quarta-feira, 15 de agosto de 2012

YANUKOVYCH MENTE E HOMOLOGA LEI SOBRE IDIOMAS

Yanukovych reuniu-se com intelectuais e . . . assinou o projeto de lei sobre idiomas.
Vysolyi Zamok (Castelo Alto), 08.08.2012 e 09.08.2012
Oksana Ziobro e Zinovia Voronovych

Na quarta-feira, 8 de agosto, Viktor Yanukovych assinou a criação de Kolesnichenko - Kivalov ("Kaka" - como foi denominada pela Nação a tristemente notória Lei "Sobre os fundamentos da política linguística do país"). Não impediram o presidente nem a anticonstituição do escandaloso "Kaka", nem as inúmeras irregularidades de procedimento durante a sua aprovação no Parlamento, nem o clamor da grande parte da população.


No dia anterior, em sua residência na Criméia, Viktor Yanukovych encontrou-se com representantes da intelectualidade ukrainiana (Foto). Ouviu argumentos em favor do veto e ainda dourou a pílula dizendo que o Parlamento votará as alterações propostas à lei... No dia seguinte assinou.

O encontro foi marcado para acalmar as apaixonadas reclamações, porém, foi a administração presidencial que determinou quem participaria. Então, nem todos criticaram a aprovação da lei. No entanto, participaram também destacados escritores, veementes defensores do idioma pátrio. Leonid Kravchuk, o primeiro presidente da Ukraina, falou no início. Ele classificou a posição do Parlamento como traição, devido a violação do regulamento durante a votação, e disse que não poderia haver aceitação do projeto.

Mykola Zhylynskyi, literato e político. Diretor do Instituto de Literatura Taras Shevchenko, relata que foi ao encontro para não desperdiçar a menor possibilidade de convencer o presidente do erro da aceitação dessa lei. Anteriormente ele estudou todas as possíveis variáveis para modificação da lei, mas a saída era uma só - vetá-la.

Desde o início da reunião ficou claro que o presidente assinaria o projeto. Ele falou que estava inquieto com a situação, que estava interessado em extinguí-la, que é preciso encontrar entendimento. . . e propôs criar um grupo de trabalho, que deverá rever e melhorá-la para que o atual Parlamento ainda possa aprová-la.

Ficou claro que o presidente convocou esta reunião para, de alguma forma, camuflar a situação que surgiu. Mas, todos os programas para o estudo do problema, propostos pelo presidente, já foram realizados anteriormente.

Mykola Zhylynskyi ainda argumentou que a lei viola nove artigos da Constituição. Explicou-os apoiado por Ivan Drach e Pavlo Movchan. Paulo Movchan ainda acrescentou que esta lei vai criar diversas Ukrainas, de acordo com a origem da população: Ukraina húngara, Ukraina romena, já não falando da Ukraina russa, que haverá divisões do país. . . O presidente parecia concordar. Mas . . . nem uma única vez disse que assinará ou vetará a lei. Yanukovych tornou-se refém do Partido das Regiões e, principalmente, da confortável situação econômica que perderá sem o apoio dos regionais.

É duvidoso que alguém acredite em todo esse "lyalyalya", que esta lei é para defesa das línguas minoritárias. Imaginem Mohyliov, primeiro-ministro da Criméia (República Autônoma da Criméia), de repente começar a se comunicar no idioma tártaro! E, este é exatamente o idioma que deve ser protegido pela Carta Européia das Línguas Regionais ou Minoritárias.

A Carta Européia foi ratificada na Ukraina, ainda em 2003. Então, dizem os autores da lei "Kaka", que precisa implementá-la, mas, em um memorando explicativo referem-se, principalmente, ao idioma russo."Uma parte da sociedade ukrainiana declara oficialmentee o desejo de reconhecer o idioma russo como idioma de Estado, ou, se não for possível oficialmente estável, ao menos, oficialmente regional. Mas, justamente o idioma russo não tem relação com a Carta Européia na qual fala. O término "idiomas regionais" ou "idiomas de minórias" não inclui diáletos do idioma oficial, ou idiomas de migrantes. O idioma russo na Ukraina - é justamente o idioma de migrantes - com exceção de apenas algumas aldeias. Mesmo o leste ukrainiano, historicamente, de idioma russo, mas russificado devido a opressão de longos anos. É, justamente, o idioma ukrainiano que precisa ser protegido. Do mesmo modo que a língua dos tártaros da Criméia. Mas, na Criméia, os filhos de tártaros, no etnicamente seu território, recebem o estudo nas escolas em russo, com apenas algumas horas do idioma tártaro. A Carta Européia foi criadaa para proteger os idiomas que desaparecem, não excluir idiomas do país.

Na Ukraina realmente tem idiomas que requerem apoio do Estado, mas não é o russo, é o Tártaro da Criméia, o Gagauz (usado por 150 mil pessoas em Moldávia, Ukraina, Cazaquistão e Uzbequistão), o Romany (cigano), o Karaite (usado por mais ou menos 500 pessoas que professam o "karayimizm" - direção do judaísmo), a Krymchatska linguagem (muito parecido com o dialeto usado pelos tártaros da Criméia, também usado em Israel e Turquia. É pouco usado), a Urumska linguagem, (usado por 45 mil pessoas na Ukraina e Grécia), a Rumeyska linguagem (usado pelos gregos que habitavam a Criméia e em 1778 foram transferidos para o norte de Azov, às vezes classificado como dialeto), o Ídiche (do grupo germânico, hoje considerado como um dos dialetos do idioma alemão. Usado na Europa Central e Ocidental, Israel e EUA por mais de dois milhões de pessoas.

"Os autores da lei "Kaka" lutam para que os cidadãos não conversem no idioma ukrainiano, não o estudem. Dão preferência ao idioma russo. Dessa maneira não é possível resolver os problemas linguísticos das minorias. O documento proposto contém ameaça à sociedade ukrainiana, visto que ignora o status de Estado da língua ukrainiana, não protege a luinguagem das minorias e introduz a discórdia na sociedade ukrainiana", - diz a declaração de organizações e comunidades judaícas da Ukraina.

Os ativistas que distribuíam ou colavam panfletos contra o Partido das Regiões e a aprovação da lei "Kaka" começaram ser perseguidos e encaminhados aos tribunais. Está acontecendo em Sevastopol, Em Mykolaiv, Makiívka, Donetsk, Kirovohrad, Chercassy, Simferopol. Numa aldeia de Volyn, Vetla, bateram no casal que distribuía panfletos e, não satisfeitos ainda, voltaram a perseguí-los, agrediram novamente, inclusive ao jornalista que esteve presente e danificaram câmara e celulares.

Enquanto isso... a cidade de Mykolaiv (sul da Ukraina, a 65km do Mar Negro, com aproximadamentee 500 mil habitantes) está literalmente coberta pela propaganda a favor do idioma russo.


ISTO ESTÁ ACONTECENDO DENTRO DA UCRÂNIA!!!
Impossível acreditar sem ver as imagens que se seguem !!!
INACREDITÁVEL, ATERRADOR...
"Língua materna russa" ??? Estão reescrevendo a história!!!

É assim que o maldito comunismo age nos países estrangeiros: penetra de mansinho, ocupa os espaços, se apropria do solo, do idioma e da sua alma. E assim toda uma nação desaparece como se nunca tivesse existido. O grande poeta ucraniano, Taras Shevtchenko, (clique no link para ver o poema) está se remexendo no túmulo!!!

O Cossaco.
"NÓS EXPRESSAMOS CARINHO/E PROFUNDIDADE DE SENTIMENTOS/ COM A LINGUA NATAL - RUSSA"

"NO IDIOMA RUSSO CONVERSAM 780 MIL ENTÃO NÃO NECESSITAMOS IDIOMA RUSSO?"

"NÓS CONTAMOS HISTÓRIAS  ÀS CRIANÇAS NA LÍNGUA MATERNA - RUSSA!"

"EU - SOU UKRAINIANA E CONVERSO NA LÍNGUA MATERNA - RUSSA!"

"NA MINHA UKRAINA QUERO ESTUDAR NA LÍNGUA MATERNA - RUSSA!"

"NÓS - SOMOS UKRAINIANOS E CONVERSAMOS NA LÍNGUA MATERNA RUSSA!"


 Tradução: Oksana Kowaltschuk
Imagens da reunião: Ukrainska Pravda
Imagens dos outdoors: iPress
Foto formatação: AOliynik

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