quarta-feira, 30 de maio de 2012

2012: ANO DA DEGRADAÇÃO DAS FORÇAS ARMADAS?

Dzerkalo Tyzhnia (Espelho da Semana), 27.04.2012
Dmytro Mendelieiev


Muito poucos resultados da reunião da Comissão da Reforma das Forças Armadas e da indústria da defesa, que teve lugar em 20 de abril sob a liderança de Viktor Yanukovych, é prova eloquente de que a estadia de 80 dias de Dmytro Salamatin [Ministro da Defesa e cidadão russo naturalizado ucraniano em 2005. AO] em alto posto estatal, não conseguiu contribuir no desempenho de seu antecessor, referente ao decreto presidencial caduco, de 17.11.2010.

Lembro que neste documento já coberto de pó, tratava-se da necessidade de desenvolver, em data mais próxima possível, a nova redação da Doutrina Militar e Estratégia de Segurança Nacional sancionando o Programa Estatal da Reforma e Desenvolvimento das Forças Armadas da Ukraina para 2011-2015, isto é, todos aqueles documentos que devem determinar a direção da reforma do exército para perspectiva dos próximos cinco anos, e além.

Os relatores que prepararam o discurso do presidente, fraudaram, apresentando a seu chefe o texto, que quase inteiramente coincide com o apresentado na reunião do Conselho de Segurança Nacional em novembro de 2010.

Também está claro que Dmytro Salamatin ainda não tem nada para relatar: aumento para manutenção de militares não sai, problemas com garantias de moradias para militares não se resolvem. Os comerciantes também não estão prontos para dar dinheiro. E ainda tem o escândalo com o fato de em 2005 o ministro D. Salamatin ter recebido - às vesperas das eleições parlamentares a cidadania ukrainiana.
Não destacou-se no tempo a preparação de D. Salamatin, para reforma do exército, o repetido anúncio de Yanukovych que "2012 é o ano da Reforma das Forças Armadas".

Analisando tudo, o ano das reformas presidenciais, gradualmente transformado em meio, e então, eis que, para tudo e sobre tudo sobra um quarto, e ainda sob condições, que o ministro da Defesa se recusará de gerenciar à distância a empresa "Ukroboronprom" (Consórcio de empresas estatais especializadas em exportação de armamento e concessão de diversos serviços na esfera técnico-militar) e pretensão de "sacudir" as estruturas comerciais que asseguram o combustível militar, o alimento e mobiliário, com total substituição dos gestores das empresas estatais, com pessoas leais aos novos dirigentes do departamento militar.

Eu estou longe da suposição, que 08.02.2012 - data da nomeação de D. Salamatin para o Ministério da Defesa tornar-se-á para o exército ukrainiano o ponto de não retorno, levando a consequências catastróficas. Mas os escândalos, grandes e pequenos que acompanham a curta e improdutiva atividade "reformista" do ministro, obrigam à suposição do pior cenário de desenvolvimento das ações.

Quem é você, Salamatin, cidadão da Ukraina?
A arrebatada discussão nos meios de informação de massa, o súbito recebimento da cidadania ukrainiana por D. Salamatin provavelmente não causará quaisquer consequências graves. É improvável que o presidente cancelará o decreto de cidadania para tão valioso á Ukraina imigrante. Também não sofrerão os burocratas e funcionários públicos, que rapidamente analisaram as matérias sobre D. Salamatin, deixando um rastro de perguntas no plano jurídico e político. Não, especialmente, se castigarão com dúvidas os participantes do Congresso Pré-eleitoral do Partido das Regiões, os quais no dia 03.12.2005 aprovaram a lista dos candidatos a membros do Parlamento - apenas 3 (três) dias antes da assinatura do decreto Nº 1705 assinado pelo ex-presidente V. Yushchenko. (Decreto referente ao recebimento da cidadania ukraniana por D. Salamatin, em 06.12.2005 - OK).
As testemunhas desses eventos até observaram, que a pessoa que leu a lista dos candidatos no Congresso, saltou o N° 88, de D. Salamatin, mas, a pedido do patrocinador principal, rapidamente corrigiu-se.
Note-se que, dada a interpretação da "elasticidade" de trato de certas disposições de nossa Constituiçãoo, até mesmo para ser popularmente eleito presidente da Ukraina, não necessariamente será de dez anos de cidadania ukrainiana - é suficiente apenas três dias para indicar o candidato à cidadania com qualquer secreto, ou não tão secreto decreto presidencial.
Novamente, tratando bastante livremente a Constituição e as leis ukrainianas, os membros da Comissão Eleitoral Central (CEC) e os chefes do Partido das Regiões "esqueceram", que, além da residência de cinco anos, há outras condições para a concessão de cidadania. Por exemplo, a presença de fontes existenciais na Ukraina. No caso da documentação de Salamatin, dos documentos da Comissão Eleitoral Central (CEC), vem à tona, que no momento da eleição para o Parlamento ele encontrava-se desempregado. Já depois, no site do Ministério da Defesa aparece o local de trabalho do atual ministro - Conselheiro do Presidente do Congresso Internacional de Mineração de cooperação com Ukraina. Claro, nada de errado que essa organização é, em parte de cidadãos, pois o nosso futuro cidadão e Ministro da Defesa - colaborava com ela nos princípios de cidadania.
É difícil julgar o quanto, o cidadão da FR Dmytro Salamatin era valioso para nosso país. Mas na Rússia ele é realmente valioso, porque no Parlamento ukrainiano, defendendo a honra, a glória e a implantação em Sevastopol, a frota russa do Mar Negro, ocasionou derramamento de sangue, o que é verdade, mas não o seu.
Eu não gostaria de mistificar a cabeça de nossos homens públicos com as nuances de legislação sobre a cidadania, mas lembro, que a pessoa, a qual recebe a cidadania ukrainiana deve declarar, nos próximos dois anos, diante de órgãos competentes, sua retirada da cidadania de outro país.
Qualquer serviço especial invejaria tal presente - obter direitos parlamentares de outro país, não só com acesso ilimitado aos segredos de Estado, mas também com as maravilhosas possibilidades de influir sobre todos e tudo, e depois ainda outorgar-lhe uma posição- chave no país... Bravo!
Rússia como nosso "íntimo amigo" pode apenas regozijar-se com o seu antigo, ou não, ex-compatriota.
Mas, será que se alegrarão os militares ukrainianos com o conhecimento da proposição do Ministro da Defesa D.Salamatin da concepção da reforma do exército?
 
Concepção da reforma ou plano de liquidação
A análise detalhada da concepção da reforma nascida no Ministério da Defesa é uma questão ingrata, porque está repleta de erros, imprecisões, inconsistências e incongruências. Até o mencionado anteriormente por mim o Comitê de Reforma das Forças Armadas, montado às pressas para sua primeira reunião sob a liderança da V. Yanukovych, não apresentou o veredicto sobre as decisões.
No entanto, é preciso prestar atenção a alguns momentos importantes.
Antes de D. Salamatin, ex-cidadão russo, o conceito de reforma do exército era intensamente desenvolvido por outros cidadãos da Ukraina. Para exemplo citarei alguns números da proposição da reforma militar, que foram elaborados pelos ex-ministros da Defesa Yuri Yekhanurov e M. Yezhel.
Os cidadãos da Ukraina Y. Yekhanurov e M. Yezhel propunham estabelecer o número do exército correspondente a 212.160 pessoas, já D.Salamatin propõe reduzir as forças armadas para 100 mil pessoas, das quais apenas 75 mil serão militares.
Na aviação militar D.Salamatin planeja deixar apenas 100 unidades de técnica militar. Y. Yekhanurov previa 600 aeronaves e M. Yezhel 475.
O número de tanques, o cidadão da Rússia, D. Salamatin, planeja diminuir para 270 - de 780 e 620 de Y. Yekhanurov e M. Yezhel respectivamente.
De três corpos do exército de Y. Yekhanurov e dois de M. Yezhel, D.Salamatin propôs não deixar nenhum.
É entendido que nas atuais condições econômicas manter um grande exército é difícil, mas, ainda é mais difícil executar momentaneamente sua redução, removendo para rua um grande número de soldados sem teto, os quais não terão possibilidade de conseguir um novo trabalho, sem formação adequada, para não mencionar as enormes consequências para militares dispensados.
Surge a pergunta, e talvez nosso ministro da Defesa não planeja criar um exército combativo? Provavelmente, bem mais interessante, com pretexto de redução das forças armadas é retirar do complexo combativo a técnica e o armamento, os quais poderão ser facilmente vendidos nos mercados estrangeiros. Pois não foi casualmente que D.Salamatin recentemente tentou abraçar mais um cargo proveitoso que lhe daria possibilidade de manter seu cargo de ministro e ainda controlar o grupo "Ukroboronprom" (consórcio de empresas estatais especializada em exportação de armamento e concessão de diversos serviços na esfera técnico-militar).
Ministro com veia comercial
Precisa dar os devidos créditos a vasta experiência e conhecimento legislativo ao atual ministro da defesa no Parlamento, sem os quais dificilmente D. Salamatin criaria o projeto do dispositivo do Gabinete de Ministros sobre a sua nomeação como membro do conselho de supervisão do grupo "Ukroboronprom"! Não se envergonhando nem um pouco, D. Salamatin encaminhou este documento para verificação do governo porque, talvez considerou, que os membros do Gabinete de Ministros também não estão muito familiarizados com o artigo 120 da Constituição da Ukraina que proibe expressamente aos ministros entrar nos órgãos de fiscalização de empresas. Não seria ruim se as pessoas que pretendem conseguir a cidadania ukrainiana tivessem verificados seus conhecimentos referentes à Constituição do país!
D.Salamatin desde os primeiros dias de sua permanência noMinistério da Defesa fez uma série de declarações, a partir das quais percebe-se, que o que mais lhe interessa nas Forças Armadas é a presença do excesso de bens, os quais podem ser vendidos e as receitas provenientes da venda total direcionar ao aumento do subsídio dos militares. E esta é apenas mais uma das já não executadas promessas do novo ministro. A venda continua, mas os salários não querem subir!
Não tenho dúvidas, que a falta de documentos básicos da reforma do exército não atrapalha ao ministro e seu comando no preparo dos bens militares para venda. Por uma questão de justiça, declaro que à equipe do ministro, que compõe-se principalmente de extranumerários auxiliares e conselheiros, incluindo deputados, participa, até agora somente um, seu vice - antigo colega do "Ukroboronprom" D. Plyatsuk o qual, segundo sua biografia oficial não serviu exército. A esta jovem (33 anos) pessoa D.Salamatin confia tanto que durante suas férias (mesmo com a presença do Primeiro-Vice-Ministro O. Oliynyk) lhe foi confiado fazer toda a defesa do nosso país, como anunciou oficialmente na véspera o governo.
É claro que esta decisão de modo algum está preocupada com o reforço da defesa do Estado, antes de tudo D. Salamatin temeu perder o controle sobre os fluxos financeiros e econômicos - de repente qualquer centavo cai fora na sua ausência.
É entendido que os sentimentos ternos que ele tem ao "Ukroboronprom" plenamente delinear-se-ão na formação do pedido de defesa para 2012, o qual o governo, ainda não aprovou. Então você entende o porquê. A recém-nomeada liderança do Ministério da Defesa precisou do financiamento de diversos projetos. Não vale a pena pensar no questionamento, qual a empresa que receberá a parte leonina de financiamentos, previstos na realização de trabalhos no âmbito de encomendas de defesa estatal. É claramente entendido o consórcio "Ukroboronprom". E considerando que, quase 500 milhões de UAH (62.500.000 USD) para financiamento de encomendas estatais devem vir do fundo especial do orçamento, cujo enchimento este ano é bastante problemático, é óbvio que dinheiro vivo não chegará aos programas AN-70 "Korvet" e projeto para criar um complexo multifuncional foguete.
Em um artigo anterior ("E eu acredito no presidente Yanukovych!" "Dzerkalo Tyzhnia" Nº 45 de 09.12.2011) o autor dessas linhas em detalhe destacou algumas características da realização dos programas dentro do setor das encomendas estatais do ministro anterior M. Yezhel.
Lembro, tratava-se de mísseis S-300 realizado em um dia pela empresa "Ukroboronservice", que faz parte do consórcio "Ukroboronprom". É exatamente do cargo de dirigente desta empresa que D. Plyatsuk veio para o posto de vice-ministro de Defesa. A aparente facilidade com que os funcionários do ministério e gestores "Ukroboronservis" transferiram-se para reparar o sistema de mísseis, faz supor que também este ano eles conseguirão realizar operações análogas.
Prevendo que na alocação de consideráveis recursos para reanimação do submarino "Saporizhzhia", líderes do departamento militar, por quaisquer motivos esqueceram prever no projeto de sua concepção a reforma militar e sua presença na complexidade de combate de futuras forças navais. Se isso acontecer, então não terá que V. Yanukovych responder à questão colocada.
E a Vladimir Putin durante uma conferência de imprensa: "O que aconteceu com o submarino?". A resposta todos sabemos... "Espero que não afunde..."
Os especialistas na área de armas estão maravilhosamente informados, que o armamento utilizado em veículos semelhantes, já a muito não se fabricam.
Obviamente, usando um biombo, para encomenda sigilosa de armamento, além do submarino "Zaporizhzhia", estão incluídos outros programas e serviços, os quais, é duvidoso que um dia serão necessários ao nosso exército, mas nas ofertas de exportação de armas do "Ukroboronprom" eles podem ser encontrados. Mas, por que , então, o governo vai financiar através do Ministério da Defesa programas, que em perspectiva não serão necessários aos militares.
Simplesmente desta maneira as empresas do complexo de armamentos reduzem significativamente parte das despesas na realização de seus programas na modernização e desenvolvimento de novos tipos de armamento.
Devido ao fechamento do tema de encomendas de armamento é duvidoso que no futuro próximo os pagadores de impostos tenham conhecimento quanto ao dinheiro público vai anualmente para as encomendas de armamento para trabalho e pesquisas que às Forças Armadas nunca serão necessários.
No mesmo artigo eu escrevia como o Ministério da Defesa na aquisição de armamentos, no ano passado, consertava, com ajuda das empresas PP "Ostov" (Empresa particular "Ostov") e VAT "Utes" (Sociedade acionária aberta "Utes") a fragata "Hetman Sahaidachnyi" comprando motores na Rússia, através do consórcio "Ukroboronprom". Após longo sofrimento conseguiram instalar com sucesso os motores diesel M849 no flanco do combatente da frota ukrainiana! Há apenas duas nuances. Nos respectivos documentos não há vestígios de representantes militares de aceitação do produto. O segundo problema é que os motores foram apartados do fundo de troca da empresa. Isto significa, que os motores não são muito novos e, talvez usados. Espero que isto, de modo algum, afete a combatividade da fragata.
Só resta responder à pergunta: quem e quanto lucrou no tão planificado acordo de renovação da fragata para combate? E qual a emoção de D. Salamatin, com o qual esta operação iniciava-se, durante sua gestão no "Ukroboronprom", e terminava, quando ele tornou-se ministro da defesa?
Tradução: Oksana Kowaltschuk
Foto formatação: AOliynik

2 comentários:

  1. PROJETO GLOBALISTA DE DESTRUIÇÃO DAS FORÇAS ARMADAS
    Publicado em 31 de maio de 2012 por heitor

    O projeto globalista de destruição das Forças Armadas dos países considerados “periféricos”, transformando-as em simples milícias nacionais e eventualmente para emprego regional, não se limita ao Brasil, como já tem sido denunciado, nem mesmo ao nosso Continente. O mesmo, informa-nos Dmytro Mendelieiev, está ocorrendo na Ucrânia através de um governo comunista aliado de Moscou.
    Heitor De Paola - Papéis Avulsos

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    1. Caro Heitor:
      Você, estudioso do assunto de longa data, está coberto de razão em sua assertiva. Na Ucrânia, além da destruição das Forças Armadas, está em fase avançada o projeto de EXTINÇÃO DO IDIOMA pátrio.

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