quarta-feira, 9 de abril de 2014

A ESTRATÉGIA IMPERIALISTA E DEMONÍACA DA RÚSSIA.



"No mundo das idéias abstratas, o único que em geral os doutrinários conservadores e tradicionalistas conhecem, Putin deve ser louvado por sua resistência às "políticas de gênero". Mas louvor e censura são apenas expressões de um estado de ânimo subjetivo. Não creio ter o direito de manter os leitores atentos aos caprichos da minha alminha. Imagino que eles esperem de mim alguma ciência, alguma análise da realidade objetiva. E, na realidade objetiva, a virada conservadora de Putin, coexistindo com a reabilitação de Stálin e a ocupação da Criméia, é apenas uma peça no complicado esquema estratégico eurasiano. Para Putin como para o seu guru Alexandre Duguin, a moral religiosa tradicional só vale porque é um elemento de propaganda anti-ocidental entre outros. No século XIX a Rússia já prometia salvar o mundo da corrupção ocidental. O eurasianismo bebe nessa fonte como bebe no marxismo, no nazismo, no islamismo etc. etc.

É realmente absurdo que os jornais paguem a seus articulistas para que digam o que estão sentindo. Página de opinião, hoje em dia, parece grupo de psicoterapia. Eu me sentiria um palhaço se escrevesse um artigo só para dizer se gosto ou não gosto do Vladimir Putin. Aliás não me sinto nem capaz de gostar ou não gostar de pessoas que não dão a mínima para a minha opinião. 

Dostoiévski acertou em tudo quanto profetizou de ruim, nada de bom. Seus temores realizaram-se, suas esperanças falharam. Refiro-me às esperanças quanto à Rússia como guia espiritual da humanidade. Nenhum povo, nação ou entidade qualquer recebeu a missão divina de salvar o mundo. Nem a Igreja tem esse mandato. Ela está aí para levar ao céu as almas individuais que quiserem ir. Não povos, nações, o planeta ou a espécie humana. Todos os salvadores do mundo são ladrões e farsantes. Nem Jesus prometeu salvar o mundo, e sim salvar DO mundo as almas dos eleitos." (Olavo de Carvalho)

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