"NÃO DEIXAREMOS APAGAR A VELA DA MEMÓRIA"
Notícias da Ucrânia
Destino: "Não haverá futuro para nós..." |
Holodomor dos anos 1932-1933 na
Ukraina
Excertos do resultado de pesquisa da memória e documentos, realizados pelo trabalho estatal, constante do arquivo da Província de Odessa, Ukraina, e dedicados às vítimas da morte pela fome nos anos 1932-1933, em comemoração aos 75 anos da tragédia, no ano de 2007.
Nação de agricultores crucificados pela fome.
Holodomor dos anos 1932-1933 ocupa, na história de nossa nação um lugar de destaque. Sobre isso testemunha a quantidade de vítimas e o fato de que este acontecimento não podia ser lembrado, nem sequer mencionado durante os anos da União Soviética.
O triste aniversário desta tragédia da nação ukrainiana, ainda hoje provoca dor nos corações e mentes das pessoas que conseguiram sobreviver àqueles tempos terríveis. Milhões de aldeões, adultos e crianças, cidadãos da Ukraina, morreram naqueles anos de terror daquela criação artificial de fome.
A história mundial conheceu muitos crimes horrendos mas, nem todos, podem ser comparados com o que aconteceu nas aldeias ukrainianas no início dos anos trinta.
De acordo com diversas pesquisas científicas, as perdas da população da Ukraina constituem de 3 a 10 milhões de pessoas, e acima de um terço, crianças, o futuro da nação. Simultaneamente foi estabelecido que o motivo da grande desgraça não ocorreu por uma catástrofe natural, mas ocorreu um fato planejado de destruição física dos aldeões ukrainianos através de uma fome articifial.
Stalin retirou dos aldeões suas terras e seus bens, ("rozkurkuliuvav") e obrigava-os a trabalhar para o Estado nas fazendas coletivas ("kolkhozes"), aplicando o terror.
No início, a organização dos aldeões-proprietários foi pensada como comunas. No início de 1930, os membros das comunas conseguiram uma pequena área junto a casa, e uma vaca. Depois o "kolkhoz" passou a funcionar como uma associação. Mas, para compensar essa concessão, Stalin expropriou essas associações dos cidadãos em 1930-1932 e toda a produção dos "kolkhozes" simplesmente foi, diretamente dos campos para os silos, dotados de aparelhamento para carga, sem nenhuma compensação ao trabalho dos aldeões. Então, espontaneamente, os trabalhadores dos "kholkozes concentraram-se no trabalho nos seus quintais. A parte da Ukraina na participação geral dos recursos da União caiu significativamente.
Excertos do resultado de pesquisa da memória e documentos, realizados pelo trabalho estatal, constante do arquivo da Província de Odessa, Ukraina, e dedicados às vítimas da morte pela fome nos anos 1932-1933, em comemoração aos 75 anos da tragédia, no ano de 2007.
Nação de agricultores crucificados pela fome.
Holodomor dos anos 1932-1933 ocupa, na história de nossa nação um lugar de destaque. Sobre isso testemunha a quantidade de vítimas e o fato de que este acontecimento não podia ser lembrado, nem sequer mencionado durante os anos da União Soviética.
O triste aniversário desta tragédia da nação ukrainiana, ainda hoje provoca dor nos corações e mentes das pessoas que conseguiram sobreviver àqueles tempos terríveis. Milhões de aldeões, adultos e crianças, cidadãos da Ukraina, morreram naqueles anos de terror daquela criação artificial de fome.
A história mundial conheceu muitos crimes horrendos mas, nem todos, podem ser comparados com o que aconteceu nas aldeias ukrainianas no início dos anos trinta.
De acordo com diversas pesquisas científicas, as perdas da população da Ukraina constituem de 3 a 10 milhões de pessoas, e acima de um terço, crianças, o futuro da nação. Simultaneamente foi estabelecido que o motivo da grande desgraça não ocorreu por uma catástrofe natural, mas ocorreu um fato planejado de destruição física dos aldeões ukrainianos através de uma fome articifial.
Stalin retirou dos aldeões suas terras e seus bens, ("rozkurkuliuvav") e obrigava-os a trabalhar para o Estado nas fazendas coletivas ("kolkhozes"), aplicando o terror.
No início, a organização dos aldeões-proprietários foi pensada como comunas. No início de 1930, os membros das comunas conseguiram uma pequena área junto a casa, e uma vaca. Depois o "kolkhoz" passou a funcionar como uma associação. Mas, para compensar essa concessão, Stalin expropriou essas associações dos cidadãos em 1930-1932 e toda a produção dos "kolkhozes" simplesmente foi, diretamente dos campos para os silos, dotados de aparelhamento para carga, sem nenhuma compensação ao trabalho dos aldeões. Então, espontaneamente, os trabalhadores dos "kholkozes concentraram-se no trabalho nos seus quintais. A parte da Ukraina na participação geral dos recursos da União caiu significativamente.
Todo programa da forçada industrialização balançou. Para vencer a
sabotagem Stalin aplicou contra os trabalhadores de "kholkhozes ukrainianos e de
Kuban (parte norte do Cáucaso, ao lado do rio Kuban. Atualmente compreende
Krasnodar, República Adygea, República de Karachay - Cherkessia e a parte sul de
Rostov - OK) o terror da fome, devido a qual morriam milhares de pessoas. Os
aldeões tentavam entrar nas cidades mas, os que conseguiam, sem emprego e sem
dinheiro morriam também.
Nas cidades como Kyiv, Kharkiv, Dnipropetrovsk, Odessa e outras, a
principal atividade diária dos órgãos municipais era recolher cadáveres nas
ruas. O principal índice de mortes ocorreu nas províncias que se especializaram
no cultivo dos componentes do pão: Poltava, Dnipropetrovsk, Kirovohrad e Odessa.
Os mortos constituiram de 1/5 a 1/7 do total da população.
A fome propiciou nefastos sintomas psíquicos que alguns são
conseguiam vencer. As pessoas escreviam cartas anônimas sobre seus vizinhos
dizendo que estes escondiam os grãos (às vezes não sem razão). Existem numerosos
avisos sobre suicídios, quase sempre pelo enforcamento. Mas o fato mais
monstruoso foi o canibalismo. Lei contra o canibalismo de fato não havia. Mas
existem dados que no final dos anos 30 houve 325 pessoas que ainda cumpriam pena
vitalícia nos campos de concentração. São conhecidas diversas histórias
relacionadas com canibalismo. Alguns comiam os próprios membros de sua família,
outros pegavam os filhos de outras pessoas, e alguns criavam emboscadas para os
caminhantes.
Esse assombroso aspecto da psicopatia do stalinismo pode-se ver no
fato de que nenhuma palavra sobre a fome era permitido nos jornais, ou outros
locais. Aqueles que transgrediam esta lei não aprovada eram aprisionados pela
"propaganda antissoviética" recebendo cinco ou mais anos nos campos.
O tribunal internacional "A fome de 1933 na Ukraina" foi realizado
nos anos 60, de iniciativa do Tribunal Internacional em Haia. Bem entendido, sem
a participação da USSR. De acordo, com o veredicto (de 200 pag.), o culpado pelo
Holodomor - sistema comunista. É esse sistema que trouxe para a generosa
colheita na Ukraina as inchadas barriguinhas das crianças, aldeias despovoadas,
selvagens noites de mães-canibais. É o sistema que crucificou pela fome a nação
de lavradores...
"A lágrima é amarga como flores de absinto, e liberdade nossa - um
pouco além da soleira... Será que algum dia recuperaremos a visão,
compreenderemos a terrível lição de nossa época? - perguntou nossa contemporânea
e poetisa Natalia Poklad. Perguntou a si mesma, a todos nós. Nós finalmente
assimilaremos a essência amarga do veredicto profissional do tribunal? Devido à
lembrança do passado? Devido à fé em nosso futuro?
Lembremos as vítimas conhecidas e sem nome do Holodomor. Lembremos
- foi aqui, na nossa terra, "a morte andava silenciosa - não ressoavam as
ferraduras.
Continua.
Tradução: Oksana Kowaltschuk
Foto formatação: AOliynik
Meus avós sentiram na pele tudo isso.. sentiram tanto que se recusavam a conversar sobre o assunto, foram raras as oportunidades que conseguimos ouvir algumas poucas palavras aqui e ali. Somente após a morte deles, é que juntei aquelas raras palavras, frases, idade deles, etc e assim consegui entender pelo que eles passaram... Não bastasse isso, apos fugirem da Ucrânia, foram se instalar na Alemanha e anos depois, foram vitimas dos nazistas... Hoje não os vejo como vitimas, mas como Herois por terem sobrevivido a dois holocaustos. Continuo estudando tudo a respeito desse assunto. Parabens pelo blog
ResponderExcluirmuito triste, nunca tinha ouvido falar de tal acontecimento, quão terríveis devem ter sido estes dias.
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