Vingança brutal autorizada
Praça da Independência, 30.11.2013
Mykola Siryi - Ponto de vista
O autor é funcionário do Instituto estatal de direito V.M. Koretskyi da Academia de Ciências da Ukraina, advogado.
O
que aconteceu na Praça da Independência, na noite de sexta-feira, 30 de
novembro é sancionada vingança brutal aos jovens ukrainianos
sonhadores. Vingança pelo direito de sonhar com um futuro melhor.
O
cínico e cruel ataque do Berkut (destacamento especial da polícia) aos
cidadãos pacíficos com a "limpeza" da rua Bankova e a Casa dos
Escritores com massacre sem precedentes dos já no chão e feridas
pessoas, jornalistas e deputados da oposição - isto não é nada mais, que
a sancionada vingança animal à nação ukrainiana pelos 500-700 mil
participantes na manifestação do dia primeiro, nas ruas de Kyiv e que
disseram "Não!" à mentira e agressão do governo.
Hipocritamente
aquecendo o sonho da sociedade para um futuro europeu melhor, o governo
era obrigado saber que o sonho sempre penetra, em primeiro lugar, nos
corações jovens e instantaneamente abarca a consciência da geração
jovem. Começando no dia 21 de novembro, depois da infame declaração do
governo Azarov, às ruas das cidades jorraram os jovens. Jorraram porque
foram enganados, traídos e, cinicamente, lhes viraram as costas.
E,
o governo decidiu dar aos jovens uma lição de vida brutal, na aparência
do cassetete do Berkut, punhos e botas, cuja lição é "não sonhar com o
futuro" mas trabalhar dia e noite no atual cínico, mentiroso,
corrompido, antiukrainiano econômico sistema de governo. Trabalhar pelo
salário que mal dá para alimentação e pagamento da moradia.
As
subdivisões especiais da milícia na noite de 30 de novembro e na tarde
de 1º de dezembro agiam tal, como no último ano lhes ensinou o ministro
do Interior Zakharchenko. É preciso lembrar, que o ministro responde,
não apenas pela prontidão de combate dos especialmente designados, mas
também pela sua prontidão moralmente ética. Berkut não deslocava os
estudantes da praça, mas "limpava" o território, cercando indefesos
rapazes e moças, que estavam segurando a bandeira ukrainiana e cantavam o
hino nacional sob o símbolo da independência nacional. E depois Berkut
"limpava" Khryshchatyk e ruas adjacentes. Nenhum indício nestas ações
indica a aplicação da lei. Criminais não são apenas ações de policiais
individuais, criminal é toda operação da "limpeza" noturna da Praça da
Independência e da rua Khryshchatyk.
Em 1º de
dezembro à noite na rua Bankova, Berkut e os especialmente designados
procederam do mesmo modo. Nenhum propósito, para os defensores da lei,
havia no ataque aos cidadãos pacíficos que estavam no quarteirão
governamental. O vergonhoso ataque às pessoas e seu vergonhoso massacre
realizava-se, exclusivamente, no exercício da vingança.
Vídeo: 1º de dezembro de 2013
Os
funcionários das subdivisões especiais receberão aumento no salário e
têm benefícios sociais elevados, também porque o seu trabalho é
relacionado com a necessidade de conter as emoções e agressões, e não
inflamá-las; coibir as ações de massa, mas não atacá-las. O policial tem
o direito de deter o infrator da ordem legal, mas de modo algum não tem
direito a vingança, não tem direito bater no ferido e já no chão, não
tem direito de bater e prender pessoas que não resistem. A obrigação de
cada trabalhador da milícia, membro do Berkut, soldado e comandante
reside em imediato cancelamento da infração que é cometida. O julgamento
sumário é crime, violência sobre o desprotegido, ferido. A retenção de
pessoas ocasionais e repressão a elas é crime artificial, lançado como
argumento aos inocentes, acusando-os na participação ao assalto da
administração. É crime.
Devo dizer muito
claramente que, enquanto as forças especiais guardavam o prédio da
administração presidencial, suas ações eram legais. Do momento em que o
comando deu ordem atacar a todos os cidadãos que estivessem na rua
Bankova, Berkut e outros destacamentos especiais transformaram-se em
sancionada, organizada e armada banda. A qual agia exatamente como um
bando e não como um órgão de aplicação da lei. O ataque das forças
especiais à Casa do Escritor também é ataque da quadrilha organizada.
A
análise jurídica de cada caso do espancamento brutal de pessoas na
Praça da Independência na noite de 29 para 30 de novembro, bem como na
tarde de 1º de dezembro na rua Bankova e na Casa do Escritor é
impossível sem avaliação global desses dois crimes sancionados pelo
governo de cruéis repressões-vinganças aos pacíficos cidadãos da
Ukraina.
Cozinha do Euromaidan - fotos (clique no link acima para visualizar)
Até no metrô os ukrainianos cantam o Hino Nacional (clique no link acima para vizualizar)
Os veteranos da guerra do Afeganistão e participantes de ações de combate em outros países uniram-se à defesa do Euromaidan. (clique no link acima para visualizar)
Na
praça da Independência eles formaram uma unidade de autodefesa. À sua
formação entraram ex-militares, veteranos da guerra do Afeganistão,
combatentes de outras ações, cossacos e voluntários com treinamento
físico. Ocuparam todo o perímetro e estão prontos para defender todo o
território do Euromaidan e o seu povo das provocações e agressões.
Tradução: Oksana Kowaltschuk
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