Em algumas províncias da Rússia votaram até 146% (!) eleitores
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 06.12.2011
Ihor Tymots - Ascold Yeromin
Medvedev (E) e Putin (D) |
A contagem dos votos mostra que o apoio ao partido governante, "Rússia Unida", em comparação com as eleições parlamentares anteriores, caiu. O partido "Rússia Unida" perdeu a maioria das cadeiras na Duma. Dos 96% de votos computados, o partido "Rússia Unida" recebeu 49,5 dos votos, ou equivalente a 238 das 450 cadeiras.
Os observadores independentes falam sobre os fatos da interferência do governo e das fraudes em massa nas eleições. Verificam-se maiores quantidades de cédulas nas urnas que eleitores inscritos em diversas províncias, de até 146%, votos de "almas mortais", listas de eleitores não verificadas. A oposição chamou seus apoiadores para manifestação. Serhii Mironov, líder do partido "Rússia Justa”, disse que na capital do norte (São Petersburgo) a violação da lei foi total - descaradamente reescreviam os protocolos.
Então, o "patrão" já não é tão forte como antes... E o famoso "poder vertical", que com tanta obstinação construía Putin, pode mover-se.
Claro, ainda falta um bom tempo para as eleições presidenciais, e Putin fará todo o possível para corrigir a situação. Para evitar o segundo turno, Putin necessita aumentar seu ranking pessoal. O que precisa fazer para isso? Aquilo que esperam os seus eleitores. Para saber, é suficiente para Putin olhar o resultado da Duma. Parte de votos que esperava "Rússia Unida" não foi para os democratas, com foco na construção de uma "Rússia Européia". Esses votos receberam, principalmente, os comunistas de Zyuganov e os chauvinistas de Zhyrynovskyi... Para recuperar os votos desses eleitores para si, Putin claramente vai jogar nos próximos seis meses no campo eleitoral do Partido Comunista e LDPR (Partido Democrata Liberal da Rússia - Zhyrynovskyi) e continuará a construção da União Eurasiana. A melhor coisa para Putin seria, promover até a primavera, "uma pequena guerra vitoriosa". Então venceria no primeiro turno. Possíveis variáveis não são muitas.
Em 25.11.2011 Lukashenka negociou com a Rússia as ações da Byeltranshaz, que até então era propriedade da Bielorrússia, em troca de um crédito de USD10 bilhões a 15 anos, construção de uma usina nuclear no território bielorrusso e o preço do gás no mesmo valor de Yamalo-Nenetz, local onde é explorado, preço que já foi negociado anteriormente com a Rússia e não vigorou. Mas, segundo promessas de Putin entrará em vigor agora e isto porque Lukashenka ameaçou não entrar na União Aduaneira.
Na Geórgia guerra já é passado. Agora, verdade, na Ossétia do Sul - revolta - não quiseram votar no candidato "correto" [1]. É possível entrar em Tskhinvali. Mas Ossétia não é o escopo.
Resta Ukraina. Se Putin a domar, serão seus os votos da "Rússia Unida", dos comunistas de Zyuganov e do Zhyrynovskyi. Como grande vitória de Putin, aos olhos dos eleitores russos tornar-se-ia a não integração da Ukraina com UE. Se, em 19 de dezembro a cúpula UE-Ukraina não realizar-se (ou o Acordo dobre a Associação da Ukraina com UE não for rubricado), as chances da vitória de Putin no primeiro turno aumentam.
[1] Alla Dzhyiova, oposicionista, venceu o 2º turno das eleições presidenciais, o que não foi reconhecido. Depois da decisão da justiça o presidente Kokoite declarou que todas as seguintes ações da Dzhyiova estarão fora da lei e reforçou que as eleições presidenciais realizar-se-ão em 25.03.2012. Em Ossétia realizam-se protestos contra ações do governo pró-Rússia.
Tradução: Oksana Kowaltschuk
Foto formatação: AOliynik
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