Rádio Svoboda (Rádio Liberdade), 03.12.2013, Kyiv
Os
votos no Parlamento não foram suficientes para apoiar o projeto de
resolução sobre a falta de confiança no Gabinete Ministerial. Os membros
dos partidos da oposição votaram todos, mas são minoria. Um deputado do
governo também votou a favor e somente 5 votaram contra. Os demais do
partido do governo, bem como os demais partidos, se abstiveram. "Vamos
exigir que Yanukovych assine decreto de afastamento do governo e anuncie
eleições presidenciais e parlamentares", - disse Yatseniuk
Sob
as paredes do Parlamento mais de dez mil manifestantes, e a cada minuto
o número aumenta. Entre os manifestantes e o prédio do Parlamento
separa o destacamento do Berkut e fileiras do exército. Não há nenhuma
manifestação de força.
Os manifestantes gritam: Banda, fora!
Aqui
são os apoiantes do governo em manifestação. São mais ou menos 400
pessoas. Mas, nem todos conseguem entrar porque a milícia e Berkut não
deixam (Pelo jeito é medo pois sabem o quanto faltam com respeito ao
povo honesto e trabalhador - OK)
Os
cinco machucados na rua Bankova estão hospitalizados num hospital
especial, onde entra apenas a milícia. A moça que fala no vídeo é
namorada de um deles e ela e parentes somente conseguiram saber que o
rapaz estava neste local graças a um médico.
Imprensa mundial: Putin procura caos na Ukraina
As
influentes publicações ocidentais pedem ao governo Yanukovych e à
oposição chegar a um compromisso político. Os diplomatas da UE temem que
a supressão do Euromaidan pode ser inevitável. Os especialistas também
consideram, que o desenvolvimento da situação em Kyiv vai depender da
efetividade das conversações da UE com o governo Yanukovych e da posição
da Rússia. Os analistas abertamente alertam que, em caso de avanço do
caos na Ukraina e ações inconstitucionais radicais nas ruas "Putin irá
intervir na situação cada vez mais". Alguns especialistas não excluem a
implantação de tropas russas na Criméia.
The
Washington Post adverte - "Ukraina não necessita de mais uma revolução",
mas um processo político pacífico, com respeito à Constituição. A
publicação esclarece que o presidente Yanukovych, com a não assinatura
do Acordo de Associação procurou evitar as sérias medidas de austeridade
na economia, que o Ocidente propõe e os empréstimos do FMI, e
resolver-se com fácil crédito da Rússia, também com a normalização do
comércio com ela, para que isto lhe permitisse reeleger-se em 2015. Por
isso o jornal diz que a revolução dos ukrainianos e a destituição de
Yanukovych podem apenas produzir um caos de longo prazo. A insistência
européia em padrões democráticos pode parecer vazia, e Putin, que
considera esses protestos "negócio do ocidente" provavelmente vai
começar a intervir mais ativamente. O jornal está convencido, que os
protestos devem forçar o governo Yanukovych ao compromisso, anunciar
nova data para assinatura do Acordo com UE. E, Bruxelas deve propor uma
ajuda econômica a Ukraina, se Kyiv fizer acordo com FMI. The Washington
Post aconselha a oposição a se preparar para as eleições em 2015, porque
é sobre elas que poderá assegurar a justiça para os ukrainianos.
O
influente Financial Times apela à UE punir os culpados pelo massacre
dos manifestantes na Ukraina e mostrar ao governo de Kyiv, que Bruxelas
congelará os ativos de todos os parceiros da violência contra
manifestações pacíficas, e também não dar vistos para os criminosos. O
jornal também considera, que a nação mostrou a Yanukovych, que crédito
fácil da Rússia ele não receberá. "O compromisso com Moscou, seria uma
traição aos princípios da UE, aprovados pela maioria dos ukrainianos". -
escreve o jornal.
EUOserver de Bruxelas
anuncia que "diplomatas da UE temem a iminente força ofensiva à
resistência da nação ukrainiana. Alguns diplomatas não descartam, que as
negociações do vice-primeiro-ministro Serhii Arbuzov, o qual espera um
crédito de 10 bilhões de Bruxelas, podem conduzir à assinatura do Acordo
de Associação com Kyiv já em março. Verdade, outros diplomatas temem
deterioração da situação e tentativas do governo Yanukovych suprimir os
protestos com força já nos próximos dias, e declarações do governo sobre
observância das leis.
Presidente
da Polônia, Bronislav Komoroski, escreve Rzeczpospolita, adverte Viktor
Yanukovych, para que ele não permita derramamento de sangue
O
analista de Kyiv, Volodymyr Fesenko disse à Nezavysimaia Gazeta" de
Moscou, que não está descartada a introdução do estado de emergência na
Ukraina mas o desenvolvimento dos acontecimentos de força pode levar a
uma divisão no Estado da Ukraina e desatar as mãos de Putin para uma
atividade militar, primeiramente na Ukraina.
(Lembro
aos senhores leitores, especialmente aos brasileiros: A parte leste e
sul da Ukraina caiu sob o domínio russo ainda em 1654. Um artigo recente
sobre Holodomor, fala que muitas aldeias ukrainianas ficaram vazias
devido às mortes pela fome. Para estas aldeias a União Soviética trouxe
populações russas. Também fala que a União Soviética deportava
populações ukrainianas para regiões russas, geralmente distantes e, as
aldeias ukrainianas, assim despovoadas, povoava com famílias russas. O
resultado é este antagonismo entre grande parte de habitantes do leste e
sul contra os ukrainianos de raiz. O próprio Yanukovych é do leste da Ukraina e seus antecedentes não eram ukrainianos - OK)
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