quinta-feira, 12 de setembro de 2013

ARMÊNIA DECIDIU ADERIR À UNIÃO ADUANEIRA?

Ukrainskyi Tyzhden (Semana ukrainiana)), 04.09.2013

O presidente da Comissão do Parlamento Europeu dos Assuntos Externos Elmar Brok (Alemanha) considera que Rússia chantageia Armênia para que ela decida se juntar à UA. Ele emitiu este pensamento ao comentar a declaração que o presidente armênio Serzh Sarhisyan emitiu depois de conversar com Vladimir Putin em Moscou. Brok disse: " Sinto muito sobre isso. Eu tenho discutido este assunto com o presidente armênio também. Sabemos que Armênia está sob intensa pressão por causa da difícil situação com o Azerbaijão e Nagorno-Karabakh. Tudo isso é pressão. Um país tão pequeno como Armênia chantageado para aceitar tal decisão".

"Eu sinto muito, porque legalmente, devido a certas condições, é impossível ser membro da UA e assinar o Acordo de Associação e livre comércio com UE" - disse ele e acrescentou que as relações entre Armênia e UE no futuro "serão as mesmas que com outros países, mas não serão relações com perspectivas européias.

À pergunta, se Armênia pode mudar sua decisão até a cúpula em Vilnius, Elmar Brok respondeu que espera que sim, porquanto os representantes da UE irão conversar sobre a situação com Armênia.

Ele também acredita que é necessário resolver o problema de Nagorno-Karabakh. "A UE, que até agora não fez isto, deve demonstrar mais interesse na resolução deste problema".

Como ficou noticiado, o presidente da Armênia Serzh Sarhisyan declarou sobre decisão de aderir à União Aduaneira após seu encontro com Vladimir Putin em 3 de setembro.

Ukrainskyi Tyzhden (Semana ukrainiana), 07.08.2013)

Para arrastar Armênia à UA, Rússia empurrava Azerbaijão à guerra em Nagorno-Karabakh. Rússia implantou toda alavancagem possível para, na véspera da cúpula de Vilnius obrigar Armênia à recusa da criação da zona de livre comércio com UE e obrigar Armênia solicitar entrada na UA, segundo comentário no ZN.UA do ex-ministro da Segurança Nacional da Armênia, presidente do Centro de Estudos Políticos e Legais Concord David Shahnazarjan. Ele explicou a decisão repentina do presidente armênio de adesão à UA com "pressão sem precedentes do Kremlin."

A pressão realizava-se em várias frentes. Particularmente, Kremlin planejava empurrar Baku para nova guerra por Nagorno-Karabakh  fornecendo, por milhões de dólares, armas russas para Azerbaijão. E, incluíndo declarações públicas dos diplomatas russos sobre possível desestabilização na política interna da Armênia.

De acordo com o especialista, "Moscou tem certas influências no campo político interno. Há a "Armênia Próspera", o Congresso Nacional e outros, que agem a favor de interesses russos. Penso que houveram também outras alavancagens de pressão" - disse Shahnazarjan.

"Nossa Constituição não permite que o país se torne um membro de plenos direitos da UA. Se, de repente, apesar da proibição da Constituição, Armênia se tornar um membro pleno da UA, haverão consequências muito negativas para o país, porquanto ele se tornará um apêndice da Rússia", - diz David Shahnazarjan.

Já o analista político do Instituto de Cooperação Euro-Atlântico V.Gorbach declarou:  "Armênia é refém da Rússia em qualquer questão: tanto na solução do problema de Nagorno-Karabakh, como na integração européia. Além disso, praticamente toda a economia da Armênia está nas mãos da Rússia, e também Rússia tem uma base militar na Armênia. Isto quer dizer que a situação da Armênia é mais complicada para escolha independente, embora, a situação na Ukraina é semelhante. É claro que os armênios gostariam integrar-se com os dois lados, mas há a posição russa. Portanto penso, que a declaração conjunta dos presidentes da Armênia e Rússia - é um passo forçado de Yerevan".

"É claro que a probabilidade de que o acordo será rubricado ainda persiste. Por que a UE faria isto? Em particular, como um projeto para o futuro, entendendo que o acordo ainda não entra em vigor, mas, hipoteticamente pode entrar. Além disso, a rubrica de tais acordos aguardam Moldova e Geórgia "no mesmo pacote" com Armênia. Então, é necessário fechar essa questão para ela não voltar" - diz Gorbach.


Tradução: Oksana Kowaltschuk

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