As informações a seguir são recorrentes. Reprisá-las significa manter a identidade do país para que não caia no esquecimento dos leitores, notadamente os conterrâneos ucranianos, pela volatilidade dos acontecimentos hodiernos. Aos que não são ucranianos, mas que simpaticamente nos prestigiam, que sirva como fonte de informações.
Leia também: "Gênese da Ucrânia"
http://noticiasdaucrania.blogspot.com.br/2011/02/24022011-genese-da-ucrania-mapa-da.html
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"Um povo sem memória é um povo sem história", segundo um dito popular.
O Cossaco.
Dados Básicos
Capital: Kiev - 2.611.300 habitantes (2011). [Há divergências]
Outras cidades: Kharkiv, Dniepropetrovsk , Donetsk,
Odessa, Lviv.
População: 52,2 milhões [Há divergência para 44.854.065 em 2011 est.]
Composição étnica: Ucranianos- 73%; russos- 22%; outras
(incluindo os tártaros)- 5%.
Superfície: 603.700 quilômetros quadrados
Fronteiras políticas: Moldávia, Roménia, Hungria, Eslováquia,
Polônia, Bielo-russia e Rússia.
Mares: A região sul é banhada pelo Mar Negro e o Mar de Azov.
Divisão administrativa: 25 regiões. A República da Crimeia
possui um estatuto especial com uma grande autonomia interna.
Língua Oficial: Ucraniano [Por decreto recente foi adicionado o idiamo russo também como oficial]
Outros Idiomas: Ucraniano, russo e tártaro.
Religião: a maioria segue a religião cristã ortodoxa, 10 milhões são grego-católicos,
uma minoria é protestante, católica e judia.
Relevo: O país é plano, com algumas mesetas e planaltos. O sudoeste tem os Montes
Cárpatos (máx. 2.061 m) e no sul as montanhas da Crimeia (máx. 1.545 m).
Clima: o clima é moderado e continental.
Solo: Terras negras, estepes e semi-estepes no sul, bosques mistos a norte
(14% da superfície).
Recursos naturais: Petróleo, gás natural, minérios, etc.
Festa nacional: 24 de agosto, Dia da Independência.
História
A Ucrânia
era uma das 15 repúblicas que integravam a antiga União Soviética (1922-1991),
tornando-se independente após a sua dissolução.
Primeiro Reino Eslavo. A região era habitada desde o neolítico por povos eslavos. Entre eles destacam-se os ucranianos (rutenos), um povo com civilização e língua própria. No século VI d.C. assistiu-se à formação de alianças entre os grandes senhores da região. No fim do século IX, durante o reinado do príncipe Oleg (879-912), os principados de Kiev e Novgorod uniram-se, formando-se um poderoso reino eslavo, com sede em Kiev, o mais antigo de toda a Rússia.
O
cristianismo foi introduzido por Vladimir Baroslof (980-1015), príncipe de
Keiv, tendo-o declarado religião oficial em 988. Este reino atingiu um enorme
esplendor entre os séculos X e XII, Ainda hoje existem diversas igrejas e
mosteiros datadas deste período:
Igreja de Santa Sófia
- Igreja de Santa Sófia de Kiev. Iniciada em 1017 e terminada em 1037. A sua aparência exterior data dos séculos XVII e XVIII (estilo barroco).
- Catedral de Tchernigov, iniciada em 1035-1036 ( Kiev )
- Catedral de S. Miguel (1017-1113) ( Kiev ). Foi destruída em 1934 e reconstruída em 1999.
- Mosteiro Laure de Pechersk (mosteiro das grutas) (séc.XI). ( Kiev )
-Igreja de
São Cirilo (séc.XII) (Kiev )
- Catedral de São Nicolau, O Taumaturgo (1113), em Novgorod
- Igreja de São Jorge (1119), em Novgorod.
Desagregação. Os Mongóis conquistam-no no século XIII, sendo depois dominada pelos lituanos entre o século XIV e 1569, quando passou para o domínio dos polacos, mas também dos russos.
Em 1654, o
"hetman" da Ucrânia, Bogdan Khmelnitski, fez um acordo (Rada) com o
czar russo, que levou à adesão de parte significativa do território actual da
Ucrânia à Russia. No reinado de Catarina II, na segunda metade do século XVIII,
Moscovo conquistou o Sul da Ucrânia ao Império Otomano. Entre os militares ao
serviço da Rússia que conquistaram praças como Ismail e Otchakov, estavam
oficiais portugueses, nomeadamente Gomes Freire de Andrade.
Enquanto as
partes central e oriental da Ucrânia iam sendo integradas no Império Russo,
recebendo o nome de Pequena Rússia, a parte ocidental era dividida entre países
vizinhos a Ocidente como a Hungria, a Polónia e a Áustria.
Nacionalismo. No século XIX , na cidade de Lviv
(Lemberg) desenvolve-se um forte movimento cultural em torno da causa da
independência da Ucrânia.
Curta
independência. No final
da 1ª. Guerra Mundial, em 1917, deflagra a guerra entre ucranianos e
nacionalistas. Logo após a queda dos império russo e austríaco, a Ucrânia
torna-se num Estado independente, uma república popular, dirigida pelo
nacionalista Vladimir Gruchevski, tendo durado apenas alguns meses.
Em 1919 foi
invadido a leste pela Rússia, e em 1920 a oeste pela Polônia, que controla uma
parte do seu território até 1939.
Domínio
Soviético. A partir
de 1922 a Ucrânia torna-se numa das 15 Repúblicas da antiga União Soviética
(1917-1991).
Entre 1932 e
1933 a maioria dos camponeses são expropriados devido à coletivização forçada
das suas terras decretada por Stalin, sendo mortos cerca de 7 milhões de
ucranianos de fome induzida e que ficou mundialmente conhecido como “Holodomor”.
Em 1939, os
territórios anexados pela Polônia voltam de novo a ser integrados na Ucrânia.
Durante a II
guerra mundial, os alemães ocupam a Ucrânia entre 19 de Setembro de 1941 e 6 de
Novembro de 1943, morrendo cerca de 7,5 milhões de ucranianos (25% da
população).
Em 1956, o
então dirigente comunista soviético Nikita Khrutchov, um ucraniano, decidiu
tirar a Península da Crimeia à Rússia e oferecê-la ao seu país de origem,
estabelecendo desta forma as suas fronteiras atuais. As regiões orientais e
centrais do país, transformaram-se em grandes centros mineiros e industriais
(dois terços da indústria ucraniana estão aí concentrados ainda hoje), enquanto
a parte ocidental permaneceu mais rural e pouco desenvolvida. A primeira está
muito marcada pela influência russa, a segunda pela influência ocidental.
Ao longo das
décadas seguintes aumentou os sinais de descontentamento da população face ao
domínio da União Soviética.
Independência
e Democracia. Depois da
tentativa de golpe de 19 de Agosto de 1991 contra o presidente da URSS, Michail
Gorbachov, a Ucrânia proclamou a sua independência 24, decisão que foi retificada
por referendo a 1 de Dezembro de 1991, por 93% dos ucranianos. Ainda em
Dezembro de 1991 adere à Comunidade de Estados Independentes (CEI). Leonid
Kravchuk foi o primeiro presidente do novo país, sucedendo-lhe em 1994 Leonid
Kuchma. A 9 de Novembro de 1995 adere ao Conselho da Europa.
Após a
independência e desintegração da URSS, as indústrias mineira, pesada e militar
ucranianas entraram em crise. O desemprego atingiu níveis muitos elevados. Nas
regiões ocidentais, a crise foi mais profunda e longa, obrigando milhões de
ucranianos a emigrar para a Europa e Estados Unidos.
No meio de
grandes conflitos sociais, a 28 de Junho de 1996, o parlamento aprovou a nova
Constituição, instituindo um poder presidencial muito forte. O poder executivo
é exercido pelo presidente, o primeiro-ministro e os respectivos ministros. O
poder legislativo pertence à Rada (Parlamento) com 450 deputados, eleitos por
quatro anos (metade por listas de partidos e metade por circunscrições
maioritárias). Nas eleições eleições parlamentares de 2006, os deputados
serão eleitos pela primeira vez exclusivamente por listas de partidos.
Leonid Kuchma
(pró-russo), em 1999, voltou a ser reeleito presidente. Nas eleições
presidências de Novembro de 2004, como era de esperar, voltaram a enfrentar-se
as duas grandes tendências sociais da sociedade ucraniana, a pró-russa e a
pró-ocidental.
Carlos Fontes
Ucrânia. Região de Kharkov. Moinho de
madeira
Cultura
Escritores:
Taras Shevchenko - o maior poeta de todos.
[Leia mais...] http://noticiasdaucrania.blogspot.com.br/2012/07/epistola-poema-de-taras-shevtchenko.html
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Clarice Lispector (1920-1977). Nascida na Ucrânia, imigrou para o Brasil, onde se tornou numa grande escritora da língua portuguesa.
Ivan Franko
Lesia
Ukrayinka.
Pedagogos:
Makarenko
Problemas Econômicos e Sociais
Chernobil. Neste
central nuclear, situada a norte de Kiev, em 1986, aconteceu o pior desastre
nuclear de todos os tempos. Para além das pessoas que morreram na altura vítimas
da explosão de um dos reatores, estima-se que mais de 40 mil pessoas na Europa
tenham sido afetadas pelas radiações então libertadas. Cerca de 4 milhões de
ucranianos continuam a viver em regiões de alto risco. 12% dos solos estão
contaminados. Os efeitos deste desastre ir-se-ão prolongar durante dezenas
anos.
[Leia mais...]
Droga. A Ucrânia,
devido á sua posição geográfica e vulnerabilidade das suas fronteiras,
tornou-se nos anos noventa do século XX no principal mercado abastecedor de
droga da Europa central e oriental.
Tensões étnicas. Desde
1996, a sul da região da Crimeia, tem sido palco de conflitos entre as étnias
ucranianas, russas e tártaras de língua turkic. Esta região é dominada
pela étnia russa, contrária à independência.
Contrabando de armas. A Ucrânia
era uma das principais regiões da União Soviética onde estavam instaladas bases
de armamento nuclear. Teme-se que parte deste material possa ter sido vendido
por máfias locais a outros países.
Instabilidade Política. As tensões
entre a Rússia e a Ucrânia tem sido uma constante desde a Independência. A
armada do Mar Morto reclamada pela Rússia, é alvo de constantes conflitos
diplomáticos. A tudo isto junta-se uma gravíssima situação econômica que dá
pouco sinais de melhoria.
Mapa da Ucrânia.
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