segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

TYMOSHENKO TRANSFERIDA PARA COLÔNIA PENAL

Tymoshenko foi enviada para uma Colônia em Kharkiv
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana) e Tyzhden (Semana), 30.12.2011
Segundo a informação da prisão, Tymoshenko foi enviada hoje, às 8 horas, para o local aonde deverá cumprir a sentença, e que fica na Província de Kharkiv.
"Antes da viagem ela foi examinada por médicos. Estes concluíram que sua condição de saúde permitia o transporte", - disse o responsável pelo Serviço Prisional.
"Para o transporte foi designado um micro-ônibus com todas as comodidades: sanitário, pia e dois sofás".
"Também foram mandados todos os seus objetos (12 malas), num carro à parte"
Ela foi enviada à Colônia "em conformidade com toda a legislação aplicável". Como já foi anunciado anteriormente, o Tribunal de Recursos validou a decisão do Pecherskyi Tribunal que a condenou a 7 (sete) anos de prisão e uma multa de USD 187.500.000.
Vlasenko (advogado) disse que esta ordem do presidente violou a lei. Segundo o chefe da prisão, a ordem chegou durante o horário laboral. Isto não podia acontecer porque somente às 18 horas o Tribunal de Recursos terminou, na íntegra, a leitura das decisões judiciais. Também foi violada a lei porque na decisão do segundo aprisionamento o Tribunal Distrital Shevchenkivskyi diz claramente que Tymoshenko deve permanecer na prisão de Kyiv.
O advogado permaneceu na prisão a tarde toda do dia anterior e todos lhe garantiam que não havia nenhum preparativo para transferência. (Como vemos, a história se repete. Nos anos do Grande Terror, sob ordens de Stalin, as prisões de pessoas se efetuavam quase sempre a noite, de surpresa, sem nenhum julgamento prévio. - OK).
Segundo foi dito ao advogado, Tymoshenko foi carregada ao micro-ônibus pelos funcionários da prisão, já que ela não consegue se locomover.
Segundo Oleksandr Turchenov a direção da prisão não forneceu nenhum documento sobre a transferência e também não há indicação certa para aonde Tymoshenko foi levada. Isto é especialmente feito para que o Ano Novo seja mais doloroso para Tymoshenko e para impossibilitar qualquer comunicação com ela, inclusive médica.
Um grupo de deputados da facção B'iut-Batkivshchyna viajou para Kharkiv para encontrar-se com Yulia Tymoshenko. Os deputados prometem acompanhar o futuro da Tymoshenko e informar a comunidade.
Quando pela manhã da sexta-feira a mãe trouxe uma entrega para filha (provavelmente alimento, Tymoshenko não se alimentava com comida da prisão), ela foi avisada que Tymoshenko já não se encontrava ali.

Vista aérea da Colônia Penal de Kharkiv

Segundo últimas notícias, um pouco antes das 14 horas, à Kachanivka, colônia de mulheres, nº 54, adentraram alguns automóveis da milícia, com um automóvel especial (de vidros escuros), provavelmente com Tymoshenko.
Neste momento, na entrada já havia um grande grupo de jornalistas e ativistas do partido com bandeiras. Desde cedo circulavam automóveis da milícia.
Às 14h20min o diretor da colônia, Ivan Pervushkin confirmou a chegada da Tymoshenko e disse que ela está em acomodações provisórias. A sua pergunta, como estava, Tymoshenko respondeu que estava cansada da viagem.
Nesta colônia, segundo informações oficiais, há, aproximadamente 900 mulheres, 14 das quais condenadas até a morte.
Segundo diretor da prisão a câmara à qual encaminharam Tymoshenko tem 37,5m² no total, 31m² para permanência. Em separado banheiro com lavatório, bidê, chuveiro e vaso sanitário. A câmara destina-se para 7 pessoas mas, no momento, além da Tymoshenko tem uma mulher.
A filha da Tymoshenko disse que a mãe foi levada ao micro-ônibus em cadeira de rodas e "jogada dentro como animal". E que a estória de 12 malas é mentirosa. (Como é que Tymoshenko iria acomodar 12 malas na câmara prisional e qual seria a necessidade disso se ela, constantemente recebia visitas de familiares que podiam levar-lhe várias trocas de roupas limpas? - OK)
Segundo correspondente do jornal "Comentários de Kharkiv" os preparativos para receber Tymoshenko começaram bem cedo. Os trabalhadores rodoviários tapavam os buracos no asfalto e ao território da colônia vieram três ônibus de guardas do destacamento especial "Berkut".
A escritora e poetisa Lina Kostenko e sua filha Oksana Pakhlovska, literata, assinaram a declaração conjunta, do coletivo da inteligência, não reconhecendo a decisão do Tribunal de Recurso, no caso da Tymoshenko.
Lina Kostenko, por princípio, nunca assina apelos e manifestações. Mas, este caso é excepcional. Lina e Oksana estão indignadas. Elas consideram a transferência da Tymoshenko para colônia como decisão sádica do governo, principalmente porque isto foi feito na véspera do Ano Novo.
"Isto parece um cálculo cínico de que a comunidade, com as preocupações festivas esquecerá a pessoa que sabe dizer "não" ao abuso do estado e por isso ainda hoje sofre determinações tzaristas-stalinistas", - disse Kostenko.
Como é do conhecimento geral, anteriormente os intelectuais se manifestaram contra a decisão do Tribunal de Recursos.
Na Colônia Kachanivka Tem um mercadinho onde as prisioneiras podem fazer compras, uma oficina de costura, uma sala para encontros com familiares, padaria, criação de aves.
Há possibilidade de profissionalização: costura, serviços de pedreiro, rebocador, colocador de azulejos, pintor (a colônia abriga somente mulheres).
Para garantir o laser cultural há uma biblioteca com 11 mil livros e trabalham grupos artísticos de iniciativa própria, criação literária e diversas medidas culturais. Os funcionários da colônia estimulam e apóiam os interesses de suas pupilas. Especialmente os grupos de tricô e crochê, bordado, frivolité, "ekibany".
Também tem um clube para 420 lugares, uma pracinha de esportes de verão e recentemente abriu uma sala esportiva.
Com a educação dos presos colaboram representantes de organizações comunitárias e estatais. Organizam-se os dias de visitas para os parentes.
Tradução: Oksana Kowaltschuk
Foto formatação: AOliynik

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