movimento guerrilheiro ukrainiano contra colonização
Posteriormente, de acordo com a resolução da ONU sobre a liquidação do colonialismo, as nações - colônias, finalmente encontraram a independência. Papel importante na descolonialização dos povos foi a sua contribuição na Segunda Guerra Mundial aos vitoriosos aliados.
Ukraina encontrou-se entre os países "vencedores", um dos fundadores da ONU, internamente da qual, por muitos anos a NKVD continuava aprisionar "traidores da pátria", e enviá-los, ou para exílio em regiões distantes da URSS, ou diretamente para outro mundo...
A ação da ordem de Beria - Zhukov "a deportação deve começar depois da colheita e entregue ao Estado para as necessidades do Exército Vermelho", tornou-se evidente já em 1945, quando surgiram os primeiros sinais da fome. Em 1946 - 1947 o deficit de alimentos na Ukraina atingiu níveis críticos e teve início a fome, que não se verificou no tempo da ocupação alemã!
"Em junho de 1947 verificou-se o pico da fome"
Segundo a contagem dos especialistas do Instituto Nacional de Estudos Demográficos da França, Frans Mele e Jacques Vallen, somente nos anos 1939 - 1949 na Ukraina formou-se um "buraco" para 12,6 milhões de pessoas, incluindo, ao londo dos anos a fome de 1946-1947.
Nas regiões ocidentais da Ukraina aldeias inteiras iniciaram a marcha para além das fronteiras da URSS. Mas isso não impedia a NKVD continuar sua suja ação.
Entre 1943-1947 os "órgãos" responsabilizaram pela "Atividade criminal" 769.535 ukrainianos, entre os quais "pelas atividades antissoviéticas" 570.396 pessoas. 29.733 pessoas foram fuziladas. (Dados do livro "Kyiv durante a invasão fascista").
A compreensão será incompleta, se estes dados não forem comparados com a dinâmica geral da ação repressiva dos departamentos de Beria. Graças a Laurenti P. Beria, ele, tornando-se comissário da NKVD, durante um ano de serviço escreveu ao companheiro Stalin um atestado sobre a realização das repressões em URSS, de 1919 a 1940.
Este documento contém dados interessantes (antes de tudo para os comunistas ukrainianos), então citamos o texto com pequenas abreviações, e de acordo com o original.
"Confidencial. Companheiro Stalin.
Referência
Entre 1919 - 1930, pelos órgãos da Tcheka - OGPU foram fuzilados 2,5 milhões de inimigos do povo, contrarrevolucionários,
sabotadores, etc.
Entre 1930 - 1940 os órgãos da OGPU - NKVD da URSS levaram à responsabilidade criminal e foram condenados inimigos do povo de acordo com sentenças judiciais 1.300.949 pessoas.
Destes foram fuzilados 892.985 indivíduos. Continuam sofrer punição 407.964 pessoas.
Incluindo:
Contrarrevolucionários, antigos líderes partidários de Lenin, que seguiram o caminho da contrarrevolução: condenados 937.110 pessoas. Fuzilados 686.271 pessoas. Continuam sofrer punição 250.839 pessoas.
Membros do Comintern, que seguiram o caminho da contrarrevolução e sabotagem: Condenadas 180.300 pessoas. Fuziladas 95.854 pessoas. Continuam sofrer punição 84.446.
No caso dos escritores "humanistas": condenados 39.870 pessoas. Fuzilados 33.000 pessoas. Continuam sofrer punição 6.870 pessoas.
Entre os participantes efetivos do Exército Vermelho e trabalhadores e camponeses do Exército Vermelho condenados pela traição a Pátria, espiões e inimigos do povo 76.634 pessoas. Fuziladas 35.000 pessoas. Continuam sofrer punição 37.568 pessoas.
Dos funcionários da NKVD, descobertos e revelados inimigos do povo, condenados 63.079 pessoas. Fuzilados 41.800 pessoas. Continuam sofrer punição 22.319 pessoas.
Os dados excluem as mortes nos campos.
Comissário do Povo dos Assuntos Internos da URSS (L. Beria)
Se não foi pela deportação, então foi pela fome
Na ordem de Beria - Zhukov a região de Vinnytsia é mencionada, onde a população ukrainiana supostamente quer o retorno dos ocupantes alemães, esconde os grãos em buracos, sem piedade mata o gado, etc.
Mas o antigo primeiro secretário do comitê do partido da Província de Vinnytsia, comandante do grupo guerrilheiro Dmytro T. Burchenko escreve em suas memórias: "Já nas primeiras semanas após a libertação, os participantes dos "kholkozes" trouxeram para o fundo do Exército Vermelho 4 milhões de "pound" (medida antiga equivale a 13,36kg) de grãos, 47 mil "tsentners" (quintal métrico) de carne e muitos outros produtos.
Os alemães, em retirada, não conseguiram pegar o pão e outros alimentos, em compensação NKVD "sacudiu" nos kholkozes" e casas, tudo. Os ukrainianos, naturalmente, protestaram. Daí, os "libertadores" nas pessoas de Beria - Zhukov decidiram deportá-los todos para Sibéria, e toda futura colheita entregar para o fundo do Exército Vermelho.
Exatamente tudo! E isto causou a fome de 1946-1947, que ceifou a vida de 1,5 milhões de ukrainianos. E ainda o excedente de grãos na Ukraina em 1942-1943.
Quantos soldados havia no UPA? O segredo desvenda Klym Savur [8].
No caso de deportação em massa de ukrainianos, como relatavam em sua documentação secreta os tchekistas, à UPA, para proteger seus familiares, juntar-se-á não apenas a população local, mas também dezenas de milhares de soldados do Exército Vermelho. Na Ukraina poderá desencadear uma guerra de libertação nacional contra o regime stalinista comunista, cujos efeitos podem ser imprevisíveis.
Isso foi o que assustou Stalin e forçou-o a suspender a ordem de Beria - Zhukov, sobre a deportação de todos os ukrainianos.
Observamos que a deportação era parte inalienável da política interna de repressão do governo soviético comunista. De acordo com material de arquivo, para o período 1920-1935 foram realizados, no mínimo 130 operações de deportação de nações. Milhões de pessoas foram despejadas, a força, de suas casas e levadas para Sibéria, Cazaquistão, Uzbequistão. Quase metade delas - morreu na estrada (frio, péssima alimentação, excesso de pessoas nos não adaptados vagões de carga, convívio com verdadeiros bandidos - O.K.).
A nação ukrainiana que participou da guerra contra a Alemanha nazista, e tendo sofrido as maiores perdas humanas, permaneceu colônia de outro império totalitário - a URSS - e foi forçada a continuar sua luta pela independência.
É importante recordar, que análogo foi o destino em muitas outras nações do mundo. Enviando seus filhos para as frentes das batalhas, esperava-se, após a vitória sobre Hitler, encontrar a liberdade de metrópoles da Inglaterra, França, Holanda e outros participantes da coalizão anti-Hitler, mas elas permaneceram colônias depois de 1945.
Movimento guerrilheiro ukrainiano contra colonização
Posteriormente, de acordo com a resolução da ONU sobre a liquidação do colonialismo, as nações - colônias, finalmente encontraram a independência. Papel importante na descolonialização dos povos foi a sua contribuição na Segunda Guerra Mundial aos vitoriosos aliados.
Ukraina encontrou-se entre os países "vencedores", um dos fundadores da ONU, internamente da qual, por muitos anos a NKVD continuava aprisionar "traidores da pátria", e enviá-los, ou para exílio em regiões distantes da URSS, ou diretamente para outro mundo...
A ação da ordem de Beria - Zhukov "a deportação deve começar depois da colheita e entregue ao Estado para as necessidades do Exército Vermelho", tornou-se evidente já em 1945, quando surgiram os primeiros sinais da fome. Em 1946 - 1947 o deficit de alimentos na Ukraina atingiu níveis críticos e teve início a fome, que não se verificou no tempo da ocupação alemã!
"Em junho de 1947 verificou-se o pico da fome"
Segundo a contagem dos especialistas do Instituto Nacional de Estudos Demográficos da França, Frans Mele e Jacques Vallen, somente nos anos 1939 - 1949 na Ukraina formou-se um "buraco" para 12,6 milhões de pessoas, incluindo, ao londo dos anos a fome de 1946-1947.
Nas regiões ocidentais da Ukraina aldeias inteiras iniciaram a marcha para além das fronteiras da URSS. Mas isso não impedia a NKVD continuar sua suja ação.
Entre 1943-1947 os "órgãos" responsabilizaram pela "Atividade criminal" 769.535 ukrainianos, entre os quais "pelas atividades antissoviéticas" 570.396 pessoas. 29.733 pessoas foram fuziladas. (Dados do livro "Kyiv durante a invasão fascista").
A compreensão será incompleta, se estes dados não forem comparados com a dinâmica geral da ação repressiva dos departamentos de Beria. Graças a Laurenti P. Beria, ele, tornando-se comissário da NKVD, durante um ano de serviço escreveu ao companheiro Stalin um atestado sobre a realização das repressões em URSS, de 1919 a 1940.
Este documento contém dados interessantes (antes de tudo para os comunistas ukrainianos), então citamos o texto com pequenas abreviações, e de acordo com o original.
"Confidencial. Companheiro Stalin.
Referência
Entre 1919 - 1930, pelos órgãos da Tcheka - OGPU foram fuzilados 2,5 milhões de inimigos do povo, contrarrevolucionários,
sabotadores, etc.
Entre 1930 - 1940 os órgãos da OGPU - NKVD da URSS levaram à responsabilidade criminal e foram condenados inimigos do povo de acordo com sentenças judiciais 1.300.949 pessoas.
Destes foram fuzilados 892.985 indivíduos. Continuam sofrer punição 407.964 pessoas.
Incluindo:
Contrarrevolucionários, antigos líderes partidários de Lenin, que seguiram o caminho da contrarrevolução: condenados 937.110 pessoas. Fuzilados 686.271 pessoas. Continuam sofrer punição 250.839 pessoas.
Membros do Comintern, que seguiram o caminho da contrarrevolução e sabotagem: Condenadas 180.300 pessoas. Fuziladas 95.854 pessoas. Continuam sofrer punição 84.446.
No caso dos escritores "humanistas": condenados 39.870 pessoas. Fuzilados 33.000 pessoas. Continuam sofrer punição 6.870 pessoas.
Entre os participantes efetivos do Exército Vermelho e trabalhadores e camponeses do Exército Vermelho condenados pela traição a Pátria, espiões e inimigos do povo 76.634 pessoas. Fuziladas 35.000 pessoas. Continuam sofrer punição 37.568 pessoas.
Dos funcionários da NKVD, descobertos e revelados inimigos do povo, condenados 63.079 pessoas. Fuzilados 41.800 pessoas. Continuam sofrer punição 22.319 pessoas.
Os dados excluem as mortes nos campos.
Comissário do Povo dos Assuntos Internos da URSS (L. Beria)
Se não foi pela deportação, então foi pela fome
Na ordem de Beria - Zhukov a região de Vinnytsia é mencionada, onde a população ukrainiana supostamente quer o retorno dos ocupantes alemães, esconde os grãos em buracos, sem piedade mata o gado, etc.
Mas o antigo primeiro secretário do comitê do partido da Província de Vinnytsia, comandante do grupo guerrilheiro Dmytro T. Burchenko escreve em suas memórias: "Já nas primeiras semanas após a libertação, os participantes dos "kholkozes" trouxeram para o fundo do Exército Vermelho 4 milhões de "pound" (medida antiga equivale a 13,36kg) de grãos, 47 mil "tsentners" (quintal métrico) de carne e muitos outros produtos.
Os alemães, em retirada, não conseguiram pegar o pão e outros alimentos, em compensação NKVD "sacudiu" nos kholkozes" e casas, tudo. Os ukrainianos, naturalmente, protestaram. Daí, os "libertadores" nas pessoas de Beria - Zhukov decidiram deportá-los todos para Sibéria, e toda futura colheita entregar para o fundo do Exército Vermelho.
Exatamente tudo! E isto causou a fome de 1946-1947, que ceifou a vida de 1,5 milhões de ukrainianos. E ainda o excedente de grãos na Ukraina em 1942-1943.
Pois bem, se acreditar na ordem de Beria - Zhukov, a vida na terra ukrainiana "libertada" começou com a introdução das punitivas divisões da NKVD e restauração de repressões em massa da população pacífica. E isto apesar do fato que nas fileiras do Exército Vermelho, naquele momento, havia 4,6 milhões de ukrainianos: soldados, comandantes de frentes (9 a 15 frentes encabeçadas por naturais de Ukraina) exércitos, divisões, marechais, generais (mais de 300 generais) comandantes de regimentos, batalhões e outras unidades militares, dentre eles - dezenas de heróis da União Soviética.
Seus nomes - piloto exterminador Ivan Kozhedub; comandante da frente sul e sudeste Rodion Malynovskyi; comandante das tropas blindadas Paulo Rybalka; principal comandante da 2ª, 3ª e 4ª frente ukrainiana Semen Tymoshenko; chefe do 38º exército Kyrylo Moskalenko; comandante do 1º Exército de Guardas Andrii Hrechka; dirigente da mais célebre subdivisão em URSS de desembarque marítimo Kostiantyn Olshanskyi; legendários líderes dos guerrilheiros ukrainianos Sydor Kovpak e Oleksii Fedorov; o porta-bandeira Oleksii Berest e muitos outros - para sempre inscritos na história da Grande Vitória.
Ivan Kozhedub - melhor ás aéreo da coalizão anti-hitlerista!
Precisa admitir honestamente que a política repressiva de Stalin-Beria na maior parte desvalorizava a alegria da vitória da URSS sobre a Alemanha, deixando uma cicatriz profunda na alma de milhões de ukrainianos, o que determinou depois os resultados do referendo sobre a independência da Ukraina (mais de 92% "a favor").
De fato o "Dia da Vitória" para os ukrainianos - por sorte, pacífico - tornou-se o Dia da Proclamação da Independência da Ukraina, e também Rússia, Bielorrússia e outras anteriormente repúblicas da URSS tornaram-se, com plenos direitos, membros da comunidade mundial, livraram-se de inquisição na forma de Tcheká - OGPU - NKVD - MGB - KGB - da URSS, embora não tenham esquecido a repressão massiva, os gulags, tratamentos psiquiátricos.
[8] Klym Savur - pseudônimo de Kliachkivskyi Dmytro, nascido em Zbarazh, Ternopil. Filho de aldeões, estudou direito. Foi membro da OUN (Organização dos Nacionalistas Ukraiianos). Organizador e comandante do UPA (Exército Insurgente Ukrainiano). Morreu em luta contra NKVS (Comissariado do Povo dos Assuntos Internos que antecedeu NKVD).
Tradução: Oksana Kowaltschuk
Continua...