terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

A REVOLTA DE UM POVO ou UM POVO QUE DESPERTA

Os soldados ex-combatentes no Afeganistão deram as costas ao presidente Yanukovych
Den (Dia) - Jornal diário ukrainiano, 15.02.2012

Dia 15 de fevereiro, durante a cerimônia no monumento dos combatentes internacionais em Kyiv, os representantes das organizações afegãs deram as costas ao presidente.
A cerimônia era em comemoração ao aniversário da retirada soviética do Afeganistão.
Os veteranos-afegães chegavam desde 8 horas, com flores e uniformizados, ao monumento próximo a Pecherska Lavra, em Kyiv.
Aproximar-se do monumento não puderam porque foi colocada uma cerca de metal, e havia guardas da presidência. Precisaram esperar hora e meia em pé, no frio, pelo presidente que demorou.
Quando, finalmente, o presidente chegou, cercado por agentes e jornalistas, os afegães, a um comando, voltaram-se de costas para ele. Nem mesmo descobriram a cabeça durante o hino, e permaneceram assim até a saída do presidente. Um deles comentou: "O presidente foi o primeiro a voltar-nos as costas, nós respondemos".
Eles puderam colocar as flores somente depois da saída do presidente.
Nos estadios vaiaram, nos cartazes jogaram tinta, no parlamento não se calaram. Os líderes europeus afastam-se.
Vyssokui Zamok (Castelo Alto), 09.02.2011
Natalia Baliuk



Segundo os oposicionistas a ação não foi planejada. Nem sabiam que o presidente viria ao parlamento. Quando o presidente foi anunciado, os oposicionistas ficaram "felizes", e começaram a exclamar: "Vergonha!". Quando Yanukovych chegou à tribuna pegaram a enorme bandeira com a foto da Tymoshenko, que colocaram sobre as cadeiras no dia de seu aprisionamento, e com o slogan "Para Yulia - liberdade!" agitavam-no.
O presidente ficou uns cinco minutos em silêncio: olhava para o teto... para as paredes... Com certeza esperava que se cansassem. O presidente do parlamento ficou em choque. A situação continuou até que o vice-presidente veio e falou algo no ouvido de Yanukovych. Com certeza avisou que com a cobertura da TV ao vivo, as vozes dos deputados não serão ouvidas. Finalmente Yanukovych começou. E, realmentee a TV não mostrou, além do presidente e o lado onde estava a situação, que olhava extasiada.
Em algumas reportagens apenas pareceu que os oposicionistas murmuravam um pouco. Na verdade eles clamaram o tempo todo.
Terminado o discurso, o presidente, com expressão petrificada, e sob aplausos da ala situacionista, retirou-se.
O partido das Regiões avisou que a vingança será terrível.
O presidente do parlamento, Volodymyr Lytvyn, lamentava que tal comportamento não propicia diálogo e não vai ajudar Tymoshenko. Na hipocrisia de Lytvyn ninguém reagiu porque ninguém mais acredita no governo: nem a oposição, nem a nação e nem a comunidade internacional.
Em uníssono com a obstrução no parlamento Yanukovych recebeu um "tapa" dos políticoos europeus. O presidente da representação da UE na Ukraina José Manuel Pinto Teixeira declarou que os líderes da UE realmente evitam encontros com o presidente ukrainiano. Eles cansaram de encontros com Yanukovych e conduzir conversas apropriadas, mostrar o caminho da verdade. Estão cansados de ouvir a sua "desculpa" e promessas vazias. Parece, sinais (desde o dia da posse) há suficientes, para Yanukovych reconsiderar e mudar a sua política míope, que, inevitavelmente, o leva para autoritarismo.
Pesquisa Internet



No estádio em Kyiv, Yanukovych, ao discursar na cerimônia de inauguração foi vaiado (assobios) pelo público. No entanto a TV não mostrou.
Na inauguração do estádio em Lviv Yanukovych não compareceu, provavelmente devido aos assobios no estádio em Kyiv. Não adiantou, bastou sua imagem aparecer na TV. . .
Nos outdoors do Yanukovych, com cumprimentos natalinos e de Ano Novo jogaram tinta, geralmente vermelha, em várias localidades do país.
Foram abertos inquéritos judiciais contra os jornalistas que escreveram sobre o assunto e publicaram fotos de outdoors manchados.
Um dos jornalistas, Yevhen Borisov foi chamado para interrogatório. A "conversa" durou 4 (quatro) horas. Inicialmente o investigador perguntou: "Você sabe como milícia tortura pessoas?" O jornalista foi aconselhado para confessar que foi ele mesmo que jogou tinta no outdoor para ser o primeiro que escreveu sobre isso e tornar-se conhecido. E a polícia, por sua vez, brevemente encerraria o caso.
Levaram seu telefone "para averiguar se não era roubado". Entregaram depois mas copiaram todos os seus contatos. Passaram a chamar todos para interrogatório, alegando motivos diversos.
De outro jornalista, Viktor Homol, o policial queria saber aonde foi obtida a informação, apesar de que o texto já trazia a informação bem clara sobre a pessoa que relatou o fato ao jornalista, e de quem era a foto. O próprio jornalista nem esteve no local, mas o investigador considerou o jornalista como "pessoa que iniciou a infração da questão criminal", porque ele publicou o fato.
Tradução: Oksana Kowaltschuk
Foto formatação e video: AOliynik

Nenhum comentário:

Postar um comentário