Ukrainska Pravda. (Verdade Ukrainiana), 10.12.2013
Ivanna
Kobernyk, Irena Solomko, Anna Tsukanova
Em 1º
de dezembro após o massacre brutal na Bankova foram presas nove pessoas. Como
comprovam os vídeos, estas pessoas foram torturadas e espancadas por várias
horas sob a Administração Presidencial. Sete deles ainda estão nas camas do
hospital com ferimentos graves, dois - na cadeia.
Em 3 de
dezembro o Tribunal Distrital Shevchenko (¹) decretou a prisão dessas nove
pessoas por 2 meses - por suspeita na organização de distúrbios em massa o que
prevê de 5 a 8 anos de aprisionamento. Esta decisão assombrou toda sociedade -
no banco dos acusados - roxas do espancamento pessoas em ataduras. Ao Tribunal
não foram fornecidas nenhumas evidências que provariam a culpa dos detidos ou a
sua periculosidade à sociedade. No entanto elas foram aprisionados por dois
meses como reincidentes perigosos.
E,
somente depois de 5 dias, depois de pronunciamentos maciços de jornalistas,
deputados, Provedor de Justiça e embaixadas estrangeiras a Procuradoria
reconheceu os 9 espancados na Bankova como vítimas e iniciou ações
investigativas e ações penais por crimes forenses da unidade especial do Berkut.
No Berkut, no entanto, ninguém até agora foi aprisionado, nem afastado do
trabalho - até 10 de dezembro.
Estes 9
presos não tinham relações de amizade, nem se conheciam anteriormente. Não
tiveram problemas com a lei. Não eram membros de partidos políticos. Viviam e
trabalhavam em diferentes cidades e em áreas completamente diferentes. Lá tem
um jornalista, motorista caminhoneiro, gerente de concertos, comerciante,
fotógrafo voluntário, engenheiro, desenhista arquitetônico.
Em
seguida - sua história - confirmação estranha, como o sistema é capaz de pegar
qualquer um na rua, bater como a uma almôndega, jogar atrás das grades. E isso
é tudo - não na longínqua região distrital, mas no centro da capital com a
presença de vídeo-evidências do espancamento brutal do Berkut.
YEHOR
PREVIR
7 anos.
No passado, funcionário do Departamento de Pessoal. Neste ano, para mudar de
atividade frequentava cursos de informática, trabalhava na reconstrução de
filmes históricos. Este é o detento que perdia a consciência no Tribunal
Shevchenko no dia 03.12.2013 ao qual chamaram a emergência, o qual não
conseguia ficar em pé mesmo durante a leitura da decisão sobre detenção por
dois meses, o que não causava nenhuma impressão sobre o juiz.
Os
parentes e amigos ficaram chocados com o que acontecia. Ele era uma pessoa
pacífica. Não usava álcool, não fumava, era vegetariano. Levava um estilo de
vida saudável.
O
primeiro socorro médico lhe forneceram somente às 10 horas do dia seguinte (!),
quando o trouxeram ao hospital emergencial. Os parentes, até então, não sabiam
aonde ele estava e o que acontecia com ele - ninguém lhes deu nenhuma
informação. Ele tem trauma crânio-cerebral, comoção cerebral, nariz quebrado e
maxilar deslocado. Mesmo depois de uma semana ele perdia a consciência - os
médicos chegaram a suspeitar de politraumatismo, mas análises mais aprofundadas
isto não revelaram
No dia
1º de dezembro toda família foi ao Maidan. Depois os pais e a irmã foram para
casa, o irmão decidiu verificar o que acontecia na Bankova. No famoso vídeo do
espancamento brutal dos detidos pelo Berkut Yehor é visto com braços levantados
e espancado pelos degenerados. Dele tiraram a jaqueta (com zero de temperatura)
e colocaram com rosto no asfalto, caminhando pelo corpo deitado, ao menor
movimento. Assim o seguraram até às 22 horas, quando o levaram ao departamento
policial de Holosiyivske.
Quando,
em 5 de dezembro, no hospital, a advogada encontrava-se com Yehor, ela reparou
que ele encontrava-se com a mesma roupa ensanguentada, com a qual foi preso em
1º de dezembro. Seus sapatos estavam gastos até os buracos - depois que o
arrastaram no asfalto da Bankova.
Somente
em 6 de dezembro a Procuradoria reconheceu Yehor como vítima e começou os
procedimentos sobre infrações da unidade especial Berkut. Realização da perícia
médico-legal e primeiros interrogatórios.
Em 1º
de dezembro no apartamento de Yehor Previr realizaram a busca e encontraram um
formulário em branco, de adesão à organização "Irmandade". Os familiares
dizem, que ainda ontem, no quarto do Yehor nada disso havia. Mas, testemunhas
no momento da exclusão dos papéis encontravam-se em outro quarto. (As pessoas
decentes precisam deixar de ser ingênuas com o governo sujo. Bastam poucos
segundos e eles forjam provas. Não é a primeira vez que leio tais depoimentos -
OK). E mais, a busca foi iniciada antes da chegada dos advogados o que os
incapacitou da possibilidade de proteger os direitos de seu protegido. (Mais
uma ingenuidade!).
VLADYSLAV
ZAHOROVKO
38
anos, casado, três filhos. Esposa em licença maternidade. A criança mais
novinha com pouco mais de um ano. Motorista-caminhoneiro de tráfego
internacional.
Vladyslav
Zahorovko foi pego pelo Berkut que, por várias horas o manteve deitado no
asfalto, colocava de joelhos e espancava brutalmente.
Em 3 de
dezembro foi fixada medida de detenção para dois meses. Na sala estava presente
sua esposa com três crianças pequenas, as quais não tinha com quem deixar. Como
a questão verificava-se tarde da noite, as crianças dormiam no banco. Depois
disso Vladyslav foi levado ao distrito policial Holociiv e apenas às 3:00h da
noite (mais de 11 horas desde a detenção!) chamaram o advogado, o que também é
uma violação de direitos.
A
advogada do serviço de assistência gratuita, que atendeu ao chamado, viu o
ensanguentado Vladyslav com lesão no olho e cabeça rachada e chamou uma
ambulância. Ele foi levado ao hospital. Além da lesão no olho e cabeça ele tem
costela fraturada e vários hematomas pelo corpo todo, especialmente nas pernas.
Não considerando tudo isso transferiram-no para prisão e faziam interrogatórios
na questão da organização de distúrbios em massa na Bankova. Paralelamente o
investigador recusava-se em aceitar a declaração do crime cometido pelas forças
especiais Berkut contra V. Zahorovko.
Com
a esposa
Somente
após 6 dias a Procuradoria ocupou-se com a declaração do crime do Berkut na
Bankova e reconheceu Zahorovko como vítima no processo penal. Também graças a
intervenção de jornalistas, deputados, Provedor da justiça que Zahorovko foi
transferido da cadeia ao hospital. A ameaça é que o pai de tantos filhinhos
pequenos pode perder a visão ainda persiste, mas operar agora não pode - há
inflamação no olho afetado. Antes de tudo, ele não poderá trabalhar mais como
motorista-caminhoneiro, e este seu trabalho alimentava toda sua família.
SERHII
NUZHENKO
31
anos. Natural de Kirovohrad. Trabalhava no comércio. Interessava-se por
fotografia. Na rede há muitas fotos de suas viagens, e mais ainda de orfanatos.
Já por muitos anos ele ocupava-se com ajuda voluntária aos órfãos, por isso
após sua prisão manifestaram-se dezenas de voluntários de diferentes cidades da
Ukraina, e até da Rússia. Em Kirovohrad até houve uma ação de protestos em seu
apoio. Mas, não ajudou - em 3 de dezembro o Tribunal Distrital Shevchenko fixou
a decisão sem fundamento, escrito sob modelo - 2 meses de detenção.
Antes de espancamento
Crianças
dos internatos visitados por Nuzhenko, escrevem seus apelos para liberar
"tio Serhii" e dizem, que a liberdade dele - é o mais desejado
presente de Ano Novo. Um dos adolescentes disse: "Como é possível
fotografar e, ao mesmo tempo, jogar pedras". Mas, por enquanto, como aos
outros, ameaça de 5 a 8 anos de prisão. Em 11 de dezembro, no Tribunal de
Recursos examinar-se-á a apelação quanto a seu aprisionamento.
Em 1º
de dezembro Nuzhenko esteve na Bankova com uma câmera profissional. Como a
maioria neste caso, não conseguiu fugir quando começou o espancamento.
Depois do espancamento.
Serhii
tem uma sutura interna na cabeça e vários hematomas. A sutura na cabeça é de
10 cm.
Ele, como as outras vítimas, Berkut colocou no chão e bateu até ele perder a
consciência. Depois da surra ele foi levado à emergência, onde continua até
hoje.
Para o
encontro com o advogado, os acusados nos distúrbios são levados ao hall e
presos com algema a uma bateria.
GENNADY
CHEREVKO
Sem
partido, pai de duas crianças, trabalha como agente comercial, Gennady
Cherevko, 41 anos, viajou de Lubny, Poltava, a Kyiv, para, como explicou à
esposa, ver os acontecimentos históricos no Maidan. Berkut bateu nele tanto que
derrubou-o e lhe quebrou o osso da mão direita, fez cortes na cabeça e deixou-o
com inúmeros hematomas, inclusive no rosto
Já na
emergência do hospital Gennady foi acusado de organizar motins de massa, no
mesmo artigo 294, que o resto dos detidos, com a perspectiva de até 8 anos de
prisão.
Durante
os conflitos, próximo a Administração Presidencial ele estava próximo ao Berkut
e fotografava o que acontecia, com celular. Quando a milícia atacou os
manifestantes, ele começou correr com os outros, mas caiu, e não conseguiu mais
levantar-se, sobre ele choveu uma saraivada de golpes de cassetetes da polícia.
Ele tentava proteger a cabeça - então batiam em suas mãos.
Depois
levantaram-no e levaram-no, através de um corredor do Berkut ao pátio da
Administração Presidencial. De acordo com as palavras do advogado, Gennady foi
conduzido pelos alinhados Berkutivtsi, e cada um deles batia nele.
foto do
casal
Deitado
no chão com todos os oito detidos ele, de tempo em tempo, perdia a consciência.
Periodicamente ele era surrado. Enquanto isso fotografavam-se contra o pano de
fundo de suas vítimas, como os caçadores de rapina.
Natália
Cherevko, professora de inglês, quase ficou louca procurando seu marido. O
contato com ele foi perdido - seu telefone deslocado da mão pelo Berkut,
desapareceu. Somente no dia seguinte lhe telefonaram do hospital de ajuda
emergencial, onde Gennady encontra-se até hoje, em enfermaria especial alugada
pela polícia.
"Eu
chorei durante três dias", - diz Natália. Ela deixou as crianças - filha
de 13 anos de idade e filho de 3 anos incompletos e foi para Kyiv visitar o
marido. A visita foi rápida, com a presença da polícia. "Eu acariciei a
mão dele. Ele tem hematomas no nariz e nos dedos", diz a esposa. "Eu
temo por ele", acrescenta ela.
YURI
BOLOTOV
39
anos. Empresário particular, Yuri Bolotov ex-gerente do grupo musical
"Okean Elzy" - este é o mesmo homem, que ficou tristemente notório
pelo vídeo onde Berkut bate com cassetete gritando: "De joelhos
escumalha".
Yuri
tem dois filhos, o mais velho com 16 anos, que Yuri educa sozinho. Bolotov é de
Lypkakh e no dia da manifestação foi até lá para assuntos domésticos. De ações
de protesto ele não participou. Ele encontrou-se com ex-colegas na esquina da
Bankova com Instytutska, onde foi detido.
O homem
pensou que não tinha nada para temer, não tentou fugir e até levantou as mãos
para cima para que fosse visto - nada de perigoso ele não possuía.
- Quem
é você?
- Eu
sou de Kyiv - respondeu ao Berkut. Então foi derrubado e arrastado pela Bankova
ao pátio da Administração Presidencial
Como
resultado do espancamento pelos "protetores da lei", ele apresenta
numerosos danos nos tecidos moles, as costas transformaram-se em uma contusão
quase total, machucados joelhos, cotovelos...
Como
outros prisioneiros da Bankova ele passou algumas horas deitado no asfalto. Na
delegacia ele até recusava-se dos cuidados médicos - pensava que era um
mal-entendido, não queria perder tempo com médicos, para rapidamente voltar
para casa, onde por ele aguardava seu filho. Ele não tinha idéia, que o
Tribunal encontraria motivos para seu aprisionamento por dois meses.
Amigos
e família o reconheceram no vídeo e começaram procurá-lo pelas delegacias e
hospitais, depois procuraram por advogados, mas passou quase um dia até
conseguirem informações da polícia sobre sua localização.
Tanto
os familiares como os advogados conseguiram vê-lo apenas depois de 2 dias,
durante a sessão do Tribunal em que decidiram aprisioná-lo por dois meses. Como
os demais detidos na Bankova, ele foi acusado pela organização dos motins em
massa pelo artigo 294 do Código Penal, a pena máxima para o qual é de até oito
anos de prisão.
Os
amigos consideram a prisão de Yuri absurda. "Esta pessoa nunca disse uma
palavra grosseira em sua vida. Eu não sei como puderam acreditar que ele,
mascarado, com pedaço de pau batia na polícia", diz sua ex-esposa e mãe do
filho menor.
A busca
em sua residência não encontrou nada comprometedor.
YAROSLAV
PRYTULENKO
O rapaz
tem 21 anos e está em cela de isolamento, em retenção temporária. Sua mãe
conseguiu visitá-lo depois de alguns dias. Sua namorada Catarina disse que a
salvação de Yaroslav foi a roupa própria para esportes radicais que ele usava.
Ele é
vendedor na loja de roupas extremas e gosta de esportes radicais. Quando soube
da repressão sangrenta dos estudantes, decidiu usar um capacete e proteção para
as costas usada por snowboarders. E, exatamente por isso que suspeitam dele.
Catarina
enfatiza que Yaroslav frequentava apenas manifestações pacíficas. Ela verificou
todos os vídeos de abusados e torturados por Berkut, presentes na internet, mas
ela não encontrou Yaroslav lá.
Após o
julgamento todos compreenderam que precisam lutar, lágrimas não resolverão.
Yaroslav não estava junto com os outros oito que Berkut brutalmente espancou na
Bankova, ele foi aprisionado depois. Foi derrubado no chão, apanhou no rosto e
na região dos rins.
Seu
estado de saúde Catarina não sabe porque ainda não há resultados da esperteza
médico-forense.
MYKOLA
LAZAREVSKYI
22
anos, concussão cerebral, lacerações na cabeça (sutura do topo ao pescoço),
nariz quebrado, contusões e hematomas por todo corpo - soma da participação em
ação pacífica ao apoio a estudantes dispersados violentamente.
Sua
namorada diz que o reconheceu no vídeo. Viu claramente quando batiam. Ele não
se movia, apenas protegia-se com as mãos. Chutavam seu rosto com os pés. Depois
pegaram sua carteira e isto também apareceu no vídeo. Ela diz que o culparam
porque ele, usando jaqueta vermelha, dirigia o trator na Bankova. Mas ele não
usava jaqueta vermelha, não dirigia o trator, mas usava jaqueta preta, que
agora vermelha de sangue está com o Berkut.
O rapaz
é de Ternopil, de família de intelectuais. O pai era professor e liquidante do
acidente de Chernobyl. Chegou a estação um dos primeiros, o que lhe custou a
vida. Morreu em 2000 quando Mykola tinha menos de 11 anos.
O
menino sofreu muito com a morte do pai. A mãe é professora de psicologia e
musicista. O irmão é cirurgião. Entre seus familiares há muitos médicos,
somente Mykola resolveu seguir o caminho da criatividade. Fez construção Civil
e Arquitetura, mas resolveu trabalhar com design.
Foi na
manifestação com amigos. Quando os familiares perderam a comunicação saíram a
procura. Na milícia diziam que não havia presos.
Somente
depois de nove dias a mãe conseguiu permissão para visitá-lo no hospital. O
hospital pediu roupas quentes. O medo é que o rapaz seja mandado para cadeia.
OLEKSANDR
OSTACHENKO
32
anos. Aprisionado por 2 meses porque no dia 1º de dezembro esteve na Bankova.
Está no hospital. Tem concussão cerebral, dedos quebrados, afundada a caixa
torácica, hematomas por todo corpo. Os amigos encontraram o vídeo que registra
o momento que o surravam, e até o rosto do algoz. Também mostra Oleksandr com
os braços erguidos com a aproximação do Berkut, e quando Berkut empurra
Oleksandr inconsciente com o pé, verificando se ele está vivo.
Em
casa, esperam por ele a esposa e filha de 5 anos. A menina sabe que o pai está
no hospital, mas porque ele está lá, quem é o culpado, a mãe não consegue
explicar.
Com a filhinha
Oleksandr
nasceu na região de Vinnytsia. É engenheiro-projetista de sistemas de abastecimento
de água e saneamento. Atualmente engenheiro-chefe do Centro de Tecnologias de
Tratamento de Água. Com sua esposa Maryna, jornalista, vivem próximo de Kyiv,
na cidadezinha chamada Bucha.
Maryna
diz que no dia 1º de dezembro, pela primeira vez ele saiu de casa para ir ao
Maidan porque quis apoiar as pessoas depois da sangrenta repressão na noite de
29-30 de novembro.
Com
amigo andavam tranquilamente, mas foram separados pela multidão. O amigo
conseguiu fugir mas Oleksandr caiu nas mãos do Berkut. O telefone ficou mudo,
foi roubado durante a detenção, mais ou menos às 5:00 horas. Conseguiu
telefonar para esposa somente às 23:00 horas. Maryna conseguiu ver o marido
somente no Tribunal, mas ele não a reconheceu porque seus óculos foram
quebrados ainda na Bankova. Somente com ajuda do advogado Maryna conseguiu
trazer-lhe novos. Não lhe permitiram falar com o marido.
VALERY
HARAHUTS
Fundador
e jornalista do jornal online "Faces" de Dnipropetrovsk. Budista,
pacifista e vegetariano. Sozinho construiu a máquina de tecelagem, o tecido
distribuía como presente a amigos. Sonhava abrir uma escolinha de tecelagem
para crianças.
Depois
das agressões do Berkut foi hospitalizado e ainda permanece lá. Segundo
informações ele tem concussão cerebral, múltiplos hematomas nas pernas e pés e
costelas fraturadas.
A
acusação é igual aos demais. Artigo 294, que prevê até 8 anos de prisão.
Valery com seu tear
Valery
ganhou a reputação, da mídia local, de "Amante da verdade" após
publicar em sua edição fotos desagradáveis para autoridades locais. Os
jornalistas se admiram com as acusações contra Harahutsa. "Valery é uma
pessoa normal, equilibrada, não agressiva. O que estão falando não se relaciona
a ele", dizem eles.
Valery antes do espancamento
Valery
veio a Kyiv para cobertura dos protestos. Lembrando o que acontecia nos
protestos anteriores trouxe um kit de primeiros socorros para ajudar as vítimas
caso necessário. Durante o ataque do Berkut viu um jovem ferido e correu em seu
auxílio
Valery após o espancamento
Neste
momento Valery recebeu um golpe nas pernas, daí não conseguiu mais andar, muito
menos fugir. Como os outros foi arrastado até a Administração Presidencial e
jogado na calçada onde ficou no mínimo duas horas numa temperatura de zero
graus. Se tentava levantar recebia cassetadas na cabeça ou nas costas.
Violando
a lei não permitiram advogado por mais de três horas.
Somente
depois de cinco dias permitiram que seu filho o visitasse. O investigador
alegou que o jornalista foi aprisionado porque tinha nas mãos um coquetel
Molotov. Segundo o filho o coquetel Molotov podem ter confundido com peróxido
de hidrogênio e uma bandagem que seu pai usava para ajudar as vítimas. (E não podiam
verificar antes de bater? - OK). "O pai parece bem. Duas
equimoses. Está cheio de otimismo. Se houver chance fará tudo novamente. O
único que lamenta é treinar ioga ao invés de corrida", - escreveu o filho
em seu blog.
Muito
importante no julgamento. O governo deve saber - não nos podem excluir da
multidão, um a um, espancar e colocar atrás das grades, para assustar os
outros. E não nos podem espancar na frente das câmeras, e depois aprisionar com
a esperança de, silenciosamente, fabricar provas contra nós.
1.
Shevchenko foi o maior poeta ukrainiano. Já no século XIX ele clamava contra a
injustiça dos ocupantes moscovitas e seus cúmplices da nobreza ukrainiana.
Parece que nada mudou, o povo continua sofrendo.
Tradução:
Oksana Kowaltschuk
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