sábado, 7 de setembro de 2013

UNIÃO ADUANEIRA: Expandir, para não desintegrar

Ukrainskyi Tyzhden (Semana Ukrainiana), 29.08.2013
Andrii Skumin

A formação da União Aduaneira liderada pela Rússia não justificou as previsões otimistas de seus ideólogos. A insatisfação e o movimento pela saída de sua composição intensificam-se tanto no Cazaquistão, quanto na Bielorrússia.


A tentativa de completo bloqueio dos bens ukrainianos para mercado russo pode ser considerado um know-how russo nos processos de integração. Pelo menos a experiência, até agora, na formação de uniões aduaneiras nos limites de Benelux, Europa ou países da América demonstrou, exclusivamente, a convergência voluntária. Durante os 40 anos da integração europeia, de 1973 a 2013, nenhuma expansão da comunidade foi associada com coerção. Pelo contrário, as instituições da UE precisaram criar salvaguardas contra a entrada em massa de novos membros, com consequências negativas para organização e seus membros. E, com esta finalidade, o Conselho Europeu formulou os critérios de Copenhague. Observemos, que desde o final dos anos sessenta essas comunidades já não eram apenas união aduaneira, mas profunda forma de integração, quando os países delegam às instituições coletivas consideravelmente mais soberania, que na união aduaneira. Sem dúvida, a integração econômica - processo complexo, quando os países-membros perdem ferramentas administrativas de proteção dos interesses dos produtores nacionais e agem as leis da concorrência. Daí, que dos conflitos, ninguém está assegurado, mas eles sempre foram resolvidos através do compromisso, nunca pela coerção. Como exemplo - um dos períodos mais controversos da integração européia (nos limites das comunidades européias) está associada a obstrução da França na travessia da união aduaneira ao mercado comum, quando as instituições da UE adquiriam o direito de tomar decisões por maioria e não por unanimidade. Então, França boicotava o trabalho das instituições da Comunidade Econômica Européia (de acordo com o pacto sobre União Europeia, o nome "Comunidade Econômica Europeia" foi alterado para "Comunidade Europeia"). Este período entrou para história como política de "cadeira vazia". Mas os países da comunidade não bloqueavam a fronteira para importações da França, mas, pelo contrário, procuravam (e finalmente encontraram) o entendimento.

A conservação da União Aduaneira precisa expansão constante, o que, por um determinado tempo, ampararia a ilusão de sua atratividade e perspectivas.

No entanto, apenas três anos da União Aduaneira da Rússia, Bielorrússia e Cazaquistão demonstrou, que sua viabilidade econômica é questionável, e o abuso de posições dominantes próprias de Moscou são demasiado óbvias. Isto, naturalmente, irritou os parceiros, o que continua crescendo. Kremlin ocupa-se com restrições a livre circulação através território da União Aduaneira de acordo com seus próprios interesses. A pauta aduaneira também é formada nos interesses da Rússia. Isto, por exemplo, tem impacto negativo sobre o mercado de Cazaquistão, o qual é ativamente forçado comprar a produção russa, de construção russa principalmente de automóveis. Este país ainda não criou a produção própria automobilística, enquanto a FR tem problemas com as vendas do WHA. 
Com a formação da pauta aduaneira comum nesta questão foi levado em conta os interesses da Rússia e definido altas tarifas para mercadoria importada. Como consequência - depois da entrada na UA, no Cazaquistão a tarifa aduaneira dos automóveis
de qualidade elevou-se significativamente. No caso da Toyota Camry de 2,05 mil dólares para 11,3 mil dólares, VW Golf - de 1,82 para 7,84 mil dólares.

Com isso, recolhidos dentro da UA as tarifas aduaneiras vão, quase exclusivamente para orçamento da FR (89%). Aos cazaques a UA trouxe também o aumento de preços de uma série de produtos de consumo, principalmente alimentícios e commodities. Exemplo, trigo sarraceno - quase em 2,5 vezes, diferentes tipos de carnes - para 33-40%, gasolina - 25%, peças de reposição para carros populares da vizinha China - 30-40%, etc.

Mas, o desalojamento dos bens dos produtores cazaques, do seu próprio mercado interno pelas importações da Rússia e Bielorrússia, já criou um poderoso movimento social pela saída do país da UA. No início de 2013 o partido de oposição "Azot" até iniciou, nesta questão, um referendo geral e nacional. E, como testemunham as fontes deste jornal, a idéia de sair da UA é popular até nas regiões norte e leste do país onde predomina o idioma russo. Mesmo a oficial Astana cada vez mais claramente sinaliza sobre sua posição na UA. Em particular, sobre isso, em março de 2013 abertamente declarou em Moscou o vice-primeiro-ministro do Cazaquistão Kairat Kelimbetov. Lentamente cresce a insatisfação com UA também na Bielorrússia, que parecia, iria beneficiar-se com a entrada, porque sua economia é muito dependente da russa. Assim, em junho deste ano, no país aconteceu uma série de ações de protestos, inclusive uma greve de um dia, dos empresários que começaram recolher assinaturas com a exigência para sair da UA.

Moscou tenta restringir a circulação de mercadorias dentro da própria organização, como fazia anteriormente nos países com os quais atuava o Acordo de livre comércio, FTA. Através dos serviços de controle (como o Serviço Federal) e com ajuda de procedimentos administrativos, ela pode bloquear qualquer penetração de bens em seu país do território de "aliados", o que contradiz a idéia da UA. Recentemente, devido a este motivo novamente manifestou-se o presidente bielo-russo que sarcasticamente declarou, que "na Rússia o ideólogo e representante comercial número um - é o principal médico sanitário  Hyennadiy Anischynko. Ele é especialista em vinhos da Moldávia, águas georgianas e nossa carne-leite." Em particular, no final de julho deste ano, o mesmo Anischynko expressou suspeita, que parte de produtos chineses entram no território da FR através de Cazaquistão, com etiqueta "Made in Kazakhstan", e produtores bielo-russos levam para Rússia mais leite que produzem. Então, esta produção, que transportam de além fronteira para Bielorrússia, marcam como lançada lá e depois ela aparece no mercado russo. Em seguida o principal sanitarista de Kremlin disse uma frase enigmática: "E aqui precisa compreender, quais os mecanismos nós apresentaremos". Alavancagem efetiva para influenciar o voluntarismo russo Bielorrússia e Cazaquistão, ao entrar na UA, realmente não receberam.  E, de acordo com a Comissão da UA, de 06.10.2007, este único, permanentemente ativo órgão regulador da UA decide 2/3 de votos, distribuídos da seguinte forma: Rússia - 57%, Bielorrússia e Cazaquistão - 21,5% cada. Isto é, aceitar uma decisão que não seja interessante a Moscou, Minsk e Astana não têm nenhuma capacidade.

Deste modo, as contradições entre os três países, após a criação da UA não foram retiradas. Kremlin manteve amplas possibilidades para conversar com parceiros de uma posição de força, ignorando seus interesses econômicos e impondo sua vontade. Então, em conformidade, que a insatisfação aos membros daquela organização aumenta gradualmente. Em tais circunstâncias, a preservação da União Aduaneira exige constante expansão, que durante certo tempo apoiaria a ilusão de sua atratividade e perspectivas. E neste caso, é mais uma razão importante introduzir lá, por qualquer valor Ukraina.


Tradução: Oksana Kowaltschuk

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