terça-feira, 9 de outubro de 2012

ELEIÇÕES NA GEORGIA

Saakashvili admitiu a derrota
Vysokyi Zamok, (Castelo Alto), 03.10.2012

O presidente da Geórgia, Mykhail Saakashvili, [Foto] admitiu a derrota nas eleições parlamentares do dia primeiro de outubro, e declarou que seu partido vai à oposição.
 

Mykhail Saakashvikili, presidente da Georgia


Antes disso a Comissão Eleitoral Central da Geórgia informou que o bloco oposicionista do bilionário Bidziny Ivanishvili [Foto abaixo] obteve vitória nas eleições parlamentares. A partir do próximo ano devido a mudanças na Constituição, o Parlamento da Geórgia terá mais poder, e o presidente será uma figura dependente do primeiro-ministro. O chefe da oposição georgiana é um apátrida. A cidadania francesa e russa recusou, e georgiana não recebeu. Até pouco tempo seu nome era Boris, e a maioria de sua riqueza é relacionada com a Rússia.
 
Bidziny Ivanishvili

Os representantes de missões estrangeiras de observadores elogiaram a organização das eleições. "Uma vitória da democracia", [que democracia eles estão falando? AO] disse o observador francês. Indek Taranda, representante do Parlamento Europeu disse que a votação transcorreu com transparência e abertura.

"Para mim, fundamentalmente, não são aceitáveis os pontos de vista da coaligação "Sonho da Geórgia". Entre nós há uma grande diferença. Nós consideramos que suas opiniões estão erradas. Mas a democracia funciona de forma que as decisões são tomadas pela maioria do povo. e nós respeitamos esta escolha", - disse Saakashvili.


Ivanishvili, na Geórgia "semeou" generosamente.
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 03.10.2012
Askold Yeromin

A dois anos os deputados do partido "Movimento Nacional", governista, alteraram a Constituição, segundo a qual Geórgia em 01 de janeiro de 2013 passará a ser uma república parlamentar. Provavelmente pensaram que Saakashvili, ou alguém de seu governo tornar-se-á primeiro ministro... Não acontecerá como pensaram. O partido de Saakashvili perdeu as eleições parlamentares, de modo que o governo será liderado pelo líder do partido "Sonho da Geórgia" - o bilionário Bidzina Ivanishvili.

Como será Geórgia de Ivanishvili é cedo para dizer. No entanto alguns fatos da biografia de Ivanishvili sugerem que ela será diferente da Geórgia de Saakashvili. Sua vasta fortuna (Segundo Forbes Ivanishvili possui mais de seis bilhões de dólares), o líder acumulou nos anos 90 na Rússia. Segundo a Mídia, Ivanishvili enriqueceu com farmácias e imóveis. Depois fundou o banco "Crédito Russo". Esta instituição financeira prosperou, quando por ela passaram os valores do orçamento para a "reconstrução da Chechênia"... Na vésperaa das últimas eleições presidênciais na Rússia Ivanishvili saudou a possível eleição de Putin. Dizia, este vai debelar a corrupção, democratizar a Rússia e tornar-se-á amigo do Ocidente... O "Sonho Georgiano" não venceria as eleiçõess, se não fosse o escâncalo de tórturas na prisão em Tbilisi que explodiu 10 dez dias antes das eleições. O vídeo da prisão espalhou-se rapidamente (está desativado pela Youtube devido a chocantes cenas de barbarismo).

Antes e durante a campanha eleitoral Ivanishvili, às suas custas, construía escolas, estradas, hospitais, distribuía carros e lavadoras. Com outras palavras, Ivanishvili generosamente "semeava" os eleitores. A origem dos recursos de Ivanishvili, que comprou a simpatia de muitos georgianos, não é muito clara. Os apoiantes de Saakashvili acreditam que o dinheiro vem do Kremlin que se esforçará em liquidar os ganhos da "Revolução das Rosas" e novamente subjugará Geórgia... Sim ou não, tal semeadura é sempre perigosa. Primeiramente para os eleitores. Para o "semeador" é confortável para que seus eleitores permaneçam pobres, e possam ser comprados antes da próxima eleição.

Algumas mídias européias já escreveram sobre a "vitória da democracia georgiana". O líder bolchevique Lenin chamava tais escribas de "idiotas úteis"... Melhor seria se escrevessem sobre seus indecisos e inábeis - "líderes"! Sobre os politicamente incompetentes Sarkozy e Merkel, que sob a pressão de seu amigo Putin não estenderam à Geórgia (e Ukraina) o Plano de Ação para adesão a OTAN. E depois "engoliram" a agressão russa contra Geórgia... E eis o resultado: destino da democracia da Geórgia, pela qual tanto se "preocupa" Europa.

Pesquisa na Internet

Principais alcances do governo Saakashvili: vitória sobre corrupção, atração de investimentos estrangeiros, apoio aos negócios nacionais, otimização da burocracia e um aumento significativo do nível de vida - de longe não é uma lista completa das conquistass do país nos últimos anos. Quando Saakashvili assumiu o governo, em Tbilisi não havia luz, aquecimento, nem semáforos. Lá não se encontrava nem uma só pessoa da qual não tivessem roubado algo. Agora a taxa de criminalidade é menor do mundo. De um terrível Estado mafioso Geórgia tornou-se um dos melhores países do mundo de acordo com o grau de transparência.

"Nós, como uma força de oposição, vamos pensar sobre o futuro do país e vamos lutar para preservar tudo o que foi na Geórgia nos últimos anos, em termos de seu desenvolvimento, que seja preservado... Como resultado dessas conquistas, Geórgia tornou-se famosa universalmente, é tratada com muita simpatia, e as ameaças que possam ser criadas às conquistas alcançadas, nos próximos meses ou anos é impossível imaginar... O que fomos capazes de alcançar após a "Revolução das Rosas", - disse Saakashvili.

O que ocorreu...

Na Geórgia, após o estouro do escândalo relacionado com torturas de prisioneiros numa prisão de Tbilisi, levou às ruas uma onda de protestos por familiares de presos e ativistas de direitos humanos. As pessoas exigiam a demissão de funcionários responsáveis. Rapidamente pediram demissão a responsável pelo Ministério de Correções Khatyna Kalmakhelidze e o Ministro do Interior Bacho Akhalaia. No seu lugar foi colocado Heorhiy Tuhushi considerado um forte crítico do sistema penitenciário local. Mas não foi o suficiente. A oposição garante que as mudanças ocorridas são apenas de fachada. Os manifestantes esqueceram todas as grandes reformas realizadas. Agora ninguém fala sobre elas. Toda a retórica gira em torno do paradigma da vassoura (no vídeo o aprisionado é violentado com o cabo da vassoura).

Tradução: Oksana Kowaltschuk
Foto formatação: AOliynik

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