Julgamento de Yulia Tymoshenko: contenda de primeiros ministros do governo anterior.
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana) 03.08.2011
Mustafa Nayem
Na segunda feira Pecherskyi Tribunal recebeu importantes e respeitáveis testemunhas.
Esperava longamente no corredor quase a metade dos ministros do Gabinete anterior. Conversavam animadamente.
O advogada de defesa, da vez, Yurii Sukov não teve tempo para estudar o processo. O início revelou-se difícil.
Única testemunha chamada neste dia foi Yurii Yekhanurov. Seu interrogatório durou mais de cinco horas, das quais as perguntas de acusação ocuparam apenas os primeiros dez minutos. O restante do tempo o senhor Yekhanurov passou no "moedor de carne" que Y. Tymoshenko lhe organizou.
O diálogo completo é impossível apresentar. Segundo a reportagem do jornal seriam mais de 50 páginas, mas a essência concentra-se nas diretrizes e história do surgimento da Companhia RosUkrEnergo, nas relações de gás entre Ukraina e Rússia.
O início foi pouco agradável para acusada - dívidas da Companhia UES - Único Sistema Energético da Ukraina.
Yurii Ekhanurov começa:
Como observou o advogado da acusada, o tribunal, infelizmente, não determinou se havia relacionamento hostil. Mas a situação logo se tornou visível, tanto que o juiz precisou, repetidamente defender, não só a imagem da testemunha - mas surpreendentemente - também a acusada.
Os procuradores perguntaram a Yekhanurov qual o seu pensamento sobre os acordos de 2009 que foram assinados em condições aparentemente desfavoráveis para Ukraina e se ele conhecia a atitude pessoal de Tymoshenko quanto ao processo de negociação. Yekhanurov relembrou os acontecimentos de onze anos atrás. Ele entendia que o lado ukrainiano não tinha posição forte; que tais acordos somente podiam ser assinados se houvesse alguma dependência. Sobre a dependência: em 2000 (Yekhanurov era vice-primeiro-ministro, no governo do primeiro-ministro Viktor Yushchenko) ele foi solicitado para receber o general Oliynik, o qual veio solicitar ao chefe do governo para que as dívidas da UES (Único Sistema Energético da Ukraina - de propriedade de Yulia Tymoshenko) fossem transferidas para as dividas da Ukraina. Eu perguntei onde ele obteve a informação de tal procedimento e ele respondeu que na própria UES. Eu expliquei que não havia possibilidade de tornar dívidas particulares como dívidas do governo. Três semanas depois ele foi detido e ficou preso por três anos e meioo; perdeu sua patente militar.
Tymoshenko perguntou se Yekhanurov sabia o motivo da prisão, ao que ele respondeu que sabia das informações de massa. Então Tymoshenko explicou que Oliynik foi preso devido operações com títulos e que na decisão consta que nada foi provado contra UES.
Frequentemente Tymoshenko não concordava com a resposta dada por Yekhanurov e repetia a mesma pergunta 7 - 8 vezes.
O general Oliynik realmente foi preso no ano 2000 por abuso de poder ao transferir 450 milhões de dólares na conta de United Energy International, que era dívida da UES. No entanto, três anos depois foi inocentado pela justiça da RF. Um ano depois foi novamente aprisionado devido a operações com títulos do banco russo para o Leste Europeu.
O interrogatório continuou sobre assinatura de contratos de gás em Moscou em janeiro de 2009. Segundo Yekhanurov Tymoshenko assinou as diretrizes dos principais contratos de gás. Assinou também o presidente do NAK Naftogás (companhia ukrainiana) o contrato com Gasprom (companhia russa).
Quando conheceu todos os documentos Yekhanurov entendeu que Ukraina nada recebeu, ao contrário, entregou todas as suas posições: quanto ao preço, ao trânsito e ao limite de trânsito do gás. Expôs sua opinião e abandonou a reunião.
Tymoshenko questionava as afirmações de Yekhanurov e frequentemente apresentava outra versão dos fatos.
O interrogatório passou para a primavera do ano de 2005, quando Tymoshenko foi substituída no cargo de primeiro-ministro poor Yurii Yekhanurov.
Em janeiro de 2006, para os acordos do gás, entre Ukraina e Rússia surgiu a companhia RosUkrEnergo. Tymoshenko encaminhou a maior parte de suas perguntas para este assunto.
A pergunta de Tymoshenko para Yekhanurov sobre que funções deveria desempenhar RosUkrEnergo já que toda relação entre Naftogás e Gasprom estava determinada, o juiz exigia sempre que ela reformulasse. E ela reformulou 11 vezes. E, na décima vez Yekhanurov finalmente respondeu.
O juiz e o procurador alegavam que RosUkrEnergo não se relacionava com a questão. Ficou evidente que tanto a acusada quanto a testemunha entendiam mais do assunto.
A sessão transcorreu com certa tranquilidade, exceto ao comportamento do juiz que chegou a levantar a voz. A acusada e a testemunha, ironias a parte, trataram-se respeitosamente.
A próxima sessão foi marcada para o dia 04.08.11 quando deverão testemunhar outros membros do governo Tymoshenko.
Tradução e resumo: Oksana Kowaltschuk
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana) 03.08.2011
Mustafa Nayem
Na segunda feira Pecherskyi Tribunal recebeu importantes e respeitáveis testemunhas.
Esperava longamente no corredor quase a metade dos ministros do Gabinete anterior. Conversavam animadamente.
O advogada de defesa, da vez, Yurii Sukov não teve tempo para estudar o processo. O início revelou-se difícil.
Única testemunha chamada neste dia foi Yurii Yekhanurov. Seu interrogatório durou mais de cinco horas, das quais as perguntas de acusação ocuparam apenas os primeiros dez minutos. O restante do tempo o senhor Yekhanurov passou no "moedor de carne" que Y. Tymoshenko lhe organizou.
O diálogo completo é impossível apresentar. Segundo a reportagem do jornal seriam mais de 50 páginas, mas a essência concentra-se nas diretrizes e história do surgimento da Companhia RosUkrEnergo, nas relações de gás entre Ukraina e Rússia.
O início foi pouco agradável para acusada - dívidas da Companhia UES - Único Sistema Energético da Ukraina.
Yurii Ekhanurov começa:
Como observou o advogado da acusada, o tribunal, infelizmente, não determinou se havia relacionamento hostil. Mas a situação logo se tornou visível, tanto que o juiz precisou, repetidamente defender, não só a imagem da testemunha - mas surpreendentemente - também a acusada.
Os procuradores perguntaram a Yekhanurov qual o seu pensamento sobre os acordos de 2009 que foram assinados em condições aparentemente desfavoráveis para Ukraina e se ele conhecia a atitude pessoal de Tymoshenko quanto ao processo de negociação. Yekhanurov relembrou os acontecimentos de onze anos atrás. Ele entendia que o lado ukrainiano não tinha posição forte; que tais acordos somente podiam ser assinados se houvesse alguma dependência. Sobre a dependência: em 2000 (Yekhanurov era vice-primeiro-ministro, no governo do primeiro-ministro Viktor Yushchenko) ele foi solicitado para receber o general Oliynik, o qual veio solicitar ao chefe do governo para que as dívidas da UES (Único Sistema Energético da Ukraina - de propriedade de Yulia Tymoshenko) fossem transferidas para as dividas da Ukraina. Eu perguntei onde ele obteve a informação de tal procedimento e ele respondeu que na própria UES. Eu expliquei que não havia possibilidade de tornar dívidas particulares como dívidas do governo. Três semanas depois ele foi detido e ficou preso por três anos e meioo; perdeu sua patente militar.
Tymoshenko perguntou se Yekhanurov sabia o motivo da prisão, ao que ele respondeu que sabia das informações de massa. Então Tymoshenko explicou que Oliynik foi preso devido operações com títulos e que na decisão consta que nada foi provado contra UES.
Frequentemente Tymoshenko não concordava com a resposta dada por Yekhanurov e repetia a mesma pergunta 7 - 8 vezes.
O general Oliynik realmente foi preso no ano 2000 por abuso de poder ao transferir 450 milhões de dólares na conta de United Energy International, que era dívida da UES. No entanto, três anos depois foi inocentado pela justiça da RF. Um ano depois foi novamente aprisionado devido a operações com títulos do banco russo para o Leste Europeu.
O interrogatório continuou sobre assinatura de contratos de gás em Moscou em janeiro de 2009. Segundo Yekhanurov Tymoshenko assinou as diretrizes dos principais contratos de gás. Assinou também o presidente do NAK Naftogás (companhia ukrainiana) o contrato com Gasprom (companhia russa).
Quando conheceu todos os documentos Yekhanurov entendeu que Ukraina nada recebeu, ao contrário, entregou todas as suas posições: quanto ao preço, ao trânsito e ao limite de trânsito do gás. Expôs sua opinião e abandonou a reunião.
Tymoshenko questionava as afirmações de Yekhanurov e frequentemente apresentava outra versão dos fatos.
O interrogatório passou para a primavera do ano de 2005, quando Tymoshenko foi substituída no cargo de primeiro-ministro poor Yurii Yekhanurov.
Em janeiro de 2006, para os acordos do gás, entre Ukraina e Rússia surgiu a companhia RosUkrEnergo. Tymoshenko encaminhou a maior parte de suas perguntas para este assunto.
A pergunta de Tymoshenko para Yekhanurov sobre que funções deveria desempenhar RosUkrEnergo já que toda relação entre Naftogás e Gasprom estava determinada, o juiz exigia sempre que ela reformulasse. E ela reformulou 11 vezes. E, na décima vez Yekhanurov finalmente respondeu.
O juiz e o procurador alegavam que RosUkrEnergo não se relacionava com a questão. Ficou evidente que tanto a acusada quanto a testemunha entendiam mais do assunto.
A sessão transcorreu com certa tranquilidade, exceto ao comportamento do juiz que chegou a levantar a voz. A acusada e a testemunha, ironias a parte, trataram-se respeitosamente.
A próxima sessão foi marcada para o dia 04.08.11 quando deverão testemunhar outros membros do governo Tymoshenko.
Tradução e resumo: Oksana Kowaltschuk
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