Ukrainskyi Tyzhden (Semana Ukrainiana)
Canadá impôs sanções de visto contra funcionários-chave do governo da Ukraina, devido ao uso da força contra os manifestantes.
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Durante
os eventos do final de 2013 - início de 2014 aconteceram as mais
extensas violações dos direitos humanos durante a independência
ukrainiana. Esta foi a declaração dada numa entrevista coletiva pelo
juiz do Tribunal Internacional para ex-Iugoslávia entre 2002-2005, e
representante da Ukraina na Comissão do Conselho das Nações Unidas -
ONU, dos direitos da pessoa durante dez anos, Volodymyr Vasylenko.
"Mesmo
durante a União Soviética, quando toda sociedade esteve sob cruel
tutela da KGB, de 1989 até a restauração da independência da Ukraina
(24.08.2991) quando aconteciam manifestações e protestos de massa, o
regime comunista não aplicou métodos tão agressivos e cruéis contra
cidadãos da Ukraina e, portanto, não violou direitos humanos" - explicou
Vasylenko.
Ele também declarou que o movimento de protestos
na Ukraina durante os recentes eventos realizou-se de acordo com a
Constituição da Ukraina e normas internacionais. Por isso resolveu criar
uma Comissão para investigar as violações de direitos humanos, para
"documentar e tipificar a prática criminosa do governo que originou as
violações em massa dos direitos humanos.
Vasylenko acrescentou que a comissão vai "acompanhar as ações do governo, seja qual ele for".
O
principal objetivo da Comissão é desenvolver uma estrutura legal que
impeça ao máximo as violações dos direitos humanos na Ukraina.
Conforme
relatado, no Parlamento Europeu já declararam que o Ocidente, em comum
com os ukrainianos, deve investigar todos os crimes contra a humanidade.
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Pela participação nos eventos da rua Hrushevskyi já foram detidos 49 manifestantes.
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Elmar
Brok, presidente da Comissão das Relações Exteriores do Parlamento
Europeu: "Não há necessidade de negociações sobre anistia - basta
libertar as pessoas". Ele fez esta declaração numa conferência de
imprensa na representação da UE em Kyiv, nesta quarta-feira.
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Segundo
Associação de transportes rodoviários internacionais da Ukraina, Rússia
novamente cria barreiras para exportações ukrainianas. Em 28 de
janeiro houve mudanças no controle aduaneiro e desembaraço de
mercadorias, que são exportadas da Ukraina para Federação Russa.
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Em
quatro dias os voluntários levantaram fundos para prótese do jovem que
perdeu o braço durante os conflitos na rua Hrushevskyi. Eles conseguiram
178.768 UAH, sendo que eram necessários de 130.000 a 160.000 UAH.
Muitas pessoas também levam sua contribuição diretamente aos pais no
hospital.
Um partido político propôs aos pais levar o rapaz à
Alemanha, para colocar a prótese mais avançada que simula completamente a
mão humana. Toda despesa será financiada pelo Partido.
Pagar as despesas do tratamento também propôs publicamente um empresário de Dnipropetrovsk.
Ajuda à família também propôs a médica Olga Bohomolets, e outros.
No
início Sasha vai usar uma prótese estética. Ele tem 18 anos e está no
segundo ano do curso de Construção e Arquitetura da Universidade de
Kyiv. Em 19 de janeiro ele, com amigos, foi ver o que estava acontecendo
próximo ao Estádio Dínamo (rua Hrushevskyi), Em consequência de uma
explosão, perdeu o braço direito.
(Este caso demonstra
claramente a bondade do povo ukrainiano. Infelizmente, uma parte
pequena, mas economicamente forte, incorporou as barbáries do comunismo
e, sob o manto da ganância e hipocrisia mantém a população nos limites
da miséria econômica e cultural, inclusive provocando a decadência
moral, quando não atenta diretamente contra a vida das pessoas - OK)
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"Nós
- os veteranos da guerra do Afeganistão, que dois meses vivemos como
escudo vivo do Maidan, protegendo as pessoas e lutando pelos direitos e
liberdades de cada cidadão ukrainiano. Em nossas fileiras há
simpatizantes de diferentes partidos políticos, mas sabemos por
experiência própria, o que é a vida e a morte, sabemos, que em situações
críticas, antes de tudo, o importante é a vida humana, não bilhetes
partidários".
"Nós representamos diversas regiões ukrainianas, de leste a oeste, do sul ao norte. Nós não queremos viver num país dividido".
"Nós
temos objetivo: parar o derramamento de sangue e atos sádicos
executados por órgãos policiais e bandidos não identificados aos quais o
governo perdoa e protege. Exigimos o encerramento dos processos
criminais contra os participantes das manifestações e liberação de todos
os presos. Punição a todos os responsáveis pelo espancamento de
cidadãos pacíficos".
"Consideramos que o ministro das Relações
Internas Vitali Zakharchenko é politicamente responsável pelas ações
sádicas de seus subordinados, portanto não tem direito pretender a
nenhum cargo e deve ser responsabilizado criminalmente."
Eles,
em sua opinião, consideram que tanto o governo quanto a oposição, podem
desenvolver um mecanismo para saída da crise, que deve ser transparente
e acessível ao público, inclusive aos representantes dos veteranos da
guerra do Afeganistão.
"Nós nos comprometemos a acompanhar o processo e garantir as negociações", - diz o comunicado.
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Na
reunião do Partido das Regiões, em 28 de janeiro, deputados do grupo de
Rinat Akhmetov e Serhii Tihipko recusaram-se ao apoio do cenário de
força para resolver a crise na Ukraina. São 78 deputados. O aviso é da
deputada sem partido Inna Bohuslovska. O grupo controlado por Kliuiev
(chefe do gabinete do presidente) e mais alguns, tentaram pressionar. Em
resposta, o representante do grupo controlado por Akhmetov, Sr.
Voropaiev disse que estava encarregado fazer uma declaração em nome de
40 deputados, que eles se recusam a continuar assinando quaisquer
documentos e votar quaisquer assuntos sem observação de procedimentos
corretos"
Depois o grupo do Tihipko, 38 deputados, também fez
esta declaração. (Pena que não adotaram este procedimento anteriormente -
OK).
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Na região
dos Cárpatos, em Ivano-Frankivsk, seis combatentes da unidade especial
"Alfa" do SBU (Serviço de Segurança da Ukraina) assinaram pedidos para
liberação. Isto eles fizeram porque sua chefia queria mandá-los para
Kyiv para reprimir as manifestações.
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O
governo utiliza todos os métodos para pressionar os cidadãos comuns. Em
Rivne destroçaram a fábrica de margarina: destruíram a contabilidade, o
caixa, o cofre, a documentação.
Em Kirovohrad foram aprisionados dez ativistas do Maidan.
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Rússia
não vai ajudar Ukraina até que um novo governo seja formado. Esta
proposição fez Dmitry Medvedev. Ele disse que os acordos poderão ser
cumpridos "somente quando entendermos qual será o curso econômico do
novo governo, quem vai trabalhar lá, e quais as regras que serão
seguidas. Putin concordou.
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Berkut
foi legalizado e permitiram-lhe proteger as corporações. Entre outros a
subdivisão tem permissão ao uso de dispositivos especiais, proibição ou
restrição temporária ao acesso do público a alguns locais, empresas,
etc., para garantir a ordem pública, proteção da vida e saúde, proteção
da ordem pública em áreas de estadia temporária dos funcionários,
garantia da ordem pública durante atividades comerciais.
A
ordem determina o direito dos trabalhadores das forças especiais o uso
da força, meios especiais e armas de fogo. As armas de fogo somente
poderão ser usadas de acordo com os artigos 12 a 15 da lei "Sobre
milícia".
Artigo 12: a arma somente poderá ser
usada após aviso, exceto ameaça à vida dos cidadãos ou da milícia,
incluindo um ataque em grupo ou armado. Não poderá ser usada às
grávidas, idosos, deficientes ou crianças. O uso da força deverá ser
aplicado para causar o mínimo de prejuízo ao violador ou pessoas
próximas. a polícia deve prestar os primeiros socorros ao violador, o
mais rápido possível ( O Berkut já usava de brutalidades, e chegou a
matar antes dessa lei. Agora vai matar mais, porque será protegido
oficialmente - OK).
Artigo 13: a lei estipula
que o Berkut pode usar a força para impedir violações, ações contrárias
às exigências da polícia com emprego de força, se outros métodos não
derem resultado.
Artigo 14: declara que órgãos
especiais podem recorrer ao uso de algemas, cassetetes de borracha,
amarras, gás lacrimogêneo, dispositivos de luz e som para desvio de
ações, dispositivos para abrir espaços e pontos de ônibus, canhões de
água, veículos blindados, cães para:
- Proteção de cidadãos e própria;
- Cessação de motins e violações grupais de ordem pública;
- Repelir ataques contra prédios, instalações, veículos de transporte, sua libertação em caso de captura;
- Detenção e escolta de pessoas se elas resistem ou podem fugir, ou prejudicar outros ou a si próprios;
-
Parar a ocupação de terras e outras ações que podem levar a confrontos,
ou ações que paralisem o transporte, meios de vida de assentamentos,
paz pública, vida e saúde das pessoas;
- Cessar a resistência policial ou de outras pessoas durante a execução;
- Libertação de reféns.
Artigo 15: prevê o uso da arma de fogo para:
- Proteção de cidadãos de ataques que ameaçam a vida e saúde, libertação de reféns;
- Rechaço de ataques aos trabalhadores da milícia ou membros de suas famílias, se às suas vidas e saúde ameaça perigo;
-
Rechaço aos ataques a objetos protegidos, comboios, moradias de
cidadãos, espaços públicos e de cidadãos, empresas, sua libertação se
capturados;
- Detenção da pessoa pega na prática de crime de fuga ou que ameaça com o uso da arma;
-
Parar o transporte, se o motorista representa ameaça para vida e saúde
de cidadãos ou policiais. Proíbe-se o uso de armas de fogo se houver
grande número de pessoas que podem ser atingidas.
CANÇÃO DE APOIO AO MAIDAN
Tradução: Oksana Kowaltschuk
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