sexta-feira, 25 de abril de 2014

Primeiro-ministro ucraniano acusa Rússia de querer III Guerra Mundial

Merkel manifestou "profunda preocupação" a Putin. Ministro russo da Defesa disponível para conversações “imparciais e construtivas”. Obama fala com aliados europeus sobre possíveis sanções.

 
 Yatsenyuk pediu unidade internacional contra a Rússia Andrew Kravchenko/Reuters 

O primeiro-ministro ucraniano, Arseniy Yatsenyuk, acusou a Rússia de querer lançar “uma terceira guerra mundial” e apelou à comunidade internacional para “se unir contra a agressão”.
“As tentativas de agressão do exército russo sobre o território ucraniano levarão a um conflito no território da Europa. O mundo não esqueceu a II Guerra Mundial e a Rússia quer lançar uma terceira”, disse numa reunião do conselho de ministros.
“O apoio da Rússia aos terroristas da Ucrânia é um crime internacional e apelamos à comunidade internacional para se unir contra a agressão russa”, disse Yatsenyuk
As tropas russas que estão a fazer exercícios junto à Ucrânia aproximaram-se até um quilômetro da fronteira mas não a ultrapassaram, segundo o ministro ucraniano da Defesa, citado pela agência Interfax-Ucrânia.
Depois de, na quinta-feira, forças ucranianas terem avançado sobre posições de grupos pró-russos que ocupam cidades no Leste do país, e de notícias sobre a morte de “até cinco” separatistas, perto da cidade de Slaviansk, a Rússia iniciou manobras militares junto à fronteira, depois de o Presidente Vladimir Putin ter dito que a ação do governo de Kiev terá “consequências”.
Mais tarde, a Ucrânia pediu à Rússia para, no âmbito dos acordos da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), explicar – no prazo  de  48 horas – as movimentações militares fronteiriças.
Já nesta sexta-feira, Merkel manifestou telefonicamente a Putin, sua “grande preocupação”. A chanceler “disse esperar do governo russo que manifeste claramente a sua aprovação do acordo de Genebra e que se empenhe na sua aplicação”, disse o porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert. [Essa chanceleer alemã é uma piada de mau gosto! "...manifestou telefonicamente a Putin sua 'grande preocupação' " !?! Isso é o mesmo que dizer ao vampiro que o banco de sangue está diminuindo!!! Argh - O Cossaco]
O acordo de Genebra, estabelecido na semana passada entre a Rússia, EUA, União Europeia e Ucrânia prevê o desarmamento de “todos os grupos ilegais” que atuam na Ucrânia e a desocupação de edifícios públicos tomados por pró-russos. [Desde quando os russos cumpriram algum acordo que não fosse do interesse próprio? - O Cossaco]
O ministro russo da Defesa, Serguei Shoigu, manifestou entretanto disponibilidade para conversações “imparciais e construtivas” com os EUA para estabilizar a situação na Ucrânia. ["Imparciais e construtivas" para os russos significa: vocês concordam com tudo que nós queremos e está tudo bem. - O Cossaco]

Um responsável ucraniano disse que o avanço militar de quinta-feira se destinou a bloquear Slaviansk e a impedir o envio de reforços para os separatistas pró-russos que controlam a cidade.  

Já esta sexta-feira, o governo de Kiev anunciou que um helicóptero militar foi atingido no solo por disparos de um lança-foguetes e se incendiou, provocando ferimentos no piloto, num aeródromo de Kramatorsk, perto de Slaviansk. Residentes na zona disseram ter ouvido tiros e três explosões.

terça-feira, 22 de abril de 2014

Kiev relança operação “antiterrorista” após descoberta de corpos “brutalmente torturados”

Pouco antes deste anúncio, o Ministério da Defesa acusou também forças separatistas de terem disparado contra um avião militar que sobrevoava a cidade de Slaviansk.

 
 Forças pró-russas mantêm posições em várias cidades do Leste Baz Ratner/Reuters
 
O Presidente interino ucraniano anunciou o relançamento da “operação antiterrorista” no Leste da Ucrânia, justificando o fim da trégua decretada durante a Páscoa com a morte de um político do seu próprio partido em Slaviansk.
Num comunicado divulgado nesta terça-feira à noite, Oleksandr Turchinov afirma que foram descobertos dois corpos “brutalmente torturados” nos arredores da cidade, controlada há mais de uma semana por forças pró-russas.
Um dos corpos, explica o texto, pertence a Volodimir Ribak, um membro do partido Pátria, a formação liderada pela antiga primeira-ministra Yulia Tymochenko, ao qual pertencem também o próprio Presidente e o primeiro-ministro interino da Ucrânia.

“Estes crimes foram cometidos com o total apoio e indulgência da Federação Russa”, acusa Turchinov, revelando ter dado ordens aos serviços de segurança “para que relancem e executem medidas efetivas antiterroristas, com o objetivo de proteger os cidadãos ucranianos que vivem no Leste do país destes terroristas”.

Esta operação foi lançada depois de grupos separatistas pró-russos terem atacado e ocupado edifícios governamentais e esquadras em dezenas de cidades do Leste da Ucrânia. Foi interrompida em antecipação da Páscoa ortodoxa.

Pouco antes deste anúncio, o Ministério da Defesa acusou também forças separatistas de terem disparado contra um avião militar que sobrevoava a cidade de Slaviansk. O aparelho, um Antonov An-30, foi atingido por várias balas mas conseguiu pousar em segurança, adiantou a mesma fonte.

terça-feira, 15 de abril de 2014

UCRÂNIA: CURTAS [15/04/2014]

Ucrânia: leste calmo enquanto Kiev anuncia operação antiterrorista

15/04 13:03 CET

Ativistas pró-Rússia permaneciam barricados esta manhã nos edifícios da administração em Slaviansk e outras localidades do leste da Ucrânia.
Apesar da aparente calma, as tensões na região permanecem elevadas.
Em Kiev, o presidente interino, Oleksander Turchinov, afirma que está em curso uma operação antiterrorista.

“Esta manhã teve início uma operação anti-terrorista a leste da região de Donetsk. O objetivo desta ação, volto a sublinhar, é proteger os cidadãos da Ucrânia do terror, impedir a criminalidade e quaisquer tentativas de dividir o país”, anunciou o presidente falando no parlamento em Kiev.

Na segunda-feira, ativistas pró-Rússia tomaram de assalto mais edifícios públicos no leste da Ucrânia.
Em Horlivka, o assalto a uma esquadra da polícia coincidiu com o fim do prazo dado por Kiev aos ativistas pró-Rússia para abandonarem os locais públicos ocupados.
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Alta tensão no Leste da Ucrânia face a incerteza sobre operação militar para desalojar separatistas

15/04 03:36 CET

Passado o ultimato do governo, centenas de ucranianos manifestaram-se na praça Maidan de Kiev para exigir uma ação vigorosa contra os militantes pró-russos que controlam cada vez mais edifícios oficiais no Leste do país.
O governo ucraniano disse no domingo ter lançado uma “operação antiterrorista de grande envergadura” contra os separatistas, mas o Exército não lançou qualquer ação militar, mesmo depois de passado o prazo estabelecido pelo presidente interino.
Ainda assim, forças especiais ucranianas estão mobilizadas a escassos 70 quilômetros da cidade de Slaviansk, símbolo das recentes tensões e onde os militantes pró-russos controlam um grande número de acessos, bem como os edifícios da polícia, dos serviços de segurança e da administração local.

Os presidentes russo e norte-americano debateram por telefone a situação tensa no Leste da Ucrânia. Vladimir Putin reiterou que as acusações de ingerência de Moscou são “especulações sem fundamento”, enquanto Barack Obama afirmou que “as ações da Rússia não são coerentes nem favoráveis” a uma solução diplomática para a crise.

No terreno, o correspondente da euronews, Sergio Cantone, diz que “a maioria da população na região de Donetsk sente-se refém das circunstâncias. Quase todos os edifícios oficiais estão ocupados por uma minoria consistente, enquanto a maioria silenciosa parece estar a viver de forma passiva os acontecimentos”.
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Habitantes de Kiev querem mais força e diplomacia

14/04 20:55 CET
As pessoas, na Praça de Maidan, no centro de Kiev, reagem de forma diversa, à investida russa, no sul e leste do país;
Há quem deseje uma resposta musculada do governo, contra os separatistas, apoiados por Moscou.

Peritos de defesa ucranianos dizem que a resposta militar devia ter acontecido mais cedo. Ninguém parou os separatistas no início, por incompetência, ou falta de vontade política.

Um jovem diz que o Governo espera pela ajuda externa:
“Isto é uma agressão, não há dúvida. O cenário da Crimeia está a repetir-se. Esperamos pela reação da comunidade internacional, que tem de nos ajudar. As autoridades esperam ajuda militar, mas temos de depender apenas de nós próprios”.

Outra habitante de Kiev admite que os ucranianos têm de defender o território ucraniano, com armas:
“O nosso governo perdeu a Crimeia, porque fomos muito tolerantes, com o que estava a acontecer, acreditávamos numa solução pacífica. É por isso que eu acho que temos de ser mais rigorosos e defendermos, mesmo com armas, a nossa terra ucraniana”.

Finalmente, ainda há quem acredite na via diplomática:
“Em primeiro lugar, é necessário tentar resolver as questões diplomaticamente e depois ficar na defensiva. E se não houver qualquer solução diplomática? Tudo tem de ser feito para encontrá-la. O mundo inteiro irá participar, toda a nação tem que participar para que esse problema possa ser resolvido, sem derramamento de sangue”.

O tempo começa a escassear, para a diplomacia. As atenções centram-se agora nas negociações multilaterais que começam na quinta-feira, em Genebra.
Até lá, é uma corrida contra o tempo.
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segunda-feira, 14 de abril de 2014

Ultimato ucraniano ignorado por pró-russos, invadida câmara de mais uma cidade

Caro Leitor:
Não são os "pró-Rússia" que estão promovendo os conflitos no Leste da Ucrânia. São agentes russos infiltrados que se passam por nativos da região que promovem o caos e a desordem na Ucrânia visando desestabilizar o governo provisório, boicotar as eleições e promover o retorno do "rato de esgoto" fujão (Plano A) ou a federalização (Plano B) do país para dominá-lo e dividí-lo mantendo partes sob suas garras.

O Cossaco.

(actualizado às )
Presidente ucraniano em exercício, Oleksander Turchinov, fala pela primeira vez em possibilidade de referendo sobre o estatuto do país. Novas autoridades de Kiev têm recusado qualquer ideia de "federalização".

Pró-russos em Slaviansk, no domingo Gleb Garanich/Reuters  

Um ultimato que o Governo da Ucrânia deu aos separatistas pró-russos para deporem as armas e acabarem com a ocupação de edifícios públicos chegou ao fim na manhã desta segunda-feira sem que, pelo menos na cidade de Slaviansk, tivesse sido cumprido. Ao contrário, há notícias de ações de pró-russos onde ainda não tinham ocorrido. Ao mesmo tempo, pela primeira vez, as novas autoridades de Moscou admitem um referendo ao estatuto do país.

Em Horlivka, a última grande cidade da região de Donetsk onde pró-russos ainda não tinham saído à rua, manifestantes invadiram na manhã desta segunda-feira o edifício da câmara e a sede da polícia. Foram  lançados cocktais-molotov e ouviram-se explosões.
Mas em Slaviansk, onde no domingo ocorreram confrontos, apesar do ultimato que o Presidente ucraniano em exercício, Oleksander Turchinov,  tinha fixado, um correspondente da Reuters disse que a bandeira da Rússia flutuava na sede da polícia, um dos três edifícios tomados por pró-russos, e que homens armados estavam a reforçar barricadas com sacos de areia levantadas em seu redor. Um caminhão parecia estar a transportar pneus para reforçar essas barreiras.   
Turchinov estabeleceu um prazo até às 6h00 TMG desta segunda-feira  para que os edifícios fossem desocupados e os pró-russos depusessem as armas, sob pena de uma ação de segurança em larga escala que envolveria o Exército. Turchinov acusa a Rússia de inspirar e organizar as rebeliões no Leste do país. “Não vamos permitir que a Rússia repita o cenário da Crimeia”, disse. (Sim, só com palavras? Os russos estão rindo dessas ameaças vazias e inóquas - O Cossaco).
Já esta segunda-feira falou no Parlamento sobre a possibilidade de organizar um "referendo nacional" sobre o estatuto do país. "Não somos contra a realização de um referendo em todo o país que, se o Parlamento assim o decidir, poderia decorrer ao mesmo tempo que a eleição presidencial", a 25 de Maio, disse num reunião com líderes de grupos políticos. (O referendo é o que os russos querem, e o governo provisório vai promovê-lo? É o mesmo que entregar a Ucrânia a Rússia !!! Os 90 anos de comunismo sob o tacão da Rússia não foram o suficientes??? - O Cossaco)
"Estou certo de que a maioria dos ucranianos se pronunciariam por uma Ucrânia indivisível, independente, democrática e unidade", declarou também. Turchinov não explicou a questão do referendo. As novas autoridades de Kiev tinham até agora recusado qualquer ideia de "federalização".
Separatistas do Leste do país, entre os quais grupos armados, reclamam referendos locais sobre uma ligação à Rússia ou uma "federalização" da Ucrânia. A Rússia também defende uma "federalização" como forma de garantir os "legítimos interesses dos russófonos do Leste e do Sul da Ucrânia.
No domingo, o Governo de Kiev lançou uma “operação antiterrorista de larga escala” contra os militantes armados que ocuparam quartéis da polícia e outros edifícios públicos em vários pontos do Leste da Ucrânia, o que deu origem a violentos confrontos em cidades como Slaviansk, Donetsk ou Kharkov — por onde alastra a rebelião separatista pró-russa.
As trocas de tiros entre as forças especiais ucranianas e as milícias separatistas provocaram baixas de ambos os lados. Além de um número indeterminado de feridos, estão confirmadas as mortes de um oficial das forças especiais ucranianas e de um elemento das milícias pró-Rússia. A Rússia reagiu dizendo ao Governo de Kiev para cessar "a guerra contra o seu  próprio povo” e pedindo a reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas. (Se os russos estão tão compadecidos pelo seu povo, porque não recolhem esse "povo" para o seu território? O lugar de russos é na Rússia e não na Ucrânia !!! - O Cossaco).

Aumentam receios de um confronto
As autoridades de Moscou consideram “criminoso” o eventual recurso à força contra os pró-russos. (Sim, e o que os russos fizeram na Crimeia não é "criminoso" ??? Cínicos!!! Dissimulados!!! - O Cossaco) No domingo à noite, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia emitiu uma nota em que classificava a mobilização da tropa contra os rebeldes separatistas como “ordem criminal” e dizia que era o Ocidente que tinha agora “a responsabilidade de evitar uma guerra civil na Ucrânia”.
No Conselho de Segurança, que se reuniu de emergência na noite de domingo, a Rússia foi acusada de promover a instabilidade no Leste da Ucrânia. Na que foi a décima reunião dedicada à crise na Ucrânia, desde que no final do ano passado começaram os protestos que levaram à queda do Presidente Viktor Yanukovych, ficou claro o isolamento da Rússia. Nem a China, que apelou "à via diplomática", esteve ao seu lado.
Os países ocidentais acusaram as autoridades de Moscou de promoverem a desestabilização do Leste da Ucrânia com uma estratégia semelhante à usada na Crimeia. O embaixador do Reino Unido nas Nações Unidas, Mark Lyall Grant, disse que a Rússia concentrou entre 35 mil a 40 mil soldados junto à fronteira ucraniana, a juntar aos 25 mil que diz estarem deslocados na Crimeia — controlada pelas autoridades de Moscou desde o mês passado. A Rússia anunciou,  nesta segunda-feira, o lançamento com êxito de um míssil balístico intercontinental RS-24 equipado com uma ogiva múltipla.

Ucrânia: troca de acusações no Conselho de Segurança da ONU

14/04 05:23 CET

A reunião de urgência do Conselho de Segurança das Nações Unidas a pedido da Rússia não ofereceu qualquer resolução para a crise na Ucrânia.
Os países ocidentais acusaram Moscou de repetir a estratégia utilizada na Crimeia, organizando a ocupação de edifícios oficiais no Leste ucraniano.
O embaixador britânico nas Nações Unidas denunciou a “postura agressiva” do Kremlin. Mark Lyall Grant disse que “as imagens de satélite mostram que existem entre 35 e 40 mil soldados russos perto da fronteira com a Ucrânia, equipados com aviões de combate, tanques, artilharia e unidades de apoio logístico, para além dos 25 mil soldados ilegalmente estacionados na Crimeia”.
O representante russo, por seu lado, voltou a negar a influência do seu país nos acontecimentos e disse que cabe ao Ocidente agir para “evitar uma guerra civil na Ucrânia”.
Vitaly Churkin afirmou que “foram feitas muitas acusações incorretas contra a Rússia: que os russos querem desestabilizar ou derrubar a Ucrânia; mas por que razão é que não responderam ao apelo [de Moscou] quando a crise começou, para lançar o diálogo para ajudar a Ucrânia a encontrar uma saída para a crise política e econômico que se desenrolava”.
Sem poupar palavras nas acusações, o representante ucraniano disse que o que se está a passar no Leste do país é “uma operação terrorista em larga escala, orquestrada pela Rússia”.

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domingo, 13 de abril de 2014

Ucrânia: feridos graves em Kharkiv

13/04 18:15 CET

Apoiantes pró-Kiev e pró-Rússia envolveram-se em confrontos em Kharkiv no leste da Ucrânia.

Imagens de vídeo amador partilhadas através das redes sociais mostram apoiantes de Moscou a agredirem simpatizantes do novo governo em Kiev.

As agressões aconteceram à entrada de uma estação de metro após duas manifestações que decorreram simultaneamente.

Testemunhos citados por agências de notícias referem que simpatizantes pró-Rússia teriam penetrado à força no interior de edifícios da administração pública em Kharkiv.

As autoridades policiais referem pelo menos meia centena de feridos.

Igualmente este domingo, em Zaporizhzhya no leste da Ucrânia, cerca de três milhares de manifestantes pró-europeus mediram forças com simpatizantes pró-Moscou.

Kiev já lançou uma operação com forças especiais para recuperar o controle das áreas sob domínio dos simpatizantes pró-Rússia.

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Ucrânia: forças governamentais lançam ofensiva antiterrorista

13/04 12:00 CET

Militares ucranianos lançaram este domingo uma operação para retomarem o controle de edifícios públicos ocupados por ativistas pró-Rússia no leste do país.
A localidade de Slaviansk é um dos pontos fulcrais das operações.
Informações dão conta de mortos e feridos de ambos os lados.
Há pelo menos um morto a lamentar entre as forças de segurança ucranianas assim como vários feridos.
O ministro ucraniano do interior, Arsen Avakov, aconselhou a população a permanecer dentro de casa.
Um grupo de mulheres que se encontrava com os ativistas pró-Rússia foi evacuada momentos antes do início das operações das forças ucranianas.

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sábado, 12 de abril de 2014

Imagens da OTAN mostram Exército russo pronto a intervir junto à fronteira com a Ucrânia

(atualizado às )
As fotografias deram origem a uma discussão sobre a neutralidade de Kiev, que o Kremlin quer consagrada na lei ucraniana.




A crise da Ucrânia ressuscitou a retórica e os métodos de propaganda da Guerra Fria, fazendo lembrar aos dois velhos antagonistas que ainda são “os melhores inimigos”, como comentou à Reuters uma fonte diplomática de Bruxelas.

Ontem, o secretário-geral da OTAN, Anders Fogh Rasmussen, defendeu que a Aliança deve responder às movimentações russas junto à fronteira ucraniana adotando “medidas suplementares”, como a deslocação de tropas para zonas estratégicas e a realização de exercícios militares. Em resposta, Moscou acusou a OTAN de manipular a informação ao divulgar imagens antigas para provocar uma reação.

O conjunto de fotografias divulgado mostra uma grande e recente concentração de meios de combate russos junto à fronteira da Ucrânia. As imagens, que foram tiradas pela empresa privada DigitalGlobe entre 22 de Março e 2 de Abril, revelam claramente aviões de combate, helicópteros, peças de artilharia e infantaria e equipamento adequado a tropas especiais. Na análise dos comandos da Aliança Atlântica, explicada em conferência de imprensa em Bruxelas, trata-se de equipamento pronto a usar, como estão prontos a entrar em ação os cerca de 40 mil homens que o Governo de Moscou estacionou na região junto à fronteira do Leste da Ucrânia.

Segundo os militares da OTAN, algumas das zonas onde agora está este exército russo, estavam vazias ou praticamente vazias em Fevereiro — a base aérea de Buturlinovka, que estava praticamente desocupada, agora alberga dezenas de caças; Belgorod, que também estava quase deserta em Fevereiro, tem agora 20 helicópteros e fontes citadas pela BBCB diziam que por ser a base mais próxima da fronteira (50km) poderá ser dali que partirá uma invasão, caso este venha a acontecer.

“Trata-se de uma força significativa e pronta para avançar”, disse à BBC o brigadeiro Gary Deakin, que dirige o centro de operações de crise da OTAN em Mons, na Bélgica. “Tem capacidade para se deslocar rapidamente para dentro da Ucrânia mal receba ordens.” As imagens, disseram as fontes, indicam que se trata de uma força ofensiva e não de tropas em “exercício” como defende Moscou.

O Governo russo reagiu à divulgação das imagens e às explicações sobre elas dizendo que as fotografias datam do Verão de 2013, quando foram realizadas manobras na zona. Os russos estão a mentir, responderam os generais da OTAN que , ao fim da manhã de ontem, divulgaram outras fotografias com mais detalhes para “que fique claro que as afirmações dos responsáveis russos são totalmente falsas”.

Rasmussen disse que a OTAN deve responder com mais veemência à ameaça russa. O reforço do patrulhamento aéreo nos Estados bálticos, o envio de aviões-radar Awacs para a Polônia e Romênia e o reforço da vigilância naval no mar do Norte não chegam, na opinião de Rasmussen. “Penso que temos de tomar medidas suplementares e, de acordo com as recomendações das nossas autoridades militares, vamos discutir o assunto nos próximos dias e semanas.” “A reflexão [da próxima semana] poderá incluir uma evolução dos nosso planos de Defesa, o reforço dos exercícios e o deslocamento apropriado [de tropas]”, acrescentou o secretário-geral da OTAN que, porém, esclareceu que a Aliança Atlântica não tem sobre a mesa uma “opção militar”. “A OTAN defende e protege os seus aliados e adotaremos as medidas necessárias - e legítimas perante a instabilidade criada pelas ações da Rússia — que assegurem que essa defesa coletiva seja eficiente.”

Num discurso em tom de Guerra Fria deve procurar-se uma frase chave que explique o que o secretário-geral quis dizer. A frase pode ser esta: “evolução dos planos de Defesa”. Pode ter sido ela a levar o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, a introduzir a questão da neutralidade da Ucrânia na troca de acusações de ontem.

A Rússia, disse Lavrov, quer que a Ucrânia se mantenha um país neutro e quer garantias legais de que será assim. Em 2010, o Presidente destituído da Ucrânia — mas que Moscou ainda considera legitimo — promulgou uma lei que excluía a possibilidade de o país entrar na OTAN e reafirmava a neutralidade deste território que faz parte da linha de neutrais que separa a Rússia da OTAN. O Kremlin receia que o novo poder em Kiev ceda à pressão do Ocidente e quebre esse pacto.

Governo ucraniano convoca conselho de segurança nacional e diz que há troca de tiros no Leste

Rebeldes pró-russos avançam no leste da Ucrânia e Ministro do Interior promete "tolerância zero" contra terroristas armados. Rússia desmente estar por trás das manobras no Leste.

 
 Rebeldes pró-russos ocuparam esquadra em Slaviansk AFP/ANATOLIY STEPANOV 

Os rebeldes separatistas que reclamam a auto-determinação de Donetsk, no leste da Ucrânia, intensificaram a sua campanha contra o Governo de Kiev e alargaram a sua área de “atuação” para além dos limites daquela cidade que serve de capital à região industrial do país. Envergando uniformes militares e armados com granadas e armas de fogo, cerca de 20 militantes pró-russos tomaram uma esquadra de polícia em Slaviansk, e subiram a parada para a resposta do ministério do Interior – que de imediato enviou tropas especiais para a região.

O Presidente interino, Olexander Turchinov, convocou uma reunião urgente do conselho de segurança nacional para discutir a resposta do Governo à escalada da tensão, e o ministro do Interior, Arsen Avakov prometeu uma ação rápida e eficaz para “repelir os terroristas” que ameaçam a integridade territorial da Ucrânia. Depois de uma semana acantonados no edifício do governo regional de Donetsk, os “ativistas” russófilos – que as autoridades ucranianas e aliados ocidentais dizem ser agentes desestabilizadores apoiados por Moscou – começaram a expandir as suas frentes de luta contra o novo governo ucraniano.

Avakov denunciou a existência de vários focos de confrontos e ataques dos secessionistas no leste do país, que classificou como uma “agressão” fomentada pela Rússia – uma acusação desmentida pelo ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, num telefonema ao seu homólogo ucraniano. O ministro do Interior indicou uma “reação muito dura e severa” das forças ucranianas às investidas dos “provocadores” e “terroristas armados”. “Para esses é tolerância zero”, escreveu numa mensagem de Facebook em que dava conta de troca de tiros entre os grupos armados e a polícia na cidade de Kramatorsk.

No entanto, o Governo está fortemente condicionado pela ameaça de intervenção da Rússia em caso de repressão ou violência contra a população russófila. Esse foi o pretexto para a ofensiva de Moscou na Crimeia, em Fevereiro: com cerca de 40 mil soldados russos estacionados a duas horas da fronteira, os dirigentes ucranianos não podem arriscar a repetição da História.

Na sexta-feira, o primeiro-ministro, Arseniy Yatsenyuk, procurou acalmar os líderes do movimento secessionista com promessas de uma maior autonomia regional. Em conversações em Donetsk, o líder interino garantiu que estava disposto a promover uma reforma constitucional para transferir várias competências de Kiev e a negociar uma solução pacífica para o impasse no Leste.

Mas a sua visita à região não parece ter surtido qualquer efeito. Os rebeldes não desarmaram e este sábado forçaram a demissão do chefe da polícia regional de Donetsk, abrindo mais uma brecha na autoridade do Estado. “Em cumprimento das vossas exigências, afasto-me do cargo”, cedeu Kostiantin Pozhidaiev, perante uma multidão concentrada em frente do quartel-general da cidade. No edifício, como em muitos outros imóveis regionais, já não voa a bandeira da Ucrânia: agora, são as cores da Rússia, vermelho, branco e azul, ou as tarjas laranja e pretas adoptadas pelos separatistas, que se vêem nas janelas.

Além dos grandes centros urbanos de Donetsk, Lugansk e Kharkov, e também de Slaviansk (que fica a cerca de 150 quilômetros da fronteira com a Rússia), os rebeldes pró-russos começam a avançar para outras localidades, complicando a tarefa das forças destacadas pelo Governo. Em declarações à BBC, Alexander Gnezdilov, o porta-voz dos activistas que declaram a autonomia da “república popular” de Donetsk, esclareceu que os militantes que se dirigiram para Slaviansk constituem um “grupo independente” solidário com o protesto contra o Governo de Kiev.

Segundo dizia a Reuters, os rebeldes que ocuparam a esquadra de Slaviansk recolheram todo o arsenal de mais de 400 armas ali disponível, distribuindo-o pelos seus apoiantes, e contaram também com a colaboração de residentes locais que ergueram barricadas com pneus e organizaram checkpoints nas estradas para tentar travar o acesso do Exército à cidade.

Um militante entrevistado pela Associated Press, que se identificou apenas como Sergei, explicou que a razão pela qual decidira pegar em armas era para proteger a região dos “nacionalistas radicais e da junta que tomou o poder em Kiev”. “Só temos uma exigência, que é a realização de um referendo para a anexação à Rússia. Não queremos ser escravos da América e do Ocidente”, afirmou.

Entretanto em Kiev, o Governo interino informou que a empresa estatal Naftogaz suspendeu os seus pagamentos à Rússia, e preveniu a Europa para eventuais “problemas” de abastecimento de gás natural. A decisão resulta da subida do preço praticado pela russa Gazprom: com a queda do Presidente Viktor Yanukovych, a Rússia acabou com os subsídios que mantinham em baixa as faturas dos consumidores ucranianos.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

STALIN, O TIRANO VERMELHO

Este psicopata, Stalin, é o segundo maior genocida da história da humanidade em todos os tempos. O primeiro é Mao Tsé-tung.
Este vídeo serve para mostrar a índole [temper] russa. Um povo cínico, dissimulado, desprovido de dilema moral. Não esqueçam: Quem determina o sucesso de um espetáculo, dantesco ou não, é o público.
O Cossaco.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Ucrânia: Governo lança ultimato de 48 horas aos separatistas

09/04 13:31 CET

O governo de Kiev lançou um ultimato aos separatistas que ocupam edifícios públicos nas cidades russófilas do leste da Ucrânia.
“A questão ficará resolvida em 48 horas, ou pela via política ou pela força”.

A situação mais tensa vive-se na cidade de Luhansk. Os últimos ocupantes do edifício dos serviços de segurança já saíram do imóvel, mas as barricadas na rua foram reforçadas e os ativistas prepararam-se para lutar por um referendo sobre a anexação da cidade à Rússia.
Um manifestante lança um apelo:
“Esta é a nossa última oportunidade. Kharkiv está perdida, Donetsk está perdida, Mykolaiv já foi perdida há muito tempo, Odessa está quase perdida. Nós somos a última esperança para toda a Ucrânia”.

Nas outras cidades em que eclodiram os movimentos separatistas após a anexação da Crimeia, a situação está agora mais calma, embora alguns edifícios oficiais estejam ainda ocupados.

Em Donetsk, a sede do governo regional ainda está ocupada, mas o edifício dos serviços de segurança já foi retomado pelas autoridades.

A população da cidade está dividida:
“Queremos liberdade, queremos a nossa república de Donetsk para nos ligarmos a quem quiser unir-se a nós”, afirma uma cidadã.

Outra, defende:
“Queremos que Donetsk seja ucraniana. Amamos a nossa Ucrânia”.

O governo interino da Ucrânia continua a acusar a Rússia de tentar desmembrar o país. Moscou nega as acusações.

Os serviços secretos ucranianos divulgaram, no site oficial, que detiveram uma cidadã russa envolvida em confrontos na Ucrânia e acusam-na de espionagem.

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A ESTRATÉGIA IMPERIALISTA E DEMONÍACA DA RÚSSIA.



"No mundo das idéias abstratas, o único que em geral os doutrinários conservadores e tradicionalistas conhecem, Putin deve ser louvado por sua resistência às "políticas de gênero". Mas louvor e censura são apenas expressões de um estado de ânimo subjetivo. Não creio ter o direito de manter os leitores atentos aos caprichos da minha alminha. Imagino que eles esperem de mim alguma ciência, alguma análise da realidade objetiva. E, na realidade objetiva, a virada conservadora de Putin, coexistindo com a reabilitação de Stálin e a ocupação da Criméia, é apenas uma peça no complicado esquema estratégico eurasiano. Para Putin como para o seu guru Alexandre Duguin, a moral religiosa tradicional só vale porque é um elemento de propaganda anti-ocidental entre outros. No século XIX a Rússia já prometia salvar o mundo da corrupção ocidental. O eurasianismo bebe nessa fonte como bebe no marxismo, no nazismo, no islamismo etc. etc.

É realmente absurdo que os jornais paguem a seus articulistas para que digam o que estão sentindo. Página de opinião, hoje em dia, parece grupo de psicoterapia. Eu me sentiria um palhaço se escrevesse um artigo só para dizer se gosto ou não gosto do Vladimir Putin. Aliás não me sinto nem capaz de gostar ou não gostar de pessoas que não dão a mínima para a minha opinião. 

Dostoiévski acertou em tudo quanto profetizou de ruim, nada de bom. Seus temores realizaram-se, suas esperanças falharam. Refiro-me às esperanças quanto à Rússia como guia espiritual da humanidade. Nenhum povo, nação ou entidade qualquer recebeu a missão divina de salvar o mundo. Nem a Igreja tem esse mandato. Ela está aí para levar ao céu as almas individuais que quiserem ir. Não povos, nações, o planeta ou a espécie humana. Todos os salvadores do mundo são ladrões e farsantes. Nem Jesus prometeu salvar o mundo, e sim salvar DO mundo as almas dos eleitos." (Olavo de Carvalho)

Putin não invadirá a Ucrânia, fará pior


Comentário


Depois de se apoderar da Crimeia, Moscou empurra a Ucrânia para o caos. Não vai invadir nem anexar o Leste e Sul do país. A política tradicional russa é manter uma Ucrânia fraca e, se necessário, "ingovernável" de forma a assegurar a sua dependência. Neste momento, o objetivo parece mais preciso: desorganizar e dividir a Ucrânia, de forma a impedir as eleições de 25 de Maio que, calcula Vladimir Putin, legitimariam um poder político hostil e pró-ocidental. Que acontecerá se o Leste e o Sul boicotarem as eleições?

Moscou tem a sua alternativa: impor referendos regionais que consagrariam um sistema federal e a autonomia das regiões, inclusive em política externa, "balcanizando" a Ucrânia. Pretende acentuar a polarização entre Leste e Oeste e convencer os ucranianos de que o seu modelo federal será a solução mais realista e "pacífica". Putin sabe que americanos e europeus têm escassos meios para anular a ofensiva política russa.

O que aconteceu em Donestk, Kharkov ou Lugansk não teve uma dimensão de massas. É um sinal. Seguir-se-ão meses de crescente tensão. Os EUA e a UE acusam Moscou de desestabilizar a Ucrânia e de orquestrar as manifestações pró-russas. Moscou intima Kiev a não usar a força no Leste sob risco de desencadear uma "guerra civil".

Putin tentará estrangular a economia ucraniana com a subida do preço do gás (um aumento de 80%) enquanto os investidores estrangeiros deixaram de ter vontade de correr para Kiev. O país está à beira da bancarrota.

O nacionalismo ucraniano — e anti-russo — afirmou-se nos últimos meses mas não em todo o país, que continua a ser extraordinariamente frágil. Pareceu emergir uma nova elite social, mas não teve ainda tradução política. A classe dirigente é a mesma de antes — uma oligarquia corrupta — e as instituições não funcionam. Após a perda da Crimeia, o governo teve de recorrer a oligarcas para controlar o Leste do país. Hoje, é Rinat Akhmetov, o maior dos oligarcas, que está a tentar "apagar o fogo" em Donetsk.

Em termos econômicos e militares Moscou está em inferioridade perante Washington. Mas tem tropas na fronteira, enquanto os americanos estão "longe" e os europeus "desarmados". Kiev não tem a cobertura da NATO. A "vantagem" de Moscou é ter muito a mais a perder na Ucrânia dos que os ocidentais, o que incentiva Putin a correr riscos mesmo perante sanções pesadas — o que está longe de ser garantido. A Ucrânia é vital para o seu grande projeto estratégico — a construção da União Euro-Asiática. É, ainda, um "estado-tampão" perante a NATO e a influência da UE.

Vários analistas denunciam agora "a incultura política e a superficialidade da moderna diplomacia ocidental" que não soube antecipar a reação russa e festejou a destituição de Viktor Yanukovych no dia seguinte à assinatura do compromisso de 21 de Fevereiro, subscrito por Yanukovych e pela oposição e "testemunhado" pelos ministros do Negócios Estrangeiros da França, Alemanha e Polônia e por um enviado de Moscou.

"Por que é que América não compreende Putin?" — pergunta a historiadora e ex-sovietóloga americana Angela Stent, outrora conselheira no Departamento de Estado. Porque deixou de pensar a Rússia em termos históricos e "os especialistas de democracia e economia" enviados para Moscou nos anos 1990 pensavam em quadros estranhos à realidade russa. Depois, os think tanks voltaram-se para China e para o mundo árabe. Por isso, tal como Merkel, a América não percebe o mundo em que vive Putin.

Morrer por Kiev?
Ao incentivar a "mudança de regime" em Kiev, a UE assumiu a responsabilidade de ajudar a reconstruir a Ucrânia, política e economicamente. Cumprirá ou poderá cumprir? A Polônia e a Suécia lideram a política de intervenção e ajuda maciça. E a Alemanha ou a França?

"A chanceler Merkel tem de adotar uma atitude de firmeza e sem ambiguidade perante a Rússia e isto significa pesadas sanções", escreve Judy Dempsey, do think tank Carnegie Europe. "Não será tarefa fácil. Na opinião pública alemã há um consenso de que a Ucrânia é difícil e talvez não valha a pena defendê-la." Os países europeus não estão a agir em conjunto "porque pensam que o esforço não vale a pena".

O americano Walter Russell Mead convida Washington a optar entre "voltar as costas" à Ucrânia, o que significará "um amargo fracasso ocidental" ou lançar-se numa "dispendiosa, difícil e talvez condenada operação de nation-building", que Putin tem meios para anular.

A prazo, a política de "confronto estratégico" de Moscou perante o Ocidente vai sair-lhe muito cara porque bloqueará a modernização da Rússia, observa o analista russo Dmitri Trenin, que prevê um conflito por muitos anos.

Concorda Dempsey: "A Europa, e mais tarde a Rússia, vão pagar um alto preço."

Primeira reunião entre Rússia, EUA, Ucrânia e UE anunciada para a próxima semana

Considerações preliminares:
É preciso considerar nas análises que se faz sobre os acontecimentos na Ucrânia que este país foi e continua sendo dominado pelos russos e seu regime comunista nos últimos 93 anos. Neste ínterim, a Rússia invadiu a Ucrânia, impôs o seu povo e seu regime psicopata e agora se julga no direito de propriedade de um país que nunca foi seu. Se os russófonos que vivem na Ucrânia, se locupletam de suas riquezas adoram tanto a Rússia, porque não vão morar lá? É só atravessar a fronteira, tal com fizeram nas últimas nove décadas.
O Cossaco.

Angela Merkel acusa Moscou de "não estar a contribuir para o desanuviamento da tensão". [Putin e os russos estão rindo de suas acusações. Trata-se de um governo e povo em simbiose, sem dilema moral algum, cínico, dissimulado e psicopata - O Cossaco]

Manifestantes [leia-se parasitas invasores] pró-russos concentrados à porta da sede do governo regional Alexander Khudoteply/AFP 


As trocas de palavras continuam inflamadas e nas cidades ucranianas do Leste não está a afastada a hipótese de novos confrontos, mas no horizonte surgiu uma hipótese de desanuviamento com o anúncio de que os chefes da diplomacia da Rússia, Estados Unidos, Ucrânia e União Europeia se vão reunir na próxima semana para discutir aquela que se transformou na crise mais grave na Europa desde o fim da Guerra Fria.

A ideia do encontro foi lançada pelo secretário de Estado norte-americano, John Kerry, num telefonema, segunda-feira, com o homólogo russo, adianta a Reuters. Sergei Lavrov terá aceitado a sugestão, apesar de insistir que o convite fosse alargado a representantes das regiões russófonas, onde cresce o descontentamento com o governo interino da Ucrânia, dominado pelos partidos pró-europeus.

Mas a exigência russa não foi mencionada pelo gabinete de Catherine Ashton, representante para a política externa da UE, quando terça-feira à noite confirmou que a reunião a quatro se realizará na próxima semana, ainda sem data certa nem local marcado. Será o primeiro encontro a este nível desde que, em Fevereiro, o ex-Presidente ucraniano Viktor Yanukovych fugiu de Kiev, deixando caminho livre à oposição que durante meses contestou nas ruas a sua decisão de não assinar um acordo de associação com a União Europeia (UE), e desde que a região autônoma da Crimeia foi anexada pela Rússia.

Já depois deste anúncio, a chanceler alemã acusou a Rússia de “lamentavelmente não estar, em muitas áreas, a contribuir para o desanuviamento da tensão”. Angela Merkel tem sido desde o início da crise a interlocutora do Presidente russo, Vladimir Putin, mas também uma das dirigentes europeias mais críticas da atuação de Moscou.

Num discurso ao Parlamento, nesta quarta-feira, a chanceler garantiu que a UE “vai continuar a fazer o que tem feito”. “Por um lado vamos manter o diálogo, mas ao mesmo tempo vamos deixar claro de que, no nosso ponto de vista, a Ucrânia tem direito a decidir o caminho do seu desenvolvimento. É esta a nossa exigência.” [O ponto de vista da Chanceler alemã não fará diferença alguma para Putin - O Cossaco].

Em Washington, numa comissão do Senado, Kerry acusou também Moscou de ter enviado “agentes e provocadores” para as três cidades do Leste onde, na véspera, manifestantes pró-russos tomaram edifícios públicos. [Acusou? E daí, o que isso resolve? Putin irá tremer de medo porque foi acusado? Irá perder o sono? Faz-me rir, senhor Kerry - O Cossaco]

A todas as acusações a Rússia responde que não tem planos para invadir a Ucrânia, mas insiste que o governo interino ucraniano não está a responder às preocupações das populações do Leste, onde a maioria fala russo [retorne às considerações preliminares - O Cossaco] e a economia está dependente do país vizinho. Por isso, Moscou assegura a sua determinação em defender as populações de origem russa na região, o que deixa em aberto a possibilidade de intervenção num caso de incidentes na Ucrânia.

Um cenário que não está neste momento descartado, tanto mais que Kiev tem vindo a endurecer o tom em relação aos manifestantes que ocupam edifícios da administração nas cidades Donetsk e Lugansk. Depois de na véspera os ter apelidado de “criminosos e terroristas”, o ministro do Interior, Arsen Avakov, afirmou nesta quarta-feira que a situação nas duas cidades será resolvida nas próximas “48 horas”. “Há duas opções – negociações ou a força. Aos que querem diálogo, propomos negociações e uma solução política. Para a minoria que quer guerra, a resposta das autoridades ucranianas será dura”, avisou. [Ações imediatas já deveriam ter sido tomadas tão logo se formou o governo provisório. Permitiram que o fogo se alastrasse e agora querem combater o incêndio com canequinhas - O Cossaco]

terça-feira, 8 de abril de 2014

Ucrânia, os cenários que já são realidade

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Os cenários para a Ucrânia não mudaram. O que mudou foi a transformação, agora real, desses cenários em realidade. Onde havia a promessa de “libertar” outras zonas do país à semelhança do que sucedeu na Crimeia (que já é factualmente russa), há agora atos de invasão que pretendem concretizá-la; onde havia a “certeza” de dominar os avanços dos rebeldes pró-russos, há agora uma visível frustração por tal plano ter falhado; e onde se quis apelar à coesão surge, com cada vez maior nitidez, o fantasma da desintegração. Face a tudo isto, brandindo os mesmo argumentos de antes, Rússia e Estados Unidos voltam a falar em negociações multilaterais sem que se saiba bem o que é já negociável. Isto porque a insegurança, no terreno, é cada vez maior e não se vislumbra como unir um país com focos crescentes de secessão. Bem perto, a Rússia exulta. Uma Ucrânia fraca é uma presa fácil. Não para invadir, mas para subjugar. A começar pela economia.