Ministros dos Negócios Estrangeiros da Lituânia Linas Linkyavichus
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 14.12.2013
Mustafa Naem, Serhii Leshchenko
Ocidente decidiu tornar-se um escudo vivo para Euromaidan.
Para
Kyiv vem funcionários e políticos europeus e dos EUA. Linkyavichus
pretende ficar em Kyiv pelo menos até o final da grande manifestação
deste domingo. Também virá o ex-candidato à Presidência dos EUA John
McCain.
Linkyavichus e Payyett (embaixador EUA na Ukraina)
falaram com a Verdade Ukrainiana sobre a tentativa de esmagar
Euromaidan. Eventos considerados sem precedentes na história da
diplomacia moderna: por que o governo usou força contra a nação apesar
da presença de líderes ocidentais e graças à divulgação pelos canais de
informação.
Linkyavichus
encontra-se em Kyiv: "Nós sentimos que é necessário estarmos aqui.
Apesar de que nossa presença pouco influi, como mostraram os
acontecimentos do dia 10 de dezembro" - (quando com a presença do
comissário da UE Catherine Ashton e vice-secretária do governo dos EUA
Victoria Nuland autoridades tentaram dispersar Euromaidan.
Ministro
Linkyavichus, respondendo a perguntas: Vimos tudo ao vivo sobre as
tentativas da dispersão do Maidan. Os europeus, inclusive eu, também
tentei contactar o Ministro das Relações Exteriores Kozhara, mas não
consegui. Falei com ele agora, mas não quero transferir a totalidade de
nossa conversa. Eu não posso intrometer-me no debate interno de seu
país. Mas, sempre falamos que devemos ouvir as pessoas.
O que
aconteceu no Euromaidan, não se esquecerá, não passará como uma gripe.
Algumas informações sempre permanecerão na sociedade. Portanto, ainda
não é tarde para assinar o Acordo de Associação. Eu serei claro, às
vezes ouvimos sinais contraditórios, por exemplo, o governo anuncia uma
pausa na assinatura do Acordo mas no Parlamento continuam os trabalhos
sobre esta questão.
Mas, a maior inverdade, é que a Ukraina é
necessário compensar os danos causados por este acordo. No acordo não
há nenhum dano. E, não vamos argumentar que a perda surgiu "por causa da
assinatura do Acordo de Associação". Se os danos surgem pela ação de
outro país (Rússia), então vamos falar que aí está o motivo e não por
causa da escolha do caminho europeu. Onde está a lógica?
-
Eu acredito que Ukraina não irá para União Aduaneira, mas a decisão não é
minha, e nós vamos respeitar a decisão ukrainiana. Pessoalmente acho
que Ukraina pertence a Europa, e não apenas geograficamente, mas também
por outros parâmetros. Eu gostaria que Ukraina pertencesse à Europa em
todos os sentidos da palavra. Mas, eu querer não resolve.
O
fato de Yanukovych dizer que agora não se deve assinar o Acordo é
preocupante. O Acordo é de interesse da Ukraina para sua modernização.
Claro, se desejamos ficar estagnados - também é escolha.
Agora
os mercados estão virando as costas para Ukraina, cai a confiança não
somente das pessoas, também da UE. Mas, pense - alguém faz algo e UE
deve pagar por isso? Onde está a lógica? Na Lituânia também passamos por
isso. Passamos pelo bloqueio da Rússia, ruas vazias...
O tema
sanções para Ukraina surgiu devido aos últimos acontecimentos. A
questão da Yulia Tymoshenko é importante, mas não é prioritário. Ela
mesma pediu para assinar o Acordo sem considerar a situação dela.
Embaixador dos EUA Jeffrey Payyett: - "Ficamos emocionados com o comedimento e constância da oposição".
Agora ele trabalha para que o governo e a oposição entrem em negociações em vez do confronto.
Ficamos
decepcionados com a falta de sinal positivo após a mesa redonda do
governo e oposição. Nossa tarefa, agora - estabelecer canais adequados
de comunicação entre os líderes políticos do Maidan por um lado e
governo por outro.
O
dever do presidente Yanukovych e governo - renovar a confiança. Nós
consideramos, que hoje - é obrigação do governo manifestar uma
iniciativa séria e demonstrar que a voz da maioria dos cidadãos da
Ukraina o governo ouve.
A subsecretária dos EUA,
senhora Victória Nuland encontrou-se com o presidente Yanukovych, com os
oposicionistas, com Rinat Akhmetov, e outros oligarcas, com a sociedade
civil, com o Patriarca Filaret, com empresários, com Viktor Pinchuk e
Serhii Tihipko. E, o que me surpreende - há um amplo consenso público
quanto ao futuro europeu da Ukraina. A única pergunta é - como as forças
políticas incorporarão isto em suas ações e decisões.
A prioridade dos próximos dias - continuar o processo pacificamente.
Quem
assistiu as ações do dia 11 pela manhã ficou comovido com o comedimento
e constância da oposição e isto confirma sua perfeita autoridade moral
neste processo.
Nós conclamamos, nas próximas 48 horas,
que serão críticas para história do Euromaidan, para que ambos os lados
se abstenham de violência. O confronto dos dias anteriores entre
manifestantes e forças governamentais não deve repetir-se.
Segundo
informações da Ukrainska Pravda, a senhora Nuland tentou influenciar
Akhmetov, para que ele, com ajuda de deputados controlados por ele,
contribua para solução da crise. Também tratou sobre isto com Viktor
Pinchuk que controla três deputados e três canais de TV.
Em
seu discurso nesta sexta, em Washington DC, na conferência US - Ukraine
Foundation, Nuland relatou sua complicada, mas realista conversa com o
presidente Yanukovych. Mas acrescentou que na alta direção do governo
ukrainiano e comunidade empresarial tem pessoas que ativamente
influenciam Yanukovych, para que ele, finalmente, escolha o caminho
certo.
No entanto, nos EUA já muitas vozes propõem medidas
mais duras para influenciar o governo da Ukraina. No Senado dos EUA já
há um projeto de resolução que diz: Se houver repetida aplicação de
força do governo contra a manifestação pacífica, o Presidente dos EUA e o
congresso devem considerar a introdução de sanções pessoais, incluindo
restrições de vistos e congelamento de ativos contra os responsáveis. Um
dos autores do documento é o senador Chris Murphy, que no próximo final
de semana, com John McCain também virá a Kyiv para com sua presença
conter o governo ukrainiano da dispersão do Maidan.
Tradução e resumo: Oksana Kowaltschuk
Nenhum comentário:
Postar um comentário