domingo, 26 de janeiro de 2014

PRESOS DA BANKOVA

História dos 9
Ukrainska Pravda. (Verdade Ukrainiana), 10.12.2013

Ivanna Kobernyk, Irena Solomko, Anna Tsukanova

Em 1º de dezembro após o massacre brutal na Bankova foram presas nove pessoas. Como comprovam os vídeos, estas pessoas foram torturadas e espancadas por várias horas sob a Administração Presidencial. Sete deles ainda estão nas camas do hospital com ferimentos graves, dois - na cadeia.

Em 3 de dezembro o Tribunal Distrital Shevchenko (¹) decretou a prisão dessas nove pessoas por 2 meses - por suspeita na organização de distúrbios em massa o que prevê de 5 a 8 anos de aprisionamento. Esta decisão assombrou toda sociedade - no banco dos acusados - roxas do espancamento pessoas em ataduras. Ao Tribunal não foram fornecidas nenhumas evidências que provariam a culpa dos detidos ou a sua periculosidade à sociedade. No entanto elas foram aprisionados por dois meses como reincidentes perigosos.

E, somente depois de 5 dias, depois de pronunciamentos maciços de jornalistas, deputados, Provedor de Justiça e embaixadas estrangeiras a Procuradoria reconheceu os 9 espancados na Bankova como vítimas e iniciou ações investigativas e ações penais por crimes forenses da unidade especial do Berkut. No Berkut, no entanto, ninguém até agora foi aprisionado, nem afastado do trabalho - até 10 de dezembro.

Estes 9 presos não tinham relações de amizade, nem se conheciam anteriormente. Não tiveram problemas com a lei. Não eram membros de partidos políticos. Viviam e trabalhavam em diferentes cidades e em áreas completamente diferentes. Lá tem um jornalista, motorista caminhoneiro, gerente de concertos, comerciante, fotógrafo voluntário, engenheiro, desenhista arquitetônico.

Em seguida - sua história - confirmação estranha, como o sistema é capaz de pegar qualquer um na rua, bater como a uma almôndega, jogar atrás das grades. E isso é tudo - não na longínqua região distrital, mas no centro da capital com a presença de vídeo-evidências do espancamento brutal do Berkut.

YEHOR PREVIR


7 anos. No passado, funcionário do Departamento de Pessoal. Neste ano, para mudar de atividade frequentava cursos de informática, trabalhava na reconstrução de filmes históricos. Este é o detento que perdia a consciência no Tribunal Shevchenko no dia 03.12.2013 ao qual chamaram a emergência, o qual não conseguia ficar em pé mesmo durante a leitura da decisão sobre detenção por dois meses, o que não causava nenhuma impressão sobre o juiz.

Os parentes e amigos ficaram chocados com o que acontecia. Ele era uma pessoa pacífica. Não usava álcool, não fumava, era vegetariano. Levava um estilo de vida saudável.

O primeiro socorro médico lhe forneceram somente às 10 horas do dia seguinte (!), quando o trouxeram ao hospital emergencial. Os parentes, até então, não sabiam aonde ele estava e o que acontecia com ele - ninguém lhes deu nenhuma informação. Ele tem trauma crânio-cerebral, comoção cerebral, nariz quebrado e maxilar deslocado. Mesmo depois de uma semana ele perdia a consciência - os médicos chegaram a suspeitar de politraumatismo, mas análises mais aprofundadas isto não revelaram

No dia 1º de dezembro toda família foi ao Maidan. Depois os pais e a irmã foram para casa, o irmão decidiu verificar o que acontecia na Bankova. No famoso vídeo do espancamento brutal dos detidos pelo Berkut Yehor é visto com braços levantados e espancado pelos degenerados. Dele tiraram a jaqueta (com zero de temperatura) e colocaram com rosto no asfalto, caminhando pelo corpo deitado, ao menor movimento. Assim o seguraram até às 22 horas, quando o levaram ao departamento policial de Holosiyivske.

Quando, em 5 de dezembro, no hospital, a advogada encontrava-se com Yehor, ela reparou que ele encontrava-se com a mesma roupa ensanguentada, com a qual foi preso em 1º de dezembro. Seus sapatos estavam gastos até os buracos - depois que o arrastaram no asfalto da Bankova.

Somente em 6 de dezembro a Procuradoria reconheceu Yehor como vítima e começou os procedimentos sobre infrações da unidade especial Berkut. Realização da perícia médico-legal e primeiros interrogatórios.

Em 1º de dezembro no apartamento de Yehor Previr realizaram a busca e encontraram um formulário em branco, de adesão à organização "Irmandade". Os familiares dizem, que ainda ontem, no quarto do Yehor nada disso havia. Mas, testemunhas no momento da exclusão dos papéis encontravam-se em outro quarto. (As pessoas decentes precisam deixar de ser ingênuas com o governo sujo. Bastam poucos segundos e eles forjam provas. Não é a primeira vez que leio tais depoimentos - OK). E mais, a busca foi iniciada antes da chegada dos advogados o que os incapacitou da possibilidade de proteger os direitos de seu protegido. (Mais uma ingenuidade!).

VLADYSLAV ZAHOROVKO

38 anos, casado, três filhos. Esposa em licença maternidade. A criança mais novinha com pouco mais de um ano. Motorista-caminhoneiro de tráfego internacional.

 
Ao Maidan em 1º de dezembro veio pela primeira vez, tendo visto a dispersão dos estudantes na noite anterior. Quando Berkut começou o espancamento das pessoas ele não conseguiu escapar - luminosa e sonora granada lhe danificou a vista, ele nada via.

Vladyslav Zahorovko foi pego pelo Berkut que, por várias horas o manteve deitado no asfalto, colocava de joelhos e espancava brutalmente.

Em 3 de dezembro foi fixada medida de detenção para dois meses. Na sala estava presente sua esposa com três crianças pequenas, as quais não tinha com quem deixar. Como a questão verificava-se tarde da noite, as crianças dormiam no banco. Depois disso Vladyslav foi levado ao distrito policial Holociiv e apenas às 3:00h da noite (mais de 11 horas desde a detenção!) chamaram o advogado, o que também é uma violação de direitos.

A advogada do serviço de assistência gratuita, que atendeu ao chamado, viu o ensanguentado Vladyslav com lesão no olho e cabeça rachada e chamou uma ambulância. Ele foi levado ao hospital. Além da lesão no olho e cabeça ele tem costela fraturada e vários hematomas pelo corpo todo, especialmente nas pernas. Não considerando tudo isso transferiram-no para prisão e faziam interrogatórios na questão da organização de distúrbios em massa na Bankova. Paralelamente o investigador recusava-se em aceitar a declaração do crime cometido pelas forças especiais Berkut contra V. Zahorovko.

 

Com a esposa

Somente após 6 dias a Procuradoria ocupou-se com a declaração do crime do Berkut na Bankova e reconheceu Zahorovko como vítima no processo penal. Também graças a intervenção de jornalistas, deputados, Provedor da justiça que Zahorovko foi transferido da cadeia ao hospital. A ameaça é que o pai de tantos filhinhos pequenos pode perder a visão ainda persiste, mas operar agora não pode - há inflamação no olho afetado. Antes de tudo, ele não poderá trabalhar mais como motorista-caminhoneiro, e este seu trabalho alimentava toda sua família.

SERHII NUZHENKO

31 anos. Natural de Kirovohrad. Trabalhava no comércio. Interessava-se por fotografia. Na rede há muitas fotos de suas viagens, e mais ainda de orfanatos. Já por muitos anos ele ocupava-se com ajuda voluntária aos órfãos, por isso após sua prisão manifestaram-se dezenas de voluntários de diferentes cidades da Ukraina, e até da Rússia. Em Kirovohrad até houve uma ação de protestos em seu apoio. Mas, não ajudou - em 3 de dezembro o Tribunal Distrital Shevchenko fixou a decisão sem fundamento, escrito sob modelo - 2 meses de detenção.

Antes de espancamento

Crianças dos internatos visitados por Nuzhenko, escrevem seus apelos para liberar "tio Serhii" e dizem, que a liberdade dele - é o mais desejado presente de Ano Novo. Um dos adolescentes disse: "Como é possível fotografar e, ao mesmo tempo, jogar pedras". Mas, por enquanto, como aos outros, ameaça de 5 a 8 anos de prisão. Em 11 de dezembro, no Tribunal de Recursos examinar-se-á a apelação quanto a seu aprisionamento.

Em 1º de dezembro Nuzhenko esteve na Bankova com uma câmera profissional. Como a maioria neste caso, não conseguiu fugir quando começou o espancamento.

Depois do espancamento.

Serhii tem uma sutura interna na cabeça e vários hematomas. A sutura na cabeça é de

10 cm. Ele, como as outras vítimas, Berkut colocou no chão e bateu até ele perder a consciência. Depois da surra ele foi levado à emergência, onde continua até hoje.

Para o encontro com o advogado, os acusados nos distúrbios são levados ao hall e presos com algema a uma bateria.

GENNADY CHEREVKO

Sem partido, pai de duas crianças, trabalha como agente comercial, Gennady Cherevko, 41 anos, viajou de Lubny, Poltava, a Kyiv, para, como explicou à esposa, ver os acontecimentos históricos no Maidan. Berkut bateu nele tanto que derrubou-o e lhe quebrou o osso da mão direita, fez cortes na cabeça e deixou-o com inúmeros hematomas, inclusive no rosto

Já na emergência do hospital Gennady foi acusado de organizar motins de massa, no mesmo artigo 294, que o resto dos detidos, com a perspectiva de até 8 anos de prisão.

Durante os conflitos, próximo a Administração Presidencial ele estava próximo ao Berkut e fotografava o que acontecia, com celular. Quando a milícia atacou os manifestantes, ele começou correr com os outros, mas caiu, e não conseguiu mais levantar-se, sobre ele choveu uma saraivada de golpes de cassetetes da polícia. Ele tentava proteger a cabeça - então batiam em suas mãos.

Depois levantaram-no e levaram-no, através de um corredor do Berkut ao pátio da Administração Presidencial. De acordo com as palavras do advogado, Gennady foi conduzido pelos alinhados Berkutivtsi, e cada um deles batia nele.
 
foto do casal

Deitado no chão com todos os oito detidos ele, de tempo em tempo, perdia a consciência. Periodicamente ele era surrado. Enquanto isso fotografavam-se contra o pano de fundo de suas vítimas, como os caçadores de rapina.

Natália Cherevko, professora de inglês, quase ficou louca procurando seu marido. O contato com ele foi perdido - seu telefone deslocado da mão pelo Berkut, desapareceu. Somente no dia seguinte lhe telefonaram do hospital de ajuda emergencial, onde Gennady encontra-se até hoje, em enfermaria especial alugada pela polícia.

"Eu chorei durante três dias", - diz Natália. Ela deixou as crianças - filha de 13 anos de idade e filho de 3 anos incompletos e foi para Kyiv visitar o marido. A visita foi rápida, com a presença da polícia. "Eu acariciei a mão dele. Ele tem hematomas no nariz e nos dedos", diz a esposa. "Eu temo por ele", acrescenta ela.

YURI BOLOTOV

39 anos. Empresário particular, Yuri Bolotov ex-gerente do grupo musical "Okean Elzy" - este é o mesmo homem, que ficou tristemente notório pelo vídeo onde Berkut bate com cassetete gritando: "De joelhos escumalha".

Yuri tem dois filhos, o mais velho com 16 anos, que Yuri educa sozinho. Bolotov é de Lypkakh e no dia da manifestação foi até lá para assuntos domésticos. De ações de protesto ele não participou. Ele encontrou-se com ex-colegas na esquina da Bankova com Instytutska, onde foi detido.

O homem pensou que não tinha nada para temer, não tentou fugir e até levantou as mãos para cima para que fosse visto - nada de perigoso ele não possuía.

- Quem é você?

- Eu sou de Kyiv - respondeu ao Berkut. Então foi derrubado e arrastado pela Bankova ao pátio da Administração Presidencial

 

Como resultado do espancamento pelos "protetores da lei", ele apresenta numerosos danos nos tecidos moles, as costas transformaram-se em uma contusão quase total, machucados joelhos, cotovelos...

Como outros prisioneiros da Bankova ele passou algumas horas deitado no asfalto. Na delegacia ele até recusava-se dos cuidados médicos - pensava que era um mal-entendido, não queria perder tempo com médicos, para rapidamente voltar para casa, onde por ele aguardava seu filho. Ele não tinha idéia, que o Tribunal encontraria motivos para seu aprisionamento por dois meses.

Amigos e família o reconheceram no vídeo e começaram procurá-lo pelas delegacias e hospitais, depois procuraram por advogados, mas passou quase um dia até conseguirem informações da polícia sobre sua localização.

Tanto os familiares como os advogados conseguiram vê-lo apenas depois de 2 dias, durante a sessão do Tribunal em que decidiram aprisioná-lo por dois meses. Como os demais detidos na Bankova, ele foi acusado pela organização dos motins em massa pelo artigo 294 do Código Penal, a pena máxima para o qual é de até oito anos de prisão.

Os amigos consideram a prisão de Yuri absurda. "Esta pessoa nunca disse uma palavra grosseira em sua vida. Eu não sei como puderam acreditar que ele, mascarado, com pedaço de pau batia na polícia", diz sua ex-esposa e mãe do filho menor.

A busca em sua residência não encontrou nada comprometedor.

YAROSLAV PRYTULENKO
 


O rapaz tem 21 anos e está em cela de isolamento, em retenção temporária. Sua mãe conseguiu visitá-lo depois de alguns dias. Sua namorada Catarina disse que a salvação de Yaroslav foi a roupa própria para esportes radicais que ele usava.

Ele é vendedor na loja de roupas extremas e gosta de esportes radicais. Quando soube da repressão sangrenta dos estudantes, decidiu usar um capacete e proteção para as costas usada por snowboarders. E, exatamente por isso que suspeitam dele.

Catarina enfatiza que Yaroslav frequentava apenas manifestações pacíficas. Ela verificou todos os vídeos de abusados e torturados por Berkut, presentes na internet, mas ela não encontrou Yaroslav lá.

Após o julgamento todos compreenderam que precisam lutar, lágrimas não resolverão. Yaroslav não estava junto com os outros oito que Berkut brutalmente espancou na Bankova, ele foi aprisionado depois. Foi derrubado no chão, apanhou no rosto e na região dos rins.

Seu estado de saúde Catarina não sabe porque ainda não há resultados da esperteza médico-forense.

MYKOLA LAZAREVSKYI

22 anos, concussão cerebral, lacerações na cabeça (sutura do topo ao pescoço), nariz quebrado, contusões e hematomas por todo corpo - soma da participação em ação pacífica ao apoio a estudantes dispersados violentamente.

Sua namorada diz que o reconheceu no vídeo. Viu claramente quando batiam. Ele não se movia, apenas protegia-se com as mãos. Chutavam seu rosto com os pés. Depois pegaram sua carteira e isto também apareceu no vídeo. Ela diz que o culparam porque ele, usando jaqueta vermelha, dirigia o trator na Bankova. Mas ele não usava jaqueta vermelha, não dirigia o trator, mas usava jaqueta preta, que agora vermelha de sangue está com o Berkut.


O rapaz é de Ternopil, de família de intelectuais. O pai era professor e liquidante do acidente de Chernobyl. Chegou a estação um dos primeiros, o que lhe custou a vida. Morreu em 2000 quando Mykola tinha menos de 11 anos.

O menino sofreu muito com a morte do pai. A mãe é professora de psicologia e musicista. O irmão é cirurgião. Entre seus familiares há muitos médicos, somente Mykola resolveu seguir o caminho da criatividade. Fez construção Civil e Arquitetura, mas resolveu trabalhar com design.

Foi na manifestação com amigos. Quando os familiares perderam a comunicação saíram a procura. Na milícia diziam que não havia presos.

Somente depois de nove dias a mãe conseguiu permissão para visitá-lo no hospital. O hospital pediu roupas quentes. O medo é que o rapaz seja mandado para cadeia.

OLEKSANDR OSTACHENKO

32 anos. Aprisionado por 2 meses porque no dia 1º de dezembro esteve na Bankova. Está no hospital. Tem concussão cerebral, dedos quebrados, afundada a caixa torácica, hematomas por todo corpo. Os amigos encontraram o vídeo que registra o momento que o surravam, e até o rosto do algoz. Também mostra Oleksandr com os braços erguidos com a aproximação do Berkut, e quando Berkut empurra Oleksandr inconsciente com o pé, verificando se ele está vivo.

Em casa, esperam por ele a esposa e filha de 5 anos. A menina sabe que o pai está no hospital, mas porque ele está lá, quem é o culpado, a mãe não consegue explicar.

Com a filhinha

Oleksandr nasceu na região de Vinnytsia. É engenheiro-projetista de sistemas de abastecimento de água e saneamento. Atualmente engenheiro-chefe do Centro de Tecnologias de Tratamento de Água. Com sua esposa Maryna, jornalista, vivem próximo de Kyiv, na cidadezinha chamada Bucha.

Maryna diz que no dia 1º de dezembro, pela primeira vez ele saiu de casa para ir ao Maidan porque quis apoiar as pessoas depois da sangrenta repressão na noite de 29-30 de novembro.

Com amigo andavam tranquilamente, mas foram separados pela multidão. O amigo conseguiu fugir mas Oleksandr caiu nas mãos do Berkut. O telefone ficou mudo, foi roubado durante a detenção, mais ou menos às 5:00 horas. Conseguiu telefonar para esposa somente às 23:00 horas. Maryna conseguiu ver o marido somente no Tribunal, mas ele não a reconheceu porque seus óculos foram quebrados ainda na Bankova. Somente com ajuda do advogado Maryna conseguiu trazer-lhe novos. Não lhe permitiram falar com o marido.

VALERY HARAHUTS

Fundador e jornalista do jornal online "Faces" de Dnipropetrovsk. Budista, pacifista e vegetariano. Sozinho construiu a máquina de tecelagem, o tecido distribuía como presente a amigos. Sonhava abrir uma escolinha de tecelagem para crianças.

Depois das agressões do Berkut foi hospitalizado e ainda permanece lá. Segundo informações ele tem concussão cerebral, múltiplos hematomas nas pernas e pés e costelas fraturadas.

A acusação é igual aos demais. Artigo 294, que prevê até 8 anos de prisão.

Valery com seu tear

Valery ganhou a reputação, da mídia local, de "Amante da verdade" após publicar em sua edição fotos desagradáveis para autoridades locais. Os jornalistas se admiram com as acusações contra Harahutsa. "Valery é uma pessoa normal, equilibrada, não agressiva. O que estão falando não se relaciona a ele", dizem eles.

Valery antes do espancamento

Valery veio a Kyiv para cobertura dos protestos. Lembrando o que acontecia nos protestos anteriores trouxe um kit de primeiros socorros para ajudar as vítimas caso necessário. Durante o ataque do Berkut viu um jovem ferido e correu em seu auxílio

Valery após o espancamento

Neste momento Valery recebeu um golpe nas pernas, daí não conseguiu mais andar, muito menos fugir. Como os outros foi arrastado até a Administração Presidencial e jogado na calçada onde ficou no mínimo duas horas numa temperatura de zero graus. Se tentava levantar recebia cassetadas na cabeça ou nas costas.

Violando a lei não permitiram advogado por mais de três horas.

Somente depois de cinco dias permitiram que seu filho o visitasse. O investigador alegou que o jornalista foi aprisionado porque tinha nas mãos um coquetel Molotov. Segundo o filho o coquetel Molotov podem ter confundido com peróxido de hidrogênio e uma bandagem que seu pai usava para ajudar as vítimas. (E não podiam verificar antes de bater? - OK). "O pai parece bem. Duas equimoses. Está cheio de otimismo. Se houver chance fará tudo novamente. O único que lamenta é treinar ioga ao invés de corrida", - escreveu o filho em seu blog.

Muito importante no julgamento. O governo deve saber - não nos podem excluir da multidão, um a um, espancar e colocar atrás das grades, para assustar os outros. E não nos podem espancar na frente das câmeras, e depois aprisionar com a esperança de, silenciosamente, fabricar provas contra nós.

1. Shevchenko foi o maior poeta ukrainiano. Já no século XIX ele clamava contra a injustiça dos ocupantes moscovitas e seus cúmplices da nobreza ukrainiana. Parece que nada mudou, o povo continua sofrendo.

Tradução: Oksana Kowaltschuk

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