Governo russo revive o culto a
Stalin
Tyzhden (Semana), 05,03.2013
Depois de 60 anos da morte de Joseph Stalin na Rússia observa-se o renascimento de sua popularidade. Sobre isso escreve em seu artigo para The Foreign Policy o especialista do centro analítico Carnegie Endowment Masha Lipman.
"Rússia - é o lugar, onde o legado do stalinismo mais sobreviveu. De acordo com a pesquisa para Carnegie, conduzida pelo respeitável Levada - Centro, 42% dos russos consideram Stalin um estadista público que teve maior impacto na história mundial o que é 12% mais que o registrado a Gorbachev no pico da liberalização em 1989.
Ao mesmo tempo o número daqueles que expressam opinião positiva sobre Stalin na pesquisa do Carnegie alcançou 28%. Segundo Hudkov do Levada-Centro, estes números sugerem "impressionante renascimento da popularidade de Stalin na Rússia a partir do final da URSS. Stalin é um herói latente, e esse status é parte da natureza vaga do estado russo pós-comunista e sua identidade nacional" - escreve Lipman.
"Rússia não tem reconhecimento nacional sobre a origem do novo, pós-soviético estado, nem consenso sobre a percepção de seu passado comunista. O discurso oficial sobre Stalin é impreciso, e a opinião pública é ambígua e hostil. Quase metade dos questionados concorda com afirmação que "Stalin era um líder sábio, que alcançou o poder e a prosperidade da União Soviética". Mas, mais da metade observa, que as ações repressivas de Stalin constituem "crime político, o qual não pode ser justificado". E aproximadamente dois terços concordam que, "por todas as faltas e erros de Stalin, o mais importante - é que, sob sua liderança o povo soviético tornou-se vencedor da Grande Guerra Patrótica.
Durante 60 anos da morte de Stalin a União soviética, e depois a Rússia pós-comunista passaram por duas e meia fases da desestalinização. Mas, apesar de sua imagem não estar no espaço físico russo, a presença de Stalin pode ser facilmente sentida no sistema político russo e nas relações entre o Estado e sociedade", - diz o especialista.
Quando Vladimir Putin tornou-se o sucessor de Yeltsin, ele colocou fim à instablidade política e construiu um regime inspirado na versão soviética de modelo tradicional da Rússia: governo de estado centralizado, que em grande parte depende de forças de segurança internas. De aspecto sovietizado de Putin sobre Estado forte e pessoas infortunadas arrasta-se o retorno simbólico de Stalin. Pois era no governo de Stalin que Rússia, em sua forma soviética, era mais poderosa.
O próprio Serviço Federal de Segurança nunca negou sua herança soviética. Sua sede até hoje localiza-se em Lubyanka, em cujas mal-afamadas instalações sofreram torturas muitas vítimas do stalinismo. No sistema protecional, não oficial russo, a influência política da agência não tem análoga. Ao longo de sua permanência no governo, Putin apoiava-se no Serviço Federal de Segurança para efetuar muitas indicações no governo e fazia os funcionários deste Serviço responsáveis pela rentabilidade de negócios", - acrescenta o analista.
O "retorno" de Stalin nas repúblicas da antiga União Soviética
Tyzhden (Semana), 05.03.2013
Viktória Matola
Nas ex-repúblicas soviéticas, à figura do ditador Joseph Stalin, 60 anos após a sua morte posicionam-se com ambiguidade. Em particular, na Rússia verifica-se um renascimento de sua popularidade. Atitudes diversas verificam-se entre os moradores da Ukraina, Armênia e Azerbaijão.
O posicionamento favorável a Stalin reflete-se, sobretudo, nos resultados de pesquisas de opinião pública. Assim, de acordo com uma pesquisa do Instituto Internacional de Sociologia de Kyiv, realizado em fevereiro de 2013, na Ukraina mais de um terço da população ukrainiana (37%) têm relação negativa em relação a sua figura, positivamente - 22%, não importa - 28%.
Na Geórgia, nível alarmante, manifestaram atitude positiva 45%.
Na Armênia para 55% Stalin foi um "líder sábio" e para 44% no Azerbaijão.
No Azerbaijão 22% não sabem quem foi Stalin e apenas 8% na Armênia. Ainda na Armênia 25% são indiferentes, outros 25% o admiram, respeitam ou aprovam e 35% têm sentimentos negativos em relação a Stalin.
Tyzhden (Semana), 05,03.2013
Depois de 60 anos da morte de Joseph Stalin na Rússia observa-se o renascimento de sua popularidade. Sobre isso escreve em seu artigo para The Foreign Policy o especialista do centro analítico Carnegie Endowment Masha Lipman.
"Rússia - é o lugar, onde o legado do stalinismo mais sobreviveu. De acordo com a pesquisa para Carnegie, conduzida pelo respeitável Levada - Centro, 42% dos russos consideram Stalin um estadista público que teve maior impacto na história mundial o que é 12% mais que o registrado a Gorbachev no pico da liberalização em 1989.
Ao mesmo tempo o número daqueles que expressam opinião positiva sobre Stalin na pesquisa do Carnegie alcançou 28%. Segundo Hudkov do Levada-Centro, estes números sugerem "impressionante renascimento da popularidade de Stalin na Rússia a partir do final da URSS. Stalin é um herói latente, e esse status é parte da natureza vaga do estado russo pós-comunista e sua identidade nacional" - escreve Lipman.
"Rússia não tem reconhecimento nacional sobre a origem do novo, pós-soviético estado, nem consenso sobre a percepção de seu passado comunista. O discurso oficial sobre Stalin é impreciso, e a opinião pública é ambígua e hostil. Quase metade dos questionados concorda com afirmação que "Stalin era um líder sábio, que alcançou o poder e a prosperidade da União Soviética". Mas, mais da metade observa, que as ações repressivas de Stalin constituem "crime político, o qual não pode ser justificado". E aproximadamente dois terços concordam que, "por todas as faltas e erros de Stalin, o mais importante - é que, sob sua liderança o povo soviético tornou-se vencedor da Grande Guerra Patrótica.
Durante 60 anos da morte de Stalin a União soviética, e depois a Rússia pós-comunista passaram por duas e meia fases da desestalinização. Mas, apesar de sua imagem não estar no espaço físico russo, a presença de Stalin pode ser facilmente sentida no sistema político russo e nas relações entre o Estado e sociedade", - diz o especialista.
Quando Vladimir Putin tornou-se o sucessor de Yeltsin, ele colocou fim à instablidade política e construiu um regime inspirado na versão soviética de modelo tradicional da Rússia: governo de estado centralizado, que em grande parte depende de forças de segurança internas. De aspecto sovietizado de Putin sobre Estado forte e pessoas infortunadas arrasta-se o retorno simbólico de Stalin. Pois era no governo de Stalin que Rússia, em sua forma soviética, era mais poderosa.
O próprio Serviço Federal de Segurança nunca negou sua herança soviética. Sua sede até hoje localiza-se em Lubyanka, em cujas mal-afamadas instalações sofreram torturas muitas vítimas do stalinismo. No sistema protecional, não oficial russo, a influência política da agência não tem análoga. Ao longo de sua permanência no governo, Putin apoiava-se no Serviço Federal de Segurança para efetuar muitas indicações no governo e fazia os funcionários deste Serviço responsáveis pela rentabilidade de negócios", - acrescenta o analista.
O "retorno" de Stalin nas repúblicas da antiga União Soviética
Tyzhden (Semana), 05.03.2013
Viktória Matola
Nas ex-repúblicas soviéticas, à figura do ditador Joseph Stalin, 60 anos após a sua morte posicionam-se com ambiguidade. Em particular, na Rússia verifica-se um renascimento de sua popularidade. Atitudes diversas verificam-se entre os moradores da Ukraina, Armênia e Azerbaijão.
O posicionamento favorável a Stalin reflete-se, sobretudo, nos resultados de pesquisas de opinião pública. Assim, de acordo com uma pesquisa do Instituto Internacional de Sociologia de Kyiv, realizado em fevereiro de 2013, na Ukraina mais de um terço da população ukrainiana (37%) têm relação negativa em relação a sua figura, positivamente - 22%, não importa - 28%.
Na Geórgia, nível alarmante, manifestaram atitude positiva 45%.
Na Armênia para 55% Stalin foi um "líder sábio" e para 44% no Azerbaijão.
No Azerbaijão 22% não sabem quem foi Stalin e apenas 8% na Armênia. Ainda na Armênia 25% são indiferentes, outros 25% o admiram, respeitam ou aprovam e 35% têm sentimentos negativos em relação a Stalin.
Na Ukraina, a maior ressonância teve o incidente que ocorreu em
28.12.2010, quando um grupo de desconhecidos decapitou o monumento a Stalin no
território do comitê regional do Partido Comunista no Zaporizhzhi. Durante o
inquérito foram presos 9 membros da Associação "Tryzub", em nome de Stepan
Bandera. Eles foram aprisionados para 2 ou 3 anos, e obrigados a indenizar os
danos ao Partido Comunista aproximadamente em 110.000 UAH ( I UAH = 0,1229USD),
Em novembro de 2011 o monumento foi reinaugurado após a reconstrução, mas já em
dezembro um grupo de jornalistas locais colocou um cartaz representando Hitler,
com a legenda: "Em que sou pior que Stalin? Construam um monumento também para
mim!", e também: "Privaremos a cidade da vergonha!"
Posteriormente apareceu outro cartaz com a foto de Stalin, dizendo: "Eu matei milhões de Ukrainianos! E por que lhe construirão um monumento?"
Na Criméia (Ukraina) os ativistas do "medgelis" (palavra de origem
árabe e significa "lugar de reuniões" - análogo ao parlamento - OK) do povo
local, de origem tártara, no ano passado quebraram os mostruários dedicados ao
aniversário de Stalin, no centro de Simferopol.
Vários escandalos surgem em conexão com a venda de cadernos com a foto de Stalin. No final de 2011 a mídia denunciou uma loja de Ternopil (Ukraina), de materiais escolares e de escritório, que expôs cadernos escolares com imagens de Stalin, Lenin, Fidel Castro e Mao Tse Tung. Com a solicitação do Conselho Municipal eles foram retirados.
Em abril de 2012 os cadernos com imagem de Stalin, da série
"Grandes nomes da Rússia" apareceram nas lojas de Moscou. Os membros da Câmara
Pública condenaram a popularização de Stalin, mas os cadernos não foram
retirados.
Em agosto de 2012, em Kyiv (Ukraina), uma livraria também vendia cadernos com imagem de Stalin e Lenin. No Ministério de Educação explicaram que estes cadernos não foram certificados pelo órgão. E no aeroporto de Boryspil (próximo de Kyiv), vendiam o boneco de Stalin, de fabricação ukrainiana.
Em Kharkiv (Ukraina), no dia do Defensor da Pátria, cerca de 200 pessoas marcharam com retrato de Stalin.
Em Sevastopol (Ukraina), no ano passado, colocaram uma enorme placa com imagem de Stalin que cumprimenta os munícipes com o Dia da Vitória.
Também em Sevastopol, circulava o "Ônibus da Vitória, com retrato de Stalin.
Na Georgia, neste ano, na vila Akura os desconhecidos derrubaram do pedestal o busto de Stalin e cobriram com tinta. Aconteceu o mesmo com o recentemente renovado busto de Stalin em Zemo Alvani.
Observe-se que na Geórgia, em Gori, cidade natal de Stalin, o
conselho da cidade recentemente decidiu renovar a sua estátua, que foi retirada
da rua principal por ordem do presidente Saakashvili, há três anos. Há algumas
semanas o conselho da cidade alocou fundos para restaurar este monumento. Como
muitos apontam, esta decisão foi claramente influenciada pelas mudanças
políticas em Tbilisi. Nas eleições parlamentares realizadas no ano passado, os
simpatizantes de Mikhail Saakashvili perderam para o partido "Sonho Georgiano",
que procura restabelecer as relações com a Rússia. O novo prefeito de Gori David
Razuadze, que é membro desse partido, declara que a estátua de Stalin será
recolocada até o verão.
Na Bielorússia, o presidente Aleksandr Lukashenka pediu para não
demonizar Lenin e Stalin e declarou: "Eu estou muito atrás de Vladimir Ilich e
Josef Stalin. Para chegar até eles preciso andar e andar. Ante eles havia
imensas tarefas!... Lenin criou o Estado, Stalin o reforçou" - disse
Lukashenka.
Em compensação, em Uzbequistão, ainda em abril de 2011, por ordem
do governo desmontaram o último busto de Stalin. O monumento, por meio século
esteve no pátio da residente da aldeia Sailyk Lazokat Normirzaevoia.
Tradução: Oksana Kowaltschuk
Fotoformatação: A.Oliynik
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